quarta-feira, 4 de setembro de 2013

EV.ROBÉRIO OLIVEIRAOS APOSTOLOS)

A Palavra Final de Deus (Um Estudo da História da Revelação Divina) Pastor Ron Crisp 2007 Capítulo II - Os Apóstolos de Cristo Jesus Cristo é a palavra final de Deus. Qual então foi o propósito dos apóstolos[1] no plano de revelação especial de Deus? Visto que a vinda de Cristo foi um evento histórico, não poderia ser dito que eles foram as testemunhas, os historiadores, os expositores, bem como os divulgadores daquele evento? Através deles, o registro da palavra final de Deus foi transmitido a nós: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida. (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.” I João 1:1-3 “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?” Hebreus 2:3-4 Note como Cristo, em sua oração sacerdotal, liga a fé de gerações vindouras à obra dos apóstolos: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste”. João 17.6-8 “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;” João 17:20 Podemos ainda enfatizar mais a natureza da obra apostólica mostrando que eles eram o elo entre o nosso Senhor Jesus: (o Verbo encarnado) e o Novo Testamento: a porção final da palavra de Deus escrita. Os 27 livros do Novo Testamento ou foram escritos pelos apóstolos ou por homens sob influência deles. O Novo Testamento é o relato escrito-inspirado da palavra final de Deus. Não é novidade então que as crenças dos Cristãos sejam descritas em Atos 2:42 como sendo a “doutrina dos apóstolos”. Todas as igrejas neotestamentárias são fundamentadas no ensino deles. “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” Efésios 2:20 A natureza alicerçadora do trabalho deles é enfatizada na visão que João teve da Nova Jerusalém. “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” Apocalipse 21:14 Tendo essa posição importantíssima, aos apóstolos foram dadas qualificações especiais. Deus os equipou completamente para o seu trabalho. Em primeiro lugar, temos garantia de que eles foram testemunhas oculares de Cristo Jesus. “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” I João 1:1 “Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor?” I Coríntios 9:1 “E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.” João 15:27 “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade.” II Pedro 1:16 Pedro foi específico acerca dessa qualidade quando buscavam um substituto para Judas. “É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.” Atos 1:21-22 Em segundo lugar, os apóstolos receberam sua mensagem diretamente de Cristo. Diferentemente dos pregadores nas gerações subsequentes, eles não dependiam do testemunho ou do ensino de outros. Paulo fez a defesa de seu apostolado quando atacado na Galácia. “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” Gálatas 1:11-12 Em terceiro lugar, como instrumentos de revelação inspirados, eles foram credenciados por sua habilidade de realizar sinais. Isto pode ser chamado de “credenciais apostólicas”. “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.” Mateus 10:1 “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?” Hebreus 2:3-4 “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.” II Coríntios 12:12 Em quarto lugar, como testemunhas e historiadores da maior revelação final da parte de Deus, foi prometida a eles a infalibilidade de memória. “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” João 14:26 Podemos confiar na exatidão do registro do Novo Testamento. Em último lugar, como expositores e intérpretes da palavra final de Deus, foi a eles prometido entendimento pleno. “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;” João 16:13 Durante a jornada terrena de Cristo Jesus, os apóstolos normalmente estavam limitados em sua compreensão de questões espirituais. Tudo isso mudou com a vinda do Espírito no dia de Pentecostes. Eles foram guiados em toda a verdade. Note que o Novo Testamento é o depósito inspirado dessa “verdade”. Sua existência é o cumprimento das promessas de Cristo feitas aos apóstolos. Neste ponto, vamos dar explicação maior de um assunto já levemente mencionado. Tudo aquilo que os apóstolos ensinaram e registraram no Novo Testamento teve suas raízes nas palavras e na obra de Cristo. Ele, e não os apóstolos, foi a palavra final de Deus. O Espírito não veio para revelar coisas novas às suas mentes, mas para lembrá-los do que Cristo havia ensinado e feito. Não foram coisas novas, mas aquelas coisas sobre as quais eles foram iluminados a entender. “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.” João 15:26 “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” João 16:13-15 O leitor é encorajado a considerar quão fundamental são as palavras e a obra de Cristo na mensagem apostólica. Medite como as doutrinas do Novo Testamento têm suas origens nas palavras de Cristo. Para que isso seja enfatizado, repetiremos o que foi anteriormente dito: “O ensino de Cristo é a essência de toda a verdade do Novo Testamento; o botão a partir do qual a flor da exposição apostólica desabrochou”. Que Deus nos ajude a compreendermos a importância e a finalização dos trabalhos apostólicos. Negar a inspiração e a autoridade apostólicas é perder o relato de Cristo, nosso Senhor. Ir além dos apóstolos em nossa busca pela verdade é ir além de Cristo. A verdade sobre Jesus é a “doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42). Foi dito que a “fé” ou o “corpo da doutrina cristã” foi “uma vez dada”, porque foi transmitida pelos apóstolos em uma geração. “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” Judas 3 Sem os apóstolos, nós nunca teríamos ouvido a palavra final de Deus! -------------------------------------------------------------------------------- [1] Em nosso estudo, estaremos nos referindo exclusivamente aos Apóstolos de Cristo. A palavra grega traduzida “apóstolo” (‘apostolos’, #652, Strong’s) é também usada em um sentido mais geral no Novo Testamento. Em II Coríntios 8:23, a palavra é traduzida “embaixadores” e se refere a homens que eram enviados a representar igrejas individuais. As palavras gregas traduzidas por “presbítero” ou “diácono” são exemplos de outras palavras usadas tanto em sentido oficial como geral.

