AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO
1ª Tese Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos", certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento. 2ª Tese E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes. 3ª Tese Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne. 4ª Tese Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna. 5ª Tese O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais. 6ª Tese O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada. 7ª Tese Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário. 8ª Tese Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos. 9ª Tese Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema 10ª Tese Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas. 11ª Tese Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo. 12ª Tese Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar. 13ª Tese Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição. 14ª Tese Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele qtie se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor. 15ª Tese Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero. 16ª Tese Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza. 17ª Tese Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor. 18ª Tese Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor. 19ª Tese Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto. 20ª Tese Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras "perdão plenário de todas as penas" que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas. 21ª Tese Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem
perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa. 22ª Tese Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida. 23ª Tese Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos. 24ª Tese Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas. 25ª Tese Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular. 26ª Tese O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão. 27ª Tese Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório. 28ª Tese Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus. 29ª Tese E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal. 30ª Tese Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados. 31ª Tese Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram. 32ª Tese Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência. 33ª Tese Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus. 34ª Tese Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens. 35ª Tese Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar. 36ª Tese Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência. 37ª Tese Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência. 38ª Tese Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino. 39ª Tese É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar. 40ª Tese O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso. 41ª Tese É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas. 42ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências. 44ª Tese Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena. 45ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus. 46ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências. 47ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada 48ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro. 49ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus. 50ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas. 51ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro. 52º Tese Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor. 53ª Tese São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas. 54ª Tese Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia. 55ª Tese A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades. 56ª Tese Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo. 57ª Tese Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam. 58ª Tese Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior. 59ª Tese São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época. 60ª Tese Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo. 61ª Tese Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta. 62ª Tese O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus. 63ª Tese Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos. 64ª Tese Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados. 66ª Tese Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens. 67ª Tese As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos. 68ª Tese Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz. 69ª Tese Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência- 70ª Tese Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos. 71ª Tese Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado. 72ª Tese Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito. 73ª Tese Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente. 74ª Tese Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir. 75ª Tese Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse deshonrado a mãe de Deus, significa ser demente. 76ª Tese Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui. 77ª Tese Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa. 78ª Tese Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho. as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12. 79ª Tese Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia. 80ª Tese Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento. 81ª Tese Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos. 82ª Tese Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssirno motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante? 83ª Tese Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados? 84ª Tese Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga? 85ª Tese Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e
morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor? 86ª Tese Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres? 87ª Tese Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária? 88ª Tese Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito. 89ª Tese Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes? 90ª Tese Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos. 91ª Tese Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido. 92ª Tese Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz. 93ª Tese Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz. 94ª Tese Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno. 95ª Tese E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.
Estudos sistemáticos
sexta-feira, 11 de março de 2016
Biografia de Zuínglio
Zuínglio - uma
breve biografia
A reforma religiosa que iniciava na
Alemanha, também frutificava na cidade de Zurique, na Suíça, com Ulrich
Zwínglio. Ele foi um reformador do cantão leste suíço, região de língua alemã,
nascido em Wildhaus, Sankt Gallen, em 1 de Janeiro de 1484, e estudou nas
universidades de Viena e Basiléia. Em
1516 obteve uma versão latina do Novo Testamento, que Erasmo de Roterdã
havia traduzido do grego. Dedicou-se a estudar e a pregar, vindo a atacar as
doutrinas romanas, especialmente a veneração dos santos e a venda de relíquias,
as promessas de curas e o abuso originado na venda de indulgências. Em 1 de Janeiro de 1519, a sua popularidade lhe rendeu o nomeamento como pregador da
colegiata de Zurique. Entretanto, o Papa Adriano VI o proibiu de pregar e
exigiu que o consistório de Zurique o condenasse como herege. Assim no ano de 1523, Zwinglio apresentou diante do
conselho da cidade as suas Articuli sive conclusiones LXVII [Os 67 Artigos ou Conclusões], em que
reinvindicou a supremacia da Escritura Sagrada sobre a autoridade papal e a
tradição romana. Nestes artigos se opôs ao culto de imagens, as relíquias e aos
santos, atacou a doutrina sacramental romana e o celibato do clero. Ele mesmo
contraiu casamento, em 1524, com
Anna Reinhardt, uma viúva com quem vivia publicamente como sua esposa.
Mais energicamente em 1525, com a aprovação do conselho de
Zurique transformaram os monastérios em hospitais, eliminou a missa e o uso de
imagens nos templos, e adotou apenas dois sacramentos, o batismo e a Ceia.
Durante o seu esforço de implantação dos princípios da Reforma, Zuínglio não conseguiu banir
definitivamente o catolicismo da Suíça, embora a sua obra tenha aberto uma
larga porta para a Reforma na Suíça. Ele intencionava implantar a sua doutrina
em outros cantões, assim seis deles tornaram-se seus seguidores, todavia,
outros cinco cantões montanheses da região de Uri, Schwyz, Unterwalten, Lucerna
e Zug mantiveram-se católicos. A hostilidade entre os cantões desembocou, em 1529, num conflito armado, em que os
católicos venceram. Dois anos depois, num outro conflito, os reformistas perdem
novamente, e Zwinglio morre em 1531,
pondo fim a continuidade de sua obra na Suiça. Ele não obteve tanto êxito em
sua tarefa de reforma como Lutero, e
ficou quase que esquecido após a sua morte prematura.
Principais obras escritas
1. Articuli sive conclusiones LXVII (Os 67 Artigos ou Conclusões de Ulrich Zwinglio) escrito em 1523.
2. De vera et falsa religione
commentarius (Um Comentário da
verdadeira e falsa religião) escrito em 1525. Esta obra foi dedicada
ao rei francês Francisco I, que era católico.
Inicio dos Ana Batistas
1525 Início do movimento Ana batista
Os movimentos reformados luterano e suíço tiveram conexões com o
sistema político em seu início. Lutero era o protegido de Frederico, o Sábio, e
de vários príncipes alemães, que buscavam a liberdade política e, em
conseqüência, começaram a apoiar sua causa. A cidade de Zurique, diante da
oposição católica, colocou-se ao lado de Zuínglio.
