terça-feira, 29 de outubro de 2013

PROVAÇÃO DO JUSTO.JÓ

Quando se fala em provação, o primeiro personagem que vem a nossa mente é Jó, suas provações foram tão duras que alguns chegam até mesmo duvidar da veracidade do livro, afirmando que ele é uma alegoria. Preparamos este esboço sobre Jó, medite e defina cada ponto deste sermão. Mesmo ele passando por todas estas dificuldades ainda permaneceu firme. Veja também: Como elaborar sermões e esboços A primeira provação (Jó 1:13-17): • A perda dos bens materiais; • A perda dos filhos. A segunda provação (Jó 2:1-8): • A perda da saúde: • A contração de enfermidade maligna. A terceira provação: (Jó 2:9): • Seu casamento é abalado; • A apostasia de sua esposa. A quarta provação (Jó 19:9): • A perda da reputação; • A sua fama é posta em dúvida. A quinta provação (Jó 19:21): • A perda dos melhores amigos; • Afastam-se dele interiormente. A sexta provação (Jó 34:11-12): • Atravessa por provação espiritual; • É repreendido pelo Senhor. A sétima provação (Jó 38): • Tem o coroamento da provação; • A revelação do Senhor; • Seus bens são restituídos em dobro. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. (Salmo 30:5) Read more: http://www.mefibosete.com/2011/08/esboco-marco-feliciano-as-sete.html#ixzz2jAtkuhmt

A PESCA MILAGROSA

Introdução Texto: Lucas c5 v1-7 Eles eram experientes, talentosos e capacitados, conhecia todo tipo de estratégias da pescaria, pois, aliás, esse trabalho era a fonte de seus sustentos. Mas vemos nesta passagem que trabalharam a noite toda, mas nada apanharam, imagino que esgotaram suas forças no empenho daquele trabalho, usaram todas as estratégias possíveis e todo o seu conhecimento sobre pesca, mas o resultado continuou sendo o mesmo, um desastre. Imagine você, após um longo dia de trabalho saber que o ganho do seu trabalho foi zero, que não terá dinheiro pra comprar o leite do seu filho, ou pagar a conta de luz da sua casa; Creio que foi assim que se sentiram. Mas toda esta situação pode ser revertida quando Jesus esta conosco. I – ATITUDES DOS PESCADORES EM RELAÇÃO AO FRACASSO 1.1 – Desceram do Barco v.2 O barco representa o centro da vontade de Deus, o lugar onde Jesus gostaria que sempre estivéssemos. Descer do barco significa sair da direção de Deus, significa abandonar a igreja, significa deixar aquele posto que Jesus nos preparou, não desça do barco, porque ele é o instrumento que nos levará ao lugar aonde Jesus vai nos honrar. 1.2 – Lavavam as suas redes v.2 As redes representam o talento, a capacidade, as promessas, os projetos que Deus colocou dentro de nós. Lavar as redes significa enterrar e jogar fora tudo àquilo que Jesus colocou dentro de nós, Se o barco representa aquilo que nos conduz, as redes representam as ferramentas que nós iremos usar em favor da obra de Deus. Não lave as suas redes, não desista daquilo que Deus te deu. II – ATITUDES DE JESUS EM RELAÇÃO AOS PESCADORES 2.1 – Jesus os observou v.2 Mesmo uma multidão cercando Jesus, nada pode ofuscar a sua observação em relação aos pescadores, aliás, está escrito que Jesus tem os olhos como chamas de fogo, nada fica oculto ao seu olhar, ele conhece tudo, e sabe o que se passa conosco. Quando Ele observou os pescadores ele enxergou o problema e mas tambem a solução. Assim é conosco, Jesus nos observa a cada dia e conhece cada passo nosso, conhece o nosso falar, e o nosso agir, o nosso levantar e o nosso deitar. Glórias a Deus, ele conhece o problema, mas também tem a solução pra nos dar. 2.2 – Jesus entrou no barco A grande razão de eles terem fracassado foi o fato de Jesus não estar no barco. Os peixes podem se esconder, o barco pode balançar, o vento e o mar podem se agitar, mas quando Jesus esta no barco tudo acontece como Ele quer, ninguém pode impedir o seu agir. Deixe Jesus entrar no barco da sua vida, no barco da sua família, no barco do seu trabalho, no barco do seu casamento, o deixe entrar e fazer tudo o que Ele quer. Glorificado seja o nome do Senhor 2.3 – Jesus ensinava a multidão do barco v.2 Esta atitude de Jesus me chamou muito a atenção, pois fiquei pensando comigo, se Jesus entrasse no meu barco, eu ia querer de imediato o meu milagre. Mas antes de fazer o milagre material, Jesus cuidou das coisas espirituais do Pai. Antes de realizarem a grande pesca tiveram que ouvir da poupa do barco as belas palavras de Jesus, tiveram que alimentar a sua alma, e fortalecerem a sua estrutura espiritual. E aprendi uma lição muito importante com esta passagem. Jesus nunca vai começar uma obra pelas coisas terrestres, mas sempre pelas coisas espirituais Muitas das vezes quando Jesus entra na nossa vida, queremos que Jesus haja de imediato nas coisas terrestres, e não compreendemos o seu agir, e mal percebemos que primeiro é necessário termos uma estrutura espiritual para receber as bênçãos que eles têm reservado pra nós. Espere no Senhor com paciência, pois tenho certeza que ele esta trabalhando na sua vida. (Leia João 5:17) Aleluias e Glórias ao nome de Jesus III – JESUS, OS PESCADORES E O MILAGRE Vamos agora observar duas ordens de Jesus e duas atitudes dos pescadores .1 – Faze-te ao mar alto v.4 Jesus poderia muito bem realizar o milagre de onde eles estavam, pois Ele tem todo poder pra fazer tudo o que quer e como quer. Mas por que Jesus ordenou que eles fossem para o meio do mar? Eu orei e Jesus me respondeu. No meio do mar não havia beira da praia e nem multidão, era só Jesus e os pescadores. Jesus queria intimidade e profundidade no relacionamento Precisamos nos afastar da beira da praia e ir para o meio do mar, necessitamos entrar em um relacionamento mais profundo com Deus, chega de vídeo-game, futebol e novela, é tempo de orarmos um pouco mais, é tempo de experimentarmos a boa, perfeita e agradável vontade Deus. Afasta-te de tudo aquilo que te impede ter um relacionamento mais profundo com Deus, Ele quer te revelar e fazer coisas maravilhosas na tua vida 3.2 – Lançai as vossas redes v.4 Todas as circunstancias eram contrarias a ordem imperativa de Jesus, era dia(se pesca a noite), o cansaço era evidente, e Jesus era um carpinteiro, obviamente que para alguns pescadores Jesus não sabia nada de pescaria, mas se o seu lado humano não sabia nada de pesca o seu lado divino tinha poder sobre todas as coisas. Aprenda uma lição com isso, preste muita atenção agora. Você pode ter controle sobre o barco e sobre a rede, mas quem tem poder sobre o mar e sobre os peixes é Jesus. (Santo, Santo e Santo) Nada podemos fazer se Jesus não estiver conosco Você pode ser o melhor, e conhecer todas as estratégias, mas o único que alcança o impossível é Jesus. 3.3 - Sobre a tua palavra lançarei a rede v.5 Pedro nos transmite uma lição muito grande, mesmo sendo um mestre da pescaria, ele foi humilde e confiou na palavra de Jesus. Às vezes os que nos falta é isso, humildade e obediência para desfrutarmos, se lembra de Naamã, o profeta lhe pediu algo tão simples, mas por um pouco de tempo ele relutou contra a palavra profética, só por causa do seu orgulho. Necessitamos quebrar o nosso orgulho, e aprender a obedecer às simples palavras de Jesus. 3.4 – Fizeram sinal aos outros companheiros O milagre na vida deles foi tão grande, que não somente eles foram abençoados, mas também aqueles que estavam ao seu redor. Não somente eles encheram o seu barco, mas também aquele que estavam por perto. Isto é uma palavra profética para nossa vida, Deus quer nos abençoar para sermos abençoadores, chega de egocentrismo e querer tudo apenas pra você, Deus quer te usar para abençoar as pessoas que estão ao teu redor. Louvado e exaltado seja o nome de Jesus. Conclusão: Poderia escrever muitas outras coisas a respeito desta passagem, de tão maravilhosa que é, mas para não ficar cansativo escrevi apenas aquilo que Jesus me ordenou. Não leia, mas medite neste sermão, pegue sua bíblia e leia esta passagem tenho certeza que Deus irá falar muito com você. Read more: http://www.mefibosete.com/2013/05/jesus-pescadores-milagres-barco.html#ixzz2jAswyZga

OBRAS DA CARNE FRUTOS DO ESPIRITO

Obras da Carne & Frutos do Espírito “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: caridade (amor), gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.” Gl 5.19-23 Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que 5.16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito. OBRAS DA CARNE. “Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17). As obras da carne (5.19-21) incluem: (1) “Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são traduzidos por um só em português: prostituição. (2) “Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5). (3) “Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21). (4) “Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5). (5) “Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23). (6) “Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas. (7) “Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11; 3.3). (8) “Emulações” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3). (9) “Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações violentas (Cl 3.8). (10) “Pelejas” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20; Fp 1.16,17). (11) “Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17). (12) “Heresias” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19). (13) “Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos. (14) “Homicídios” (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas. (15) “Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante. (16) “Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes. As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-se do reino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9). O FRUTO DO ESPÍRITO. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito inclui: (1) “Caridade” (amor) (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14). (2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; ver Fp 1.14). (3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20). (4) “Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1). (5) “Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3). (6) “Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13). (7) “Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10). (8) “Mansidão” (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20). (9) “Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5). O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos. Fonte: BEP

ANTROPOLOGIA (HOMEM)