EV.ROBÉRIO OLIVEIRA(O ESPIRITO SANTO)

Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica O ESPÍRITO SANTO "Há muita confusão e erro correntes neste dia a respeito da personalidade, operações e manifestações do Espírito Santo. Eruditos conscientes mas extraviados têm sustentado idéias errôneas sobre esta doutrina. É vital a fé de todo cristão que o ensino escriturístico dela seja visto na sua verdadeira luz e sustentada nas suas corretas proporções" (Bancroft, Elemental Theology). I. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO "Ao atribuir personalidade ao Espírito pensamos que Ele não é uma energia impessoal, uma abstração, uma influencia, ou emanação. Ele é uma inteligência auto-cônscia, autodeterminada, voluntária, sensiente. Pode-se dizer que a personalidade existe onde se encontrem unidas numa combinação singular inteligência, emoção a volição, ou senso comum e autodeterminação" (Bancroft, Elemental Theology). Que o Espírito é uma pessoa, está provado: 1. A MENÇÃO DELE JUNTAMENTE COM OUTROS MEMBROS DA TRINDADE. Mateus 28:19; 2 Coríntios 13:14 2. SUA ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS PESSOAS EM PARENTESCO PESSOAL. Atos 15:28 3. A ATRIBUIÇÃO A ELE DE EMOÇÃO E VOLIÇÃO. 1 Coríntios 12:11; Efésios 4:30 4. ATRIBUIÇÃO A ELE DE ATOS PESSOAIS. (1) Ele sonda as coisas profundas de Deus. 1 Coríntios 2:10 (2) Ele fala. Mat 10:20; Atos 10:19,20; 13:2; Apocalipse 2:7. Vide também passagens sob a inspiração em que se diz que o Espírito falou pelos profetas e outros escritores da Escritura. (3) Ele ensina. Lucas 12:12; João 14:26; 1 Coríntios 2:13 (4) Ele conduz e guia. João 16:13; Romanos 8:14 (5) Ele intercede. Romanos 8:26 (6) Ele dispensa dons. 1 Coríntios 12:7-11 (7) Ele chama homens para o serviço. Atos 13:2; 20:28 5. A REPRESENTAÇÃO DELE COMO SENDO AFETADO COMO UMA PESSOA PELOS ATOS DE OUTREM. (1) Ele pode ser rebelado contra, incomodado e entristecido. Isaías 63:10; Efésios 4:30 (2) Ele pode ser blasfemado. Mateus 12:31 (3) Ele pode ser mentido (enganado). Atos 5:3 6. O USO DO PRONOME MASCULINO EM REFERENCIA A ELE. Em João 16:13, só o pronome masculino se aplica ao Espírito sete vezes. É isto muito significativo desde que a palavra grega correspondente a "espírito" (pneuma) é neutra. Vemos assim que a idéia da personalidade do Espírito é tão forte que na passagem supra ela tem precedência sobre a ordem gramatical. Em Romanos 8:16,26, numa construção mais próxima, prevalece a ordem gramatical, mas isto não anula a significação de na outra passagem arredar-se a ordem gramatical. 7. A APLICAÇÃO DO NOME MASCULINO "PARAKLETOS" AO ESPÍRITO. "O nome "parakletos"... não pode ... ser traduzido por "conforto", ou ser tomado como nome de qualquer influencia abstrata. O Confortador, Instrutor, Protetor, Guia, Advogado, que este termo traz perante nós, deve ser uma pessoa" (Strong, Systematic Theology). "Parakletos" é a palavra grega para "Consolador" em João 14:26; 15:26; 16:7. II. A RELAÇÃO DE PENTECOSTES COM O ESPÍRITO SANTO 1. ESPÍRITO SANTO JÁ EXISTIA ANTES DO PENTECOSTES. Gênesis 1:2; Neemias 9:20; Salmos 51:11; Isaías 63:10; 2 Pedro 1:21. Temos visto que o Espírito Santo, como um membro da Trindade, é co-eterno com o Pai. 2. ELE TEVE ACESSO À TERRA E OPEROU NO HOMEM ANTES DO PENTECOSTES. Vide todas as passagens imediatamente antes que seguem a primeira passagem. 3. ELE VEIO NO DIA DE PENTECOSTES NUMA CAPACIDADE ESPECIAL. Isto explica os significados da promessa de Cristo de mandar o Espírito. Esta capacidade especial foi: (1) Talvez como o antítipo da Shequína. Números 9:15-22; 2 Crônicas 7:1-3. A Shequína, no caso de tabernáculo, foi para liderança e, no caso do templo foi um símbolo de propriedade e possessão. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes significou ambas as coisas à igreja. (2) Em cumprimento de profecia e promessa. Joel 2:28; Mateus 3:11. Não sustentamos, todavia, que o dia de Pentecostes marcou o cumprimento completo e ultimado da profecia de Joel. Este dia viu somente um cumprimento parcial e espiritual dessa profecia. Efetivamente, as palavras de Pedro precisam ser entendidas como significando não mais além que a coisa ora testemunhada nesse dia era a mesma em espécie como aquela da qual Joel predissera. O cumprimento literal, ultimado e completo de Joel 2:28-32 virá com a conversão da nação judaica na segunda vinda de Cristo. Vide Zacarias 12:9-11; 13:8,9; Romanos 11:26. (3) Autorizar a igreja. Atos 1:4,8 (4) Como o consolador residente e mestre dos crentes. João 14:16,17; 1 João 2:20,27. Antes do Pentecostes, como indicado supra, o Espírito Santo teve acesso à terra, mas Ele veio e foi; não morou nos crentes constantemente. Durante a dispensação do Velho Testamento o Espírito Santo veio até mesmo sobre ímpios, tais como Balaão e o rei Saul. E Ele inspirou os escritores da Escritura. Também regenerou homens; mas uma união inseparável entre a alma do crente e o Espírito Santo não se formou então como acontece agora sob a presente dispensação. É a esta união indissolúvel entre a alma do crente e o Espírito Santo que o escritor aos Hebreus se refere quando ele fala de escrever a Lei de Deus no coração do crente. Vide Hebreus 8:10. O fato de o Espírito Santo não morar constante e inseparavelmente nos crentes antes do Pentecostes explica porque Davi orou: "Não tires o Teu Espírito Santo de mim" (Salmos 51:11). O pecado podia então afugentá-lo do peito, porquanto o Seu presente era transiente. Mas, não assim agora, como mais tarde veremos mais claramente; e essa oração é totalmente inadequada ao crente nesta dispensação. (5) Para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo. João 16:8-11. Sustentamos esta passagem como se referindo primariamente a uma obra indireta do Espírito, porque a diferença entre a obra direta e indireta do Espírito é para se ver mais tarde sob o exame do Seu trabalho nos perdidos. 4. SUA VINDA NO PENTECOSTES FOI DISPENSACIONAL E FINAL. Não há absolutamente nada que justifique a crença que o Pentecostes é para repetir-se na experiência de cada crente. Ele veio em cumprimento de profecia e promessa definitas e particulares, marcou o princípio de uma dispensação especial do Espírito. O pentecostalismo é disparate dos mais absurdos. Podia alguém com a mesma razão falar de uma repetição da ressurreição e ascensão de Cristo como de uma repetição do Pentecostes, que nunca se repetiu e nunca se repetirá. A ocorrência na casa de Cornélio foi meramente suplementada ao Pentecostes (Atos 10:44-47) e aconteceu para que Pedro pudesse saber que os crentes gentios foram recebidos por Deus no mesmo nível como os crentes judeus. 5. DESDE O PENTECOSTES O ESPÍRITO SANTO ENTRA EM TODO O CRENTE NA CONVERSÃO E JAMAIS PARTE. João 7:38,39; Atos 10:1; Romanos 8:9; Gálatas 3:2; 4:6; Efésios 1:13; 4:30; Judas 19. É loucura o crente orar pelo Espírito Santo, ainda que possa orar pelo Seu poder e plenitude. Tão pouco precisa o crente orar para que Deus não lhe tire o Espírito Santo; porque, ainda que o crente possa entristecer e apagar o Espírito (1 Tessalonicenses 5:19) - recusar Seus impulsos, o crente, não obstante, está permanentemente selado pela presença do Espírito (Efésios 1:13; 4:30). 6. O CRENTE, PORTANTO, NÃO DEVERÁ BUSCAR NEM A PRESENÇA NEM O BATISMO DO ESPÍRITO, MAS SUA PLENITUDE. Efésios 5:18. Mostramos que cada crente tem o Espírito. Agora só resta ser observado que não há na Escritura garantia para afirmar-se um batismo do Espírito hoje tanto na regeneração como depois dela. A Escritura está calada sobre a noção de um batismo do Espírito para este tempo. A passagem costumeiramente referida para substanciar um batismo do Espírito na regeneração refere-se ao batismo na água. Vide seu exame sob batismo na água. O crente tem tudo do Espírito Santo, mas o Espírito comumente não tem tudo do crente. Sua presença é expansiva: Ele enche tanto do crente do que estiver vazio de egoísmo e pecado. Assim, a exortação para encher-se do Espírito é uma exortação de completa rendição a Ele. Quanto mais Ele nos enche, maior será a manifestação do Seu poder em nossas vidas (Atos 6:3-5; 11:24). III. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO 1. SUA OBRA EM GERAL. (1) Ele foi o agente de Deus na criação. Gênesis 1:2 (2) Ele inspirou os escritores da Escritura. 2 Pedro 1:21. Vide outras passagens sob a discussão da inspiração verbal. (3) Ele é, em geral, o agente de Deus em todas as obras de Deus. Jó 33:4; Salmos 104:29,30; Isaías 40:7; Lucas 1:35; Atos 10:38. 2. SUA OBRA NOS PERDIDOS. (1) Sua obra indireta nos perdidos. Por obra indireta do Espírito nos perdidos queremos dizer tal obra como a que Ele executa mediatamente através da Palavra e não imediatamente por impacto pessoal sobre a alma. Qualquer obra produzida pela Palavra é uma obra do Espírito, porquanto Ele é o autor da Palavra. Está isto provado em Atos 7:51,52, onde resistência à palavra falada pelos profetas é dita como resistindo ao Espírito Santo. Na obra indireta do Espírito nos perdidos Ele: A. Luta com Eles. Gênesis 6:3. Esta luta se faz por meio de homens, tais como Enoque e Noé, na pregação da Palavra. B. Ele os convence do pecado, da justiça e do juízo. João 16:8-11. A presença e as operações do Espírito no mundo, como um que veio tomar o lugar e levar adiante a obra de um rejeitado e crucificado Cristo, constitue um convencimento potencial do pecado. Tivesse Cristo sido um impostor, Sua promessa do Espírito não se teria cumprido. É como se a alma (espírito) de um homem voltasse a rondar seus assassinos e prosseguir a obra que eles tão vãmente tentaram acabar. Tal tenderia a convencer os assassinos de sua culpa e testemunhar da justiça do homem que mataram. Assim é com o Espírito Santo: O Espírito de Cristo (Romanos 8:9; Gálatas 4:6). E assim é que o Espírito Santo dá prova da justiça de Cristo, por manifestar que Ele foi para o Pai e por manifestar que Ele assim se vê ter triunfado sobre Satanás, o qual buscou por todos os meios impedir o propósito de Deus por meio de Cristo. Por este meio Ele convence os homens do pecado de rejeitarem a Cristo e da certeza do juízo a todos que permanecem ligados ao Diabo, porque Satanás já está julgado (João 12:31). "Este juízo de Satanás foi alcançado na Cruz e Satanás foi feito potencialmente impotente" (Bancroft). Note-se que o Espírito Santo, na Sua obra de convencer ou convicção, "convicta, não primariamente do pecado de transgressão, mas do pecado de incredulidade, - do pecado, porque não crêem em mim?. Atos 2:36-37. Como todo pecado tem sua raiz na incredulidade, assim a forma mais agravada de incredulidade é a rejeição de Cristo. O Espírito, contudo, ao prender esta verdade sobre a consciência, não extingue, mas, pelo contrário, consuma e intensifica o senso de todos os demais pecados." (Bancroft, Elemental Theology). Chamamos especial atenção para esta última sentença acima. Muitos entenderiam que a incredulidade é o único pecado danoso. Muitos mesmo diriam que isto é tudo por que os homens sofrerão no inferno. Semelhante noção está abundantemente contraditada pela Bíblia. Vide Romanos 2:5,6; 7:7-11; Gálatas 3:10,24; 1 João 3:4; Apocalipse 20:12. O Espírito não convence meramente do pecado de incredulidade, mas do pecado por causa da incredulidade. Isto é, Ele mostra aos homens sua condição pecaminosa por fazê-los ver que estão rejeitando ao Cristo de Deus, mostrando assim rebelião contra Deus. A incredulidade é o principal sintoma da doença do pecado, cuja essência é a anarquia. A obra indireta do Espírito não só pode ser resistida, mas é resistida constantemente pelos pecadores. Os pecadores nada mais fazem que resistir ao Espírito até que o Espírito, por impacto direto e pessoal sobre a alma, vivifica o pecador cadáver á vista. Isto, como já indicado, explica Atos 7:51,52. (2). Sua obra direta nos perdidos. Referimo-nos aqui à regeneração. A regeneração é instantânea. Não pode ser doutra maneira, por não ser possível um homem estar em parte vivo e em parte morto sob um ponto de vista espiritual. É por essa razão que colocamos a convicção antes da regeneração. Os pecadores evidenciam vários graus de convicção através de períodos de extensão variável. É só no momento de regeneração, sem duvida, que a convicção alcança a intensidade mais elevada. A obra indireta do Espírito na convicção é trazida a cumprimento instantâneo no momento em que a alma cadáver é vivificada à vida. Mas a convicção existe antes da vivificação. Vide Paulo na sua experiência, Atos 26:14. Vide também e compare Atos 2:37. Notai que na parábola dos ossos secos no vale (Ezequiel 37:1-10) houve um efeito produzido pela pregação antes de Espírito (simbolizado pelo fôlego) vir sobre eles. Isto ilustra a obra indireta do Espírito na convicção antes da vivificação. A obra direta do Espírito na regeneração é irresistível. Não quer isto dizer que o Espírito viole a vontade: Ele simplesmente opera posto-vontade. A regeneração tem lugar na "região da alma sob senso comum" (Strong). É o meio pelo qual nossas vontades se conformam à de Deus rigorosamente segundo as leis da vontade e sua ação. Vide o capítulo sobre a livre agencia do homem. A regeneração é irresistível porque é uma obra de Deus e não depende da vontade de homens (João 1:12,13). É na regeneração que Deus habilita os homens a virem a Cristo (João 6:65). É assim que ele entrega os seus eleitos a Cristo (João 6:37). A regeneração é a atração a que se refere em João 6:44,45, na sua consumação. O homem nada pode fazer agradável a Deus enquanto estiver espiritualmente morto, estando na carne (Romanos 8:7,8). Mas, quando vivificado à vida, ele está certo de agir em harmonia geral com a vontade de Deus (1 João 5:4; 3:9). Assim a regeneração é necessariamente irresistível. 3. SUA OBRA NOS SALVOS. Já vimos que o Espírito habita em todo o crente. Esta moradia é para a realização de uma obra nos crentes. A obra consiste de: (1) Dar garantia de salvação. Romanos 8:16; 2 Coríntios 1:22; Efésios 1:14. O Espírito não só testemunha aos crentes da filiação atual, mas da garantia de salvação final. É neste ultimo sentido que a obra do Espírito é um "penhor", que quer dizer "hipoteca, uma parte do preço de compra adiantada como garantia de que a transação será completada". A presença do Espírito em nossos corações proporciona-nos uma prelibação do céu e é uma garantia de recebermos a herança "incorruptível e impoluta, que não fenece, reservada no céu" para nos "que somos guardados pelo poder de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no ultimo tempo" (1 Pedro 1:4,5). (2) Confortando, ensinando e iluminando. João 16:7; 1 Coríntios 2:9-12; Efésios 1:17; 1 João 2:20,27. (3) Liderando em obediência e serviço. Romanos 8:14; Gálatas 5:16; Atos 8:27,28. (4) Chamando para serviço especial. Atos 13:2,4. "O Espírito Santo não só dirige o teor geral da vida cristã, mas chama homens para trabalhos especiais, tais como missões, o ministério, ensino, etc." "Esta passagem não nos conta como o Espírito chama homens, presumivelmente porque Ele não chama sempre homens do mesmo modo. Cabe-nos a nós estarmos prontos a ser chamado, desejá-lo e então esperar que o Espírito Santo nos chame. Ele não chama a todos para o trabalho missionário estrangeiro, ainda que todo cristão devera estar pronto a responder a esse chamado. Ele chama, contudo, todo cristão para algum campo de serviço e o conduzirá, se ceder, a esse campo especifico" (Bancroft). (5) Distribuindo dons espirituais. 1 Coríntios 12:4-11. Notai que "a manifestação do Espírito é dada a todo o homem (Isto é, todo o homem salvo) para o que for útil" (1 Coríntios 12:7). Nenhum homem salvo pode dizer verdadeiramente, portanto, que está falto de habilidade espiritual no serviço do Senhor. (6) Fortificando no serviço. Atos 1:8; 1 Coríntios 2:4; 1 Tessalonicenses 1:5. (7) Fazendo frutífero. Gálatas 5:22-25. (8) Ditando oração e intercedendo. Romanos 8:26,27; Gálatas 4:6. (9) Movendo a adorar. Filipenses 3:3. Foi dito: "Em nossas orações somos tomados com as nossas necessidades, em nossas ações de graça somos tomados com as nossas bênçãos, mas em nossa adoração somos tomados com Deus mesmo". (10) Finalmente, vivificando o corpo do crente. Romanos 8:11-23.