Para um grupo de cristãos que estavam sob a orientação de Zuínglio, substituir Roma por Zurique não era aceitável. Eles
queriam que a igreja realizasse rapidamente as reformas que fariam com que a
igreja voltasse ao ideal do século I. Em vez de se concentrar na hierarquia da
igreja ou em sistemas políticos, esse grupo mais radical buscava uma igreja
autônoma, dirigida pelo Espírito Santo. A questão que causava a maior discussão
era a do batismo infantil. O grupo dissidente afirmava que a Bíblia apresentava
apenas o batismo de adultos e queria que isso se tornasse prática geral. Em 21 de janeiro de 1525, o conselho de
Zurique ordenou aos líderes que encerrassem a altercação. Os radicais, contudo,
viam essa atitude apenas como outro caso em que o poder político tentava
controlar sua vida espiritual. Em uma noite em que nevava muito, em uma vila
próxima, eles se encontraram e batizaram uns aos outros. Receberiam, mais
tarde, a alcunha de anabatistas ("rebatizadores"), que lhes foi dado
por seus detratores. Os anabatistas queriam fazer mais do que reformar a
igreja: pretendiam levá-la de volta ao modelo inicial, retratado nas
Escrituras. Em vez de uma instituição poderosa, queriam uma irmandade, uma
família de fé, criada por Deus, que trabalhava no coração das pessoas. Os
anabatistas propuseram a separação entre a igreja e o Estado, pois viam a
igreja como algo distinto da sociedade — até mesmo da sociedade denominada
"cristã". Eles não queriam, sob hipótese alguma, a presença de
poderes políticos que coagissem a consciência do crente em qualquer aspecto de
sua vida. Eles também não eram favoráveis à burocracia eclesiástica. Como foram
as primeiras pessoas a praticar a democracia na congregação, acreditavam que
Deus não apenas falava por intermédio dos bispos e dos concilios, mas também
por meio de cada uma das congregações. Em uma época em que os turcos muçulmanos
estavam às portas da Europa, os
anabatistas pregavam uma doutrina nada popular, o pacifismo. Por mais
estranho que possa parecer, esse conceito não evitou que alguns seguidores se
desviassem de seu destino. O nome anabatista se tornou sinônimo de
"ruptura". Os novos pregadores protestantes eram interrompidos pelos anabatistas durante a pregação, e
alguns dos radicais provocavam tumultos. Além disso, algumas ocorrências da
prática de poligamia, assim como a procla-mação de revelações bizarras como
proclamações de Deus, fizeram com que tanto católicos quanto protestantes
acreditassem que precisavam livrar o mundo desse grupo desatinado. Assim,
iniciou-se uma grande perseguição e muitos anabatistas foram mortos — queimados
em fogueiras ou afogados. Ainda assim o movimento se espalhou, especialmente
entre as classes mais baixas. A evangelização trouxe novos crentes, e alguns
protestantes foram atraídos pela ênfase anabatista nas questões da pureza e da
pregação bíblica. Nenhum homem conseguiu reunir essa coleção tão diversa de
igrejas, mas é possível que o nome mais conhecido entre os líderes anabatistas
seja o de Menno Simons (1496-1559),
que deu origem à designação "menonita". Os anabatistas deram ao mundo
a idéia de que a separação entre igreja e Estado é necessária. Entre seus
descendentes, os menonitas e as Igrejas dos Irmãos, o pacifismo ainda permanece
como doutrina importante.
Biografia de Martinho Lutero
Biografia de Martinho Lutero:
Martinho Lutero (1483-1546) foi um sacerdote católico
alemão, o principal personagem da Reforma Protestante realizada na Europa no
século XVI.
Martinho
Lutero (1483-1546) nasceu na Turíngia, na Alemanha, no dia 10 de novembro de 1483. Com dezoito anos estudou Direito na
Universidade de Erfurt, mas em 1505
desiste da carreira para entrar no Mosteiro Agostiniano de Erfurt. Lendo as
Escrituras Sagradas concluiu que a humanidade é pecadora por natureza, que
jejuns, peregrinação e sacramentos, ou mesmo intercessões de padres e santos
não têm qualquer efeito para a redenção dos homens, ideias essas, contrárias às
pregadas pela igreja católica.
No dia 30 de outubro de
1517,
Martinho Lutero revoltado com a venda de indulgências
feitas em nome do Papa Leão X, fixa na porta da Matriz suas 95 teses sobre a
venda de indulgências. Em pouco tempo se tornou claro que as teses de
Lutero exprimiam os sentimentos de boa parte da população que pagava diversas
taxas que fluíam para Roma, não contribuindo para as finanças dos Estados
nacionais.
Martinho
Lutero, sob a proteção do príncipe Frederico da Saxônia, recusou o pedido de
retratação e deu início a uma campanha aberta dentro da própria Igreja. Em 1520, Lutero queimou publicamente a
bula papal, que dava sessenta dias para uma completa retratação, e foi
excomungado pela Igreja.
A
Alemanha estava à beira de uma Guerra civil. Em 1521, Lutero é obrigado a se refugiar no castelo do príncipe
Frederico. Ocupa-se em traduzir a Bíblia para o alemão permitindo que todos
tivessem acesso e pudessem interpretar livremente a Sagrada Escritura.
Na
formulação de suas doutrinas, Lutero foi ajudado por Felipe Melanchton, um
professor grego da Universidade de Wittenberg. Alterou o cerimonial da missa,
substituiu o latim pelo alemão e passou a rejeitar todas as hierarquias
eclesiásticas, desde padres, bispos arcebispos e até o Papa. Renegou a
interpretação oficial da Bíblia. Os sacerdotes obtiveram permissão para
contrair matrimônio, e ele próprio casou-se com uma ex-freira, em 1525. Conservou o batismo e a
eucaristia, deu maior valor à fé do que às boas ações como meio de atingir a
salvação.
O
movimento Luterano teve consequências que revolucionaram a sociedade da época,
abriu caminho para rebeliões políticas e sociais. A forma de protestantismo
proclamada por Lutero, além da Alemanha, chegou até a Suécia, Dinamarca e aos
Países Baixos. Várias doutrinas seguiram seus princípios, criando igrejas
nacionais, como o anglicanismo na Inglaterra, o calvinismo na Suíça, além de
diversas ramificações.
Martinho
Lutero morreu no castelo de Frederico, Príncipe da Saxônia, no dia 18 de
fevereiro de 1546.
Biografia de Michelangelo
Biografia de Michelangelo:
Michelangelo (1475-1564) foi um pintor, escultor e arquiteto
italiano. É considerado um dos maiores representantes do Renascimento Italiano.
"Pietá", "O Juízo Final", "Moisés" e "A
Criação de Adão", O "Teto da Capela Sistina" são algumas das
obras que eternizaram o artista. É considerado junto com Leonardo da Vinci, um
dos artistas mais geniais da história do ocidente.
Michelangelo (1475-1564) nasceu em Caprese, nas vizinhanças de Florença,
Itália, no dia 6 de março de 1475. Na escola interessava-se apenas em desenhar.
Aos 13 anos torna-se aprendiz no estúdio de Domenico Ghirlandaio, em Florença.
Em 1489 ingressa na escola de escultura de Lourenço de Medici, que o hospeda em
seu palácio. Convivendo com a elite nobre e intelectual, se empolga pelas ideias
do Renascimento italiano.
Escultor, pintor, arquiteto e poeta, o conjunto de sua obra revela um
forte apego ao ideal do homem perfeito: "Belo, Bom e Verdadeiro".
Teve grande paixão pela escultura, em 1501, iniciou a escultura de
"David", o jovem herói bíblico que venceu o gigante Golias, onde
tentou expressar seu ideal de beleza física na plena exuberância de suas
formas. Foi chamado, juntamente com Leonardo da Vinci, para decorar a
"Sala Grande do Conselho, em Florença".
Em 1505, foi para Roma, chamado pelo Papa Júlio II, para reconstruir a
Catedral de São Pedro e a edificação de seu mausoléu. Michelangelo foi a
Carrara escolher pessoalmente os mármores para seu trabalho. Tão logo começou a
obra, desentendeu-se com o Papa e fugiu para Florença. Feita a reconciliação,
voltou a trabalhar no sepulcro de Júlio II e realizou uma das suas maiores
obras: "Moisés", em cujos traços ele procurou expressar a fisionomia
do Papa. Para o mesmo mausoléu esculpiu os "Escravos". A obra ficou
inacabada e sobre ela o escultor disse aos 67 anos: "Acho que perdi toda a
minha juventude ligado a ela".
Em 1508, o Papa Júlio II encarregou o artista de pintar a "Abóbada
da "Capela Sistina", na Catedral de São Pedro, no Vaticano. O artista
protestou: “Não sou pintor e sim escultor". Mesmo assim, durante quatro
anos realizou o exaustivo trabalho que resultou em 300 figuras. Na abóbada, de
40 metros de largura por 13 de altura, Michelangelo pintou os episódios do
Gênesis - a "Criação", o "Pecado Original" e o "Dilúvio",
acompanhados de profetas. Nos quatro ângulos, revive a libertação de Israel - a
"Serpente de Bronze", os "Triunfos de Davi", de
"Judite" e "Ester".