Antropologia OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA NATUREZA HUMANA Há duas teorias com referência aos elementos essenciais da natureza humana. Notamo-las na seguinte ordem: I. A TEORIA TRICOTÔMICA As duas passagens seguintes são tidas por alguns para ensinar uma divisão tríplice da natureza humana em corpo, alma e espírito, estas constituindo três elementos distintos em a natureza do homem: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5:23). "A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, que penetra até à divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, que é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12). Rejeitemos esta teoria pelas seguintes razões: 1. SE A ENUMERAÇÃO TRÍPLICE EM 1 TESSALONICENSES 5:23 DEVE SER TOMADA COMO SIGNIFICANDO TRÊS ELEMENTOS DISTINTOS NO HOMEM, ENTÃO MATEUS 22:37 DEVE SER TOMADO COMO NOMEANDO, NOMÍNIMO, UM ELEMENTO ADICIONAL, FAZENDO-OS QUATRO AO TODO. Mateus 22:37 reza: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu pensamento." Precisa ser notado que essa passagem, à luz da interpretação de 1 Tessalonicenses 5:23 pelos advogados da teoria tricotômica, faz de coração e mente elementos diferentes em a natureza do homem. Diga-se agora que a "mente" nesta passagem é idêntica a "espírito" em 1 Tessalonicenses 5:23; mas o "coração" não pode ser identificado com coisa alguma em 1 Tessalonicenses 5:23, desde que "alma", bem como coração, está mencionada em Mateus 22:37. Assim, para os advogados da teoria tricotômica à luz de sua interpretação de 1 Tessalonicenses 5:23, não há escapar da necessidade de sustentar uma divisão quádrupla da natureza humana. 2. TÃO CERTO COMO ESTÁ MANIFESTO PELA ESCRITURA QUE "CORAÇÃO" E "MENTE" NÃO DESIGNAM ELEMENTOS SEPARADOS DA NATUREZA HUMANA, ASSIM TAMBÉM ESTÁ MANIFESTO QUE "ALMA" E "ESPIRITO" NÃO DESIGNAM. Presumimos que todos concordarão em que "coração" e "mente" representam não dois elementos distintos da natureza humana, mas apenas duas faculdades; sendo a mente especialmente a faculdade do conhecimento e o coração a faculdade do sentimento. Mais tarde mostraremos que é justamente tão manifesto que alma e espírito não são distintos. 3. HEBREUS 4:12 NÃO DEVE SER TOMADO COMO SE REFERINDO A UMA DIVISÃO ENTRE A ALMA E O ESPÍRITO COMO SE FOSSEM ELEMENTOS SEPARADOS. Antes pensamos que se refere a "penetração" da alma e do espírito até mesmo às suas juntas e medula, a saber, às mesmas profundezas da natureza espiritual"(A. H. Strong). 4. OS TERMOS "ESPÍRITO" E "ALMA" SÃO USADOS UM PELO OUTRO NA ESCRITURA. Vide Gênesis 41:8 comparado com Salmos 42:6; João 12:27 comparado com João 13:21 e Hebreus 12:23 comparado com Apocalipse 6:9. Este uso intermudável de ambos os termos é fatal à doutrina tricotômica. 5. DOIS ELEMENTOS APENAS DA NATUREZA HUMANA ESTÃO MENCIONADOS NA CRIAÇÃO DO HOMEM. Primeiro, Deus criou o corpo do homem. Então Ele assoprou nas ventas desse corpo o fôlego (espírito) de vida e assim o homem se tornou alma vivente. Cf. Gênesis 2:7. O homem não veio a ser primeiro alma vivente ou a possuir uma alma e então receber o espírito em adição: foi a recepção do espírito que o fez alma vivente. 6. JESUS DIVIDIU A NATUREZA HUMANA SÓ EM DOIS ELEMENTOS. Em Mateus 10:28 disse Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes temei o que pode destruir tanto a alma e o corpo no inferno". Se há três elementos em a natureza humana, que sucede ao terceiro quando corpo e alma vão para o inferno? Se Eclesiastes 12:7 se oferece em resposta a esta pergunta, respondemos a palavra hebraica traduzida "espírito" nesta passagem, não pode ser tomada como significando "espírito" no sentido em que a usamos aqui: significa meramente "fôlego". Em resposta, pode ser dito que, se a palavra hebraica aqui significa apenas fôlego, então ela significa o mesmo em Gênesis 2:7, onde a temos interpretado como significando espírito. Mas desde que, após a partida do fôlego, o homem continua a ser uma alma vivente, como evidenciado por seu sofrimento cônscio eterno, no caso de ele ir para o inferno (Gehenna), deve ser entendido que a palavra em Gênesis 2:7 significa mais do que fôlego. Não fique entendido que o que estamos dizendo aqui é que não há nunca qualquer distinção que seja entre alma e espírito. Enquanto elas são muito freqüentemente usadas como sinônimos, contudo, algumas vezes, traça-se uma vaga distinção; mas esta distinção não é entre elementos diferentes da natureza humana. Quando se faz uma distinção, ambos os termos meramente "designam o princípio imaterial de diferentes pontos de vista" (A. H. Strong). "Concluímos que a parte imaterial do homem, vista como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico, chama-se "psuke" (alma); vista como um agente moral e racional, suscetível de influência e habitação, esta mesma parte imaterial chama-se "pneuma" (espírito). O "pneuma" (espírito), pois, é a natureza do homem olhando para Deus e capaz de receber e manifestar o "Pneuma Hagion" (Espírito Santo); a "psuke" (alma) é a natureza do homem olhando para a terra e tocando o mundo dos sentidos. O "pneuma" (espírito) é a parte mais elevada do homem como relacionada às realidades espirituais ou como capaz de tal relação; a "psuke" (alma) é a parte mais elevada do homem como relacionada com o corpo ou como capaz de tal relação. O ser do homem, portanto, não é tricotômico senão dicotômico e a sua parte imaterial, enquanto na posse de dualidade de faculdades, tem unidade de substância. A natureza do homem não é uma casa de três andares senão de dois, com janelas no andar de cima dando para duas direções: para a terra e para o céu. O "andar térreo" é a nossa parte física: o corpo. Mas o "andar superior" do homem tem dois aspectos: há uma visão para as coisas embaixo e uma clarabóia através da qual se vêem estrelas" (Strong, Systematic Theology, pág. 246). "A alma é espírito modificada pela união com o corpo" (Hovey). II. A TEORIA DICATÔMICA Em vista de todas as considerações precedentes, somos pela teoria dicatômica da natureza humana antes que pela tricotômica: a primeira encara o homem como se compondo de duas partes, uma material (corpo) e outra imaterial (alma ou espírito). Já justificamos a primeira, ao menos para nossa própria satisfação, contra a segunda. Só nos resta agora responder aos que recusam até mesmo uma dupla divisão da natureza humana e negam que a alma seja um elemento atual, distinto do corpo. Como prova que o corpo e alma são dois elementos distintos, oferecemos os seguintes argumentos: 1. DISSE JESUS QUE O HOMEM NÃO PODE MATAR A ALMA. Vide Mateus 10:28. E, na mesma passagem Ele também disse que o homem pode matar o corpo; logo, corpo e alma são elementos distintos. 2. O HOMEM CONTINUA A EXISTIR DEPOIS DE O CORPO VOLTAR AO PÓ. Para prova disto vide o capítulo sobre "O Estado Presente dos Mortos". 3. A MORTE FÍSICA É TRATADA COMO A PARTIDA DA ALMA DO CORPO E A VINDA À VIDA OUTRA VEZ É TRATADA COMO A VINDA DA ALMA OUTRA VEZ AO CORPO. Vide Gênesis 35:18; 1 Reis 17:22. Algumas vezes a palavra hebraica "alma" nestas passagens (nephesh) significa meramente vida; mas um tal sentido da bem em 1 Reis 17:22, porque aí se afirma que "a alma da criança lhe voltou e ela reviveu" ou viveu outra vez. Traduzir "nephesh" aqui por "vida" faria as palavras rezarem: "A vida da criança veio-lhe outra vez e ela viveu outra vez". 4. PAULO CHAMA O CORPO MERAMENTE NOSSA CASA TERRESTRE E DIZ QUE TEREMOS UMA OUTRA CASA APÓS A DISSOLUÇÃO DO CORPO. Vide 2 Coríntios 5:1-4. Esta outra casa é o corpo espiritual que os crentes receberão na ressurreição. Assim o homem interior ou a alma pode mudar-se desta casa para outra e é, portanto, tão distinta em substância e separável em natureza como o corpo humano o é da casa em que mora. O corpo físico é somente a moradia terrena da alma. A NATUREZA MORAL DO HOMEM O homem é uma criatura moral. Com isto queremos dizer que ele é responsável pelas suas ações. Isto é um dos sinais por que o homem se distingue da besta. O homem se constitui criatura moral por aquelas faculdades que o fazem responsável pelas suas ações. Essas faculdades são três: I. INTELECTO Intelecto é a faculdade da percepção ou pensamento. É o poder de o homem saber ou receber conhecimento. Sem isto o homem não seria uma criatura moral. Isto está ensinado por Jesus em João 9:41. II. CONSCIÊNCIA De um ponto de vista estritamente psicológico a consciência não é considerada como uma faculdade separada. Deste ponto de vista as três faculdades são intelecto, sensibilidade e vontade; sendo a consciência considerada como a ação combinada dessas três faculdades dando ao homem um senso íntimo de sua responsabilidade moral e julgando entre o bem e o mal. Todavia, a consciência pode, num sentido, ser considerado como uma faculdade, porque é poder da mente conhecer o bem e o mal e sentir-se obrigado a fazer o bem. Assim o juízo está envolvido na consciência. E a razão está envolvida no juízo. Em suma, a consciência é o guia final do homem. Errôneo é fazer uma distinção entre seguir a própria consciência e seguir a Lei de Deus. A Lei de Deus não tem meio de nos alcançar exceto através da consciência. Quando fazemos o bem, só o pode ser como resultado de incitação da consciência, que obra segundo o padrão aceitado pela mente. Assim a consciência nos guia direito só em proporção à justeza do padrão que tivermos aceitado como nosso guia. Daí a necessidade de conhecimento correto da Palavra de Deus. III. VONTADE A vontade do homem está definida por A. H. Strong como "o poder da alma de escolher entre motivos e dirigir sua atividade subseqüente de acordo com o motivo assim escolhido, em outras palavras, o poder da alma de escolher tanto o fim como os meios de atingir o escolhido". Diz o mesmo autor: "A escolha de um fim último chamamos preferência imanente; a escolha dos meios chamamos volição executiva". Como observamos em considerarmos a vontade de Deus, a vontade não é independente da natureza do seu possuidor. Não é, como fosse, um outro eu dentro de nós. O caráter da vontade é o caráter do indivíduo que a possui. A vontade é, simplesmente, um poder da alma. Os atos da vontade são determinados por dois fatores: motivos e caráter. Usamos o termo "motivos" significando razões e induzimentos influenciando na direção de certos atos da vontade. Destes dois fatores, o caráter é o mais dominante, porque em todo ato da vontade fazemos escolha entre dois ou mais motivos e é o nosso caráter que determina que motivo escolhemos. Todo ato da vontade é uma expressão de caráter em vista de motivos e todo ato da vontade tende a modificar ou confirmar o caráter. Isto explica porque uma dada escolha da vontade se torna mais fácil cada vez em que ela se faz. O ESTADO ORIGINAL E A QUEDA DO HOMEM ( Pecado ) Em Eclesiastes 7:29 lemos: "Eis-que, só isto achei: que Deus fez o homem direito, mas eles buscaram muitas invenções". Nada é mais evidente do que os dois fatos mencionados nesta passagem; a saber, a justiça original do homem e a sua queda mais tarde. I. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM 1. O FATO EM SI. A passagem a pouco citada nos diz que Deus fez o homem justo. É isto evidente da natureza de Deus: sendo infinitamente santo. Ele só podia criar aquilo que é justo. Então se nos diz em Gênesis 1:31 que Deus viu que tudo quanto Ele fez foi muito bom. Isto inclui o homem. Mais ainda, se nos diz que Deus fez o homem na Sua própria imagem (Gênesis 1:27). 2. A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM. (1) Considerada Negativamente. A imagem de Deus no homem não consistiu de uma trindade análoga à trindade divina. Já discutimos isto circunstanciadamente no capítulo sobre "Os Elementos da Natureza Humana". Nesse capítulo mostramos que o homem consiste não de três partes senão de duas; e, se ele consistisse de três partes, que membro da trindade representaria o corpo do homem? (2) Considerada Positivamente. A imagem de Deus no homem consistiu de duas coisas, a saber: A. Santidade. Nisto teve o homem uma semelhança moral com Deus. Ao afirmarmos que santidade foi uma parte da imagem de Deus no homem, queremos dizer que, na criação do homem, Deus comunicou as faculdades humanas uma inclinação reta. A santidade deve ter sido parte da imagem de Deus no homem porque santidade é o atributo fundamental de Deus. Que santidade foi uma parte da imagem original de Deus no homem está também confirmado pelo fato que ela se comunica na renovação da imagem de Deus na regeneração (Efésios 4:24; Colossenses 3:10). Isto está confirmado mais além por Eclesiastes 7:29. A semelhança moral original do homem com Deus constitui em mais que mera inocência. Foi santidade positiva. Só isto pode satisfazer a afirmação que o homem foi feito à imagem de Deus. Se inocência fosse bastante para satisfazer essa afirmação, então seriamos obrigados a concluir que cada criancinha nasce na imagem moral de Deus, o que a Escritura nega (Salmos 51:5; 58:3; Jeremias 17:9). B. Personalidade. Nisto o homem tem uma semelhança natural com Deus. A personalidade pode ser definida como auto-concienciosidade e autodeterminação. A primeira é a habilidade do homem em conhecer-se distintamente de tudo o mais e de analizar-se. A segunda é o poder de fazer escolhas em vista de motivos. Tais escolhas envolvem a razão e o juízo; e, quando se relacionam com assuntos morais, envolvem consciência. É a personalidade que distingue o homem num modo natural do bruto. O bruto tem senso íntimo, mas não auto-concienciosidade. Nenhum bruto jamais pensou "Eu". Nenhum bruto jamais se deteve para analizar-se. Um bruto nunca reflete sobre sua própria natureza em distinção de tudo mais. Ele nunca se empenha em introspecção. Nem o bruto faz escolhas em vista de motivos. Suas ações são determinadas por instintos e por influencias de fora. Assim, o bruto tem determinação, mas não autodeterminação. Que o bruto se move por instinto mais do que por escolha em vista de motivos está evidenciado pelo fato que os brutos nunca melhoram nos seus métodos de fazer as coisas. Que a personalidade foi uma parte da imagem de Deus no homem está evidenciado pelo fato que o homem decaído, falto de santidade, ainda se diz estar na imagem de Deus. Vide Gênesis 9:6; I Coríntios 11:7; Tiago 3:9. II. A QUEDA DO HOMEM A santidade original do homem não era imutável. A mutabilidade é uma característica necessária da natureza humana. Imutabilidade requer infinidade de conhecimento e poder. A infinidade é uma característica só da divindade. Portanto, desde que Deus desejou criar o homem e não um deus, Ele fez Adão mutável. Isto tornou possível a queda. Notemos, então, em referência à queda: 1. O FATO EM SI. Em Gênesis 3 temos a narrativa da queda. De modo que a queda é um fato revelado. Também é um fato que é evidente, como já o indicamos. 2. O PROBLEMA EM SI. Quando vimos estudar a queda do homem, somos abordados pelo problema de como um tal ser, como Adão foi, pode cair. Notemos a respeito deste problema: (1) Uma explicação errônea. Algumas vezes uma explicação do problema da queda do homem é tentada por representar-se o seu estado original como um de mero equilíbrio no qual foi tão fácil escolher o erro como foi escolher o direito. Em outras palavras, a vontade estava tal estado de indiferença e tão suscetível de agir de um modo como de outro. Uma noção tam como esta reduz o estado original do homem a uma condição de mera inocência em vez de santidade positiva. Já tocamos nisto e confiamos em que mostramos que, mera inocência, não satisfaz a afirmação que o homem foi criado na imagem de Deus. (2) A explicação direita. Não devemos ver a dificuldade insuperável aqui reconhecida por muitos. Pensamos que a dificuldade encontra uma explicação satisfatória nos seguintes fatos: A. Adão era mudável. Já discutimos este fato. B. Sendo mudável, só podia permanecer firme no seu estado original pelo poder de Deus. Vide o capítulo sobre "A Relação de Deus com o Universo". Nada fica na sua própria força inalterado exceto aquilo que é imutável. C. Deus podia justa e santamente permitir a Adão cair se Lhe agradasse. Desde que Deus permitiu o pecado, ninguém objeta à permissão da queda, salvo aqueles que queiram criticar Deus. D. Deus, tendo escolhido permitir a queda, retirou de Adão o Seu poder sustentador e a natureza de Adão degenerou tanto como o universo inteiro cairia aos pedaços se Deus retirasse o Seu poder sustentador e conservador por um só instante. 3. OS RESULTADOS EM SI. (1) O primado de Adão. Quando Adão provou a corrupção de sua natureza, ele não ficou como simples individuo senão como o cabeça natural da raça. O primado natural de Adão está claramente ensinado no capítulo quinto de Romanos. O seu primado ali não se apresenta como simples primado federal. Adão não pecou meramente por nós, como se ele fosse o mero cabeça federal da raça; nós pecamos nele (Romanos 5:12). (2) Os efeitos da queda. A. Sobre Adão e Eva. Adão e Eva sofreram a corrupção de sua natureza, a qual lhes trouxe ao mesmo tempo morte natural e espiritual. B. Sobre a Raça. O efeito total da queda de Adão sobre a raça é a corrupção da natureza da raça, a qual traz a raça a um estado de morte espiritual e a torna sujeita à morte física. Os descendentes de Adão são feitos responsáveis, não pelo ato manifesto de Adão em participar do fruto proibido senão pela apostasia interior de sua natureza de Deus. Não somos pessoalmente responsáveis pelo ato manifesto de Adão porque o seu ato manifesto foi o ato de sua própria vontade individual. Mas, nossa natureza, sendo uma com a dele, corrompeu-se na apostasia de sua natureza dele. Daí, o efeito da queda sobre a raça não consiste tanto da culpa pessoal pelo ato manifesto de Adão como da corrupção da natureza da raça. Não somos responsáveis por qualquer coisa de que não podemos arrepender- nos quando vivificados pelo Espírito de Deus. Está qualquer homem hoje convicto do pecado de Adão de participar do fruto proibido? Mas nós nos sentimos convictos e podemos e nos arrependemos da corrupção de nossas naturezas, corrupção que se manifesta em rebelião contra Deus e em transgressões pessoais. Não cremos que a Escritura ensine mais do que isto a respeito dos efeitos da queda sobre o raça. Para uma discussão de João 1:29 a este respeito, vide o capítulo sobre a expiação. 4. A DIFERENÇA ENTRE ADÃO E EVA NA QUEDA. A narrativa do Gênesis não faz diferença vital entre Adão e Eva na queda, mas uma distinção está claramente apresentada em 1 Timóteo 2:14, onde se diz que Eva foi enganada e Adão não. Isto quer dizer que Eva caiu em transgressão porque ela foi levada a pensar que o aviso de Deus não era verdade e que ela não morreria como uma penalidade por participar do fruto proibido. Mas com Adão foi diferente: ele não duvidou da Palavra de Deus; ele pecou porque preferiu ser expulso do Éden com sua esposa antes que ficar no Éden sem sua esposa. Muita vez se pensa que os fatos acima ligam maior culpa ao pecado da mulher do que ao pecado de Adão, ao passo que o reverso é que é verdade. O homem pecou por meio da escolha voluntária e cônscia da amizade de sua esposa, antes que a de Deus. Nada disto foi verdade do pecado de Eva. 5. POR QUE DEUS PERMITIU A QUEDA? Não foi porque Deus foi compelido a permiti-la. Deus é soberano e faz tudo livremente. Não foi porque Lhe faltasse o poder. Conquanto Deus fez o homem mudável, o que foi necessário, como temos mostrado, contudo Ele podia ter conservado o homem do pecado sem a violação da vontade ou de qualquer princípio. Podemos dar apenas uma resposta à pergunta acima. É que Deus permitiu a queda para prover o meio para a glorificação do Seu Filho na redenção. 6. A QUEDA E A SANTIDADE DE DEUS. Talvez a razão carnal jamais fique satisfeita com qualquer explicação da queda em relação com a santidade de Deus. Como podia um Deus santo permitir o pecado quando Ele teve todo o poder de impedir? De que Ele teve esse poder não pode ser duvidado. E ao passo que a razão carnal não se satisfaça nunca, contudo a fé na Palavra de Deus satisfaz a nova mente em que a permissão do pecado por Deus está perfeitamente consiste com a Sua santidade. Teve-se o poder de impedir o pecado e não o fizemos, seriamos culpados do mal, mas Deus é diferente de nós: somos dependentes e, portanto, responsáveis. Deus é independente e, portanto, responsável a ninguém. Quando nós conhecermos como somos conhecidos, então poderemos entender completamente como a permissão para pecar é perfeitamente compatível com a perfeita santidade de Deus. Apostila Setes Teologia Sistemática

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O SILENCIO DE DEUS

Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio -Lamentações 3.26a Quando alguém se silência é porque alguma coisa aconteceu , será que Deus pode ficar em silênco será que o silêncio de Deus não quer dizer algo para nós ? 1. Quando você tem orado muito - e não tem uma resposta isso é silêncio de Deus ( Note bem o silêncio não é sintoma de que Ele não está vendo II Cr 16.9 , Pv 15.3 , Hb 4.13 ) As vezes derramamos nossa vida em pranto e Ele se cala ( faz silêncio ) A resposta não chega . 2. Quando voce é provado - na moinha é duro de entender o silenciar de Deus , sofrimento , desespero , lutas que parece não ter fim e Deus em silêncio , você pergunta Ele não responde faz SILÊNCIO Seu Silêncio doí Seu silêncio Moe Seu Silêncio prova Seu Silêncio machuca Seu Silêncio traz angustia Seu Silêncio fere Mas então o que fazer ? 1. Entender que até no silêncio Ele está trabalhando ( Is 64.4 ) 2. Ter confiança e fé que Ele está em silêncio mas está do teu lado ( Mt 28.20 ) e jamais vai deixar voce perecer 3. Descançar no silêncio - I Pe 5.7 Para tudo tem um fim Para tudo tem um novo começo Para tudo há solução Para tudo tem um tempo Entenda uma coisa as vezes é no silêncio que se chegamos mais a Deus . É hora de ver ele daqui a pouquinho se pronunciar na tua vida , e Se dizer algo fique tranquilo vai acontecer, mas não para derrota , mas para vitória . Conclusão : Deixa Deus agir no teu silêncio com o silêncio dele e verás que o fracasso vira vitória , o perdido é achado o derrotado vira vencedor e você se tornará um grande campeão ( Fp 4.13 )

O VALE DE OSSOS SECOS.