EV.ROBÉRIO OLIVEIRA(A SEGUNDA VINDA DE CRISTO)

Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica A SEGUNDA VINDA DE CRISTO Havendo agora terminado nosso estudo do milênio, retrocederemos a considerar as coisas que o precederão imediatamente. A segunda vinda de Cristo tem sido a expectação coroante, a estrela dalva, do povo de Deus desde que a promessa de Sua vinda lhes foi comunicada. Ela os tem animado, fortalecido e encorajado nas horas mais escuras. Cristo e os apóstolos implantaram nos corações dos primeiros crentes o fato da vinda de Cristo e sua iminência como um motivo de vida piedosa e serviço fiel. Não permitiremos que nem as perversões de fanáticos, nem as negações de críticos, nem a controvérsia sobre minúcias da segunda vinda de Cristo nos afastem de um estudo cuidadoso da revelação de Deus a respeito dela, nem de uma adequada apreciação dela. I. O FATO DA VINDA DE CRISTO A segunda vinda de Cristo está: 1. PREDITA PELOS PROFETAS Isa. 11:1-11; Zac. 14:3-5; Judas 14. Muitas profecias do Velho Testamento, como a primeira aqui citada, referem-se tanto a primeira como à segunda vinda a terra. 2. ALUDIDA POR JOÃO BATISTA Lucas 3:3-6. A linguagem desta passagem não é inteiramente aplicável ao primeiro advento de Cristo. Como muita profecia, tem uma dupla aplicação. Vide Mal. 3:1 para uma profecia igual. 3. PROMETIDA POR CRISTO MESMO João 14:2,3. 4. DECLARADA PELOS ANJOS Atos 1:11. 5. ENSINADA PELOS APÓSTOLOS (1). Mateus 24:37, 42, 44. (2). Marcos 13:26. (3). Lucas 21:27. (4). João. I João 3:1-3. (5). Tiago 5:7. (6). Pedro. I Pedro 1:7, 13. (7). Paulo. 1 Tess. 4:15-17. (8). O Escritor aos Hebreus 9:28. (9). Judas 14. II. A NATUREZA DA VINDA DE CRISTO Havendo determinado o fato da vinda de Cristo, importante é conhecer sua natureza; porque, sem um conhecimento da natureza de Sua vinda, um conhecimento do fato é praticamente inútil. Necessário é, ao estudar da vinda de Cristo, considera-la primeiro negativo e então positivamente. 1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE A vinda de Cristo não é para ser: (1). Sucessiva, como na Morte. A idéia que a morte de alguém é para o tal a segunda vinda de Cristo, é a mais lavada necessidade à luz da Palavra de Deus. Não há aquela morte acompanhante que responde àquilo que a Bíblia revela como acompanhando a segunda vinda de Cristo. (2). Contínua, como na disseminação do cristianismo. O modernismo tê-la-ia que Cristo jamais voltará corporalmente a terra, mas, que Ele está "vindo tão depressa quanto Ele pode a este mundo" na disseminação do cristianismo. Os modernistas sustentam que Jesus pintou Sua volta em termos das concepções do povo, mas Ele não intencionou que Suas palavras fossem entendidas literalmente. Sem dúvida, uma semelhante noção esta pode ser sustentada somente por aqueles que negam a inspiração da Bíblia. Por essa razão, nós, que cremos na inspiração da Bíblia, não precisamos de notá-la seriamente. (3). Espiritual, como na: A. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes não foi em sentido algum à vinda de Cristo. Cristo disse que Ele mandaria o Espírito. B. A destruição de Jerusalém. Na destruição de Jerusalém, A. D. 70, tivemos um cumprimento típico do que está dito na Bíblia sobre a segunda vinda de Cristo, mormente que Sua vinda acompanhar-se-á por um outro cerco de Jerusalém. Vide Apoc. 16:12-21; 19:17-21; Zac. 13:8 a 14:3. A destruição de Jerusalém foi um tipo deste último cerco. Então, na destruição de Jerusalém, tivemos um cumprimento espiritual da promessa da vinda de Cristo, em que esta destruição deferiu o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder. Até à destruição de Jerusalém o cristianismo pareceu a muitos como um mero adjunto do judaísmo. Com a destruição de Jerusalém o cristianismo veio ao que era seu. Cremos que à luz destes fatos é que devemos entender Jesus quando Ele disse: "Alguns há, dos que aqui estão, que não gostarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no Seu reino." (Mat. 16:28). Vide também Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O mesmo é verdade, cremos das seguintes palavras também: "Não passará esta geração até que todas estas coisas sejam cumpridas." (Mat. 24:34). Vide também Marcos 13:30 e Lucas 21:32. Mas, na destruição de Jerusalém, não houve uma vinda atual de Cristo. E o fato que, após a destruição de Jerusalém, temos referências adicionais à Sua vinda como no futuro, faz isto indisputável. 2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE. A vinda de Cristo é para ser: (1). Corporal Atos 1:11. Sua ascensão foi corporal e o anjo prometeu que Sua volta seria da mesma maneira. Passagens outras que mostram que a vinda de Cristo é para ser corporal: Zac. 14:4,5; Mat. 25:31; João 14:3; Fil. 3:20; 2 Tess. 1:7-10; 2 Tim. 4:1; Tito 2:13; Heb. 9:28; Apoc. 19:11-21. (2). Visível Mat. 24:27. Todas as passagens supra implicam a visibilidade de Sua vinda; mas a passagem inda agora dada sob esta última epígrafe mostra que Sua vinda (em uma de suas fases) será incisivamente visível ao mundo inteiro. (3). Como um ladrão 1 Tess. 5:1-4. Esta passagem descreve Sua vinda como ela será para os ímpios, porém especifica que não é para ser assim aos justos. (4). Em glória e esplendor indescritíveis Mat. 16:27; 24:29,30; Mar. 8:38; Tito 2:13; Apoc. 19:11-16. (5). Duplicada A vinda de Cristo consistirá de duas fases. Notemo-las: A. A primeira fase. Esta fase será: (a). No ar. 1 Tes. 4:15-17. Não há sinal aqui de que Ele venha sobre a terra nesse tempo. (b). Para Seu povo. João 14:3. (c). Como um noivo. Mat. 25:1-10. O casamento e ceia dele (Apoc. 19:9) são típicos das bênçãos consumadas da salvação. Gente salva constitui a noiva (Apoc. 21:2-27). B. A segunda fase. Esta fase será: (a). A terra. Zac. 14:4; Mat. 25:31. (b). Com Seu povo. Zac. 14:5; Judas 14; Apoc. 19:14. (c). Como um destruidor. 