Em Florença, de 1523 a 1534, esculpiu as estátuas de "Juliano e
Lourenço de Médicis", e as figuras da "Noite", o
"Dia", a "Aurora" e o "Crepúsculo", reclinadas
sobre os seus túmulos. A predileção pela escultura da figura da Virgem Maria,
envolvendo o filho morto, a "Pietà", foi repetida quatro vezes, A
Pietà da Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Pietá da Palestina, a Pietá do Museu
dell'Ópera del Duomo e a Pietá Rondanini.
Durante o pontificado do papa Paulo III, entre 1534 e 1541, Michelangelo
pintou o afresco na parede do altar da Capela Sistina, o "Juízo
Final", onde Cristo aparece como um juiz inflexível e a Virgem assustada,
não contempla a cena. Nesse afresco, só aparece nus, o que causou grande
tumulto e o Papa Paulo IV pretendia destruir a obra, mas contentou-se em mandar
o pintor Daniel de Volterra velar os nus mais ousados.
Michelangelo mostrava paixão pela grandiosidade, principalmente na
arquitetura. Em 1520 planejou o edifício e o interior da "Capela de São
Lourenço". Em 1535, no pontificado de Paulo III, foi arquiteto, pintor e
escultor do "Palácio Apostólico" e replanejou a "Colina do Capitólio
em Roma", obra que não foi terminada. Em 1552 iniciou a reconstrução da
"Catedral de São Pedro", mas só completou sua enorme cúpula. O
artista também se dedicou à poesia, escreveu o livro "Rimas". Próximo
da sua morte desabafou em um poema "Na verdade, nunca houve um só dia que
tenha sido totalmente meu".
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, morreu em Roma, no dia 18 de
fevereiro de 1564. Seu corpo foi enterrado na Basílica de Santa Cruz, em
Florença.
João Calvino Publica As institutas da religião cristã
1536
João Calvino publica As institutas da religião cristã
"Cada folha de grama e cada cor no mundo foram criadas com o objetivo de nos alegrar", escreveu um homem acusado, muitas vezes, de promover um cristianismo sem alegria. Aqueles que o conheciam bem respeitavam sua piedade e não teriam ficado surpresos com essas palavras que foram escritas de próprio punho. Certamente, João Calvino era bastante disciplinado e, após tomar uma decisão, permanecia firme naquela direção. Seus estudos na área de Direito desenvolveram seu talento para o pensamento lógico, o que ele transpôs para seus estudos na área de Teologia. Em uma "breve conversa" ocorrida em algum momento do ano 1533, "Deus me conquistou e levou meu coração à mansidão", disse Calvino. Aparentemente, ele teve contato com os textos de Lutero. Calvino rompeu com o catolicismo, saiu de sua terra natal, a França, e estabeleceu seu exílio na Suíça. Em 1536, aos 27 anos, Calvino publicou a primeira edição das Institutas da religião cristã, uma teologia sistemática que claramente defendia os ensinamentos da Reforma. Impressionado com os escritos de Calvino, Cuilherme Farei, reformador genebrino, persuadiu-o a vir e a ajudar na implantação da Reforma naquele país. Ali, Calvino assumiu pesada carga de trabalho. Pastoreou a igreja de St. Pierre e pregava em três cultos por dia. Produziu comentários sobre quase todos os livros da Bíblia, e escreveu panfletos devocionais e doutrinários. Enquanto desenvolvia essas atividades, lutou com diversas enfermidades, entre elas dores de cabeça provocadas por enxaquecas. Calvino tinha muito a fazer para alcançar seu objetivo de transformar Genebra no Reino de Deus na terra. O povo daquela cidade, notório por sua moral relaxada, levantou grande oposição quando ele tentou mudar seu estilo de vida. Apesar disso, a influência de Calvino se espalhou por toda a Genebra. Sua influência era bastante grande nas escolas. Ninguém podia evitar suas reformas, pois Calvino tentava excomungar quem não se aproximasse dos padrões das Escrituras e, assim, todos os cidadãos de Genebra tiveram de aderir à confissão de fé de Calvino. Enquanto alguns se opunham às mudanças, outros as aplaudiam. A cidade se tornou um ímã, atraindo exilados de toda a Europa. John Knox chamou a cidade governada por Calvino de "a mais perfeita escola de Cristo desde os dias dos apóstolos". A autoridade moral de Calvino reformou Genebra. Seus trabalhos escritos tanto em latim quanto em francês concederam um vigor singular ao protestantismo. Em As institutas, sua maior obra, Calvino afirma claramente as crenças do protestantismo. Em um volume, o reformador aborda as crenças principais. No entanto, ele continuou a adicionar material ao seu livro ao longo de toda a sua vida. João Calvino, reformador genebrino e autor da obra As instituías
Ele começou com o Credo apostólico, destacando quatro pontos: "Creio em Deus Pai [...] Jesus Cristo [...] o Espírito Santo [...] e na santa igreja católica" — que correspondem às quatro sessões do livro. Em cada uma, Calvino buscava não apenas afirmar uma teologia, mas procurava aplicá-la à vida cristã. O Livro πι das Institutas, que contém a doutrina da predestinação, recebeu muita atenção. Por mais insólito que pareça, o conceito não era apenas dele, embora Calvino o tenha explicitado. Lutero e a maioria dos outros reformadores acreditava nele. O modo vigoroso de afirmar esse conceito fez com que uma conexão entre esse ensinamento e o nome de Calvino fosse estabelecida. Calvino concentrou-se de forma veemente na soberania de Deus. Ele rejeitava o fato de a Igreja Católica ter mudado para uma teologia de salvação pelas obras. O reformador repetia constantemente: "Você não pode manipular Deus ou torná-lo seu devedor. Ele é quem o salva; pois você não pode fazer isso por si mesmo". Deus decide salvar algumas pessoas e somente ele pode saber quem é eleito, ensinava o reformador. A vida moral pode mostrar que há grande possibilidade de uma pessoa ter sido escolhida por Deus. Contudo, Calvino, homem extremamente moralista e muito enérgico, insistia em que seus seguidores deveriam mostrar sua salvação por meio de atitudes. Ele enfatizou que os cristãos deveriam agir de maneira a transformar o mundo pecaminoso, uma idéia que foi passada adiante pelo calvinismo. No Livro iv das Instituías, Calvi-no criou uma ordem eclesiástica baseada no que ele observava nas Escrituras. A congregação deveria eleger homens de boa moral — os presbíteros ou anciãos — que seriam os responsáveis por guiar a igreja. Ele também abordou a questão dos pastores, doutores (mestres) e diáconos. As doutrinas e a política reformada, que criou, espalharam-se pela Escócia, Polônia, Holanda e América.