O Vale de Ossos Secos "... O Senhor me levou em espírito e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos... eram numerosos e estavam sequíssimos... Então me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor... Então profetizei... e eis que se fez um reboliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso... E profetizei como ele me deu ordem: então o espírito entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo." (Transcrição parcial do texto de Ezequiel 37.1-14) Uma das mensagens desse texto é a esperança baseada no poder de Deus. Se Deus enviasse o profeta ao meio de pessoas doentes, Ezequiel talvez pudesse sugerir tratamentos para elas. Porém, Deus o coloca diante de mortos, e não apenas isso, mortos há muito tempo, com seus ossos sequíssimos. É um quadro que mostra o fim dos recursos naturais e humanos. Aparentemente, é o fim de tudo. Mas os recursos divinos ainda não se esgotaram. Aleluia! Quando tudo parece perdido, Deus ainda tem solução. Veja o caso de Lázaro (João 11). Jesus chegou quatro dias depois do seu sepultamento. Parecia tarde demais, mas para Deus não era, e ele foi ressuscitado. Aquele vale cheio de ossos desarticulados e misturados mostra a desorganização de uma vida sem Deus. Vida? É mais apropriado dizer uma morte em vida. Desorganização nos sentimentos, nos negócios, nos objetivos, na família, etc. Muitas pessoas hoje são verdadeiros mortos-vivos. Já sepultaram seus sonhos e seus ideais. Deus disse ao profeta : "Filho do homem, profetiza aos ossos: ossos secos ouvi a palavra do Senhor..." A Palavra de Deus é o remédio para o problema do homem. É através da palavra de Deus, a Bíblia, pregada e ensinada, que os mortos espirituais viverão. A Palavra de Deus é viva (Hb.4.12) e comunica vida. Aqueles que receberem de bom grado essa Palavra, serão por ela transformados, vivificados. Cada osso vai encontrando seu lugar no corpo. Isso pode ser usado de forma aplicada para dizer que cada pessoa vai encontrando sua posição no corpo de Cristo, que é a igreja. Vai encontrando sua razão de viver, sua missão, seu objetivo de vida, sua função. O texto destaca ainda a importância da ação do Espírito de Deus sobre nós. De nada adianta tudo estar no seu lugar, se não houver a ação do Espírito Santo, se não houver unção, se não houver poder. Seria como um motor de um carro que estivesse bem montado, mas sem o lubrificante e o combustível necessários ao seu perfeito funcionamento. Assim, nossas igrejas não devem ser apenas organizações bem estruturadas. Isso é bom, mas não é suficiente. Não podemos funcionar sem o poder do Espírito Santo, sem a unção dos céus. Uma vez que estamos vivificados pela Palavra, e ungidos pelo Espírito, tornamo-nos um exército. Deus não ressuscitou aqueles mortos para que cada um fosse cuidar de seus próprios interesses. Deus os ressuscitou para que se tornassem um exército para lutar na causa do Senhor. Aqueles que são vivificados, salvos pelo Senhor, serão usados para alcançar outros. Isso não quer dizer que deixaremos de cumprir com os nossos deveres. Vamos trabalhar, estudar, divertir, etc. Mas nada disso ocupará o lugar de Deus em nossas vidas. Nada disso poderá impedir que façamos nosso trabalho na obra de Deus. Ele nos ressuscitou (Ef.2.1-2). Logo, nossa vida pertence a ele e vamos viver para a sua glória.

A PROMESSAS DO SENHOR NO KAYRÓS(tempo de Deus)

Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra - Hebreus 11.13. Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões... - Hebreus 11.33. I. TODAS AS PROMESSAS TÊM NELE "O SIM" "Pois todas quantas forem as promessas de Deus, nele está o sim; portanto é por ele o amém..." - 2 Coríntios 1.20. 1. As promessas de Deus estão fundamentadas no caráter do próprio Deus; 2. Ele jurou por si mesmo que cumpriria todas as suas promessas - Hb 6.16,16; 3. Deixar de cumprir uma promessa, para Deus, seria como se Ele pudesse negar a Si mesmo, o que Ele jamais o fará. II. TODAS AS PROMESSAS DE DEUS SERÃO CUMPRIDAS NO KAYRÓS Kairos (καιρός) é uma antiga palavra grega que significa "o momento certo" ou "oportuno". Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos. Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, esse último é um momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece. É usada também emteologia para descrever a forma qualitativa do tempo, o "tempo de Deus", enquanto chronos é de natureza quantitativa, o "tempo dos homens". 1. No Versículo 13 e no 33 de Hebreus 11, citados no início deste sermão, diz que: a) Não alcançaram, mas viram de longe b) Creram, abraçaram e confessaram... 2. A verdadeira fé não se baseia no que está ao alcance dos olhos a) Exemplos: Moisés e Davi 3. Quem confia no Senhor sabe que mesmo que venha a morrer, Deus cumprirá suas promessas, no tempo dEle - "Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele" - Jó 13.15 III. AS PROMESSAS DE DEUS SE TORNAM UMA HERANÇA PARA A FAMÍLIA "Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas". - Hebreus 6.12 1. A promessa feita para um pai alcança, por herança aos seus filhos - Hb 11.9; 2.Quem se enquadra no perfil, ou quem faz jus, quem permanece, se torna herdeiro - 2 Co 7.1 3. Somos uma geração que desfruta das promessas de Deus feitas aos pais da igreja no início do século passado.