2 Tess. 1:7-9; 2:8. (d). Como um juiz. Mat. 21:31-46. (e). Como um rei para conquistar e reinar. Zac. 14:9; Apoc. 19:11-16; 20:1-5. III. O TEMPO DA VINDA DE CRISTO Não nos referimos aqui à data de Sua vinda. O negócio de datar é a obra de charlatões religiosos. Temos referência somente à relação de Sua vinda com o tempo. O tempo da vinda de Cristo está representada na Escritura como: 1. DESCONHECIDO DE TODOS, EXCETO O PAI Mar. 13:32; Mat. 25:13. Agora o Filho, igual uma vez mais com o Pai, pode saber a hora; mas, na Sua carne, quando Ele considerou a igualdade com Deus, absoluta, não como coisa a ser usurpada (Fil. 2:6 ? V. R.), Ele não soube. Condição (João 14:28) não é natureza (João 10:30). 2. INCERTO AOS HOMENS Mat. 25:31. Sinais alguns foram dados bastante explícitos para que qualquer homem se assegure de que Jesus virá em qualquer tempo particular. 3. IMINENTE Ser iminente a vinda de Cristo queremos dizer que ela está "ameaçando de ocorrer a qualquer momento". O povo salvo deve sempre estar em vigilância e procurando-a. (Mat. 25:13; Tito 2:13). Ela está representada na Escritura como sendo o próximo evento dispensacional. Discutiremos isto mais depois. 4. QUANDO NÃO ESPERADO. Mat. 25:44,50; Luc. 12:40,46. 5. UM TEMPO DE FRIEZA ESPIRITUAL, SENSUALIDADE E IMPIEDADE. Luc. 18:8; 17:26-30; Mat. 24:12; 2 Tim. 3:1-5. Quando Cristo vier, Ele não achará um mundo convertido onde a justiça governa. IV. O PROPÓSITO DA VINDA DE CRISTO O propósito da vinda de Cristo será duplo porque terá que fazer com duas classes. Notemos este propósito como ele afeta: 1. OS JUSTOS Como a vinda de Cristo afeta os justos, é para o propósito de: (1). Levantar os mortos 1 Tess. 4:16. Não há indício que seja esta ressurreição não incluirá todos os mortos em Cristo. Não temos paciência com a noção que somente os mais fiéis aquinhoar-se-ão nesta ressurreição. Toda passagem que fala dela implica uma ressurreição total dos justos falecidos. Vide 1 Cor. 15:23; Apoc. 20:5,6. As palavras de Paulo em Fil. 3:11 são iguais a outros enunciados seus, e expressam sua preocupação em provar que ele estava verdadeiramente em Cristo. Vide 2 Ped. 1:10. (2). A transladação dos vivos 1 Cor. 15:51,52; 1 Tess. 4:17. Cremos também que isto incluirá todos os crentes na terra ao aparecimento de Cristo no ar. Não temos paciência com a teoria do "rapto parcial". Os que crêem em tal são aptos a responder que quem não crê num rapto parcial e ressurreição parcial dos salvos destroem o fundamento da responsabilidade cristã. Não destruímos o fundamento escriturístico disto; porém, seja como for estaremos mais preocupados em saber o que Deus revelou do que estamos em fazer nossas próprias teorias e explorá-las. E os que ensinam um rapto parcial e uma ressurreição parcial de crentes rebaixam o padrão da vida cristã muito além do nível escriturístico. A Palavra de Deus ensina que todo povo regenerado vence (1 João 4:5) e as bênçãos mais gradas se prometem a todos os vencedores. Cremos que os corpos glorificados dos santos serão como o corpo assunto de nosso Senhor (Fil. 3:21; 1 João 3:2). Evidentemente Jesus ascendeu num corpo visível e os anjos disseram que Ele voltará assim como Ele foi. E, quando Ele voltar, nós vamos ser como Ele é. O corpo glorificado, então, será um corpo visível aos olhos físicos, tanto como Cristo foi visível após Sua ressurreição. Mas esse corpo será sem pecado e corrupção. (3). O arrebatamento de todos os crentes 1 Tess. 4:17. Os vivos transladados e os mortos ressuscitados serão todos arrebatados a encontrarem o Senhor no ar. (4). O julgamento das obras dos crentes 1 Cor. 3:12-15; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:8. Os pecados dos crentes já foram julgados em Cristo. João 5:24; Rom. 8:1,33; 1 Cor. 11:32. Logo, nenhuma menção dos seus pecados deverá ser feita no julgamento. Não são mais imputados a ele (Rom. 4:8) e não são mais lembrados (Heb. 8:12). A idéia de alguns que os crentes serão argüidos no julgamento, a contar porque fizeram ou não fizeram isto e aquilo, desonra a morte de Cristo e nega a Palavra de Deus. Daremos conta a Deus, mas isto será feito em nossos próprios corações, sem uma acusação ou palavra de censura da parte de Cristo. Não há nada de penal sobre o julgamento para o cristão. 2 Cor. 5:10 não significa mais do que recebemos recompensa pela nossa fidelidade e sofrer detrimento pela nossa deslealdade. Graça e penalidade são mutuamente exclusivas. (5). O casamento de Cristo com a Igreja Mat. 25:1-10; Apoc. 19:7-9. No presente a igreja está somente esposada com Cristo como uma virgem casta (2 Cor. 11:2). O esponsal não terá lugar senão quando Cristo voltar. 2. OS ÍMPIOS Como a vinda de Cristo afeta os ímpios é para o propósito de: (1). Matar os vivos e lançá-los no inferno. Apoc. 19:19-21; Zac. 14:3-12; Jer. 25:15-33; Isa. 24:17-21; 26:20,21; 34:1,2. (2). Julgando-os por causa da maneira porque trataram Israel Mat. 25:41-46; Joel 3:2. Sua atitude para com Israel manifestará sua atitude para com Cristo por meio da incredulidade. A salvação daqueles vivos na terra à revelação de Cristo para reinar sobre a terra (o segundo período de Sua vinda) terá sido manifestada pelo seu tratamento dos arautos judaicos da cruz durante o período da grande tribulação. Destas coisas veremos mais agora. Estes não serão salvos por tratarem bondosamente a estes irmãos de Cristo, mas prognosticará assim sua atitude para com Cristo e daí sua salvação. (3). Levantando, finalmente, os mortos e lançando-os no lago de fogo Apoc. 20:12-15. Isto é para ter logar, não imediatamente depois da vinda de Cristo, mas no fim da pequena sasão durante a qual Satanás será solto depois do milênio. Os ímpios terão um corpo de ressurreição (Mat. 10:28), mas de sua natureza temos pouco sobre que basear nossa opinião. Será capaz de sofrer, mas será indestrutível e não será justo como será o corpo dos salvos.

