sexta-feira, 9 de agosto de 2013

DIACONATO

O DIACONATO I. A ORIGEM DO OFÍCIO É perfeitamente certo que temos a origem do diaconato no capítulo sexto de Atos. A palavra "servir" (diakoneo) em Atos 6:2 é exatamente a mesma que se usa para designar o ofício de diácono em 1 Tim. 3:10,13, que é o verbo correspondente para diáconos em Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8,12. Interessante e instrutivo é notar como os primeiros diáconos receberam seu ofício. Foram eleitos pela Igreja. "Os doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram: "não é justo que desamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei, pois, dentre vós, irmãos, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem possais constituir sobre este negócio." (Atos 6:2,3). Os apóstolos investiram os diáconos do seu ofício, ou ordenou-os, como vemos no verso seis, sendo este o significado de "nomear" no verso três; mas os apóstolos não presumiram de os eleger: isto deixaram à igreja. Nem mesmo recomendaram à igreja os que ela devia escolher: deixaram a igreja achar isto do Espírito Santo. Foi isto um assunto excepcionalmente importante, mas os apóstolos não se arreceiaram de o confiar à igreja. É isto um excelente exemplo da democracia das igrejas do Novo Testamento. II. OS DEVERES DESTE OFÍCIO Os primeiros sete diáconos foram escolhidos e ordenados para "servirem às mesas", isto é, distribuir alimento aos necessitados , especialmente as viúvas. Mas do fato de o ofício tornar-se permanente (Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13) e do fato de nenhuma outra igreja além da de Jerusalém, tanto quanto sabemos, ter a comunhão de bens que reclamava o estabelecimento original do ofício, tanto quanto as qualificações dadas em 1 Tim. 3:8-13, inferimos que as obrigações do ofício devem ter passado por expansão. Talvez os diáconos vieram a encarregar-se de todos os negócios seculares da igreja e a ser auxiliares do pastor nos assuntos espirituais. Com tudo, seja-o levado em mente que os diáconos são "servos", segundo o significado do título e não patrões. São para receberem instrução da igreja mais do que ditarem à igreja. São para ajudarem o pastor mais do que dizer-lhe o que deva fazer. Lembrem-se sempre que o ofício é subordinado ao do pastor. O abuso do ofício de diáconos os tem feito inúteis ou pior que inúteis em muitas igrejas. Talvez isto seja porque a devida atenção não tem sido dada às qualidades escrituristicas de diáconos, à qual dirigiremos agora nossa atenção. III. AS QUALIFICAÇÕES DE DIACONOS 1. COMO DADAS EM ATOS 6 (1). Homens de boa reputação Os diáconos são para ser homens de boa reputação em geral. São para ser homens em quem o povo tenha a máxima confiança. Sem duvida, primeiro que tudo, seriam homens que são escrupulosamente honestos; homens que possam ser acreditados. (2). Cheios do Espírito O Espírito Santo está em todo crente (João 7:38,39; Rom. 8:9,14; 1 Cor. 6:19; Gal. 4:6; Efe. 1:13). Ele é recebido ao tempo em que somos salvos e depois habita conosco para sempre. Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos tudo dEle, porque Ele é uma pessoa e, portanto, indivisível. A doutrina que o Espírito é recebido depois da conversão, como foi o caso com os crentes no dia de Pentecostes, não é uma doutrina escrituristica. Não pode haver mais uma repetição do Pentecostes do que haver uma repetição do Calvário. Todas as obras da graça são definidas e aqueles que ainda estão falando sobre a segunda devem ser lamentados. Os que estão verdadeiramente salvos receberam inumeráveis obras de graça definidas. Gente que não tem em si o Espírito Santo habitando não precisa buscar a segunda benção; ainda não receberam a primeira. Ainda que gente salva tenha o Espírito nela, não estão todos cheios dEle. Ela tem tudo dEle, mas Ele não tem tudo dela. A necessidade não é que ela deve buscar o Espírito, mas que ela deve render-se ao Espírito já nela, de maneira que Ele a achará com Sua presença e poder. DEle