sábado, 26 de outubro de 2013

SETE GRANDES HOMENS DA BIBLIA

Lição 1 - José 7 Grandes Jovens da Bíblia Lição 1 - José Lição 2 - Samuel Lição 3 - Davi Lição 4 - Ester Lição 5 - Daniel Lição 6 - João Lição 7- Timoteo Apresentação Apresentamos-lhe este manual de estudos bíblicos esboçados, para a juventude. Os problemas e as circunstâncias que os jovens enfrentam hoje em dia são, em muitos aspectos, sem paralelo em toda a história humana. Contudo, não precisamos pensar que esta geração é peculiar nos problemas e dificuldades que enfrenta para viver de maneira pura e interrupta para Deus. Na verdade, jovens de todas as gerações têm enfrentado os mesmos problemas básicos que enfrentamos hoje, para viver para Deus. A ciência criou grandes modificações em nossa forma e padrão de vida, com suas muitas invenções, mas os problemas básicos que a mocidade enfrenta são freqüentemente os mesmos hoje como em séculos atrás, nos dias bíblicos. Estudos simples, do caráter de sete jovens da Bíblia, servirão para ilustrar como aqueles moços e moças enfrentaram e resolveram os mesmos problemas que nossa mocidade enfrenta hoje. Estes estudos mostrarão também como eles enfrentaram aqueles problemas com a fé em Deus e coragem para viver por aquela fé. Se estas lições puderem desafiar os jovens de hoje a resolverem os seus problemas, com a mesma fé e coragem que estes grandes jovens da Bíblia usaram para resolver os seus, este manual cumpriu o seu objetivo. Estas Lições devem ser usadas em reuniões da Rede de Jovens. Os estudos de personalidade não são exaustivo, completos, e muitas vezes tratam só da juventude destes vultos bíblicos, tocando apenas brevemente em seus anos de maturidade. A razão é óbvia: este manual é um estudo dos seus problemas e lutas nos verdes anos da sua mocidade. Passo a sugerir duas maneiras básicas de estudar este primeiro manual. Primeiro, cada lição pode ser estudada por todos os jovens durante a semana, que preceder a reunião ou a aula, e então um líder pode dirigir os jovens na discussão, para que cada um possa contribuir com as verdades que mais os inspiraram na lição. São incluídos em cada lição tópicos para a discussão e perguntas. A Segunda maneira de estudar uma lição é encorajar todos os jovens a estudar a lição na semana precedente, e então escalar um ou dois jovens para proferirem “sermonetes” que tenham desenvolvido de alguma verdade aprendida na lição. Se o tempo permitir, ambas as maneiras podem ser usadas; primeiro os “sermonetes”, e depois os tópicos para discussão e as perguntas. As lições são curtas; os sumários e as perguntas têm o objetivo de promover o estudo individual e a participação de todos os jovens do grupo. De fato, o padrão neotestamentário para as reuniões dos crentes está subentendido nestas lições. Elas foram preparadas para encorajar a participação ungida de todos. No Corpo de Cristo, cada membro deve ser um participante, e não espectador passivo. Se os líderes dos grupos que forem usar este manual recapitularem cuidadosamente os pensamentos apresentados neste prefácio, antes de procurar usar as lições em reuniões especiais, as aulas serão mais eficientes nas vidas dos seus jovens. Lição 1 - J O S É Quem era José? O livro de Gênesis devota quase trinta por cento dos seus capítulos à vida de José, filho de Jacó. A sua vida foi incomum, pois ele foi vendido para a escravidão no Egito quando tinha dezessete anos, e naquele país ele passou os treze anos seguintes como escravo e na prisão. Tinha apenas trinta anos de idade quando tornou-se governador da maior civilização daquela época. Ali, em terra estranha, casou-se com mulher estrangeira, e viveu e reinou no Egito durante oitenta anos. José era o filho favorito de Raquel, esposa favorita de Jacó. Este lhe deu uma capa de muitas cores, que indicava para os outros irmãos que Jacó pretendia dar-lhe a primogenitura. Hoje em dia diríamos: “Ele nasceu com uma colher de ouro na boca”. Teria riquezas que haveria de herdar, posição e benção; contudo, não foi este o plano de Deus para a sua vida. Leia como Deus permitiu que todas estas cousas ruíssem por terra, e grande humilhação se abatesse sobre ele durante trinta anos, enquanto preparava-o para cousas maiores. Como era a vida na época de José? Jacó e seus filhos eram pastores ou vaqueiros. Cuidavam de seus rebanhos, criavam suas famílias, e geralmente procuravam servir a Deus. Com a idade de dezessete anos, José foi introduzido ao Egito, que era culturalmente muito mais desenvolvido que Canaã. Sabe-se que toda a arte e ciência da Grécia foram copiadas do Egito. Todavia, a liberdade e os direitos humanos estavam no mais baixo nível. A vida humana tinha pouco valor. A escravidão florescia com todo o vigor. Que problemas semelhantes aos nossos José enfrentou? José não foi compreendido pela sua família, era invejado e odiado por seus irmãos. A sua juventude não podia ser suave, em tais circunstâncias. Não lhe foi fácil ser repentinamente degradado da posição de filho mimado de Jacó, para ser escravo na casa de Potifar, no Egito. Ele foi colocado em posição dificílima. Foi sujeito à tentação da esposa do seu senhor. Hoje em dia, parece que essa tentação é muito pouco diferente. Quando ele foi elevado repentinamente da prisão para o trono, enfrentou a tentação do orgulho e da arrogância, que uma prosperidade assim, súbita, propicia. Mais tarde, ele teve todas as oportunidades de vingar-se dos seus irmãos por causa da traição que eles lhe haviam feito, quando menino. Todas estas tentações e problemas têm derrotado muitos homens, e ainda estão fazendo com que muitos não cumpram a vontade de Deus para as suas vidas, hoje em dia. Como foi que José resolveu os seus problemas? José tinha fé e dependência básica de Deus (Gênesis 39:4-8; 50:19, 20), que o mantiveram fiel em meio a todas estas circunstâncias e problemas. Quando você lê acerca do perdão que ele concedeu aos seus irmãos, da sua fidelidade em face à adversidade, lembre-se de que foi a sua fé robusta em Deus que fez dele um homem fiel. A vida e as oportunidades de José foram maiores ou menores do que as nossas? A vida era mais simples naquela época do que agora, mas era mais primitiva e incerta em outros sentidos. São as épocas e circunstâncias que colocam diante de nós grandes oportunidades, pois é Deus que nos dá a oportunidade de realizar grandes feitos em nossas vidas? No caso de José, Deus o ajudou e lhe deu o lugar. Para nós também, Deus é o único que exalta o humilde coração que confia, e abate o orgulhoso e ímpio. Hoje em dia, temos uma oportunidade ainda maior que José, para andar com Deus, pois Ele está derramando do Seu Espírito mais amplamente, nestes dias. Leitura designada: Gênesis, capítulos 37 a 50. Esboço da Vida de José 1. Seus pais - Gênesis29:31; 30:1, 22-24. 2. Suas primeiras relações familiares, suas revelações e sonhos – Gênesis37:1- 22. 3. Vendido como escravo – Gênesis37:23-36. 4. Escravatura e prisão – Gênesis39 e 40. 5. Libertado e exaltado – Gênesis41. 6. Perdão semelhante ao de Cristo - Gênesis42 a 50. 7. Os seus ossos levados para Canaã quatrocentos anos mais tarde – Gênesis50:24-26; Êxodo 13:19. Perguntas para Estudo e Discussão 1. Em Gênesis capítulo 37, note os problemas que a parcialidade paterna suscita em uma família. Se um pai (ou mãe) é parcial em benefício de um dos filhos, que problemas isto suscita? 2. Descreva como José tornou o mal com o bem. 3. A família de José o compreendia quando ele era menino e recebia sonhos de Deus? Como podemos entender melhor os membros de nossa família? 4. Que fez José quando tentado a pecar, pela esposa de seu senhor? Há ocasiões em que fugir é melhor do que lutar? 5. Você acha que Deus preparou tempos difíceis na mocidade de José, afim de prepará-lo para as grandes bênçãos do futuro? 6. Se José não tivesse sido vendido para o Egito, mas se lhe fosse permitido continuar como filho mimado e favorito de Jacó, é possível que a predileção de Jacó tivesse destruído o seu caráter de maneira mais eficiente do que as adversidades que ele enfrentou? Grandes Temas da Vida de José Pagar o mal com o bem. Como enfrentar da Tentação. O valor das Dificuldades. Versículos para decorar: Gênesis 39:4,5,7,8,; 50: 19-20; 50: 24-26, Êxodo 13:19.- = Voltar= Lição 02 - S A M U E L Quem era Samuel? Mais de mil anos antes do nascimento de Cristo, um jovem cresceu como auxiliar de idoso sacerdote, no Tabernáculo de Israel. Embora a vida no Tabernáculo fosse tão corrupta quanto em todo o resto da nação, aquele jovem, Samuel, aprendeu a conhecer a voz de Deus na sua mocidade, e andou irrepreensivelmente em toda a sua vida, a ponto de chegar a ser um pioneiro espiritual. Ele fundou a linhagem de profetas que iriam tornar-se a única voz verdadeira de Deus para a nação, na perspectiva dos séculos futuros. A corrupção moral que ele testemunhou até na casa de Deus, jamais maculou a sua vida. A maior parte da vida ele serviu tanto como sacerdote quanto juiz. Foi o último dos grandes juizes. Chamavam-no juiz itinerante, pois ele fazia um circuito em Betel, Gilgal, Mizpá e Ramá, administrando justiça. Ele preencheu um cargo político na maior parte da vida, sem uma única mancha em sua carreira. Sob sua direção como vidente, ou profeta, formou-se a monarquia, e ele ungiu os primeiros dois reis de Israel, Saul e Davi. Como era a vida na época de Samuel? As escrituras registraram que na época dos Juízes “cada um fazia o que achava mais reto”. Ocasionalmente, subvertida a opressão causada por uma nação vizinha, e levava o povo de volta à adoração do Senhor. Geralmente, durante esses períodos, prevaleciam anarquia, iniqüidade e imoralidade de toda espécie. Eram períodos violentos de transição em toda a nação. Condições que produziam facilmente os homens mais malignos. Porém, dessa era confusa e degenerada, emergiu Samuel, homem íntegro, que andou diante do Senhor como Seu profeta, durante toda a sua vida. Que problemas semelhantes aos nossos Samuel enfrentou? Os tempos eram perigosos por causa de freqüentes guerras. Naquela época, como hoje, a ameaça de guerra era como nuvem negra que estava sempre suspensa sobre a nação civilização, como nos tempos de Samuel. A tendência de se conformar com o curso dos eventos afetou até os sacerdotes. Naquela época, como agora, era difícil recusar-se a se conformar e “seguir a multidão em fazer o mal.” Como foi que Samuel resolveu os seus problemas? Samuel significa “Pedido a Deus”, pois a sua mãe Ana era estéril quando pedira um filho a Deus. Com uma mãe que orava, Samuel parecia destinado a ser um homem de oração durante toda a sua vida. Quando os filhos de Eli eram imorais e cobiçosos no Tabernáculo, Samuel estava aprendendo a voz de Deus, e continuou a ser um homem poderoso em oração durante todos os seus anos. Veja I Samuel capítulos 7, 8 e 12:14-23. Embora ele tivesse nascido para o sacerdócio e fosse de família levítica (I Crônicas 6:33-38). É conhecido melhor como o “profeta de oração”. Todos os problemas, então como agora, têm solução diante do trono de Deus. A vida e as oportunidades de Samuel foram maiores ou menores do que as nossas? O que é que você acha? É difícil responder com segurança. Samuel viveu como jovem em tempos quando a palavra do Senhor era rara (I Samuel 3:1). A vida naquela época não corria no ritmo de hoje em dia, pois Canaã ainda era uma nação agrícola e pastoril. Se as suas oportunidades de cultura eram menores do que as nossas, ele deve ser recomendado por tê-las aproveitado para aprender dos rolos antigos, e ter-se tornado um juiz tão fiel. As comunicações e os transportes daquela época e de hoje, são dois mundos diferentes, mas lembre-se de que as cidades da época de Samuel (Silo, Betel, Ramá, Jerusalém, Gibea), estavam a uma distância média de apenas oito a dez quilômetros uma da outra. O seu mundo era menor. Leitura designada: Samuel 1 a 16; 19:18-24: 25:1; 28. Esboço da Vida de Samuel 1. Ele nasceu em resposta à oração – I Samuel 1. 2. Ele cresceu no Tabernáculo, e foi chamado por Deus ainda menino – I Samuel 2 e 3. 3. Através de suas orações, os filisteus foram derrotados – I Samuel cap. 4 a 7. 4. Ele ungiu o primeiro rei – Saul – I Samuel 8 a 10. 5. Ele pronunciou julgamento sobre Saul. I Samuel cap. l1 a 15. 6. Ele ungiu a Davi como o segundo rei de Israel – I Samuel 16. 7. A poderosa escola de profetas de Samuel – I Samuel 19:18-24. 8. A morte de Samuel – I Samuel 25:1. Perguntas para Estudo e Discussão 1. Quanto você acha que Samuel devia à sua mãe, Ana? 2. A influência e a experiência do menino Samuel no Tabernáculo foi sempre elevado e boa? 3. Apresente tantos incidentes de oração na vida de Samuel, quanto puder. Discuta- os. 4. O que é um “vidente”? 5. Os profetas são mencionados muitas vezes na Bíblia, antes de Samuel? Grandes Temas da Vida de Samuel O perigo de Indulgência Paterna - I Samuel 2; 8:1-105. Obediência Completa - I Samuel capítulo 15. Oração na Vida de Samuel – I Samuel 7:5-8; 8:6; 12:17 e 15:1; Salmo 99:6; Jeremias 15:1; Hebreus 11:32-40 Samuel – Fiel a Deus em Tempos Maus. Versículos para Decorar: I Samuel 1:27-28, 2:35; 12:23-24; 15: 22 e 16:7. = Voltar= Lição 3 - D A V I Quem era Davi? Aproximadamente três mil anos atrás, um moço tornou-se rei de seu povo, com a idade de trinta e três anos. Ele já havia enfrentado grandes perigos e adversidades, tendo lutado com leões e ursos quando era pastor de ovelhas, e tendo derrotado um gigante filisteu que tinha 2,70 metros de altura, depois do que vivera vários anos como fugitivo e marginal por causa da inveja do seu rei. Esse moço, Davi, ainda bem jovem já era compositor, músico, guerreiro e estrategista militar. Mais tarde, ele iria governar as doze tribos de Israel durante quarenta anos, e expandir o seu reino do Rio Eufrates até às fronteiras do Egito. Reconhecido como o maior rei da história de Israel, ele também é chamado “o doce cantor de Israel”, e nas Escrituras, é chamado profeta de Deus. Acima de todas estas cousas, ele era um homem profundamente espiritual, chamado por Deus, e homem segundo o Seu coração. Ele era intensamente humano, e exibia a ampla gama de expressões morais de que o coração humano é capaz. Ele alcançou as alturas e chegou às profundidades. Davi significa “amado”; era homem belo, embora de pequena estatura; forte, corajoso e prudente no falar. Como era a vida na época de Davi? Tanto nacional como religiosamente, os tempos eram caóticos. Davi teve pleno contato com a época violenta em que vivia. Lutou com animais selvagens no deserto, enquanto, na qualidade de rapazote, cuidava das ovelhas; lutou nos exércitos de Israel como jovem, e esquivou-se da perseguição do rei invejoso, que deseja matá-lo. Como fugitivo nas montanhas, ele aprendeu a manejar os homens, e tornou-se um líder. A vida era cheia de perigos, e os homens expressavam as suas emoções de maneira primitiva e às vezes violenta. Não obstante, houve maravilhosa revelação e comunhão com Deus na vida de Davi e de Samuel, seu contemporâneo. Que problemas semelhantes aos nossos Davi enfrentou? Davi foi ungido para ser o Rei de Israel, quando não passava de um garoto, mas muitos anos se passaram antes que ele se tornasse rei. É difícil os jovens enfrentarem adiamentos e revezes. Porém, muitas vezes, decepções e lutas também são o nosso quinhão. Davi enfrentou estas cousas, e nós também as enfrentamos. Ele constantemente enfrentou um inimigo que era maior que o Golias, que matou quando moço. Esse inimigo era a sua própria natureza carnal. Muitas vezes é difícil fugir “das paixões da mocidade”. Como foi que Davi resolveu os seus problemas? Muitas vezes Davi buscava o Senhor em oração e louvor, quer estivesse enfrentando inimigos, concupiscência ou culpa, quer tivesse problemas para os quais não podia encontrar solução. Em momentos de desânimo, está escrito que “Davi fortaleceu-se no Senhor”. Quando lemos os Salmos, muitos dos quais foram escritos por Davi, estamos lendo as orações e louvores de homens que não eram capazes de encontrar escape, nem solução, nem forças, exceto no Senhor. A vida e as oportunidades de Davi foram maiores ou menores do que as nossas? Quando uma nação está erguendo-se, ou caindo, apresentam-se as grandes oportunidades de fama, riqueza e grandeza. É a hora de crise quem exige um Tiradentes, ou D. Pedro I. Tempos de crise, que tais testemunharam o aparecimento dos profetas do Antigo Testamento. Em uma hora de necessidade assim, surgiu Davi. Não é verdade que hoje nós também estamos vivendo em uma época de crise e de transformação para toda a civilização? Quem pode dizer que esta época não é ainda mais desafiadora do que o tempo em que Davi viveu? Leitura designada: I Samuel, capítulo 16 até o fim do livro. II Samuel, todo o livro. I Reis 1:1; 2:12. Note que I Crônicas capítulos 10 a 22, e 28 e 29 também tratam da vida de Davi, com algumas poucas variações. Esboço da Vida de Davi 1. O jovem Davi foi ungido Rei – I Samuel, capítulo 16. 2. O jovem Davi matou Golias – I Samuel, capítulo 17. 3. A inveja de Saul e o amor de Jônatas – I Samuel, capítulos 18 a 20. 4. Davi foi fugitivo até a morte de Saul – I Samuel 21-31. 5. Davi foi feito Rei – II Samuel, capítulos 1 a 7. 6. Davi edificou e expandiu o reino – II Samuel 8-10. 7. Davi e Bate–Seba – II Samuel, capítulos 11 e 12. 8. Os problemas de Davi – II Samuel, capítulos 13 a 21. 9. Os últimos cânticos de Davi – II Samuel, capítulos 22 e 23. 10. Instruções finais e morte de Davi – I Reis 1:1; 2:10-12. Perguntas para Estudo e Discussão 1. O que mais o impressionou na vida de Davi? 2. Que lições lhe pareceram mais importantes? 3. Discuta a versatilidade dos talentos e das façanhas de Davi. 4. Para você, qual é a fase mais importante da vida dele: Davi como guerreiro, músico, rei ou profeta? 