João Calvino publica As institutas da religião cristã
"Cada folha de grama e cada cor no mundo foram criadas com o objetivo de nos alegrar", escreveu um homem acusado, muitas vezes, de promover um cristianismo sem alegria. Aqueles que o conheciam bem respeitavam sua piedade e não teriam ficado surpresos com essas palavras que foram escritas de próprio punho. Certamente, João Calvino era bastante disciplinado e, após tomar uma decisão, permanecia firme naquela direção. Seus estudos na área de Direito desenvolveram seu talento para o pensamento lógico, o que ele transpôs para seus estudos na área de Teologia. Em uma "breve conversa" ocorrida em algum momento do ano 1533, "Deus me conquistou e levou meu coração à mansidão", disse Calvino. Aparentemente, ele teve contato com os textos de Lutero. Calvino rompeu com o catolicismo, saiu de sua terra natal, a França, e estabeleceu seu exílio na Suíça. Em 1536, aos 27 anos, Calvino publicou a primeira edição das Institutas da religião cristã, uma teologia sistemática que claramente defendia os ensinamentos da Reforma. Impressionado com os escritos de Calvino, Cuilherme Farei, reformador genebrino, persuadiu-o a vir e a ajudar na implantação da Reforma naquele país. Ali, Calvino assumiu pesada carga de trabalho. Pastoreou a igreja de St. Pierre e pregava em três cultos por dia. Produziu comentários sobre quase todos os livros da Bíblia, e escreveu panfletos devocionais e doutrinários. Enquanto desenvolvia essas atividades, lutou com diversas enfermidades, entre elas dores de cabeça provocadas por enxaquecas. Calvino tinha muito a fazer para alcançar seu objetivo de transformar Genebra no Reino de Deus na terra. O povo daquela cidade, notório por sua moral relaxada, levantou grande oposição quando ele tentou mudar seu estilo de vida. Apesar disso, a influência de Calvino se espalhou por toda a Genebra. Sua influência era bastante grande nas escolas. Ninguém podia evitar suas reformas, pois Calvino tentava excomungar quem não se aproximasse dos padrões das Escrituras e, assim, todos os cidadãos de Genebra tiveram de aderir à confissão de fé de Calvino. Enquanto alguns se opunham às mudanças, outros as aplaudiam. A cidade se tornou um ímã, atraindo exilados de toda a Europa. John Knox chamou a cidade governada por Calvino de "a mais perfeita escola de Cristo desde os dias dos apóstolos". A autoridade moral de Calvino reformou Genebra. Seus trabalhos escritos tanto em latim quanto em francês concederam um vigor singular ao protestantismo. Em As institutas, sua maior obra, Calvino afirma claramente as crenças do protestantismo. Em um volume, o reformador aborda as crenças principais. No entanto, ele continuou a adicionar material ao seu livro ao longo de toda a sua vida. João Calvino, reformador genebrino e autor da obra As instituías
Ele começou com o Credo apostólico, destacando quatro pontos: "Creio em Deus Pai [...] Jesus Cristo [...] o Espírito Santo [...] e na santa igreja católica" — que correspondem às quatro sessões do livro. Em cada uma, Calvino buscava não apenas afirmar uma teologia, mas procurava aplicá-la à vida cristã. O Livro πι das Institutas, que contém a doutrina da predestinação, recebeu muita atenção. Por mais insólito que pareça, o conceito não era apenas dele, embora Calvino o tenha explicitado. Lutero e a maioria dos outros reformadores acreditava nele. O modo vigoroso de afirmar esse conceito fez com que uma conexão entre esse ensinamento e o nome de Calvino fosse estabelecida. Calvino concentrou-se de forma veemente na soberania de Deus. Ele rejeitava o fato de a Igreja Católica ter mudado para uma teologia de salvação pelas obras. O reformador repetia constantemente: "Você não pode manipular Deus ou torná-lo seu devedor. Ele é quem o salva; pois você não pode fazer isso por si mesmo". Deus decide salvar algumas pessoas e somente ele pode saber quem é eleito, ensinava o reformador. A vida moral pode mostrar que há grande possibilidade de uma pessoa ter sido escolhida por Deus. Contudo, Calvino, homem extremamente moralista e muito enérgico, insistia em que seus seguidores deveriam mostrar sua salvação por meio de atitudes. Ele enfatizou que os cristãos deveriam agir de maneira a transformar o mundo pecaminoso, uma idéia que foi passada adiante pelo calvinismo. No Livro iv das Instituías, Calvi-no criou uma ordem eclesiástica baseada no que ele observava nas Escrituras. A congregação deveria eleger homens de boa moral — os presbíteros ou anciãos — que seriam os responsáveis por guiar a igreja. Ele também abordou a questão dos pastores, doutores (mestres) e diáconos. As doutrinas e a política reformada, que criou, espalharam-se pela Escócia, Polônia, Holanda e América.
O ato de Supremacia de Henrique VIII
1534
O Ato de Supremacia de Henrique VIII
Ao contrário da reforma alemã, a reforma inglesa não se originou da busca espiritual de um homem que queria conhecer a Deus mais profundamente. Surgiu de uma combinação de desejo pessoal, conveniência política e clima espiritual de uma nação. A disposição da Inglaterra era de se afastar da Igreja Católica. John Colet, pároco da Igreja de São Paulo, insistia na reforma do clero e no retorno ao estudo da Bíblia. Um grupo de estudiosos de Cambridge, que seguia os ensinamentos de Lutero, ficou conhecido por "Pequena Alemanha". O clero, surpreso, não foi capaz de deter a expansão da Reforma. Contudo, o rei da Inglaterra, Henrique VIII, tinha pouco interesse em mudanças no campo espiritual. Em 1521, atacou a idéia de Lutero com relação aos sacramentos e recebeu do papa o título de "Defensor da Fé". Seu interesse em questões espirituais era mínimo. Depois da morte de seu irmão, Henrique se casou com sua cunhada, Catarina de Aragão. Eles não tiveram filhos, o que impedia que Henrique de ter um sucessor ao trono. Atraído por Ana Bolena, o rei procurou se livrar da esposa estéril, para conseguir outra que pudesse lhe dar herdeiros. Com a justificativa de que não poderia ter se casado com a viúva de seu irmão mais velho, citando Levítico 20.21 como fundamento bíblico para sua posição, pediu ao papa que lhe concedesse o divórcio. O papa temia enfurecer o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, sobrinho de Catarina, e terminou por impedir que o rei inglês alcançasse seu intento. Henrique, impaciente, decidiu nomear Tomás Cranmer para a posição de arcebispo de Cantuária, e o novo arcebispo concedeu o divórcio ao rei. Henrique, rapidamente, casou-se com Ana, e, no mesmo ano — 1533 — ela deu à luz uma criança, Elisabete. Em 1534, o Parlamento inglês promulgou o Ato de Supremacia, declarando que o rei era "o chefe supremo da Igreja da Inglaterra". Isso não significava que o rei pretendia implementar mudanças teológicas radicais na igreja. Ele simplesmente queria uma igreja estatal sobre a qual o papa não tivesse autoridade. A lei que trouxe uniformidade à nova igreja, o Estatuto dos seis artigos, mantinha o celibato do clero, a confissão de pecados aos sacerdotes e as missas particulares. Contudo, é preciso destacar que Henrique acabou com os mosteiros, que se tornaram símbolo do hedonismo e da imoralidade. O rei não levou em conta a preocupação de muitos cristãos dedicados com relação a esse assunto. Em vez disso, tomou as terras da igreja. Depois de fechar os mosteiros, confiscou as propriedades e colocou o dinheiro no tesouro real. As terras foram passadas aos nobres em troca de lealdade ao rei. Com o intuito de promover o nacionalismo inglês, Henrique ordenou que a Bíblia em inglês fosse colocada em todas as igrejas. Embora Henrique não tenha feito isso por razões de escrúpulo, ele criou uma igreja que não era mais a Igreja Católica Romana. Nos anos que se seguiram, a filha mais velha de Henrique, Maria,
Henrique III
tentaria levar a Inglaterra de volta ao catolicismo, mas isso não durou muito tempo. Uma vez separada do papa, a Igreja da Inglaterra não mais se juntou a ele. As sucessivas ondas de Reforma na Inglaterra foram rápidas e tumultuadas. Como veremos nos capítulos a seguir, essas ondas promoveram uma riqueza e uma diversidade de expressão cristã, que, certamente, teriam deixado Henrique perplexo.