é uma presença expansiva e Ele enche tanto de nós, e somente tanto de nós como não está cheio de algo mais. Se é para o Espírito encher-nos, devemos esvaziar-nos do eu e do mundo. É somente de homens que fizeram completa rendição ao Espírito que devemos fazer diáconos. (3). E de sabedoria Os diáconos são para ser homens de discernimento e perícia. A sabedoria aqui mencionada não é sabedoria humana, mas aquela que vem de cima (Tiago 1:5, 3:17). "Senso comum santificado" é perjúrio forense. Não há tal coisa. O senso comum é o pensar comum do homem. E o pensar comum do homem é o pensar da mente carnal. E a mente carnal é inimiga contra Deus (Rom. 8:7). Logo, alguém podia do mesmo modo falar sobre inimizade santificada contra Deus como falar de senso comum santificado. A estima de Deus pelo senso humano achar-se-á em Tia. 3:15. Muito dano resulta de se experimentar levar avante os negócios de Deus segundo a maneira dos negócios seculares. Tiago 1:5 fala como conseguir a sabedoria necessária e um diácono. 2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3 (1). Grave Isto quer dizer que os diáconos são para ser dignificados, de mente séria e livres de leviandade e frivolidade. Não quer dizer que são para ser soturnos e caras compridas. (2). Não dúplices Isto quer dizer que os diáconos não são para ser homens que falem de um gentio a uma pessoa e doutro modo à outra. Os diáconos são para serem homens cuja palavra possa ser crida. (3). Não dados a muito vinho Nos tempos do Novo testamento as bebidas alcoólicas não foram abusadas como são hoje; portanto, não eram absolutamente proibidas. Só o abuso delas era proibido. Mas hoje elas têm sido sujeitas a um tal abuso que é bom a todos os crentes, especialmente pastores e diáconos, abster-se totalmente mesmo de vinho, exceto para fins médicos e sagrados. (4). Não cobiçoso de torpe ganância Um diácono não deve ser um homem que tenha amor regrado pelo dinheiro. Se ele for, ele provavelmente desviará fundos a ele confiados. Grande tem sido a vergonha trazida às igrejas por causa de homens gulosos de torpe ganância abonados com dinheiro da igreja. (5). Retendo o ministério de fé numa pura consciência Os diáconos deveriam ser sãos na fé. Não são ensinadores oficiais, mas terão muita necessidade de testemunho privado. Nada senão um batista ortodoxo devera ser eleito diácono. Quem crê que uma igreja é só tão boa como outra, ou um que pelo menos está gafado de modernismo ou arminianismo, ou um que nega qualquer verdade fundamental da Bíblia não está apto para ser diácono. O diácono é para sustentar a fé numa pura consciência - alguém que tenha sido purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo Espírito Santo. Semelhante consciência estará livre de vil egoísmo e hipocrisia e será regulado por devoção e sinceridade. (6). Sejam estes também primeiro provados Como com os bispos, assim com os diáconos ; sobre nenhum homem imporíamos mãos repentinas ou apressadamente (1 Tim. 5:22). E como um bispo, um diácono não deveria ser um noviço, ou um vindo de fresco à fé (1 Tim. 3:6). Não deveríamos eleger homens como diáconos só para honrá-los, nem por serem influentes ou ricos, mas somente quando se provaram na posse de qualificações escrituristicas. (7). Suas esposas devem ser graves, não aleivosas, sóbrias, fiéis em tudo. Contendem alguns que aqui são referidas diaconisas. E enquanto esta idéia pareça ter algumas coisas em seu favor, todavia a consideramos longe de ficar estabelecida. Notemos os argumentos costumeiros dados como prova que a referência aqui é a diaconisas: A. Afirma-se que um tal oficio existiu em algumas igrejas do Novo Testamento ao menos, desde que Febe é chamada uma "diakonos" (Rom. 16:1). Mas "diakonos" aparece em muitos outros logares em que não se quer significar o ofício de diácono. Vide 2 Cor. 2:6, 11:22; Efe. 3:7, 6:21; Col. 1:7,23,25; 1 Tess. 3:2; 1 Tim. 4:6, onde "diáconos" está traduzido por "ministro". Esta palavra e suas formas cognatas aparecem