EV.ROBÉRIO OLIVEIRA(A VONTADE DEUS)

Cap 3 - Vontade de Deus Por favor abre as suas Bíblias no livro de Romanos, capitulo doze. Começando em versículo um, diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresentais os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.1-2). Por meio de introdução, deixa-me dizer que é o meu desejo desenvolver hoje à noite o que a Bíblia diz sobre a vontade de Deus porque a vontade de Deus é um conceito extremamente mal-entendido. E deixa-me explicar isso. É mal-entendido porque é quase sempre usada de uma forma misteriosa. Entenda-me que não é usado de uma maneira errada – longe disso. É usada de uma forma que cria perguntas nas cabeças de pessoas sinceras. Por exemplo: Nós aconselhamos pessoas à “aguardar a vontade de Deus” mas como sabemos quando a vontade de Deus chegou ou não? Quando alguém está em duvidas nós falamos “Busca a vontade de Deus” mas buscar aonde? Você entende o que eu quero dizer com “conceito mal-entendido”? Então gostaria esclarecer um pouco o assunto da Vontade de Deus. Gostaria fazer isso expondo três coisas. Aqui no inicio é a minha intenção ressaltar algumas coisas que já sabemos sobre a vontade de Deus. Depois pretendo definir a maneira que Deus guia-nos na Sua vontade. E por ultimo, quero mostrar como esse assunto pode ser aplicada a minha vida e a sua vida também. Então vamos começar com a pergunta: O que é a vontade de Deus? Uma vontade é um desejo, como uma criança tem vontade de tomar sorvete. Vontade é uma determinação, como uma criança sem vergonha determina que vai chorar até que alguém compra sorvete. Uma vontade é apenas o que uma pessoa deseja ou determina vai ser feito. Os animais não têm vontade. Nunca se ouviu falar de leão que decidiu comer uma zebra e depois deitar na sombra. Ele age por impulso, não por vontade. Mas nós, humanos, temos uma vontade. Esse fato é obvio. Mas surge a pergunta: Deus tem vontade? Obviamente nós temos vontades, mas Deus tem? Sim, Deus tem. Olha o que está escrito no nosso texto (Romanos 12. 2) – “para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Essa vontade pertence a quem? A Deus, conforme está escrito. Isso quer dizer que Deus deseja ou determina algo que vai ser feito. Mas o versículo não só afirma que Deus tem uma vontade, ele vai além e descreve essa vontade – esse desejo ou determinação que vai ser feito – como sendo boa, agradável e perfeita. Entende que essas três características reunidas em um só lugar são coisas notáveis. Em nenhum outro lugar essas palavras são usadas em conjunta para descrever uma só coisa. Por exemplo, em Romanos diz que “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...” (Romanos 8.28), mas não diz que todas as coisas contribuem juntamente para o agrado ou a perfeição daqueles que amam a Deus. Outro exemplo se encontra em I Timóteo 2.1-3. Quando Paulo escrevia para o jovem pastor Timóteo, ele manda Timóteo orar por aqueles em autoridade – os reis, governantes – porque essa ação é “bom e agradável diante de Deus nosso Salvador” (I Timóteo 2.1-3). Mas Paulo não chega a afirmar que tal ação é perfeita diante de Deus. Então entende que essas três características reunidas em um só lugar são coisas notáveis. As pessoas que entendem isso, verdadeiramente entendem isso, eles perdem o medo de seguir a vontade de Deus – porque a vontade de Deus vai ser melhor, mais agradável, e mais perfeito do que a sua própria vontade. Mas se você não concordar com Deus aqui, você está no erro. Se você discordar com Deus e acredita que a Vontade dEle é ruim, desagradável, e imperfeita, você está errado. Se você, com a boca concordar com o que a Bíblia diz, mas na pratica nega esse preceito você está errado. Por exemplo, se a vontade de Deus é que Cristo seja o único Salvador, e você discorda e acrescenta as suas obras, ou as obras de Maria, ou as obras do Espírito Santo para a sua salvação, você é – e eu não falo isso com maldade sequer: Você está errado. Vamos andar adiante mais um pouco no nosso texto. Depois que diz que a vontade de Deus é perfeita, você vê que a vontade de Deus é única – veja como o termo “Vontade de Deus” é no singular. Cada vez que encontrar o termo “Vontade de Deus” na Bíblia, e ocorre 23 vezes, vai sempre ser no singular. Isso é por necessidade. Como Deus pode ter duas vontades perfeitas? Se um acrescenta ou retrai do outro, ambos são imperfeitos porque houve a necessidade de uma melhorada em uma coisa que já era para ser perfeito. Se olhar do outro lado, e afirmar que ambos são perfeitos em todo aspecto, você vai ter duas vontades idênticas e porque precisa de duas vontades falando a mesma coisa? Uma vontade perfeita exclui qualquer outra. Vamos seguir o raciocínio adiante mais um pouco. Se existe uma coisa perfeita, uma coisa que é tão perfeita que é solitário na sua perfeição, quando vai mudar para ser mais perfeito ou menos perfeito? Nunca. Por isso dizemos que a vontade de Deus nunca muda. Isso é muito simples. Aplica o conceito da imutabilidade para a definição da vontade de Deus. O que Deus desejou que acontecesse no passado é o mesmo que Deus deseja que acontecesse hoje e vai ser o mesmo que Deus deseja que aconteça no futuro. O que Deus determinou que acontecesse no passado é o mesmo que Deus determinou que vai acontecer hoje e vai ser o mesmo que Deus determina que aconteça no futuro. Queremos ver isso na Bíblia, então, por favor, desloca-se para Êxodo 20.3. Isso é a vontade expressa de Deus. Depois você pode ver esse preceito de um único Deus novamente em Mateus 6.24. Mais uma vez Deus avisa sobre a ignorância de desobedecer a vontade que já é boa, agradável, e perfeita. Quem tenta servir outros deuses está fazendo o que não é bom, nem agradável, nem perfeito. E por final, pode ser observada em Apocalipse 21.8 – os Idolatras não entrarão no céu. Idolatria é apresentar o seu corpo, a sua mente, os seus sentimentos para servir outros mestres alem de Deus. E como alguém apresenta “o seu corpo, ou a sua mente, ou o coração parar servir outros mestres”? Se você não ama a Deus de todo o seu coração, de toda a tua força, de todo teu entendimento, de toda sua mente, você está servindo algo além de Deus. Você está sendo idolatra mesmo não tendo ídolos em casa. Ainda hoje Deus manda você não ter outros deuses como Ele mandou os Israelitas em Êxodo 20. Essa vontade de Deus nunca tem mudado até hoje: É eterna e nunca muda. À vontade de Deus é também sempre eficaz – isto é: Sempre cumpre o que desejou ou determinou cumprir. Não existe um “talvez” ou um “mas” ou um “gostaria” com Deus. Em Isaías diz “Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem o invalidará?” (Isaías 14.27). Falamos de homens que faltam força de vontade e com esse queremos dizer que eles faltam à força de vontade para querer o que deveriam querer. Mas nunca é assim com Deus. “Tudo o que o Senhor quis, fez.” Essas são coisas que sabemos acerca da vontade de Deus. Você vê que a vontade de Deus não é misterioso nem encoberto. Na verdade é tudo muito simples. Mas tem outras coisas que queremos saber. Como Deus nos guia na Sua vontade? Salmos 48 diz que Deus “será