O Ato de Supremacia de Henrique VIII
Ao contrário da reforma alemã, a reforma inglesa não se originou da busca espiritual de um homem que queria conhecer a Deus mais profundamente. Surgiu de uma combinação de desejo pessoal, conveniência política e clima espiritual de uma nação. A disposição da Inglaterra era de se afastar da Igreja Católica. John Colet, pároco da Igreja de São Paulo, insistia na reforma do clero e no retorno ao estudo da Bíblia. Um grupo de estudiosos de Cambridge, que seguia os ensinamentos de Lutero, ficou conhecido por "Pequena Alemanha". O clero, surpreso, não foi capaz de deter a expansão da Reforma. Contudo, o rei da Inglaterra, Henrique VIII, tinha pouco interesse em mudanças no campo espiritual. Em 1521, atacou a idéia de Lutero com relação aos sacramentos e recebeu do papa o título de "Defensor da Fé". Seu interesse em questões espirituais era mínimo. Depois da morte de seu irmão, Henrique se casou com sua cunhada, Catarina de Aragão. Eles não tiveram filhos, o que impedia que Henrique de ter um sucessor ao trono. Atraído por Ana Bolena, o rei procurou se livrar da esposa estéril, para conseguir outra que pudesse lhe dar herdeiros. Com a justificativa de que não poderia ter se casado com a viúva de seu irmão mais velho, citando Levítico 20.21 como fundamento bíblico para sua posição, pediu ao papa que lhe concedesse o divórcio. O papa temia enfurecer o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, sobrinho de Catarina, e terminou por impedir que o rei inglês alcançasse seu intento. Henrique, impaciente, decidiu nomear Tomás Cranmer para a posição de arcebispo de Cantuária, e o novo arcebispo concedeu o divórcio ao rei. Henrique, rapidamente, casou-se com Ana, e, no mesmo ano — 1533 — ela deu à luz uma criança, Elisabete. Em 1534, o Parlamento inglês promulgou o Ato de Supremacia, declarando que o rei era "o chefe supremo da Igreja da Inglaterra". Isso não significava que o rei pretendia implementar mudanças teológicas radicais na igreja. Ele simplesmente queria uma igreja estatal sobre a qual o papa não tivesse autoridade. A lei que trouxe uniformidade à nova igreja, o Estatuto dos seis artigos, mantinha o celibato do clero, a confissão de pecados aos sacerdotes e as missas particulares. Contudo, é preciso destacar que Henrique acabou com os mosteiros, que se tornaram símbolo do hedonismo e da imoralidade. O rei não levou em conta a preocupação de muitos cristãos dedicados com relação a esse assunto. Em vez disso, tomou as terras da igreja. Depois de fechar os mosteiros, confiscou as propriedades e colocou o dinheiro no tesouro real. As terras foram passadas aos nobres em troca de lealdade ao rei. Com o intuito de promover o nacionalismo inglês, Henrique ordenou que a Bíblia em inglês fosse colocada em todas as igrejas. Embora Henrique não tenha feito isso por razões de escrúpulo, ele criou uma igreja que não era mais a Igreja Católica Romana. Nos anos que se seguiram, a filha mais velha de Henrique, Maria,
Henrique III
tentaria levar a Inglaterra de volta ao catolicismo, mas isso não durou muito tempo. Uma vez separada do papa, a Igreja da Inglaterra não mais se juntou a ele. As sucessivas ondas de Reforma na Inglaterra foram rápidas e tumultuadas. Como veremos nos capítulos a seguir, essas ondas promoveram uma riqueza e uma diversidade de expressão cristã, que, certamente, teriam deixado Henrique perplexo.
Inicio do movimento anabatista- 1525
1525
Início do movimento anabatista
Os movimentos reformados luterano e suíço tiveram conexões com o sistema político em seu início. Lutero era o protegido de Frederico, o Sábio, e de vários príncipes alemães, que buscavam a liberdade política e, em conseqüência, começaram a apoiar sua causa. A cidade de Zurique, diante da oposição católica, colocou-se ao lado de Zuínglio. Para um grupo de cristãos que estavam sob a orientação de Zuínglio, substituir Roma por Zurique não era aceitável. Eles queriam que a igreja realizasse rapidamente as reformas que fariam com que a igreja voltasse ao ideal do século I. Em vez de se concentrar na hierarquia da igreja ou em sistemas políticos, esse grupo mais radical buscava uma igreja autônoma, dirigida pelo Espírito Santo. A questão que causava a maior discussão era a do batismo infantil. O grupo dissidente afirmava que a Bíblia apresentava apenas o batismo de adultos e queria que isso se tornasse prática geral. Em 21 de janeiro de 1525, o conselho de Zurique ordenou aos líderes que encerrassem a altercação. Os radicais, contudo, viam essa atitude apenas como outro caso em que o poder político tentava controlar sua vida espiritual. Em uma noite em que nevava muito, em uma vila próxima, eles se encontraram e batizaram uns aos outros. Receberiam, mais tarde, a alcunha de anabatistas ("rebatizadores"), que lhes foi dado por seus detratores. Os anabatistas queriam fazer mais do que reformar a igreja: pretendiam levá-la de volta ao modelo inicial, retratado nas Escrituras. Em vez de uma instituição poderosa, queriam uma irmandade, uma família de fé, criada por Deus, que trabalhava no coração das pessoas. Os anabatistas propuseram a separação entre a igreja e o Estado, pois viam a igreja como algo distinto da sociedade — até mesmo da sociedade denominada "cristã". Eles não queriam, sob hipótese alguma, a presença de poderes políticos que coagissem a consciência do crente em qualquer aspecto de sua vida. Eles também não eram favoráveis à burocracia eclesiástica. Como foram as primeiras pessoas a praticar a democracia na congregação, acreditavam que Deus não apenas falava por intermédio dos bispos e dos concilios, mas também por meio de cada uma das congregações. Em uma época em que os turcos muçulmanos estavam às portas da Europa, os anabatistas pregavam uma doutrina nada popular, o pacifismo. Por mais estranho que possa parecer, esse conceito não evitou que alguns seguidores se desviassem de seu destino. O nome anabatista se tornou sinônimo de "ruptura". Os novos pregadores protestantes eram interrompidos pelos anabatistas durante a pregação, e alguns dos radicais provocavam tumultos. Além disso, algumas ocorrências da prática de poligamia, assim como a procla-mação de revelações bizarras como proclamações de Deus, fizeram com que tanto católicos quanto protestantes acreditassem que precisavam livrar o mundo desse grupo desatinado. Assim, iniciou-se uma grande perseguição e muitos anabatistas foram mortos — queimados em fogueiras ou afogados. Ainda assim o movimento se espalhou, especialmente entre as classes mais baixas. A evangelização trouxe novos crentes, e alguns protestantes foram atraídos pela ênfase anabatista nas questões da pureza e da pregação bíblica. Nenhum homem conseguiu reunir essa coleção tão diversa de igrejas, mas é possível que o nome mais conhecido entre os líderes anabatistas seja o de Menno Simons (1496-1559), que deu origem à designação "menonita". Os anabatistas deram ao mundo a idéia de que a separação entre igreja e Estado é necessária. Entre seus descendentes, os menonitas e as Igrejas dos Irmãos, o pacifismo ainda permanece como
doutrina importante.