5. Você pode indicar como Davi colheu, em seus próprios filhos, o pecado cometido com Bate-Seba? 6. Como você resume o aspecto espiritual de Davi? 7. Por que lhe foi negado o grande desejo de edificar um templo para Deus? Grandes Temas da Vida de Davi Inveja – do exemplo da inveja que Saul tinha de Davi. Seja um Amigo Verdadeiro – Davi e Jônatas – I Samuel, capítulo 14; 18:1-5; 19:1-7; capítulo 20; 31:2; II Samuel 1:17-27. Perdão – Mefibosete – II Samuel, capítulo 9. Você não pode esconder o Pecado – II Samuel, capítulos 11 e 12. O último Salmo de Agradecimento de Davi, suas Últimas Instruções e Última Oração – II Samuel, capítulos 22 e 23; I Crônicas 29:10-19. Versículos pra Decorar: I Samuel 16:7; 17:45; 22:2-4, 17-20 e 26-27. = Voltar= Lição 4 - E S T E R Quem era Ester? Ester era uma bela órfã judia, que viveu na Pérsia durante a época histórica em que o seu povo estava emigrando em ondas sucessivas, de volta a Canaã, saindo do exílio babilônico. Ela, como José no Egito, e como Daniel na Babilônia, foi usada por Deus para livrar o seu povo da aniquilação. Ela preparou o terreno para Esdras voltar a Jerusalém cerca de dezesseis anos depois, e para Neemias reconstruir os muros de Jerusalém, cerca de trinta anos depois. Aquela moça foi usada para mudar a maré da história. A sua beleza, o seu espírito de sacrifício e o seu tato tornaram-na uma arma eficiente na mão de Deus, para evitar o desastre da sua raça. A oportunidade de Ester surgiu quando ela ganhou um concurso de beleza realizado com representantes de cento e vinte e sete países e províncias do Império Persa, para eleger uma rainha. Ela casou-se com Assuero (mais conhecido como Xerxes), e viveu com ele até a sua morte, treze anos depois. Ela estava casada com o rei havia cinco anos, quando Hamã conspirou o massacre dos judeus. Depois da libertação deles, Assuero, o poderoso monarca do Império Persa, teve um conselheiro judeu (Mordecai), bem como uma esposa judia. Como era a vida na época de Ester? Ester e o seu povo eram uma raça minoritária em uma terra estranha. Era um povo desapossado, com limitada liberdade pessoal. O soberano oriental era cruel e opressor. A existência era uma luta diária. Que problemas semelhantes aos nossos Ester enfrentou? Ester enfrentou e participou da perseguição do seu povo. Sem dúvida ela foi tentada a ficar em silêncio e escapar à vergonha ou ao prejuízo pessoal. Hoje em dia, os jovens cristãos não gostam de ser escarnecidos ou encarados como “diferentes”. Todos nós enfrentamos uma crise, mais cedo ou mais tarde. Ester era uma jovem que surgiu em uma emergência. Como foi que Ester resolveu os seus problemas? Ela estava disposta a abandonar a sua posição – e até a sua vida – a fim de salvar o seu povo (Ester 4:13; 5:1-8) e teve a coragem de falar quando chegou a hora, mas com tato e sabedoria. As oportunidades de Ester foram maiores ou menores do que as nossas? Como sempre, as “chances” vêm para aqueles que estão dispostos a tirar o melhor partido delas. Hoje, a história de Ester poderia ser re-escrita, mas com graça cristã em vez do desejo de vingança que vemos nos últimos capítulos. Em Cristo, podemos nos elevar a um amor que perdoa os nossos inimigos. Leitura designada: O livro de Ester (10 capítulos). Esboço da Vida de Ester 1. Ester tornou-se Rainha da Pérsia – Ester – cap. 1 e 2. 2. A conspiração da Hamá, e sua queda através da estratégia de Ester – Ester capítulos 3 a 7. 3. Os judeus foram libertados através da intercessão de Ester – Ester 8:1 a 9:16. 4. A Festa de Purim foi instituída mediante decretos de Ester – Ester 9:17 até o fim do livro. Perguntas para Estudo e Discussão. 1. O nome de Deus é mencionado no livro de Ester? A oração é mencionada? Adoração religiosa é mencionada? 2. Você acha que a deposta rainha Vastí tinha razão de recusar-se a obedecer às ordens do seu esposo? 3. Qual era o nome hebraico de Ester? O rei sabia que ela era judia? 4. Quem eram os pais de Ester? 5. Ester é uma excelente história. Indique outra história assim curta, no Antigo Testamento. 6. O que você acha do sentimento de vingança dos judeus? Grandes Temas da Vida de Ester. Grandes crises propiciam a manifestação de Grandeza no Povo de Deus. Para uma ocasião como esta - Ester 4:16 Colhendo o que Semeou – Hamã. Três grandes Festas: A Festa de Assuero, a Festa de Ester e a Festa de Purim. Versículo para decorar: Ester 4:16. = Voltar= Lição 5 - D A N I E L Quem era Daniel? Daniel foi um dos moços de sangue nobre ou real, que foram levados à Babilônia por ocasião do primeiro cativeiro, durante o reinado de Joaquim (Daniel 1:2). Ele tinha, naquela época, cerca de dezoito anos. Nada se sabe de sua família, mas aquele jovem andou com Deus e tornou-se um dos maiores profetas de todos os tempos. Tornou-se um grande estadista, ocupando essa posição durante mais de setenta anos. Tinha mais de noventa anos de idade quando foi colocado na cova dos leões, por Dario. Quando já estava na Babilônia, havia cerca de quinze anos, embora muito jovem, ele adquiriu tal fama por sua fé e intercessão como profeta de Deus, que Ezequiel o compara, na Palavra de Deus, com Noé e Jó, apresentando os três, como os maiores intercessores de todos os tempos. Leia cuidadosamente Ezequiel 14:13-20. Embora ele tenha enfrentado dificuldades como cativo de guerra, logo na mocidade, ele foi um dos maiores e mais puros caracteres da historia. Como estadista, influenciou as grandes civilizações que começaram uma nova ordem de cousas na história do mundo. Como era a vida na época de Daniel? A vida de Daniel diferiu da maioria dos seus contemporâneos, pois ele viveu no palácio e foi uma figura pública durante um período de setenta anos ou mais. As tentações, conflitos e pressões se fazem sentir sobre os jovens que servem a Deus em qualquer geração. As invenções modernas e o progresso tem tornado as nossas vidas luxuosas, em comparação com o melhor que os reis antigos possuíam. Pelos menos, Daniel gozou do que havia de melhor em seus dias. Que problemas semelhantes aos nossos Daniel enfrentou? A tentação de contemporizar com a ordem mundana é sempre a mesma, bem como a luta íntima entre o espírito e a carne. Nessas batalhas, Daniel foi mais do que vencedor. Em todos os sentidos ele foi um não-conformista, e um homem íntegro. A vida e as oportunidades de Daniel foram maiores ou menores do que as nossas? Em muitos sentidos, Daniel parece que enfrentou, por ser cativo de guerra, maiores desvantagens do que nós. Contudo, devemos lembrar que Daniel viveu e participou dos grandes impérios (Babilônico e Persa), que estabeleceram o curso da civilização mundial. Nenhum homem no mundo de hoje poderia ter a influência no futuro da civilização como a que Daniel teve. Nos primórdios da civilização o poder e a influência foram concentrados em uma região, e nas mãos de uns poucos. Isto não pode acontecer hoje. Leitura designada: Daniel, capítulos 1 a 6. Os Capítulos 7 a 12 registram as suas visões e profecias. Esboço da Vida de Daniel 1. Daniel recusou-se a se contaminar ou contemporizar – Daniel capítulo 1. 2. Daniel interpretou o sonho esquecido do Rei Nabucodonozor - Daniel capítulo 2 (como jovem, estando na Babilônia havia apenas três anos). 3. Os amigos de Daniel passam pela fornalha quentíssima - Daniel capítulo 3 (Daniel estava na Babilônia há 20 anos). 4. Daniel predisse a insanidade e recuperação de Nabucodonozor – Daniel capítulo 4. 5. Daniel predisse, na festa de Belshazar, a sua derrota pelos medos e persas – Daniel capítulo 5. 6. Daniel foi posto na cova dos leões por Dario, Rei da Pérsia – Daniel capítulo 6 (Daniel tinha, então, mais de noventa anos). Não há registro de sua morte. O resto do Livro de Daniel registra as suas visões e profecias. Perguntas para Estudo e Discussão 1. Você é capaz de identificar os quatro grandes reinos mundiais descritos no sonho de Nabucodonozor, em Daniel capítulo 2? 2. Quantos acontecimentos miraculosos você poder encontrar no livro de Daniel? 3. Descreva os vários aspectos da personalidade de Daniel: “o profeta místico”, “o estadista e conselheiro de reis”, etc. 4. O que é que os jovens podem aprender do caráter de Daniel, que os inspire a andar com Deus? 5. Pessoas ocupadas podem, não obstante, ser espirituais? Grandes Temas da Vida de Daniel Firmeza de coração – Daniel 1:8. Soberania de Deus sobre as nossas vidas – Daniel 2:47; 4:37; 6:26. Milagres na Vida de Daniel. Daniel – Homem de oração. Liberação Divina dos Fiéis de Deus. A Presença de Deus na Tribulação – Daniel capítulo 3. Humildade – Daniel 2:49. Louvor e Adoração – Daniel 2:20-23. Versículos para Decorar: Daniel 1:8; 2:44-45: 12:3. = Voltar= Lição 06 - JOÃO MARCOS Quem era João Marcos? João Marcos foi um jovem do Novo Testamento que fracassou miseravelmente na sua primeira oportunidade de servir a Cristo, porém, mais tarde, recuperou-se tornando-se um maravilhoso ministro da igreja primitiva, e autor de um dos Evangelhos. João Marcos era um cristão da segunda geração. A sua mãe era devota. Muitas vezes, contudo, as crianças podem ser criadas em um lar cristão e freqüentar a igreja, mas não ter, pessoalmente, uma experiência real. O primo de João Marcos, Barnabé, era um apóstolo; todavia, João Marcos desertou a companhia apostólica de Paula e Barnabé, quando as circunstâncias eram adversas. Mais tarde, João Marcos tornou-se o ministro do qual Paulo escreveu: ”me é útil para o ministério”. Sem dúvida, nenhuma derrota precisa ser final ou irrevogável. Como era a vida na época de João Marcos? Ao lermos os Evangelhos e o livro de Atos, temos um quadro da vida no Império Romano durante o primeiro século da Igreja. Que problemas semelhantes aos nossos João Marcos enfrentou? João Marcos enfrentou o que todos enfrentamos: a dificuldade interior de resolver os nossos próprios problemas, e não fugir deles. A juventude precisa enfrentar as responsabilidades da vida, bem como inúmeras cousas desagradáveis e difíceis. Como foi que João Marcos resolveu os seus problemas? Da mesma forma como devemos resolver os nossos. Se fugirmos deles, precisaremos voltar e enfrentá-los. Algumas vezes é mais difícil enfrentá-los da segunda vez do que da primeira. Se buscarmos em oração a ajuda do Senhor, e se tivermos um amigo fiel como Barnabé ao nosso lado, conseguiremos resolvê-los. A vida e as oportunidades de João Marcos foram maiores ou menores do que as nossas? João Marcos tinha uma vantagem sobre a maioria de nós outros. Ele pôde ouvir, de primeira mão, os apóstolos e profetas da época neotestamentária. Pôde conversas com os que haviam conhecido pessoalmente ao Senhor Jesus, e ouvido as Suas Palavras, ou haviam sido curados por Ele. Como resultado, João Marcos foi capaz de escrever a maravilhosa história de Cristo, no seu Evangelho. Leitura Designada e Esboço da Vida de João Marcos 1. Sua família – Atos 12:12 – filho de Maria, cuja casa era ponto de reunião dos primeiros discípulos. Leia como foi a grande reunião de oração ali realizada em favor de Pedro (Atos 12:1-17). O Apóstolo Barnabé era seu primo (Colossenses 4:10). 2. Talvez ele fosse convertido com a pregação de Pedro – I Pedro 5:13. Este versículo mostra que ele era cooperador de Pedro. 3. Na primeira viagem missionária com Paula e Barnabé, João Marcos desertou e voltou para casa – Atos 13:1-3. 4. Paulo e Barnabé separaram-se na discussão a respeito do fracasso de João Marcos, na primeira viagem, e Barnabé tomou a João Marcos consigo, para ministrar em Chipre – Atos 15:36-51. 5. João Marcos saiu-se bem, e doze anos mais tarde estava cooperando com Paulo em Roma, sendo muito bem recomendado por este – Colossenses 4:10. 6. Mais cinco anos se passaram, e Paulo, esperando o martírio, pedia que João Marcos voltasse para Roma, a fim de ajudá-lo a ministrar; “pois me é útil para o ministério” – II Timóteo 4:11. 7. A tradição diz que João Marcos cooperou com Pedro como seu intérprete em grande parte do seu ministério – I Pe 5:13. Mais tarde, João Marcos escreveu o Evangelho de Marcos. Papias, “pai” (teólogo) da Igreja Primitiva, escreveu: “Marcos tendo-se tornado intérprete de Pedro, anotou cuidadosamente tudo o que lembrou, porém, não em ordem – das palavras e atos de Cristo. Pois ele nem ouviu pessoalmente o Senhor, nem fora Seu seguidor, contudo mais tarde uniu-se a Pedro, que adotava as suas instruções à necessidade na ocasião, mas não ensinava como se estivesse compondo uma narrativa ordenada dos oráculos, dessa forma, algumas cousas, como ele as recordava. Sim, pois tinha um objetivo em mente: nada omitir do que ouvira, e não fazer declarações falsas”. Perguntas para Estudo e Discussão. 1. Você acha que Paulo estava certo ou Barnabé estava certo, na discussão a respeito de João Marcos? 2. Por que você acha que João Marcos desertou na primeira viagem missionária? 3. Você acha que os mais velhos muitas vezes esperam demasiado dos jovens, e tornam-se críticos quando estes não conseguem chegar ao nível da sua consagração e de seus ideais? 4. Você acha que os crentes mais velhos deviam esperar mais dos jovens? 5. Você preferiria viver nos tempos de João Marcos, ou hoje? Por quê? Grandes Temas da Vida de João Marcos Fracasso, e Segunda Oportunidade. Vou ficar caído aqui e perder sangue mais um pouco, e depois levantar-me e lutar um pouco mais. Nenhuma derrota precisa ser final; e nenhuma vitória nunca é a derradeira. Versículos para Decorar: Marcos 16:15-20; II Timóteo 4: 11. = Voltar= Lição 7 - T I M Ó T E O Quem era Timóteo? As últimas palavras registradas do Apóstolo Paulo antes do seu martírio, foram escritas para um jovem chamado Timóteo, a quem ele chamava “meu amado filho”. O pai de Timóteo era grego, e a sua mãe, Eunice, judia (Atos 16:1; II Timóteo 1:5). Ele foi convertido a Cristo ainda moço, pelo ministério de Paulo. Na primeira viagem missionária, o Apóstolo Paulo foi apedrejado em Listra, cidade natal de Timóteo (Atos 14:19-20). Talvez Timóteo tivesse sido testemunha daquele fato. Na viagem seguinte, Paulo visitou Listra outra vez, e levou Timóteo consigo. Desta forma, começou o ministério de um jovem destinado a tornar-se um dos maiores ministérios apostólicos do primeiro século. Foi esse jovem que Paulo ansiou por ver em suas últimas horas. Ele mandou avisar para que ele viesse de Éfeso a Roma para estar com ele naquela hora final de martírio (II Timóteo 4:9). Não sabemos se Timóteo o fez em tempo de estar ao lado do seu pai espiritual, e encorajá-lo na hora da sua gloriosa partida. Nessa ocasião, Paulo disse: “Estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado... somente Lucas está comigo”. Espero que Timóteo tenha chegado em tempo para confortar e encorajar a Paulo, não é? Como era a vida na época de Timóteo? A Igreja Cristã estava sofrendo perseguições, porém ministérios como Timóteo estavam enfrentando amargos sofrimentos para espalhar o Evangelho por todo o mundo, de maneira maravilhosa. Timóteo suportou muita doença física e fraqueza, trabalhando como supervisor (bispo) dos pastores que eram, muitas vezes, homens sem cultura. Não havia templos durante os três primeiros séculos da História da Igreja. A pobreza e o sofrimento dos cristãos primitivos envergonharia a igreja moderna, pois esta se recusa a sacrificar-se por Cristo. Que problemas semelhantes aos nossos Timóteo enfrentou? Timóteo não apenas sofreu como cristão, mas devemos lembrar-nos de que seu pai era grego e sua mãe judia. Bem cedo em sua vida ele conheceu a aspereza do preconceito. Fazer a vontade de Deus e andar corretamente em um ministério não é fácil em qualquer geração. Os problemas mudam de forma através dos séculos, mas o conflito é o mesmo. Como Timóteo enfrentou os seus problemas? A grande fé de Timóteo na Palavra de Deus, e a sua intimidade com os grandes ministérios apostólicos, foram provavelmente a influência estabilizadoras em sua vida. Nós também devemos apegar-nos e crer nas Suas promessas. Nós também devemos apegar-nos aos ministérios fortes que Deus levanta para nos fortalecer. A vida e as oportunidades de Timóteo foram maiores ou menores do que as nossas? Em certo sentido, as oportunidades hoje são semelhantes às daquela época. Timóteo fez parte do primeiro estabelecimento da Igreja do Senhor Jesus Cristo. Nós estamos na época da restauração da Igreja. Os problemas de ordem eclesiástica são quase os mesmos. A influência de profecia e o ministério através dos dons do Espírito são, hoje, em uma igreja neotestamentário, quase iguais aos daquela época. Leitura designada: I e II Timóteo; Atos, capítulos 16 e 20. Esboço da Vida de Timóteo 1. Seu Pai era grego e incrédulo, mas sua mãe Eunice e avó Lóide, eram crentes – Atos 16:1; II Timóteo 1:5, e elas instalaram em Timóteo um maravilhoso conhecimento e fé nas Escrituras - II Timóteo 1:5; 3:14-16. 2. Ele foi convertido a Cristo através do ministério do Apóstolo Paulo - Timóteo 1:2, e recebeu um grande dom espiritual através da imposição das mãos de Paulo sobre ele - II Timóteo 1:6. Recebeu também um dom de Deus quando os presbíteros profetizaram e impuseram as mãos sobre ele – I Timóteo 4:14. 3. Talvez tenham sido exatamente essas profecias – I Timóteo 1:18 – que consagraram Timóteo para acompanhar Paulo na Segunda Viagem Missionária – Atos 16:1-3 – no ano 51 d.C.. Timóteo foi a Troas, Filipos, Tessalônica e Beréia. Demorou-se com Silas em Beréia (talvez porque o povo ali amava tanto a Palavra), até que Paulo mandou que eles fossem logo para Atenas – Atos 17:14-15. Paulo mandou-o de volta para ministrar em Tessalônica – I Tessalonicense 3:6. 4. Timóteo ajudou Paulo a escrever I e II Tessalonicenses (I Tessalonicenses 1:1 e II Tessalonicenses 1:1) e, mais tarde, ajudou-o a escrever II Coríntios (II Coríntios 1:1, 19). 5. Ele foi dirigido e enviado a tarefas ministeriais específicas, por Paulo. Foi a Corinto – I Coríntios 4:17; 16:10. Paulo fala da sua intenção de mais tarde mandar Timóteo outra vez para Filipos – Filipenses 2:19-24. 6. Ele viajou com Paulo para Jerusalém – Atos 20:4 – e ficou ali com ele – Filipenses 1:1; 2:19-22; Colossenses 1:1; Filemon1- estava com ele durante o seu julgamento. 7. Ele possivelmente foi preso com Paulo. Hebreus 13:23 menciona que Timóteo fora solto. 8. Timóteo voltou a Éfeso, para onde Paulo lhe escreveu as duas cartas, recomendando-lhe que voltasse a Roma para estar com ele – II Timóteo 4:9. Será que ele as recebeu em tempo de estar com Paulo na hora de seu martírio? 9. Depois da morte de Paulo, a igreja efésia ficou sob a supervisão de Timóteo, até que ele também seguiu a Paulo no martírio, no reinado de Nerva ou Domício. Perguntas para Estudo e Discussão 1. O que mais o impressionou na vida de Timóteo? 2. Discuta os problemas e dificuldades que Timóteo enfrentou. 3. Qual era o maior segredo da fé do jovem Timóteo em Deus? 4. O que é que os jovens mais precisam: companheiros espirituais, ou pais espirituais? Grandes Temas da Vida de Timóteo Seja Um Bom Soldado – II Timóteo 2:1-4. Profecia Pessoal e Imposição de Mãos – na vida de Timóteo. Pais Espirituais e Filhos Espirituais. O Valor do Treinamento nas Escrituras, Desde os Mais Tenros Anos. Versículos para Decorar: I Timóteo 1:18, 19; 4:14-15; II Timóteo 1:6-7; 1:12; 2:3-4; 2:15; 2:19-22;3:12-17; 4:1-4,7-8