nosso guia até à morte”. A pergunta é como Deus nos guia na sua vontade? O mundo responde com muitas opções para conhecer a vontade de Deus. Deixe-me mostrar algumas maneiras que alguns tem buscado a vontade de Deus. Rei Saul buscou uma bruxa para saber a vontade de Deus. Em I Samuel 28.5-7 vemos que Saul, com medo dos inimigos buscou o auxilio de uma bruxa. Ela fez subir o espírito de Samuel que simplesmente repetiu o que o Senhor tinha falado anteriormente (I Samuel 28.16-17). Alguns apostam em sonhos e visões para saber a vontade de Deus. Todos conhecem o monte Sinai – o lugar aonde Moisés subia para falar com Deus. Hoje nos mapas, na península Sinai, perto de Egito, tem lá o “Monte Sinai”. Quem foi que colocou afirmou que isso era o Monte Sinai da Bíblia? O imperador Romano Constantino tinha uma visão que aquele lugar era Monte Sinai. Mais tarde ele teve outra visão mandando ele matar a esposa e o filho. E ele fez. Pergunto: Deus estava revelando a Sua vontade para esse imperador? Os apóstolos lançaram sortes para saber a vontade de Deus. Isso se confirma em Atos 1.24-26. Ninguém sabe com certeza como eles “lançaram sortes”. Simplesmente não sabemos. E Deus nunca nos manda lançar sortes, então descartamos esse método. Outros abrem a Bíblia aleatoriamente e apontam o dedo em um versículo para saber a vontade de Deus. Suponha que eu quero fazer algo errado, imagina que eu quero matar meu irmão Daniel e busco a vontade de Deus desta maneira. E por acaso eu abro a Bíblia e encontro I Samuel 14.7 que diz “Faze tudo o que tens no coração” ou II Samuel 7.3 que diz “Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque o Senhor é contigo”. Vocês estão me seguindo aqui? Obviamente esse método não serve. Outros dizem que sentem contentes ou alegres quando estão no centro da vontade de Deus. Mas não esqueça que há caminhos que parecem certas, que nos fazem sentir alegres e contentes, mas não são da vontade de Deus. Veja isso em Provérbios 14.12. Satanás pode fazer homens e mulheres sentirem alegres, satisfeitos, e tudo mais. Ele pode até se transformar em anjo de luz e relatar uma mensagem “divina”. Mas isso não garante que estão no centro da vontade de Deus. Outros dizem que eles têm um interesse reavivado em coisas espiritual quando encontram a vontade de Deus. Mas com tempo e maturidade, a experiência nos ensina que confiar em sentimentos ou interesses não é seguro porque o homem muda continuamente. É a realidade. Reconhecemos isso. Então a nossa pergunta permanece: Como Deus nos guia na Sua vontade? Exercita os seus dedos, por favor, e abre em Salmos 119.105 – “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. A analogia, ou figura, aqui é de um homem no escuro, perdido, não sabendo como proceder. É a figura de um homem que não sabe qual é à vontade do Senhor. E diz, a Palavra de Deus é lâmpada para os pés e luz para o caminho. Deus nos deu a Bíblia, a Palavra de Deus, para nos guiar. Isso é o propósito da Bíblia – mostrar o caminho que devemos andar. A Bíblia não foi feita para ser admirada pela sua simetria ou pela sua profundidade de pensamento. A Bíblia não existe para que nós podemos estocar os nossos mentes com datas e fatos antigos. Isso seria admirar o formato da lâmpada ou maravilhar-nos da força da luz que a lâmpada emite sem usar ela para achar o nosso caminho no escuro. A Bíblia, como diz Salmos 119.105, é para ser lâmpada para os nossos pés e luz para nosso caminho – é para ter um uso pratico. Eu gostaria fechar essa pregação estabelecendo algumas verdades fundamentais concernentes a esta verdade: A Bíblia é a nossa luz. Em primeiro lugar entende que precisamos ser iluminados para ver a luz da Bíblia (Salmos 36.9). Por si só, o homem não pode ver a luz das Escrituras porque está cego. Veja esse principio em Apocalipse 3.17-18. O homem é chamado de cego porque ele não pode ver as coisas mais obvias. Ele se imaginava de uma forma, mas o Justo Juiz viu a cegueira real desses homens. Em Provérbios 30.1-5 explica sobre a condição miserável do homem. Temos aqui um homem desconhecido, que confessa que ele é mais bruto e selvagem dos homens e confessa que nem tem o conhecimento dos homens, ou o conhecimento dos religiosos, nem o conhecimento dos santos. Mas mesmo assim, em toda essa ignorância e desperdício de intelecto, ele vê uma coisa: “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele”. Se este homem mais ignorante do que caipira consegue ver e entender que a Bíblia é pura, o que você chama o homem que nem reconhece isso? Por isso a Bíblia chama os homens de cegos – eles não conseguem ver as coisas mais obvias. Em segundo lugar a iluminação que precisamos é achado em Cristo. Cristo é Aquele Luz. Leia sobre isso em Mateus 4.12-17. Cristo diz de Si mesmo “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (João 9.5). Em João 8.12-29 fala do mesmo assunto. Se você não conhece Cristo, como vai conhecer as Escrituras que testificam dEle? Se você não conhece a Luz de Cristo, como vai conhecer a Luz das Escrituras? Lembra o que diz em Salmos 36.9, “Na tua luz veremos a luz”. Você conhece Jesus Cristo a Luz? Em terceiro lugar a luz da Bíblia ilumina apenas um caminho – o caminho que deve ser tomado. Marcos 10.17-22. Esse jovem rico tinha seguido os preceitos da Bíblia a risco. Mas a caminho iluminada pelas Escrituras ele não queria seguir. Cristo, a Palavra de Deus em carne disse: “Toma a cruz, e segue-me”. Jesus Cristo é a Palavra de Deus final (Hebreus 1.1). Ele é a única fonte de Luz. A Bíblia ilumina o caminho que devemos seguir para entrar em Cristo e isso é pelo arrependimento dos nossos pecados e pela fé em Cristo Jesus. A Bíblia também ilumina o caminho que devemos seguir para ser como Cristo e isso é por santificarmos pela Palavra de Deus e mortificar os nossos pecados. Em conclusão deixa-me reunir e apresentar os pedaços que sobraram. Não confunde esses dois caminhos. Precisa estar confiando em Cristo antes que pode seguir Ele. Não dá ênfase demais para seguir a Cristo. Não aceita pessoas que mandam você seguir regras para ser como Cristo se você ainda não está em Cristo. A coisa importante é estar em Cristo. Você está em Cristo? Se não, o que impede que você esteja em Cristo? Talvez você diz: “Eu vou me chegar a Cristo quando sei que sou eleito”. Isso é esperar em Deus e não em Cristo. Você precisa ir a Cristo primeiro, e assim em Cristo você pode ver o pai. Talvez você diz: “Eu vou ir até Cristo quando sinto alegria em servir-O”. Isso é esperar no Espírito Santo e não em Cristo. Você precisa ir a Cristo primeiro e depois terá o Espírito Santo. Talvez você diz: “Eu iria a Cristo, mas temo o que os homens diriam sobre mim”. Isso é esperar nos homens em não em Cristo. Quando está em Cristo, Deus vai cuidar dos homens (Provérbios 16.7). Talvez você diz: “Eu iria a Cristo, mas eu não estou chorando pelos meus pecados”. Vai até Cristo e você vai ver como os seus pecados tornam pesados, e em Cristo achará descanso. Se você está crendo em Cristo e mortificando os seus próprios desejos para obedecer a Deus como Cristo obedeceu, você está no centro da Vontade de Deus.