Início do movimento anabatista
Os movimentos reformados luterano e suíço tiveram conexões com o sistema político em seu início. Lutero era o protegido de Frederico, o Sábio, e de vários príncipes alemães, que buscavam a liberdade política e, em conseqüência, começaram a apoiar sua causa. A cidade de Zurique, diante da oposição católica, colocou-se ao lado de Zuínglio. Para um grupo de cristãos que estavam sob a orientação de Zuínglio, substituir Roma por Zurique não era aceitável. Eles queriam que a igreja realizasse rapidamente as reformas que fariam com que a igreja voltasse ao ideal do século I. Em vez de se concentrar na hierarquia da igreja ou em sistemas políticos, esse grupo mais radical buscava uma igreja autônoma, dirigida pelo Espírito Santo. A questão que causava a maior discussão era a do batismo infantil. O grupo dissidente afirmava que a Bíblia apresentava apenas o batismo de adultos e queria que isso se tornasse prática geral. Em 21 de janeiro de 1525, o conselho de Zurique ordenou aos líderes que encerrassem a altercação. Os radicais, contudo, viam essa atitude apenas como outro caso em que o poder político tentava controlar sua vida espiritual. Em uma noite em que nevava muito, em uma vila próxima, eles se encontraram e batizaram uns aos outros. Receberiam, mais tarde, a alcunha de anabatistas ("rebatizadores"), que lhes foi dado por seus detratores. Os anabatistas queriam fazer mais do que reformar a igreja: pretendiam levá-la de volta ao modelo inicial, retratado nas Escrituras. Em vez de uma instituição poderosa, queriam uma irmandade, uma família de fé, criada por Deus, que trabalhava no coração das pessoas. Os anabatistas propuseram a separação entre a igreja e o Estado, pois viam a igreja como algo distinto da sociedade — até mesmo da sociedade denominada "cristã". Eles não queriam, sob hipótese alguma, a presença de poderes políticos que coagissem a consciência do crente em qualquer aspecto de sua vida. Eles também não eram favoráveis à burocracia eclesiástica. Como foram as primeiras pessoas a praticar a democracia na congregação, acreditavam que Deus não apenas falava por intermédio dos bispos e dos concilios, mas também por meio de cada uma das congregações. Em uma época em que os turcos muçulmanos estavam às portas da Europa, os anabatistas pregavam uma doutrina nada popular, o pacifismo. Por mais estranho que possa parecer, esse conceito não evitou que alguns seguidores se desviassem de seu destino. O nome anabatista se tornou sinônimo de "ruptura". Os novos pregadores protestantes eram interrompidos pelos anabatistas durante a pregação, e alguns dos radicais provocavam tumultos. Além disso, algumas ocorrências da prática de poligamia, assim como a procla-mação de revelações bizarras como proclamações de Deus, fizeram com que tanto católicos quanto protestantes acreditassem que precisavam livrar o mundo desse grupo desatinado. Assim, iniciou-se uma grande perseguição e muitos anabatistas foram mortos — queimados em fogueiras ou afogados. Ainda assim o movimento se espalhou, especialmente entre as classes mais baixas. A evangelização trouxe novos crentes, e alguns protestantes foram atraídos pela ênfase anabatista nas questões da pureza e da pregação bíblica. Nenhum homem conseguiu reunir essa coleção tão diversa de igrejas, mas é possível que o nome mais conhecido entre os líderes anabatistas seja o de Menno Simons (1496-1559), que deu origem à designação "menonita". Os anabatistas deram ao mundo a idéia de que a separação entre igreja e Estado é necessária. Entre seus descendentes, os menonitas e as Igrejas dos Irmãos, o pacifismo ainda permanece como
doutrina importante.
Michelangelo completa a cúpula da capela sistina-1512
1512
Michelangelo completa a cúpula da Capela Sistina
Quando olhamos para a cúpula da Capela Sistina, imagens humanas maiores do que o tamanho real parecem se projetar para baixo, trazendo à vida, de maneira brilhante, nove cenas do livro do Gênesis, sete profetas hebreus e cinco sibilas, profetisas pagas que supostamente predisseram a vinda do Messias. Logo no primeiro vislumbre dessa obra, é possível verificar que ela é totalmente diferente da arte do mundo medieval. A arte espiritual, mas, muitas vezes, estilizada e irreal da Idade Média, cedeu sua vez a um novo realismo que fazia maior uso da perspectiva e do conhecimento da anatomia. A nova arte, no entanto, refletia mudanças mais profundas do pensamento, que alteraram permanentemente o mundo cristão. O Renascimento começou a ganhar espaço na Europa durante os séculos XV e XVI. O poeta cristão Petrarca descobrira antigos manuscritos latinos e popularizou o estudo deles. A partir disso, surgiu o humanismo, que buscava estudar os clássicos e aplicar seus princípios à vida. De maneira lenta, mas veemente, começou a ser dada maior ênfase ao homem, à sua habilidade de pensar e às suas ações. Embora o cristianismo ainda exercesse grande impacto sobre o pensamento humano, o mundo foi vagarosamente se distanciando do modo de vida centrado na igreja. Como muitas figuras proeminentes do Renascimento, Michelangelo Buonarroti amealhou conhecimento diversificado. Escreveu maravilhosos poemas e se tornou um artista, escritor e arquiteto talentoso. Sob o patrocínio dos papas Júlio II, Leão X, Clemente VII e Paulo III, criou pinturas e esculturas magníficas, que refletiam o espírito de sua era. Sob Júlio o, Michelangelo aceitou o projeto de pintar a cúpula de uma das capelas particulares do papa, a Capela Sistina. De 1508 a 1512, ele criou os magníficos aíreseos de homens e mulheres de carne e osso, que pareciam ser capazes de assumir vida por iniciativa própria. O realismo com que retratava as histórias bíblicas é estranho à arte medieval. A despeito dos temas espirituais, essas pessoas pareciam mais deste mundo do que do mundo espiritual. Em 1534, Michelangelo voltaria à Capela Sistina para pintar a parede do altar. O Juízo Universal retrata um Cristo vigoroso. Há grandes figuras dos salvos, que se levantam, e dos que estão destinados à queda, que se mostram tristes por serem incapazes de alterar seu fim. Quando o papa Paulo III viu a obra pela primeira vez, orou, atordoado: "Senhor, não imputes a mim o meu pecado quando chegar o Dia do Juízo". Embora provavelmente seja mais conhecido por suas pinturas, Michelangelo não se considerava, fundamentalmente, um pintor. Seu primeiro amor era a escultura, na qual ele se sobressaiu, como podemos observar por sua magnífica estátua do jovem Davi; pela delicada Pietá, que retrata Maria com o filho sacrificado; e pelo justo e irado Moisés. A medida que o homem se tornava cada vez mais o padrão de todas as coisas e do mesmo modo que a Reforma desafiava a autoridade da Igreja Católica, a influência do humanismo aumentava. Contudo, ele começou com os cristãos, e a maior parte dos humanistas permaneceu na fé.