em muitos outros logares semelhantes ao acima também. Em vista disto, temos certamente um fundamento muito leve para o ofício de uma diaconisa só porque "diáconos" está uma vez aplicado a uma mulher. É perfeitamente evidente que Febe, por sua energia e sua riqueza, fora uma "socorredora de muitos" e do apóstolo Paulo também (Rom. 16:1); portanto, ela foi chamada uma "diácono", ou uma que ministra a necessidade de outros. Não há prova de que ela serviu oficialmente nesta capacidade. B. Supõe-se também, que as mulheres mencionadas em Fil. 4:3 eram diaconisas. Mas aqui há menos evidência para o ofício do que no caso anterior. Não se dá aqui o mais leve indício que essas mulheres foram diaconisas. Houve algumas mulheres que assistiram a Cristo no Seu trabalho; maravilha se elas também foram diaconisas? C. Arque-se que um tal ofício existiu nas igrejas post - apostólicas. Mas muitas coisas existiram na maioria das igrejas post - apostólicas que não foram de instituição divina. D. Diz-se que o "grego não tem "suas esposas", mas simplesmente mulheres, sem artigo ou pronome, e é, portanto, devidamente vertido, não "suas esposas", mas mulheres e, neste contexto, diáconos femininas" (H. H. Harvey). Verdade é que o grego não diz expressamente "suas esposas", e, enquanto a palavra para "esposas" é uma palavra que signifique simplesmente "mulheres", contudo é a única palavra em o Novo Testamento para esposas, e é, portanto, a palavra que seria usada para denotar esposas. O pronome possessivo é facilmente entendido desde que diáconos estão sob discussão. Quanto à omissão do artigo, não é isso significante, pois não há artigo antes de diáconos no verso 8. E quando lemos no verso seguinte que o diácono é para ser marido de uma esposa, acrescenta força à idéia que as esposas de diáconos se intencionam no verso 11. E. Arque-se que não há razão para definirem-se as qualificações das esposas de diáconos enquanto que nada se diz das esposas de bispos. Não há razão para limitar "suas esposas" às esposas de diáconos. Cremos que se refere tanto às esposas de diáconos como também as de bispos. Semelhante interpretação nada tem a ver contra. E cremos que é correta. (8). Sejam os diáconos os maridos de uma esposa, governando bem seus próprios filhos e suas próprias casas. Um diácono deve ter uma só esposa viva. Deve ter seus filhos em sujeição. Uma das maiores necessidades práticas deste tempo é um revivamento da autoridade paterna dos velhos tempos. A autoridade frouxa, se autoridade de fato pode ser chamada, na média dos lares cristãos hoje, é uma vergonha e uma desgraça. Não admira que a geração mais jovem é conspícua pela sua ausência aos cultos na maioria dos logares. São criados a ter seu próprio caminho e não segundo seu próprio caminho ir a igreja. Muitos filhos hoje, na maior parte, obedecem quando lhes apraz. O diácono é para GOVERNAR seus filhos e não para deixar que seus filhos o governem. E o diácono é para ser o cabeça de sua casa, porque a Escritura não só especifica que é para ele governar seus filhos senão também toda a sua casa. O plano divino é para o marido ser o cabeça do lar. Quando o homem é um cristão, e isto é reconhecido, o lar será o mais feliz dos lares. Se o homem não é cristão e a mulher é, então terá ela de fazer o melhor que puder. Se ela era cristã quando casou com ele, ela violou a Palavra de Deus (2 Cor. 6:14), e deve fazer o melhor que puder do castigo que receberá. Tem-se dito e bem verdadeiramente, se uma mulher casa com um filho do diabo, ela pode esperar ter barulho com o seu sogro. IV. A RECOMPENSA TEMPORAL DE UM DIACONO O verso 13 dá-nos a recompensa de um diácono. Se ele bem servir como um diácono, ele adquire um bom grau e grande ousadia na fé. O Novo Testamento retrata o diaconato como um ofício exaltado, que tem sido muito degradado por causa de nossa falha em respeitar as qualificações exaradas na Escritura e por nossa alteração da obra de diáconos para assentar as nossas próprias noções.