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pai se recusa a deixar o filho para trás! Tentem não chorar!

APOCALIPSE

O Apocalipse desperta interesse em quase todas as pessoas, principalmente nos últimos anos, por ocasião da mudança de milênio. Cristãos ou não, religiosos ou não, muitos são os que têm grande curiosidade em relação ao livro. Entretanto, o medo e a falta de compreensão acabam por afastar o interessado. O que resta, normalmente, são informações obscuras e bastante distorcidas. Apocalipse, Armagedom, Anticristo, Juízo Final e fim do mundo são temas reincidentes nos filmes de Hollywood, que vão dando sentido lendário e fantasioso aos assuntos extraídos das Escrituras. Neste estudo, temos o objetivo de conhecer o livro sem a pretensão de desvendá-lo completamente. Trata-se de uma introdução ao estudo do Apocalipse. Apresentaremos, porém, algumas hipóteses de interpretação em linhas gerais. Quando mencionarmos teorias a respeito de determinado ponto, não significa que adotamos esta ou aquela posição, exceto quando declararmos nossa postura. O Apocalipse contém, logo no início, uma mensagem de bênção para os seus leitores. "Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo." (Ap.1.3). O texto nada diz sobre a compreensão, mas sobre o conhecimento. É desejável que entendamos o Apocalipse. Se, porém, não entendermos, este não deve ser o motivo para que o abandonemos. Precisamos ler, ouvir, estudar, guardar o seu conteúdo. Pode ser que muitas de suas profecias não possam ser compreendidas antes de se cumprirem. Contudo, se as conhecemos, poderemos reconhecê-las quando se cumprirem e, reconhecendo, poderemos tomar as atitudes certas no momento certo. Jesus disse: "... quando virdes... a abominação da desolação... então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes." (Mt.24.15). Portanto, quando certos fatos ocorrerem, nós poderemos identificá-los, caso estejamos munidos do conhecimento profético. O GÊNERO APOCALÍPTICO Esse foi um estilo literário que se destacou principalmente entre os anos 210 a.C. e 200 d.C. Seu ambiente de origem era uma época de tribulação para povo de Deus. Diante de circunstâncias que incluíam opressão, perseguição, exílio ou domínio estrangeiro, os escritos apocalípticos traziam uma mensagem de esperança através de uma linguagem enigmática. Seu objetivo era reanimar judeus ou cristãos, trazendo-lhes profecias a respeito da futura intervenção divina para libertar o seu povo, restituindo-lhe a glória usurpada. Muitos "apocalipses" surgiram, tendo como principal modelo o livro de Daniel. Este foi escrito durante o exílio Babilônico e trazia uma mensagem sobre o Reino de Deus que viria destruindo todos os reinos opressores. Daí em diante, muitos livros apocalípticos foram produzidos. Um dos momentos de opressão vividos por Israel foi o domínio romano, produzindo assim mais uma ocasião propícia a esse tipo de literatura, que muitas vezes incluía profecias messiânicas. Diversos escritos desse tipo não foram reconhecidos como canônicos. Como exemplos podemos citar o Apocalipse de Baruque, Apocalipse de Pedro, O Pastor de Hermas, A Assunção de Moisés, A Ascensão de Isaías, O livro de Jubileus, Os Salmos de Salomão, Os Testamentos dos Doze Patriarcas, I Livro de Enoque, II Livro de Enoque, II Esdras e IV Esdras. O Apocalipse de João se encaixa perfeitamente nessa corrente literária. Contudo, seu messianismo não se encontra vago como em outros escritos. Nele, o Messias é claramente identificado como sendo o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Este é o único livro desse gênero no Novo Testamento. Contudo, existem blocos apocalípticos em outras partes da bíblia. Por exemplo: Daniel 7 a 12, Isaías 13,14, 24, 25, Ezequiel 1, 28 a 39, Zacarias 9 a 14, Mateus 24, Marcos 13, Lucas 21, I Tessalonicenses 5 e II Tessalonicenses 2. . CARACTERÍSTICAS, CONTEÚDO E AUTORIA DOS LIVROS APOCALÍPTICOS Características e conteúdo: Mensagem de esperança, escatologia, intervenção divina, visões, símbolos, criaturas estranhas, mensagem oculta, uso de pseudônimos, profecias e apelo à imaginação. O Apocalipse de João só não se encaixa no quesito pseudônimo. Os escritores apocalípticos normalmente não assinavam suas obras. Muitos colocavam algum outro nome famoso e reconhecido, como Enoque, Salomão, etc., para darem mais credibilidade ao livro. João, porém, colocou seu próprio nome, conforme vemos no livro (Ap.1.1,4,9-11). Tal autoria é reconhecida pela maior parte dos críticos e comentaristas. Há quem diga que alguém usou o nome de João, mas essa hipótese não tem muitos adeptos. Alguns detalhes do livro reforçam a crença na autoria joanina. Jesus é apresentado como o Verbo de Deus e o Cordeiro (Ap.19.7,13), exatamente como acontece no evangelho de João (1.1,29). A palavra "testemunho" se destaca assim como acontece no evangelho e na primeira e terceira epístolas. Notamos assim "a mão" de João no Apocalipse. O QUE É APOCALIPSE? Esta palavra, de origem grega, significa "revelação". Revelar é mostrar, tirar o véu, desvendar. Falamos do Apocalipse como algo oculto. Porém, trata-se de uma revelação. O livro revela que Deus tem um plano, cujo desfecho é a vitória de Cristo. Podemos não saber o que é a besta, mas sabemos que ela será vencida pelo poder de Deus. Esta revelação está clara e evidente no Apocalipse. DADOS GERAIS Autor - O apóstolo João - 1.1,4,9-11; Destinatários - As 7 igrejas da Ásia (em geral, fundadas por Paulo). Data - 95 ou 96 d.C. Local - Patmos - ilha vulcânica, rochosa e estéril, localizada a 56 km da costa da Ásia Menor (Turquia). Para lá eram enviados os prisioneiros na época do imperador romano Domiciano (81 a 96). Outra hipótese defendida por alguns é a de que João tenha estado lá em algum momento do governo de Nero (54-68). Idioma - Grego (Ap.1.8; 21.6; 22.13). Tema - Conflito entre o bem e o mal. A vitória de Cristo e a implantação do seu Reino. Versículo-chave - Apc.1.7. Versículo-esboço - Apc.1.19. Características particulares - Único livro bíblico com bênção e maldição relacionadas ao seu uso (1.3 e 22.18-19). Classificação - livro profético. (único do NT embora haja blocos proféticos em outros livros como em Mt.24, Mc.13, Lc.21, etc.). Personagem central - O Cordeiro. Destaques - Verbo vencer (Apc. 2 e 3; 12.11; 15.2; 17.4; 21.7); Testemunho (Apc.1.2,9; 6.9; 12.11,17; 19.10; 20.4; 22.18,20). Verbo vir (referente à vinda de Cristo) (Apc. 1.4,7,8; 2.5,16; 3.3,11; 4.8; 22.20). GÊNESIS X APOCALIPSE Existe um paralelo evidente entre Gênesis e Apocalipse, conforme se observa pelos itens a seguir: GÊNESIS APOCALIPSE Início Fim Criação da terra Nova terra Criação do céu Novo céu Criação do sol A Nova Jerusalém não precisa do sol Vitória de Satanás Derrota de Satanás Adão Cristo Eva Igreja (noiva) Entrada do pecado Fim do pecado Maldição Fim da maldição Bloqueado caminho à árvore da vida. Acesso à árvore da vida. CIRCUNSTÂNCIAS E OBJETIVO Na época em que o Apocalipse foi escrito, a igreja estava sofrendo muito por causa da perseguição do Império Romano. João estava preso em Patmos e todos os outros apóstolos do primeiro grupo haviam morrido. Seria natural que muitos começassem a questionar se aquele não seria o fim do cristianismo. Será que a igreja resistiria àquela fúria das forças do mal? O livro de João vem mostrar o futuro: o castigo dos ímpios, a volta de Cristo, seu triunfo juntamente com a igreja e o estabelecimento do Reino de Deus. O Império Romano não prevaleceria contra os desígnios divinos. A LINGUAGEM SIMBÓLICA A linguagem direta tem suas limitações. A transmissão de uma mensagem complexa pode exigir uma infinidade de palavras e ainda assim ficar obscura. Alguns fenômenos, experiências e elementos naturais não podem sequer ser explicados de modo compreensível. Como podemos explicar a um cego de nascença o que seja cor? Qualquer explicação, por mais correta e científica que seja, não lhe dará nenhuma idéia a respeito do assunto. Como explicar um sabor, um cheiro ou um som? Nenhuma informação substituirá a experiência. As palavras serão inúteis. Nesses momentos de dificuldade, sempre procuramos um elemento de comparação. Buscamos algo que já seja do conhecimento do ouvinte e usamos para dar uma idéia a respeito do que queremos dizer sem ter encontrado palavras adequadas. Se temos esse problema em relação a elementos naturais, o que dizer dos espirituais, cuja essência nem sabemos definir? O espírito é uma realidade bíblica. Contudo, sua definição ou identificação de "substância" é algo fora do nosso alcance. O que dizer então de Deus, da trindade, do céu e das realidades celestiais? Por isso, a bíblia usa tanto a linguagem simbólica. Por outro lado, como se diz, "uma imagem vale mais que mil palavras". Então, até mesmo lições relativamente simples são transmitidas através de figuras, propiciando assim um recurso poderoso que leva a mensagem de forma concentrada, fixando-a na mente do receptor. Por exemplo, quando Jesus disse que era o "pão da vida" (Jo.6.35), ele buscou um elemento do cotidiano dos seus ouvintes para mostrar que ele vinha suprir a necessidade espiritual do homem. Quando a bíblia fala em "reino de Deus", está buscando na monarquia, sistema de governo comum naquela época, uma série de princípios existentes na relação rei-súdito que deveriam existir na nossa relação com Deus. A linguagem simbólica traz muito conteúdo em poucas palavras. Assim, se usamos o leão como símbolo, logo nos vem a mente sua ferocidade, sua coragem, sua força, sua fome, sua beleza, sua "majestade", etc. Se falamos em cordeiro, estamos destacando sua cor e sua índole como símbolos de pureza, inocência, docilidade, submissão, etc. Todos nós estamos bastante acostumados à linguagem simbólica. Utilizamos diariamente tais recursos para enriquecer nossa fala. Estamos sempre fazendo comparações implícitas ou explícitas de modo automático. Os escritos apocalípticos têm ainda um motivo a mais para usar a linguagem simbólica: era a necessidade de criptografar a mensagem, de modo que os inimigos nada compreendessem a respeito da mesma. Só os destinatários poderiam decifrá-la. QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO TEXTO SIMBÓLICO OU LITERAL? Este é um dos maiores dilemas que envolvem o estudo bíblico. O que é literal e o que é simbólico? Encontramos ambos os casos dentro das Escrituras. Então o problema se torna maior: como discernir o literal do simbólico? Tal tarefa nem sempre é fácil. Muitas vezes é difícil e, em algumas situações, parece impossível, a não ser que tenhamos uma iluminação divina. A história de Adão e Eva é literal ou simbólica? Tais personagens são reais ou fictícios? O profeta Jonas foi mesmo engolido por um peixe ou trata-se de uma parábola? Entendemos como literais ambos os casos, uma vez que o próprio Jesus citou a história de Jonas como fato e Paulo citou Adão e Eva da mesma forma. Contudo, isso não convence àqueles que vêem toda a bíblia como algo figurativo. Se todo o conteúdo bíblico for simbólico, então anula-se o seu aspecto concreto. A bíblia seria então comparável a qualquer obra de ficção e o cristianismo seria lendário. Por outro lado, se todo o seu conteúdo for considerado literal, então muitas passagens se tornarão inexplicáveis ou absurdas. Por exemplo: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna." (João 6.54). Logicamente, Jesus estava utilizando linguagem simbólica. Muitos dos seus ouvintes o interpretaram literalmente e o resultado foi o escândalo (João 6.52). Da mesma forma, quando Jesus disse que Nicodemos precisava nascer de novo, aquele doutor da lei tomou suas palavras de modo literal. O mesmo entendimento foi aplicado sobre "derrubar o templo e reconstrui-lo em três dias". Precisamos de discernimento para não cairmos no mesmo erro. Muitas vezes, é a falta de fé que faz com que algumas pessoas considerem como simbólico um texto literal. Por exemplo, a ressurreição de Cristo pode ser tão inacreditável para alguns, que podem acabar considerando-a um símbolo. Encontramos na bíblia diversas situações que envolvem o literalismo e o simbolismo: Texto literal É aquele que se refere a fatos. São histórias ou profecias. Se desconsiderarmos seu caráter literal, estaremos anulando as palavras de Deus. Por exemplo, a crucificação de Jesus está relatada em um texto literal (Mt.27). Texto simbólico É aquele que utiliza linguagem figurada. Por exemplo, a parábola do filho pródigo (Lc.15). Termo literal e simbólico alternadamente Uma palavra pode ser usada literalmente em uma passagem bíblica e como símbolo em outra. Por exemplo, as estrelas no Salmo 8.3 são literais. Em Apocalipse 1.20, as estrelas são simbólicas, representam anjos. Em Apocalipse 9.1, a estrela é simbólica e parece representar uma pessoa ou um anjo. Em Apocalipse 8.10-12, a estrela pode ser simbólica ou literal. Nesse caso, não podemos afirmar com certeza. Vemos, portanto, que uma palavra pode ser usada de várias formas na bíblia. Isso mostra que não podemos fazer uma regra e achar que toda estrela na bíblia seja um símbolo. Texto literal e simbólico simultaneamente A história de Abraão é literal. O povo de Israel está aí para comprovar isso. Aquele episódio de Abraão levando Isaque para ser sacrificado é literal. Foi um fato histórico. Mas, ao mesmo tempo, usando de alegoria, Abraão pode representar Deus, Isaque pode ser visto como um símbolo de Jesus e o sacrifício pode representar a crucificação. Assim, um texto literal pode ter um aplicação simbólica. Desse modo podemos ver inúmeros fatos no Velho Testamento. É possível, numa visão simbólica, extrair-lhes as lições sem negar-lhes o aspecto literal. O batismo e a ceia mencionados na bíblia são literais e ao mesmo tempo simbólicos. São fatos ocorridos mas sempre representando uma realidade espiritual. O mesmo acontece com a ceia do Senhor. Símbolo com mais de um sentido alternadamente Alguns termos, quando usados como símbolos, podem ter um sentido em um texto e sentido diferente ou até contrário em outra passagem. Por exemplo, o leão representa Cristo em um texto (Ap.5.5) e Satanás em outro (I Pd.5.8). A "estrela da manhã" representa Cristo em um texto (Apc.22.16) e o Diabo em outro (Is.14.12). Não temos nisso nenhuma confusão. Um símbolo é usado na bíblia como um recurso didático e não de forma mística, como se aquele animal estivesse "consagrado" para representar sempre determinada pessoa. Não podemos, portanto, fazer uma regra. Cada texto pode apresentar uma situação diferente. Existem porém, elementos na literatura ou na tradição judaica que nos permitem enxergar alguns padrões de simbologia, conforme veremos na seqüência. O SIMBOLISMO NO APOCALIPSE João viu realidades espirituais indescritíveis. Notamos seu esforço para explicar o que estava vendo, ouvindo e sentindo. Ele faz diversas comparações na tentativa de transmitir aos leitores suas impressões. Assim, os termos "como", "semelhante" e o verbo "parecer" são utilizados para dar uma idéia das extraordinárias visões do autor. Em outros momentos ele não faz comparações explícitas mas usa as figuras de forma direta, fazendo comparações implícitas. Algumas