EV.ROBÉRIO OLIVEIRA(A SOBERANIA DE CRISTO)

A Soberania de Deus João 19.28-37 INTRODUÇÃO Cada evangelho enfatiza uma qualidade de Cristo. Mateus demonstra Jesus Cristo como Rei. Marcos descreve Jesus Cristo como Servo. Lucas denota Jesus Cristo como Homem e João mostra Jesus Cristo como Deus. Sendo que o Evangelho de João destaca a divindade de Cristo, segue que a morte de Cristo é narrada com ênfase na natureza divina de Cristo. Temos então nesta passagem: João 19.28-30 – A Soberania de Cristo na Morte João 19.34 – A Redenção de Cristo na Morte João 19.35-37 – As Testemunhas de Cristo na Morte 1. A SOBERANIA DE CRISTO NA MORTE A. O ENTENDIMENTO SOBERANO DE CRISTO “Sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas” – João 19.28 Cristo foi um homem de conhecimento. Na sua nascença o Seu nome foi Conselheiro. Um conselheiro deve saber muitas coisas pois um conselheiro deve dar bons conselhos – conselhos que são provados. Cristo foi um homem de maior conhecimento que Salomão. Contemplando as ações dos homens, Salomão entendeu muitas verdades (Eclesiastes 2.3) mas Cristo contemplou o coração do homem e poderia perceber os motivos independentemente das suas ações (Lucas 5.22). Cristo tinha um conhecimento exaustivo das Escrituras. Jesus Cristo é as Escrituras (João 1.1) e as Escrituras testificam dEle (João 5.39). Cristo sabia o rumo que a Sua vida levará desde o começo. Ele sabia todas as passagens obscuras da Palavra de Deus e Ele entendeu-as. Ele sabia todos os mandamentos que precisava cumprir, e cumpriu-as. Cristo tinha um conhecimento infalível do tempo de Deus. Eclesiastes 8.5 diz: O coração do sábio discernirá o tempo e o juízo. Mesmo que um homem sábio conhece o tempo de Deus, nem sempre pode cumprir o tempo, e portanto vive em tristeza constante. Cristo discerniu o tempo de Deus. Cristo não discerniu o tempo de Deus independentemente de Deus. O Espírito Santo de Deus comungava com Cristo da mesma forma que o Espírito Santo tem revelado algumas coisas aos homens (Simeão, o Sacerdote – Lucas 2.26). Cristo estava contente com o tempo de Deus. Porque Cristo viveu inteiramente para a gloria de Deus, Ele estava contente com o tempo de Deus, porque Ele sabia que o tempo de Deus glorifica a Deus (João 17.1). O entendimento soberano de Cristo na morte aponta para um Salvador obediente. Cristo fielmente pregou a Palavra de Deus mesmo sabendo que levaria a Sua morte. Ele pregou nas Sinagogas e no Templo sabendo que os Judeus iriam crucificar Ele por isso um dia. O entendimento soberano de Cristo na morte permitiu obediência completa. Ele cumpriu a Palavra de Deus no tempo de Deus. Nós falhamos nesse ponto frequentemente, obedecemos mas não quando devemos. Continuamos quando deveríamos parar. Paulo lamenta: Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. (Romanos 7.19). Mas Cristo tinha obediência completa. B. A SOBERANIA DE CRISTO SOBRE A SUA HUMANIDADE “... Para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.” – João 19.28 A soberania de Cristo sobre a Sua humanidade. Cristo tomou a forma de servo, e fez-Se semelhante aos homens (Filipenses 2.7). Ele não foi forçado por qualquer pessoa nem por qualquer dos Seus atributos, mas fez de boa vontade (Filipenses 2.8). A soberania sobre a Sua humanidade permitiu que Ele servisse a Deus na Tentação. Ele estava de jejum por 40 dias e 40 noites e depois Satanás em pessoa vem tentar Ele. Quando nós somos tão facilmente derrotados pela tentação, maravilhamos da vitória de Cristo sobre a tentação. Cristo venceu a tentação e o Diabo (Mateus 4.10). A soberania sobre a Sua humanidade permitiu que Ele servisse a Deus sobre a cruz. Na cruz foi mais importante cumprir as Escrituras do que procurar uma saída do desconforto físico. Enquanto estava na cruz, estava vendo os mandamentos que precisava cumprir. É obvio que Cristo verdadeiramente considerou fazer a vontade de Deus a Sua “comida” (João 4.34). C. A SOBERANIA DE CRISTO SOBRE A MORTE “E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” – João 19.30 A soberania de Cristo no entregar do espírito. A palavra grega traduzida “entregou” é “paradidomi” e significa “entregar nas mãos de um para usar ou guardar.” Pergunta: Para quem Cristo entregou o Espírito? Resposta: Cristo entregou o Seu espírito a Deus. Cristo pagou o preço do pecado pois a morte é o salário do pecado. Ele não precisava sofrer a punição do pecado. Todos pagam o preço do pecado no sentido que todos morrem. Mas somente aqueles fora de Cristo sofrem a punição do pecado, ou a condenação do pecado. Cristo estava completamente ciente de entregar o espírito. O versículo diz que Ele “inclinou a cabeça” ou seja, por seis horas ele mantive a sua cabeça erguida. E a Sua cabeça ainda estaria erguida hoje, se Ele não tivesse inclinado-a e entregado o espírito. 2. A REDENÇÃO DE CRISTO NA MORTE “Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” – João 19.34 O sangue de Cristo saiu, primeiro. Nas Escrituras, o sangue de Cristo representa a redenção (Efésios 2.13). Pergunta: O que é a doutrina da redenção? Resposta: A doutrina da redenção é a maneira que Cristo pagou nossos pecados. Ele cancelou a divida? Não, senão a justiça de Deus seria insatisfeita. Cristo pagou a nossa divida em cheio. A água de Cristo saiu, segundo. Nas Escrituras, a água representa a santificação de Cristo através do Espírito Santo. Redenção sempre precede santificação, logicamente. Cristo precisa pagar pelo os nossos pecados e plantar em nós um coração novo. Santificação é o entregar da nossa carne para seguir a nova natureza dentro do nosso coração. A redenção de Cristo nos liberta da condenação dos nossos pecados passados. Com Paulo dizemos: Agora nenhuma condenação há (Romanos 8.1). A redenção de Cristo não é fraco para que necessitamos de boas obras para cuidar dos pecados passados. A Sua redenção pelos nossos pecados passados é suficiente, completo, e final. A redenção de Cristo nos liberta do poder dos pecados presentes. Este é a redenção progressiva. A redenção de Cristo estenda sobre todo pecado que cometemos – tanto os pecados conscientes como os pecados não conscientes. É a redenção que nos dá a vitória sobre pecado e o Diabo. A redenção de Cristo nos libertará da presença dos nossos pecados. Um dia, no céu, estaremos livres da presença do pecado. Mas até aquele dia, o sangue e água de Cristo, a Sua redenção e santificação, estão correndo do Seu lado. 3. AS TESTEMUNHAS DE CRISTO NA MORTE “E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.” – João 19.35 As obras de Deus estão sempre tão evidentes que deixam um registro testemunhado. Até os céus testemunham da gloria de Deus (Salmos 19.1). Sempre terá uma testemunha das grandiosas obras de Deus. A morte de Cristo foi testemunhada por duas pessoas: A. POR JOÃO O testemunho de João foi de vista. Ele viu Cristo morrer, e pedi que todo crente confie nas suas palavras. Oh se tivemos a honestidade dentro de nós que, quando nós falássemos, outros poderiam receber as nossas palavras como verdadeiros! B. POR DEUS O testemunho de Deus foi de cuidado. Deus cuidou do Seu Filho na Cruz. Deus cuida dos Seus filhos mesmo quando esses se acham pagando o preço do pecado. A profecia é evidencia que Deus testemunhou a morte de Cristo (João 19.36). Recebendo mandamento de Pilato, os Romanos saíram para quebrar as pernas dos homens na cruz. Mas Deus tinha profetizado que nenhum osso seria quebrado. Normalmente demora três dias para um homem morrer na cruz, e o costume de quebrar as pernas foi para acelerar a morte. Mas Cristo tinha entregado o espírito depois de seis horas. Somente assim os Romanos poderiam desobedecer às ordens sem pagar com as próprias vidas. Deus mantém a Sua Palavra infalível.