ESCATOLOGIA(2)

O PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO Já vimos que a segunda vinda de Cristo consiste de duas fases e que estas duas fases devem ser separadas por um período de tempo. O autor apresentou sua crença em que este período de tempo será o tempo da futura grande tribulação. Suas razões para esta crença aparecerão no curso deste capítulo. Deveremos estudar este período sob as seguintes epígrafes: I. AS PASSAGENS QUE DESCREVEM ESTE PERÍODO A primeira passagem que desejamos observar é Mat. 24:21,22 e reza como segue: "E haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver; e, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias". Que estas palavras não podem ser totalmente referidas aos sofrimentos dos judeus ao tempo do sítio e destruição de Jerusalém por Tito, A. D. 70, está mostrado nos versos 29 a 31. Estes versos nos contam que imediatamente após a tribulação desses dias Cristo virá em poder e grande glória. Isto claramente se refere à segunda fase da vinda de Cristo. Nada do que atendeu ou resultou da destruição de Jerusalém pode satisfazer completamente a estes versos. Verdade é que, segundo o v. 34, a destruição de Jerusalém causou ou um cumprimento espiritual ou típico de tudo que está predito nesta parte do discurso. A destruição de Jerusalém vibrou o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder, como Jesus predissera (Mar.9:1; Mat. 16:28; Luc. 9:27). Foi isto um cumprimento espiritual de tudo quanto Cristo disse sobre Sua vinda neste capítulo. E o sítio de Jerusalém (A. D. 70) trouxe um cumprimento típico de tudo quanto Ele disse sobre Jerusalém neste capítulo. Mas o cumprimento literal daquilo que Cristo disse sobre Sua segunda vinda e o antítipo do cerco de Jerusalém ainda estão para vir. Nenhum crente na inspiração verbal pode achar na destruição de Jerusalém uma satisfação perfeita e completa da profecia deste capítulo. Sua referência final deve ser ao cerco final de Jerusalém na batalha de Armagedão (Apoc. 16:13-21; 19:11-21; Zac. 12:2-9; 14:1-7, 21-25 ), e a vinda pessoal e corporal do Senhor, como prometida em Atos 1:11. Mas em Apoc. 6 a 19 cremos ter uma descrição muito mais extensa e pormenorizada deste período. Tomamos estes capítulos como descritivos deste período pelas duas razões seguintes: 1. COMO VIMOS NO ÚLTIMO CAPÍTULO, TEMOS NO CAPÍTULO SÉTIMO A SELAGEM DOS SERVOS DE DEUS NA TESTA E SOMENTE OS JUDEUS SÃO SELADOS Isto mostra que todos os crentes gentios (e prévios crentes judaicos) foram arrebatados da terra e, portanto, que o rapto dos santos (que ocorrerá na primeira fase da vinda de Cristo ? 1 Tess. 4:15-17) já teve logar. Então a segunda fase da vinda de Cristo está claramente retratada em Apoc. 19:11-12. Portanto, tomamos a seção mediante do livro como descrevendo o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo e relacionamos o capítulo seis com este período porque consideramos os cavaleiros dos quatro cavalos (6:2-8) os mesmos como os quatro anjos (7:13) cuja obra está restringida até depois da selagem dos servos de Deus. 2. ENTÃO EM APOC. 7:14 TEMOS UMA REFERÊNCIA AO PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO COMO ESTANDO EM PROGRESSO. Apoc. 7:14 reza: "Estes são os que saem da grande tribulação e lavaram os seus vestidos e os fizeram brancos no sangue do Cordeiro". Estas palavras foram faladas da multidão inumerável do v. 9. O original aqui é muito enfático. Diz literalmente: "Estes são os que estão saindo de tribulação, a grande". Não é só de tribulação em geral que se fala aqui: é uma tribulação definita e particular, a saber, a grande. O particípio presente neste