ocorrências de "como" - 1.10,14,15; 2.18,27; 4.1,6,7; 6.1,6,12,13. Algumas ocorrências de "semelhante" - 1.13; 2.18; 4.3,6,7. Verbo "parecer" - 9.19. Os símbolos usados pelo autor eram bem familiares para os seus destinatários. Livros selados, trombetas, carros puxados por cavalos, letras gregas, tudo isso era do conhecimento das pessoas que receberiam o Apocalipse. Ao lermos, precisamos saber o que cada coisa significa e qual era o seu sentido naquela época. Talvez não consigamos isso para todos os itens envolvidos, mas este é o caminho a ser trilhado pelo intérprete. Quando pensamos em livros, logo imaginamos blocos de páginas de papel envolvidas por capas protetoras. Os livros mencionados em Apocalipse, porém, eram rolos de pergaminho, peles de animais. Eram livros selados. Quando pensamos em selo, logo imaginamos pequenos adesivos utilizados pelos correios. Porém, os selos do apocalipse são lacres, a exemplo daqueles que os reis usavam para fechar suas correspondências, de modo que as mesmas não pudessem ser violadas no meio do caminho. O selo tinha a marca do anel do rei. Portanto, se alguém o quebrasse, não poderia fazer outro igual para substituí-lo. Estes são apenas alguns exemplos para mostrar que a interpretação do Apocalipse, como também de outras passagens bíblicas, depende muito do conhecimento sobre a antigüidade, principalmente do que se refere ao povo judeu, sua história, seus costumes e tradições. Sem esse conhecimento, sempre correremos o risco das interpretações anacrônicas. Não podemos interpretar o texto bíblico apenas com o sentido atual das palavras ou com base no gosto ou na opinião pessoal. A hermenêutica agradece. O simbolismo do Apocalipse utiliza como figuras: fenômenos naturais, cores, minerais (pedras preciosas), animais, relações humanas e até nomes significativos da história judaica como Jezabel e Balaão. Fenômenos ou elementos naturais e seus significados ELEMENTO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO Ar Vida É nossa necessidade mais urgente Tempestade (raios, trovões, relâmpagos, saraiva) Perturbações na vida Fogo Purificação ou destruição Pedras preciosas Algumas vezes representa pessoas. Mar Insegurança, perigo, algo sinistro. oposto da terra firme. Cores e seus significados COR SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO Preto Luto, sofrimento Vermelho (sangue) Morte ou redenção relacionado a Cristo às vezes Vermelho (púrpura) Realeza roupa dos reis Amarelo pálido Fome Amarelo ouro Santidade de Deus Obs. elementos do tabernáculo Verde Esperança Branco Pureza, justiça Trono, vestes, cabelos, etc. NUMEROLOGIA A numerologia tem sido bastante valorizada atualmente devido à onda crescente de misticismo que envolve nossa sociedade. Os números têm sido considerados elementos de sorte e azar, e, por meio deles, muitos adivinhadores tentam prever o futuro das pessoas. Alguns povos utilizaram as próprias letras do alfabeto como algarismos, atribuindo-lhes valor numérico. Assim, um nome pode ser transformado em números e ter seu valor totalizado. Isso ocorreu, por exemplo, com algumas letras do alfabeto romano e também com o hebraico. O fato de se obter um valor para um nome não nos diz nada, a não ser que os números representem algum valor moral ou espiritual, uma bênção ou uma maldição. A tradição judaica relaciona alguns números a determinados conceitos religiosos ou cósmicos: NÚMERO SIGNIFICADO SENTIDO REFORÇADO 1 Unidade 2 Fortaleza, confirmação 3 Divindade 4 Mundo físico 5 Perfeição humana 6 Homem, falha humana 666 7 Perfeição, plenitude 40 Provação 70 Sagrado 12 Religião organizada. 24, 144 mil 1000 Grande quantidade A bíblia utiliza muito o simbolismo numérico. O livro de Apocalipse usa tal recurso de forma intensa, principalmente o número 7. Temos 7 igrejas, 7 candeeiros, 7 selos, 7 anjos, 7 trombetas, 7 taças, 7 espíritos, 7 estrelas, etc. ALGUNS PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO Para entender um livro, precisamos lê-lo por completo. Assim, teremos uma visão geral do mesmo. Perceberemos a intenção do autor e a sua mensagem geral. Caso contrário, se lermos um verso aqui e outro lá de modo desordenado, terminaremos com uma coleção de retalhos desconexos. Lendo todo o livro, vamos descobrir que ele é auto-explicativo em alguns pontos, como se vê em Apocalipse 1.20. Podemos ler o capítulo 12, verso 5, onde o autor menciona o "filho varão", aquele que "regerá as nações com vara de ferro". A comparação com 19.13 a 16 nos fará compreender que aquele que "regerá as nações com vara de ferro" chama-se "Verbo de Deus", "Rei dos reis" e "Senhor dos Senhores". Logo, o próprio texto já nos mostrou quem é o "filho varão": o próprio Senhor Jesus. Tal conclusão também se utiliza do conhecimento geral que temos da bíblia. O Salmo 2 chama de "Filho" aquele que "regerá as nações com vara de ferro". O livro de Hebreus, no capítulo 1, nos informa que esse "Filho" é o Senhor Jesus. Além disso, o evangelho de João (1) nos diz que Cristo é o Verbo que se fez carne. Fizemos então um rastreamento de várias expressões que nos possibilitam uma interpretação inequívoca sobre o "filho varão" de Apocalipse 12. Outro exemplo: que dragão será aquele mencionado em Apocalipse 12.3? Se lermos até o versículo 9, teremos a resposta. No capítulo 20, verso 2, a explicação é repetida. O próprio texto diz que o dragão é o Diabo, também conhecido como "antiga serpente". Que serpente é essa? Aquela de Gênesis 3. Observa-se então que existe uma "linguagem bíblica" que muitas vezes permite que o texto de um livro possa ser interpretado por outro livro bíblico. Quem é o Cordeiro de Apocalipse 5? Não existe nenhum mistério sobre tal figura, uma vez que João Batista apresentou Jesus como "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29), sendo ele o definitivo sacrifício tantas vezes representado pelos cordeiros mortos durante as páscoas realizadas desde a saída de Israel do Egito (Êx.12). O mesmo Jesus é chamado "Leão da Tribo de Judá" (Ap.5.5). A origem de tal expressão encontra-se em Gênesis 49, quando Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos seus filhos. Ao falar de Judá, Jacó profetizou sobre a vinda do Messias (Gn.49.8-12). É conclusivo também que, se alguém não conhece a bíblia de modo geral, não deve se arriscar no terreno das interpretações apocalípticas. Precisa começar por Gênesis. Outros exemplos: A ceifa - Compare Ap.14.16-20 e Mt.13.39-43. Muitas águas - Ap.17.1 e 17.15 Noiva - Ap.19.7; 21.9-10; 22.17 e Ef.5.25-27. O fundamento da Nova Jerusalém - igreja - Ap.21.14 e Ef.2.20-21. PRINCIPAIS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE 1 - Pretérita. Afirma que todo o apocalipse já se cumpriu. Seus defensores vêem o Império Romano como a representação dos inimigos descritos no livro. A queda do Império teria sido então o ápice do juízo divino profetizado por João. A destruição de Jerusalém, no ano 70, também é vinculada ao Apocalipse por aqueles que localizam sua escrita durante o período de Nero (54-68). 2 - Futurista. Os futuristas projetam todo o cumprimento do Apocalipse para os últimos dos últimos dias, às vésperas da consumação dos séculos. Afirmam que nada se cumpriu nem está se cumprindo, mas tudo se cumprirá repentinamente no futuro e em um curto espaço de tempo. Esta é a mais escatológica das interpretações, no sentido mais extremo da palavra. 3 - Histórica. Essa corrente defende a tese de que o Apocalipse vem se cumprindo desde os dias de João até o fim dos séculos. São muitos os que concordam com essa posição. Entretanto, surgem muitas dificuldades e divergências quando se tenta uma identificação entre os fatos ou personagens históricos e os relatos apocalípticos. 4 - Simbólica, ou espiritual. Os adeptos dessa visão se abstêm de fazer ligações entre as profecias e os fatos. Procuram apenas extrair do Apocalipse as lições e os princípios morais ou espirituais ali contidos. Não devemos tomar uma postura extremista nessa questão, mas buscar uma visão equilibrada, que pode levar em conta todas as quatro correntes de interpretação. Cremos em um cumprimento histórico que, automaticamente, engloba a visão pretérita e a futurista. Por exemplo, as cartas às 7 igrejas se referiam a problemas existentes nos dias de João. Está cumprido. Entretanto, os princípios espirituais ali presentes são perfeitamente aplicáveis aos nossos dias. Pela sua infinita sabedoria, Deus nos deixou uma Palavra que não perde sua validade. Devemos nos lembrar que um relato sobre fatos ocorridos nos dias de João pode também ser uma profecia para outra época. Por exemplo, quando escreveu o Salmo 22, o autor estava falando de suas próprias experiências e, ao mesmo tempo, estava profetizando sobre os sofrimentos de Cristo. Vistas sob este ângulo, várias profecias apocalípticas podem ter se cumprido na queda do Império Romano e terem ainda outro cumprimento mais amplo nos últimos dias. A profecia de Jesus em Mateus 24 parece estar ligada à destruição de Jerusalém e também aos últimos dias. "Os que estiverem na Judéia fujam para os montes... Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam." (Mt.24,16,34). ESBOÇO DO APOCALIPSE Introdução e saudações - 1.1-8 Visão de Jesus glorificado - 1.9-20 Cartas às 7 igrejas - 2.1 a 3.22 Cartas às 7 igrejas da Ásia Carta à Igreja de Éfeso Carta à Igreja de Esmirna Carta à Igreja de Pergamo Carta à Igreja de Tiatira Carta à Igreja de Sardes Carta à Igreja de Filadélfia Carta à Igreja de Laodicéia Visão do trono no céu - 4.1-11 O livro selado e o cordeiro - 5.1-14. Abertura dos 6 primeiros selos - 6.1-17. Os 144 mil selados - 7.1-8. Visão dos santos na glória - 7.9-17 Abertura do sétimo selo. As quatro primeiras trombetas - 8.1-13. A quinta e a sexta trombetas - 9.1-21. O anjo e o livrinho - 10.1-11. As duas testemunhas - 11.1-14. A sétima trombeta - 11.15-19. A mulher e o dragão - 12.1-18. A besta que subiu do mar - 13.1-10. A besta que subiu da terra - 13.11-18. O cordeiro e os remidos no monte Sião - 14.1-5. Os 3 anjos e suas mensagens - 14.6-13. A ceifa sobre a terra - 14.14-20. As 7 taças - 15.1 a 16.21. A grande Babilônia - 17.1-18 A queda da Babilônia - 18.1-24. As bodas do Cordeiro - 19.1-10. O cavaleiro do cavalo branco - 19.11-21. O milênio - 20.1-6. A derrota de Satanás - 20.7-10. Juízo Final - 20.11-15. Novo céu e nova terra - 21.1-8. A Nova Jerusalém - 21.9 a 22.5. Encerramento e saudação final - 22.6-21. COMENTÁRIO GERAL APRESENTAÇÃO DE JESUS NO APOCALIPSE 1.5 - Fiel testemunha, primogênito dentre os mortos, soberano dos reis da terra. 1.13 - Semelhante a filho de homem. 2.18 - Filho de Deus. 3.14 - Amém, testemunha fiel e verdadeira, princípio da criação de Deus. 5.5 - Leão da Tribo de Judá, Raiz de Davi. 5.6 - Cordeiro 6.1 - Cordeiro (e em muitos outros versos). 12.5 - Filho varão 17.14 - Cordeiro, Senhor dos senhores, Rei dos reis. 19.11 - Fiel e verdadeiro. 19.13 - Verbo de Deus. 19.16 - Rei dos Reis, Senhor dos senhores. 22.16 - Raiz, geração de Davi, brilhante estrela da manhã. CARTAS ÀS 7 IGREJAS Esta é a parte mais simples e, consequentemente, a mais citada do Apocalipse. O livro foi enviado às 7 igrejas da Ásia e para cada uma delas havia uma mensagem específica. As cartas seguem quase sempre este esboço: Destinatário: o anjo da igreja (seu líder). Autor: o Senhor Jesus. Conhecimento do Senhor sobre a igreja. Elogio em relação às qualidades da igreja.. Repreensão contra os erros da igreja. Aviso sobre a vinda do Senhor e o juízo divino. Conselho para solução dos problemas mencionados. Promessa aos vencedores. A igreja de Filadélfia não foi repreendida. A de Laodicéia não recebeu nenhum elogio. Curiosamente, um sínodo realizado em Laodicéia no século IV negou reconhecimento ao Apocalipse como livro canônico [Champlin]. Em algumas das cartas, percebemos uma relação direta entre a apresentação que o Senhor faz de si mesmo e o conteúdo da mensagem. Éfeso Candeeiro em 2.1 e 2.5 Esmirna Morte e vida em 2.8 e 2.10-11 Pérgamo Espada em 2.12 e 2.16 Filadélfia Porta aberta ou fechada em 3.7 e 3.8. Nas outras cartas, essa relação não está tão clara. Talvez, tenhamos perdido um pouco das características originais quando o texto foi traduzido. Entre as teorias existentes sobre as 7 igrejas destacam-se as seguintes: Teoria 1 - As 7 igrejas representam a história judaica. Observe a citação de Balaão, Jezabel, sinagoga, etc. Não nos parece razoável essa suposição. Teoria 2 - As 7 igrejas representam a história eclesiástica. Cada igreja representaria um período da história da igreja desde o seu nascimento até a vinda de Cristo. Alguns defensores dessa idéia chegam a dividir a história entre as igrejas. Uma das divisões sugeridas é a seguinte: Éfeso (até o ano 100 d.C.); Esmirna (100-316); Pérgamo (316-500); Tiatira (500-1500); Sardes (1500-1700); Filadélfia (1700-1900); Laodicéia (1900 - fim). Tal possibilidade é bastante interessante, mas não encontramos fundamentos suficientes para comprová-la. Por outro lado, a colocação de datas é bastante temerária. Por mais razoável que possa ser tal interpretação, não podemos perder de vista o fato de que a mensagem de Deus é para nós hoje. Teoria 3 - As 7 igrejas são apenas aquelas da Ásia, às quais o Apocalipse foi endereçado. Essa posição é literal e perfeita em sua afirmação. Contudo, se a aplicabilidade das cartas fosse restrita àquelas igrejas, então não haveria motivo para que tais mensagens chegassem às nossas mãos. Enfim, todo o livro de Apocalipse nos seria estranho e inútil, pois foi originalmente destinado às 7 igrejas da Ásia. O entendimento literário está exato, mas não podemos desconsiderar o peso simbólico do texto. O próprio número 7, significando perfeição, totalidade ou plenitude, faz com que as 7 igrejas representem a totalidade da igreja de Cristo em todos os tempos e em todos os lugares. A ADORAÇÃO NO APOCALIPSE A adoração é elemento de grande destaque no Apocalipse. O tema central é o combate entre o bem e o mal. Os seres humanos ou celestiais demonstram seu posicionamento nesse conflito através da adoração que prestam. Um dos grandes desejos de Satanás é conseguir para si a adoração que é devida a Deus (Mt.4.9). TEXTO ADORAÇÃO A Apc.4.10 Deus Apc.5.12-14 Deus e o Cordeiro Apc.9.20 Demônios e ídolos Apc.11.1,16 Deus Apc.13.4 O dragão e a besta. Apc.13.12 A besta Apc.13.15 A imagem da besta Apc.14.2 Deus Apc.14.9,11 A besta e sua imagem. Apc.16.2 A imagem da besta Apc.19.4 Deus Apc.19.10 Um anjo (recusada) e Deus Apc.19.20 A imagem da besta Apc.20.4 A besta e sua imagem Apc.22.8-9 Um anjo (recusada) e Deus Em Apocalipse 8.1 verificamos que houve silêncio no céu durante meia hora. Isso nos faz deduzir que existe um som de louvor e adoração constante no céu. João viu os 24 anciãos e os seres viventes que adoravam a Deus e ao Cordeiro. As impressionantes profecias do livro estão intercaladas com manifestações de adoração e cânticos. Em sua visão do céu, João viu um santuário e peças que nos lembram o tabernáculo e o templo do Velho Testamento. Existe no céu um lugar de culto utilizado pelas hostes celestiais. Ali também adoraremos a Deus e ao Cordeiro pelos séculos dos