Michelangelo completa a cúpula da Capela Sistina
Quando olhamos para a cúpula da Capela Sistina, imagens humanas maiores do que o tamanho real parecem se projetar para baixo, trazendo à vida, de maneira brilhante, nove cenas do livro do Gênesis, sete profetas hebreus e cinco sibilas, profetisas pagas que supostamente predisseram a vinda do Messias. Logo no primeiro vislumbre dessa obra, é possível verificar que ela é totalmente diferente da arte do mundo medieval. A arte espiritual, mas, muitas vezes, estilizada e irreal da Idade Média, cedeu sua vez a um novo realismo que fazia maior uso da perspectiva e do conhecimento da anatomia. A nova arte, no entanto, refletia mudanças mais profundas do pensamento, que alteraram permanentemente o mundo cristão. O Renascimento começou a ganhar espaço na Europa durante os séculos XV e XVI. O poeta cristão Petrarca descobrira antigos manuscritos latinos e popularizou o estudo deles. A partir disso, surgiu o humanismo, que buscava estudar os clássicos e aplicar seus princípios à vida. De maneira lenta, mas veemente, começou a ser dada maior ênfase ao homem, à sua habilidade de pensar e às suas ações. Embora o cristianismo ainda exercesse grande impacto sobre o pensamento humano, o mundo foi vagarosamente se distanciando do modo de vida centrado na igreja. Como muitas figuras proeminentes do Renascimento, Michelangelo Buonarroti amealhou conhecimento diversificado. Escreveu maravilhosos poemas e se tornou um artista, escritor e arquiteto talentoso. Sob o patrocínio dos papas Júlio II, Leão X, Clemente VII e Paulo III, criou pinturas e esculturas magníficas, que refletiam o espírito de sua era. Sob Júlio o, Michelangelo aceitou o projeto de pintar a cúpula de uma das capelas particulares do papa, a Capela Sistina. De 1508 a 1512, ele criou os magníficos aíreseos de homens e mulheres de carne e osso, que pareciam ser capazes de assumir vida por iniciativa própria. O realismo com que retratava as histórias bíblicas é estranho à arte medieval. A despeito dos temas espirituais, essas pessoas pareciam mais deste mundo do que do mundo espiritual. Em 1534, Michelangelo voltaria à Capela Sistina para pintar a parede do altar. O Juízo Universal retrata um Cristo vigoroso. Há grandes figuras dos salvos, que se levantam, e dos que estão destinados à queda, que se mostram tristes por serem incapazes de alterar seu fim. Quando o papa Paulo III viu a obra pela primeira vez, orou, atordoado: "Senhor, não imputes a mim o meu pecado quando chegar o Dia do Juízo". Embora provavelmente seja mais conhecido por suas pinturas, Michelangelo não se considerava, fundamentalmente, um pintor. Seu primeiro amor era a escultura, na qual ele se sobressaiu, como podemos observar por sua magnífica estátua do jovem Davi; pela delicada Pietá, que retrata Maria com o filho sacrificado; e pelo justo e irado Moisés. A medida que o homem se tornava cada vez mais o padrão de todas as coisas e do mesmo modo que a Reforma desafiava a autoridade da Igreja Católica, a influência do humanismo aumentava. Contudo, ele começou com os cristãos, e a maior parte dos humanistas permaneceu na fé.
Trabalho; Os Mártires Dos apostolos
NACIONAL
BACHARELADO
EM TEOLOGIA
HISTÓRIA
DO CRISTIANISMO
NILTON
MARINHO
APÓSTOLOS MÁRTIRES
SALVADOR
– BA
2016
História
do Cristianismo
Apóstolos ministério destino
local e data de morte.
ü Estevão
ü Felipe
ü Tiago
ü Barnabé
ü Marcos
ü Pedro
ü André
ü Bartolomeu
ü Tomé
ü Mateus
ü Simão
ü Matias
ü João
ü Paulo
de Tarso
ü Judas
Iscariotes
Estevão
·
Destino. Jerusalém Palestina
·
Morte. Apedrejamento
·
Motivo. Blasfémia contra lei de Moises
·
Data. Entre 33 á 40 d.C.
Estevão; Ocorreu na sinagoga chamada de
libertos dos Cireneus, Alexandrinos, Ciliciamos e Asiáticos sábios disputavam
com Estevão, eles mesmo estando em maioria judeus anti-helenistas nega-se a
escutá-lo não podiam argumentar, pois o apostolo falava revestido com
propriedade sabedoria falava de forma clara e objetiva uma precisão guiada pelo
Espirito santo sem margem de dúvidas, os fariseus decidem subornar parte da população para que afirmassem, ter
ouvido palavras de blasfêmia contra a lei de Moises e contra Deus e que o
nazareno Jesus iria destruir aquele lugar e mudar os costumes de Moises, os
anciões e escribas investiram contra ele com falso testemunho o levando ao
sinédrio lançando fora da cidade justificando assim a punição de apedrejamento
contra o apostolo Estevão nosso primeiro dos mártires que adormeceu afirmando
ver os céus abertos e Jesus em pé a direita do trono de Deus clamando pelo
perdão dos pecados de seus executores que em seguida entregaram as vestes de
Estevão aos pés de Saulo oficial do exército romano.
Filipe
·
Destino. Samaria Palestina Grécia e Ásia
Menor
·
Morte. Uma versão diz que foi crucificado e
em seguida apedrejado
·
Motivo. Outra versão morte natural
·
Data. 80 d.C. Hierápolis
Felipe; era de Betsaida
cidade de Pedro e André ele funda uma igreja em Samaria, primeira igreja fora
da Mártires, pela obra de Felipe se converteram Simão mago e o eunuco etíope,
natural de Betsaida cidade de André e Pedro pregador missionário pregou na
Frigia teve seu martírio no ano 80 d.C., aos 87 anos crucificado de cabeça para
baixo em Heirápolis, na época do governo de Domiciano.
Tiago
·
Destino. Jerusalém Samaria
·
Morte. Preso e decapitado
·
Motivo. Por ondem de Herodes Agripa
·
Data. Entre 42 à 44 d.C.
Tiago filho de Zé bedel
irmão de joão – sua morte e relatada no livro de Atos no capitulo 12, por ordem
de Herodes Agripa. Foi preso e decapitado em Jerusalém em meados de 42 e 44
d.C. sendo o primeiro apóstolo a morrer por amor a Cristo.
Barnabé
·
Destino. Antioquia, Chipre
·
Morte. Várias versões, crucificação,
apedrejamento porem a mais provável enforcamento.
·
Motivo. Pregações contrários as leis de
Moises e contra autoridade romana
·
Data. 61 d.C. Salamina (Chipre)
Barnabé; Chegando a Antioquia
regozijou contemplando a graça de Deus ao ver gentios se converterem ao
cristianismo, após ouvirem a pregação de cristãos enviados de Chipre e Cirene
Marcos
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Destino. A Chipre depois afastou se dos
discípulos não por sua morte
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Morte. Sem registros específicos
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Motivo. Pregador do cristianismo
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Data. 68 d.C.
Marcos.
(João) Filho de Maria mulher rica e importante em Jerusalém, escreveu para os
gentios e romanos com traduções em latim, sem enfatizar crenças e convicções judaicas
influenciado pelo apostolo Pedro seu amigo e companheiro em jornadas Foi o apostolo
que recebeu os discípulos após a morte de Jesus em sua casa, seguidor de Pedro
e depois de Paulo de Tarso, pois era como Paulo doutor provavelmente tenha
estudado com Paulo de Tarso.
Pedro
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Destino. Ásia, Roma
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Morte. Crucificado de cabeça para baixo
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Motivo. Pregador do cristianismo
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Data. Entre 64-67 d.C.
Pedro; ( Simão Barjonas)
Percussor no início do ministério apostólico em uma das mais importantes
pregações que levou a conversão imediata de mais de três mil judeus em cristãos
relatados no livro de At. 02 que enfatizava o sacrifício de Jesus no calvário
para uma verdadeira salvação e redenção dos pecados proporcionando assim o
crescimento da igreja até os dias de hoje
após uma visão que lhe orienta a batizar o gentio Cornélio, e outros que
creram assim como Cornélio, confirmando que Deus deu a chance
de arrependimento para a vida também aos gentios através do sangue de
Jesus, Pedro operou milagres e maravilhas segundo a ação do espirito santo
divulgando o ministério dos apóstolos em caminhadas constantes por todos os
cantos do império despertando a ira do
imperador, Nero que o executou em Roma no ano 67 d.C. crucificado de cabeça
para baixo sob sua própria escolha em sinal de humildade, pois não se achava
digno de morrer tal seu mestre Jesus Cristo
André
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Destino. Judeia Etiópia Pérsia
·
Morte. Em uma cruz em forma de x
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Motivo. Pregava o evangelho da salvação e
contra as autoridades governamentais
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Data. 60 d.C.