verso, "estão saindo" mostra que a grande tribulação está em progresso. Assim assinamos esta seção do livro ao período da grande tribulação. II. A DURAÇÃO DESTE PERÍODO Nossa convicção é que este período será de sete anos em duração. Sustentamos esta convicção porque o tempo combinado de profetizar das duas testemunhas (Apoc. 11:3) e a carreira da besta (Apoc. 13:5) é, aproximadamente, de sete anos. Notai que as testemunhas devem profetizar por "mil duzentos e sessenta dias" (aproximadamente três anos e meio); então é para a besta levantar-se e matá-los (Apoc. 11:7) e continuar "quarenta e dois meses" (Apoc. 13:5). Nossa opinião é que as testemunhas principiarão a testificar logo depois do rapto e, desde que a besta deve ser destruída quando Cristo vier para julgar e guerrear (Apoc. 19:11-21; 2 Tess. 2:8), concluímos que a duração do período mediante é para se achar pelo método supra. Notar-se-á que tomará os mil, duzentos, e sessenta dias, com os quarenta e dois meses, literalmente. Fazemos isto em harmonia com a regra mencionada no nosso último capítulo. Não achamos razão para tomá-lo diferente quer nas passagens mesmas, ou no seu contexto, ou em qualquer outra passagem. Também sustentamos ser a grande tribulação de sete anos de duração porque a consideramos como sendo a semana de setenta semanas de Daniel (Dan. 9:27). III. OS HORRORES DESTE PERÍODO Este período é para ser o "dia" da ira de Deus. Durante este período o Deus, a quem pertence à vingança, vingar-se-á do tratamento que este mundo dispensou ao Seu Filho e aos Seus santos. Ele vingará completamente Seus eleitos (Luc. 18:7; Apoc. 6:9,10). Ele derramará os vasos de Sua ira até as últimas fezes amargas sobre esta terra amaldiçoada de pecado e entenebrecida pelo diabo. A terra será arrancada do diabo e o seu povo dado ao povo de Deus (Mat. 5:5). IV. SALVAR-SE-Á ALGUÉM DURANTE ESTE PERÍODO? É isto questão muito controvertida, mas nós inhesitantemente damos uma resposta afirmativa como opinião nossa. No capítulo onze, como já vimos, temos a menção das duas testemunhas de Deus. Como já afirmamos que cremos que estas duas testemunhas profetizarão durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo, cremos que elas pregarão o Evangelho e anunciarão o reino milenial, tanto como Cristo e os apóstolos pregaram o Evangelho e anunciaram o reino espiritual (o reino de Deus) e a fase temporal do reino do céu. Não podemos pensar em nenhuma outra mensagem que Deus teria para o mundo durante este período. E sustentamos que o cento e quarenta e quatro mil judeus de Apoc. 7 serão salvos imediatamente depois do princípio da grande tribulação. Então, por causa do tempo presente no v. 14, consideramos a multidão em Apoc. 7:9-17 como contendo alguns que são salvos durante este período, e que, tendo sido martirizados ou doutra maneira falecidos, são imediatamente arrebatados ao céu, um tanto segundo a mesma maneira como as duas testemunhas em Apoc. 11:7-12. Também tomamos as ovelhas no julgamento das nações (Mat. 24:31-46) como o povo que creu e foi salvo durante este período. Pode ser perguntado como o povo será salvo durante este período. Respondemos que serão salvos exatamente do mesmo modo como todos os outros o foram. Deus nunca teve e jamais terá senão um modo de salvação. Esse um modo é pela graça através da fé. "Mas", pode alguém dizer, "como pode alguém salvar-se depois que o Espírito Santo foi tirado do mundo?" A resposta é que serão salvos justamente como foram antes do dia de Pentecostes. Durante o período da grande tribulação o Espírito Santo terá acesso ao mundo tanto como Ele teve antes do dia de Pentecostes.