séculos. AMOR E JUÍZO João, o discípulo amado, fez do amor um de seus principais temas, seja no seu evangelho ou em suas epístolas. Em Apocalipse, porém, o amor de Jesus e da igreja é mencionado apenas até o capítulo 3. Ao falar à igreja de Filadélfia, Jesus declara: "Eu te amo." (Apc.3.9). Filadélfia significa "amor fraternal". A partir do capítulo 4, o tom da mensagem muda completamente. Não mais se menciona o amor de Deus mas apenas sua justiça. A santidade divina foi afrontada pelo pecado. Sua ira manifesta sua justiça através de guerras, pestes e catástrofes naturais. Sabemos, porém, que o amor de Deus é eterno e sua manifestação ocorre através das bodas do Cordeiro e da recepção dos salvos na glória. VISÃO GERAL - uma hipótese de interpretação A experiência pessoal de João pode representar a experiência da igreja. No início do livro ele se encontra vivendo sua própria tribulação, preso e exilado. Então o Senhor Jesus vem até ele. No capítulo 4, João é arrebatado ao céu e passa a ver o derramamento da ira divina sobre a terra. Assim, a vinda de Cristo proveria socorro à igreja atribulada, levando-a consigo no arrebatamento. Em seguida, a terra ficaria submersa na Grande Tribulação. Tal interpretação é frágil em sua consistência pois o texto bíblico não diz que João possa estar representando a igreja. Os que defendem o paralelo na questão do arrebatamento de João, chamam a atenção para o fato de que a partir do capítulo 4 a igreja não é mais mencionada com este nome dentro do ciclo de visões do Apocalipse. Supostamente, teria sido encerrado seu período histórico terreno representado pelas 7 cartas. Os fatos apresentados em relação à igreja são bíblicos. A dificuldade está em localizá-los em determinados símbolos e estabelecer-lhes a ordem de ocorrência. De acordo com esta hipótese, que é muito aceita e essencialmente futurista, a abertura do primeiro selo seria o início da Grande Tribulação (Ap.7.14), que incluiria os selos, as trombetas, as taças e todos os flagelos destinados aos ímpios e às forças do mal. No meio da cena encontram-se o dragão e as duas bestas tentando usurpar a glória que é devida ao Cordeiro. O dragão é Satanás. As duas bestas são o Anticristo e o Falso Profeta. Durante a Grande Tribulação muitos seriam salvos e morreriam por sua fé. Enquanto isso, estaria acontecendo no céu as bodas do Cordeiro. Ao fim desse período, Cristo desceria do céu para aniquilar a besta e o falso profeta. O dragão seria preso por mil anos e nesse período Cristo reinaria com todos os santos sobre a terra. Estaria encerrada a Grande Tribulação e inaugurado o milênio, ao fim do qual, Satanás seria solto e tentaria novamente uma reação contra Cristo. Entretanto, seus agentes seriam consumidos antes de iniciarem a batalha. Na seqüência ocorre o juízo final, que será o julgamento de todos os homens. Aqueles cujos nomes não se encontram no livro da vida serão lançados no lago de fogo, onde serão atormentados eternamente. Em seguida, João vê a Nova Jerusalém. Essa passagem é vista como uma descrição do estado eterno dos salvos. A cidade seria o lugar onde viveremos para sempre com Cristo. QUESTIONAMENTOS E OBSERVAÇÕES Algumas dessas afirmações são amplamente aceitas. Tal arranjo escatológico pode parecer bastante apegado ao texto. Contudo, observamos que essa interpretação contém alguns pontos questionáveis e incertos. Outros parecem perfeitos. A primeira dificuldade é entender o arrebatamento de João como arrebatamento da igreja, conforme já mencionamos. O arrebatamento de João se deu antes de se tocarem as 7 trombetas. Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, disse que o arrebatamento da igreja aconteceria quando a última trombeta fosse tocada. Disse também que a ressurreição dos santos acontecerá antes do arrebatamento. Encaixando isso no quadro apocalíptico, teríamos o arrebatamento da igreja junto com a ressurreição no capítulo 20. Sendo assim, a igreja teria participado ou, pelo menos, presenciado a Grande Tribulação. Em Mateus 24, Jesus menciona a Grande Tribulação (v.21) antes do fato que parece ser o arrebatamento (v.31). No meio da tribulação estarão os escolhidos (v.22). Estes podem indicar toda a igreja, mas alguns comentaristas dizem que são apenas os que forem salvos durante o período. Outro problema ocorre em relação à Nova Jerusalém do capítulo 21. Considerando a hipótese de que o livro apresenta os fatos em ordem cronológica, então, ao chegarmos ao capítulo 21, já passamos pelo milênio e pelo juízo final. A Nova Jerusalém descreve então o estado eterno dos salvos. Contudo, o texto cita ainda nações que vivem fora da cidade santa, às quais se destinam as folhas da árvore da vida, afim de que sejam curadas. Esses detalhes parecem ameaçar o quadro escatológico descrito. Se os ímpios já estão no lago de fogo e os salvos estão na Nova Jerusalém, que nações são essas que o autor cita? Uma solução proposta é que o relato sobre a Nova Jerusalém se refira ao milênio e não ao estado eterno. Sendo assim, o texto não se encontraria em ordem cronológica. Observamos que o Apocalipse não contém as expressões: "juízo final", "Anticristo", "milênio" ou "arrebatamento". Então, de onde tiramos tal vocabulário? Das interpretações correntes, que, de tanto serem faladas, já se confundem com o próprio texto bíblico. Sabemos que a idéia de "milênio" e "juízo final" encontra-se em outras palavras no capítulo 20. O verbo "arrebatar" é encontrado em Ap.1.10; 4.2; 12.5,15, podendo ser substituído dependendo da versão utilizada. Trata-se dos arrebatamentos de João, do Filho Varão, e uma tentativa de Satanás no sentido de arrebatar a mulher. Outra situação semelhante, mas com verbo diferente, trata da subida das duas testemunhas ao céu. Não obstante, cremos no arrebatamento da igreja, o qual ser encontra de forma mais clara em I Tessalonicenses 4.17. Sobre o Anticristo falaremos de modo mais específico. Todo esse questionamento, feito por comentaristas e teólogos, cria uma série de correntes de interpretação designadas como: milenistas, pré-milenistas, amilenistas, pré-tribulacionistas, pós-tribulacionistas, etc. O ANTICRISTO E O FALSO PROFETA O único autor bíblico que usa a palavra "anticristo" é João, mas não no Apocalipse. A citação é nas epístolas. Tal personagem escatológico é normalmente entendido como sendo o "iníquo" ou "homem do pecado" ou "filho da perdição" mencionado por Paulo (II Tss.2.3,8). Da mesma forma, a besta que sobe do mar, em Apc.13, é identificada pelos intérpretes como o Anticristo. Embora o texto não diga isso, o modo de agir da besta parece dize-lo. Sua ação é sobretudo anti-cristã. A besta quer para si a adoração que é devida ao Cordeiro. Então, encaixa-se no perfil traçado por Paulo. Quem é o Anticristo? Alguns dizem que é um sistema político, mas a maioria dos estudiosos o vêem com sendo um homem. Isto é bastante coerente com as citadas palavras de Paulo. O texto de II Tessalonicenses não é essencialmente simbólico. Então, quando o apóstolo diz que é um homem, devemos entender literalmente. Afinal, aquela igreja já estava com muitos problemas de entendimento escatológico e Paulo precisava ser o mais claro possível. Se o Anticristo é um homem, quem é ele? Não nos arriscaremos a responder tal pergunta, mas muitos já se arriscaram no decorrer da história. Sempre há quem queira "eleger" um Anticristo. Quando João escreveu, ele poderia estar se referindo a Nero ou a Domiciano, sem prejuízo do sentido escatológico da profecia. O culto ao imperador era uma prática oficial no Império Romano. Domiciano, aquele que provavelmente mandou João para Patmos, considerando-se um deus, mandou que imagens suas fossem espalhadas pelo Império. Os que se recusavam a adorá-las eram condenados à morte. Portanto, aquele imperador se encaixou no perfil do Anticristo. O próprio João disse que muitos "anticristos" tinham se levantado (I João 2.18,22; 4.3; II João 7). Contudo, é bastante aceita a crença numa personificação do mal através de um Anticristo escatológico, aquele que estará no mundo no dia da segunda vinda de Cristo (II Tss.2.8). Hitler, alguns líderes religiosos e outros malfeitores da história foram apontados como sendo o Anticristo. Porém, Jesus não voltou em suas épocas e o "cargo" ficou para outra pessoa. Conquanto não possamos identificar o Anticristo, sabemos contudo as linhas gerais do seu caráter e atuação. Através das interpretações mais aceitas, compreende-se que ele poderá ser um líder político de projeção mundial. O atual fenômeno da globalização seria ideal como preparação para um governo mundial. Os conflitos internacionais e a fome seriam solucionados por algum tempo mediante um plano econômico extraordinário. A besta que sobe do mar (Ap.13.2) receberá o poder do dragão (Satanás) e em seu nome dominará sobre toda tribo, povo, língua e nação (13.7). A interpretação desse texto é feita normalmente em relação com a profecia das setenta semanas de Daniel (9). Em todas as épocas da história, o poder político teve alguma ligação com o poder religioso. Os déspotas eram avalizados pelo clero. Assim, o povo reconhecia o origem divina da autoridade absoluta e permanecia submisso. Da mesma forma, o Anticristo precisará do Falso profeta, que é a besta que sobe da terra. O Falso Profeta parece representar o poder religioso que fará parceria com o Anticristo, talvez numa manifestação ecumênica. BABILÔNIA X NOVA JERUSALÉM A Babilônia do Apocalipse parece ser a "sede de governo do Anticristo". Nos dias de João, era uma referência a Roma (Ap.17.9,18), capital do Império, lugar onde se encontrava Domiciano, que se fazia passar por deus. A Babilônia representa a independência humana em relação a Deus, e isso significa rebeldia. A origem de Babilônia foi Babel, lugar onde Ninrode, descendente de Cão, construiu sua cidade, tornou-se célebre, e projetou uma torre para alcançar o céu por suas próprias forças. Babilônia tem sua própria organização. Sua política (Ap.17.12) e seu comércio funcionam muito bem. O comércio, prática tão comum na vida humana, toma aspectos malignos quando se comercializa o que não deveria ser vendido. Por exemplo, podemos mencionar o episódio quando Esaú vendeu seu direito de primogenitura. Assim, o comércio da grande Babilônia inclui uma abominável troca de valores. O ápice de tal negociação é expresso através do comércio de almas humanas (Apc.18.13). A mais clara forma de comércio de almas é através de uma falsa religião que se pratica apenas por motivos financeiros. O que será a Grande Babilônia? Uma hipótese é que a cidade com esse nome, às margens do Rio Eufrates, hoje reduzida a ruínas, venha a ser reconstruída e volte a ter projeção mundial. Outra teoria associa a cidade a uma religião de alcance mundial. Como religião mundial, alternativa plausível, a Grande Babilônia poderia ser vista como uma falsa igreja, em contraposição à Nova Jerusalém, que desce do céu. João viu as duas cidades e seus destinos. A Nova Jerusalém é a noiva. Babilônia é meretriz. A Grande Babilônia será destruída pelos juízos divinos, enquanto que a cidade santa será a morada de Deus e do Cordeiro. A Nova Jerusalém muitas vezes é tomada de forma literal. É vista como uma cidade onde os salvos vão morar. Contudo, o texto é carregado de símbolos, levando a crer que própria cidade é apenas um símbolo da igreja triunfante. Veja o paralelo. NOVA JERUSALÉM IGREJA Chamada noiva e esposa do Cordeiro (Ap.19.7; 21.2,9; 22.17) Chamada noiva de Cristo (Ef.5.25-26). Possui 12 fundamentos (Ap.21.14) Fundada sobre os 12 apóstolos (Ef.2.19-21) OS PARÊNTESES DO APOCALIPSE O relato de João parece apresentar uma série de fatos que vão ocorrendo de modo consecutivo, embora exista uma hipótese de que as várias visões apocalípticas se refiram aos mesmos fatos históricos. Assim, as 7 trombetas, as 7 taças e os 7 selos seriam diferentes versões dos mesmos juízos. Uma base para esse tipo de visão está em Gênesis 41, onde "vacas" e "espigas" eram dois símbolos para um só fato. De qualquer forma, o texto apresenta uma seqüência e esta parece interrompida em alguns pontos. João interrompe a narrativa sobre as catástrofes mundiais para falar sobre o anjo e o livrinho no capítulo 10, as duas testemunhas no capítulo 11, e a mulher e o dragão no capítulo 12. - Comer o livrinho significa tomar conhecimento das profecias acerca dos últimos dias. O livro é doce na boca mas amargo no ventre. A mensagem apocalíptica fala de esperança e glória, mas também de grande tribulação. - As duas testemunhas são objeto de muita polêmica. Eis algumas interpretações sugeridas: "Moisés e Elias", "Enoque e Elias ". Os fatos mencionados no capítulo 11 nos fazem lembrar as experiências de Moisés e Elias narradas no Velho Testamento. Contudo, tais testemunhas serão mortas. Os melhores candidatos então seriam pessoas que nunca experimentaram a morte. Logo, são mencionados Enoque e Elias. Alguns eruditos se recusam a ver as duas testemunhas como dois homens. Daí surgem outras hipóteses. Seriam elas o Velho e o Novo Testamento? Tal sugestão não parece razoável. Há quem entenda que as testemunhas sejam apenas um símbolo da igreja em seu papel de evangelização. - O dragão do capítulo 12 é Satanás. A mulher representa a nação de Israel. O Filho Varão é Cristo. O resto da semente parece representar a igreja. As menções a Israel no Apocalipse constituem pontos de dúvida. Elas podem se referir à nação de Israel ou simplesmente à igreja, o "novo Israel". Assim acontece com os 144 mil eleitos de Deus (Apc.7.4). São 12 mil de cada uma das tribos. Como sabemos, tais números têm valor simbólico. Portanto, não faz sentido pensarmos que 144 mil seja o número final dos salvos. Na seqüência do mesmo capítulo, João vê os remidos de toda tribo, língua, povo e nação, cujo número era incontável (Apc.7.9). CONCLUSÃO O Apocalipse trata dos últimos lances da guerra histórica entre o bem e o mal. Satanás usa suas últimas armas durante o tempo que lhe resta. Contudo, a vitória divina é inevitável. Em meio a todo esse combate estão os homens, servindo a um dos lados. A mensagem apocalíptica é um aviso divino para a humanidade. Não existe esperança para as forças demoníacas, mas para os homens sim. Ignorar o Apocalipse seria como rasgar uma notificação judicial sem tê-la lido. O prazo está se esgotando. Ainda que o mundo dure mais 1000 anos, é o nosso tempo de vida que determina nossa chance de deixar o mal e escolher o bem. O arrependimento é também um tema em destaque no Apocalipse (2.5,16,21,22; 3.3,19; 9.20,21; 16.9,11). Deus poderia extinguir a raça humana em um instante. Porém, ele manda seus castigos aos poucos, esperando que os homens sintam a culpa pelo pecado e se arrependam. Devemos ouvir a sua voz enquanto temos tempo. Antes que o juízo venha, existe uma porta aberta para o Reino de Deus através do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. "O Espírito e a noiva dizem: Vem. Quem ouve diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida." (Ap.22.17). Em caso de utilização impressa do presente material, favor mencionar o nome do autor: Anísio Renato de Andrade - Bacharel em Teologia.