André; Irmão de Simão Pedro,
por ocasião de sua execução foi a mais longa e até mesmo mais dolorosa e
marcante, após se acoitado por sete soldados que se revessavam pelo castigo ministrado ao mártires no ano 60
d.C., continuou pregando a seus
executores por dois dias em uma cruz em forma de X que prolongava o
martírio enrijecendo toda a musculatura do corpo provocando morte por asfixia,
cruz lembrada com reverencia e respeito
na bandeira da Escócia amarrado nela
proferia palavras de exortação e arrependimento, abençoando seus torturadores
ele pronunciou a seguinte frase “Muito desejei e esperei por essa hora, a cruz
foi consagrada pelo corpo de Cristo pendurado nela”.
Bartolomeu
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Destino. Índia, Síria e Mesopotâmia
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Morte. Por esfolamento
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Motivo. Pregador do cristianismo
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Data. Ano 51, Arménia
Bartolomeu; ou Natanael a
quem Jesus chamou de verdadeiro israelita, em quem não há dolo missionário
evangelista exerceu seu ministério em Anatólia Etiópia, Arménia, Índia e Mesopotâmia,
há duas versões de sua morte primeira esfolado vivo e crucificado de cabeça
para baixo ou açoitado até a morte na Arménia no ano 51 d.C.
Tomé
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Destino. Índia, Síria e Pérsia
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Morte. Apedrejado espancado e a pauladas
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Motivo. Pregador do evangelho
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Data. 62 d.C Mylapore Madrasta Índia.
Tome; Tomé foi a Índia, como
arquiteto para construir um palácio majestoso para o rei Gondofares, porem Tomé
se referia a um palácio celestial então usava todo dinheiro que o rei investiu
na construção do palácio e repartiu com os pobres, com esse fato o rei
encarcerou Tomé pois não cumprir o acordo feito, de contra partido o irmão do
rei Gad morreu e ressuscitou e no seu regresso relatou o palácio celestial que
Tomé estava construindo graças ao rei, tal fato foi tão marcante para ambos que
se converteram ao cristianismo e se batizaram, Tomé consolidou a igreja neste lugar e prosseguiu evangelizando em
outras regiões da Índia até sua morte
Mateus
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Destino. Judeia Etiópia e Pérsia
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Morte. Cravado na terra e decapitado, outra
versão perfurado por uma lança ou espada.
·
Motivo. Pregador do cristianismo
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Data. 72d.C.
Etiópia
Mateus; (Levi) Cobrador de
impostos rejeitado pelo seu povo pois trabalhava para Roma, escritor do
evangelho foi chamado por Jesus iniciando ministério com os apóstolos
edificando o reino dos céus, percorrendo Judeia, Etiópia e Pérsia, operando
milagres e maravilhas em todas as jornadas percorridas.
Foi queimado vivo após
apedrejamento na Etiópia em 72 d.C. como mártires
Simão
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Destino. Mesopotâmia
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Morte. Condenado por Trajano a
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Motivo. Participar do movimento dos zelotes
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Data. Palestina
Simão o Zelote. Uma ordem de
judeus os imitadores tal como Paulo se denomina zeloso e imitador de cristo,
uma revolta armada contra os romanos que provoca a destruição do templo de
Salomão reconstruído por Herodes, o apostolo sofreu o martírio durante o
império de Trajano com aproximadamente 120 anos de idade.
Matias
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Destino. Palestina e Egito
·
Morte. Decapitado
·
Motivo. Pregador do cristianismo
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Data. 62 d.C. Colchis
Matias (Tiago o menor).
Assim também chamado, o evangelista e pregador do ministério missionário na
Palestina e Egito, sofreu martírio em Colchis perto do Mar Negro decapitado no
ano 62 d.C.
João
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Destino. Roma
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Morte. Natural aos cem anos
·
Motivo. Condenado aos 89 anos em um tacho de
cera ou azeite de mira quente (salvou se milagrosamente)
·
Data. 103 d.C. Éfeso (Turquia)
João; Amigo de Jesus
inseparável sempre presente, na hora da prisão, orações e martírio, costumava
reclinar a cabeça sobre os ombros de Jesus confidente e mais próximo,
perseguido e condenado à morte por imersão em óleo de mira quente sobrevive
miraculosamente, depois condenado a passar sua sentença na ilha de Patmos
assim, onde tivera as visões relatadas no livro de revelações (apocalipse) em
que foi arrebatado por um anjo presenciando assim os acontecimentos no dia do
senhor.
Após sua liberdade volta
para Éfeso (Turquia) onde morre de velhice no ano 103 d.C. ente 94 e 100 anos
não e possível precisar sua idade.
Paulo
de Tarso
·
Destino. Ásia, Mesopotâmia, Cicília
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Morte. Decapitado por ser romano
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Motivo. Acusado por Nero de participação
seita que pois fogo em Roma
·
Data. 97 d.C Roma
Paulo de Tarso chamado assim
pelo próprio espirito de Deus em uma visão antes Saulo, recrutado ao ministério
foi o maior percussor e pregador do cristianismo em todo o império Romano. Foi
a julgamento por Pórcio Festo ao rei Agripa e Berenice, pressionados pelos
judeus conservadores tentaram condená–lo a morte se êxito pois não avia
legitimidade perante o império tratava se de um cidadão romano, foi enviado a
Roma no ano de 60 d.C. permanece em Malta por três meses, sempre pregando e
levando o evangelho em toda aparte preso em Roma por participar de uma seita
criminosa que pois fogo em Roma acusação formalizada por Nero no limite de sua
loucura, por dois anos após sua liberdade, volta para Roma acompanhado de Lucas
passa a morar perto do rio Tibre em prisão domiciliar por dois anos, em prisão
domiciliar adquiriu centenas de adeptos convertidos ao cristianismo pregando
por horas na porta de sua casa, foi o apostolo dos gentios ou apostolo das
prisões, seu martírio sucedeu em 97d.C. decapitado em Roma.
Porem antes nos deixou o
legado afirmado em 2ª a Tm. 4;7
“Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé”.
Judas
Iscariotes
·
Destino. Jerusalém
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Morte. Enforcamento
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Motivo. Suicídio
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Data. Após a morte de Cristo Jesus
Judas.
Nascido na Judeia, filho de Simão traidor de Jesus denunciou o mestre por 30
moedas de ouro, são poucos relatos do destino apenas citado na epistola de
Mateus 27; 3-5, e no livro de Atos a sua substituição por Matias.
Seminaristas
§ André
Luís de Oliveira Santos
§ Benjamim
Nobre da Paixão
§ Carlos
Francisco de Santana
§ Eduardo
Dultra da Silva
§ Eliakim
Amorim Oliveira
§ Genilson
Leandro da Silva
§ Gerson
Rocha Santana
§ Givaldo
Leandro da Silva
§ Joedson
Leandro da Silva Santos
§ Joenilson
de Barros Reis
§ José
Robério Oliveira da Silva
§ Marcos
Sérgio Farias Alves
§ Pascoal
Alves de Jesus
Referências
bibliográficas.
Assunto. História dos mártires
Entre séculos, I-a.C. até III-
d.C.
Método. Analítico.
Regra de decodificação
interpretação no sentido e tempo do autor.
Fontes de pesquisa.
Casa publicadora das assembleias de Deus
Rio de Janeiro 1995
Andrade Claudionor Correia de, 1995
Alg. Geografia Bíblica, Rio de Janeiro
1987 CPAD.
De acordo com Phitius (Quaest. Em Amphil,123)
A morte dos apóstolos “Emissários do
Messias”
Salvador,
08 de Março de 2016
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