ESCATOLOGIA

EV.ROBÉRIO oLIVEIRA AS DUAS FASES DA VINDA DE CRISTO No capítulo precedente frisamos que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases. Também frisamos sucintamente alguns contrastes. Neste capítulo é para discutirmos esta matéria mais amplamente. Consideramos o fato das duas fases da vida de Cristo como a chave que é necessária para destrancar o sentido de muitas passagens da Escritura. Sem um reconhecimento deste fato as passagens que tratam deste grande evento são confusas. I. AS DUAS FASES CONTRASTADAS 1. A primeira fase será no ar (1 Tess. 4:15-17); a segunda será para ser na terra (Zac. 14:4). 2. A primeira fase de Sua vinda será para o Seu povo (Mat. 25:6-10; João 14:2); a segunda fase será com o Seu povo (Judas 14; Apoc. 17:14). 3. A primeira fase será Sua vinda como um noivo (Mat. 25:6-10); a segunda fase será Sua vinda como um rei para julgar e reinar (Sal. 96:13; Zac. 14:9; Mat. 25:31; Apoc. 19:15; 20:4). 4. Na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios (Mat. 25:6-10; 1 Tess. 4:15,17); na segunda fase os ímpios serão tirados dentre os justos (Mat. 13:40-42). 5. Na primeira fase os justos na terra encontrarão o Senhor no ar para irem para o céu com Ele (1 Tess. 4:17; João 14:2); na segunda fase eles simplesmente entram no reino aqui na terra (Mat. 13:43; 25:34). 6. Na primeira fase os incrédulos são meramente deixados na terra (Mat. 25:10-12); na segunda fase eles são destruídos e lançados no fogo eterno (Mat. 25:41,46). 7. Em conexão com a primeira fase haverá uma ressurreição dos justos (1 Tess. 4:15-17); em conexão com a segunda fase não haverá ressurreição específica (Mat. 25:31-46). 8. A primeira fase está sempre iminente (Marcos 13:35,36; Tiago 5:8; Apoc. 22:12); a segunda fase é para ser precedida de certas coisas definitas (Mat. 24:14-29; 2 Tess. 2:1-8). II. AS DUAS FASES SEPARADAS QUANTO AO TEMPO Mesmo uma consideração casual dos contrastes antecedentes mostra que as duas fases da vinda de Cristo não podem ocorrer simultaneamente ou em conexão aproximada. Mas notai estas evidências específicas que um período de tempo intervirá entre elas: 1. Desde que na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios e na segunda os ímpios serão tirados dentre os justos (vide § 4 acima), é impossível que as duas fases ocorram em conexão aproximada. Todos os justos serão retirados na primeira fase; logo, deve haver tempo suficiente entre a primeira e a segunda fase para alguém ser salvo. 2. Desde que na primeira fase de Cristo é para receber os Seus discípulos nas "muitas mansões" preparadas para eles no céu (João 14:2) e na segunda fase os justos na terra são para entrarem no reino sobre a terra (vide § 5 acima), é outra vez impossível que ambas as fases ocorram em conexão aproximada. Os que entram no reino na segunda fase devem ser salvos na primeira fase. 3. Desde que a primeira fase ocorra em qualquer tempo (tanto quanto o homem sabe) e a segunda fase deve ser precedida de eventos específicos (vide § 8 acima), elas não podem ocorrer em conexão aproximada. Uma é iminente, a outra não. Logo, uma deve estar bem longe da outra. 4. Deve haver tempo suficiente entre as duas fases para que o "Homem do Pecado" (2 Tess. 2:3) seja revelado e corra o seu curso. Ele não pode ser revelado até que o empecilho será removido do caminho (2 Tess. 2:6,7). O empecilho é o Espírito Santo residindo em toda a pessoa salva (1 Cor. 6:19). Que o Espírito Santo é o empecilho está provado pelo pronome pessoal que a Ele se aplica e também de duas maneiras pelo processo de eliminação. A única outra teoria digna de se considerar, e que tem sido adiantada, é que o governo romano era o empecilho; mas o governo romano foi tirado do caminho há uns quinze séculos e o "Homem do Pecado" ainda não foi revelado. Mas ainda, o governo romano não podia impedir a revelação de semelhante ser, como ele é representado, mas antes contribuiria para sua revelação. A remoção do caminho do Espírito Santo realizar-se-á quando Cristo tirar o Seu povo da terra, que será na primeira fase de Sua vinda. Tempo suficiente deve transcorrer, portanto, entre a primeira e a segunda fase para este monstro correr seu curso, porquanto ele é para ser destruído na segunda fase (2 Tess. 2:8). 5. Também deve haver tempo suficiente entre as duas fases para todos os eventos recordados em Apoc. 7 a 19. Esta seção da Escritura devera incluir o capítulo seis também, sem dúvida, mas podemos estar certos de que ela deve começar com o capítulo sete, pois que no capítulo sete temos a selagem dos servos de Deus na terra e só os judeus são selados. Isto mostra que a primeira fase da vinda de Cristo já teve logar; porque, doutra maneira, certamente estariam alguns gentios servos de Deus na terra. Os cento e quatro mil judeus mencionados como sendo selados neste capítulo são evidentemente aqueles que serão salvos imediatamente depois do aparecimento de Cristo no ar. E então, para confirmar esta idéia seguindo-se imediatamente o relato da selagem desses judeus, temos a multidão inumerável no céu (Apoc. 7:9). Estes, manifestamente, são aqueles que foram levantados da terra no aparecimento de Cristo no ar. Então a segunda fase da vinda de Cristo não aparece até atingirmos o capítulo 19 e há toda evidência de uma ordem cronológica geral. Assim os eventos dos capítulos do meio são para terem logar durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo. Nossos oponentes escarnecem da idéia de um período de tempo entre as duas fases da vinda de Cristo. Dizem que ensinamos que haverá duas vindas em vez de uma. Podem chamá-la o que quiserem. O Novo Testamento fala só de uma vinda, mas claramente revela que esta uma vinda consistirá de duas fases, separadas por um período de tempo. Preferimos crer o que ele ensina, desatendendo as perversões deles. III. A PRIMEIRA FASE DA VINDA DE CRISTO É IMINENTE Mostramos agora que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases e que estas fases são para se separarem por um período de tempo. Aqui nos encarregamos de provar que a primeira fase de Sua vinda é iminente. Notai que não estamos tentando provar que a vinda de Cristo para o julgamento e o reino é iminente. Tanto quanto sabemos, todas as profecias não cumpridas referentes a esta época (e há muitas), sem violência a elas ou a quaisquer outras Escrituras, podem ser cumpridas no ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo; mas não sabemos de nenhuma profecia que se deva cumprir antes de Cristo vir para Sua noiva. Webster define a palavra iminente como significando "ameaçando de ocorrer imediatamente; à mão; impendente". Sustentamos que este é exatamente o modo que Deus ensinou na Sua Palavra, que os crentes deveriam considerar a vinda do seu Senhor para recebê-los para Si mesmo. A Escritura ensina que este evento está sempre "à mão" e que os crentes, portanto, deveriam estar sempre na atitude de vigilante expectativa. Notai as seguintes passagens: 1. Marcos 13:35,36 ? "Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem, se à tarde, se à meia noite, se ao cantar do galo, se pela, manhã, para que não venha de improviso e vos ache dormindo." Thayer diz que o sentido de vigiar, nesta e parecidas passagens, é tomar cuidado, "sob a pena de por negligencia e indolência alguma calamidade destrutiva assaltar alguém." . Pode haver qualquer razão consciente para vigiar para um evento, a menos que, tanto quanto sabemos, aconteça agora?. 2. Tiago 5:8 ? "Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor apropinqua-se". A palavra grega para "está próxima" está no tempo mais que perfeito e quer dizer, segundo Thayer, "chegou perto, está à mão". Uma forma parecida da mesma palavra está dito por Thayer era usada "concernente coisas iminentes e prestes a acontecer". O verbo na passagem acima está traduzido "está a mão" nove vezes na versão do Rei Tiago. Mat. 26:46 fornece um bom exemplo do seu uso. 3. Apocalipse 22:12 ? "Eis que venho presto e o meu galardão está comigo para dar a todo homem segundo for sua obra". A palavra na passagem para rapidamente não significa repentinamente, como alguns a teriam, mas quer dizer "destro, expeditamente, sem demora" (Thayer). Boas mostras do seu uso podem ser achadas em Mat. 5:25; 28:7,8; Marc. 16:8; João 11:29. Na passagem supra à vinda de Cristo está falada como Deus a vê: mil anos são como um dia com Deus (1 Ped. 3:8). E está assim representada que o tempo dela pode ser incerto a crentes. Tanto quanto eles sabem, ela pode ocorrer a qualquer momento; logo, para eles é sempre iminente. Muitas passagens mostram o valor prático de uma crença na vinda iminente de Cristo. Proeminente entre elas está Tiago 5:8, como dada acima. Esta passagem mostra que uma crença na vinda de Cristo é um incentivo à paciência e fortaleza no meio de sofrimento e aflições.