sexta-feira, 21 de março de 2014

DOUTRINAS BIBLICAS

A DOUTRINA DOS ANJOS Razoável é que haja uma escala ascendente da vida, desde o homem subindo para Deus, tanto como há uma escala descendente da vida, do homem para baixo. Uma contemplação da vastidão e da maravilha deste universo pode bem levantar a pergunta: É o homem a única criatura que "tem uma mente apreciar e contemplar este favor de Deus" e para louvá-Lo por isso? Sem a Bíblia seriamos deixados em cega conjetura, mais, nela, temos clara revelação de uma ordem de seres acima do homem, de ordens e graus existentes e ascendentes, chamados anjos. I. A NATUREZA DOS ANJOS 1. SÃO SERES CRIADOS. No Salmos 148:1-5 os anjos estão entre as entidades exortadas a louvarem o Senhor na base que "Ele mandou e eles foram criados". Que os anjos foram seres criados está bem provado em Colossenses 1:16, que diz: "Porque nEle foram criados todas as coisas, nos céus e sobre a terra, visíveis e invisíveis, quer sejam tronos ou domínios ou principalidades ou potestades". 2. ELES SÃO ESPIRITOS PUROS. Não queremos dizer aqui que todos os anjos são sem pecado; porque, como veremos mais tarde, alguns são maus. O que queremos dizer é que a natureza dos anjos é espírito não misturado com materialidade. Os anjos não possuem corpos como parte do seu ser, mesmo que ainda assumam corpos para a execução de certos propósitos de Deus, como em Gênesis 19. Afirmamos que os anjos são espíritos puros porque, em Hebreus 1:14, são chamados espíritos. O homem não é nunca designado assim inqualificadamente. Cristo disse que "um espírito não tem carne e ossos" (Lucas 24:39). 3. ELES CONSTITUEM UMA ORDEM DE CRIATURAS MAIS ELEVADAS QUE O HOMEM. Do homem se diz que ele foi feito "um pouco menor do que os anjos" (Hebreus 2:7). Dos anjos se diz serem maiores do que o homem em poder (2 Pedro 2:11). O seu poder superior está implicado também em Mateus 26:53; 28:2; 2 Tessalonicenses 1:7. Contudo, os anjos são servos ministrantes dos crentes (Hebreus 1:14) e pelos crentes serão julgados (1 Coríntios 6:3). Este último fato parecia indicar que o homem, ainda que agora inferior em natureza aos anjos será depois, no seu estado glorificado, como um troféu da graça redentora de Deus, exaltado com Cristo bem acima dos anjos (Efésios 1:20,21; Filipenses 2:6-9). 4. ELES NÃO TÊM SEXO. Mateus 22:30 declara-se que os anjos não casam, o que os prova sem sexo. "Filhos de Deus" em Gênesis 6:2 não são anjos, mas descendentes de Sete: os verdadeiros adoradores de Deus, como diferençados dos descendentes de Caim. 5. ELES SÃO IMORTAIS. Judas 6 declara que os anjos não podem morrer, o que significa que eles não podem cessar de existir. II. CLASSES DE ANJOS Os anjos consistem em anjos eleitos e anjos decaídos. As seguintes passagens aludem a estas duas classes e as seguintes: "Conjuro-te diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo e dos anjos eleitos que, sem prejuízo algum guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade" (1 Timóteo 5:21). "Deus não poupou os anjos quando eles pecaram, mas os lançou no inferno, entregou-os às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pedro 2:4). "Mas aos anjos que não guardaram sua principalidade, mas deixaram sua própria habitação, reservou debaixo da escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia" (Judas 6). Os anjos eleitos são aqueles a quem Deus escolheu para conservar em santidade. Os outros, permitiu que caíssem, e para eles não se proveu nenhuma redenção ou possibilidade de escapula. III. ORGANIZAÇÃO, ORDENS E GRAUS ENTRE OS ANJOS Em Judas 9 temos Miguel mencionado como um arcanjo. Vide Também 1 Tessalonicenses 4:16. "Arcanjo" significa o chefe dos anjos. Gabriel também parece ocupar um lugar relativamente alto entre os anjos. Vide Daniel 8:16; 9:16,21; Lucas 1:19. A menção de tronos, domínios, principalidades e potestades entre as coisas invisíveis, em Colossenses 1:16, implica graus e organização entre os anjos. E em Efésios 1:21 e 3:10 temos a menção de regime, autoridade, potestade e domínio nos lugares celestiais. Das ordens nomeadas em Colossenses 1:16, E. C. Dargan, no seu comentário, representa "tronos" como "sendo o mais elevado, próximo a Deus e assim chamados, tanto por estarem perto de Deus e sustentarem o trono de Deus como por sentarem eles mesmos sobre tronos aproximando-se mais perto de Deus em glória e dignidade; depois "domínios", ou senhorios, aqueles que exercem poder ou senhorio sobre os inferiores ou homens; depois "principalidades", ou "principados", os de dignidade principesca; finalmente, "potestades", ou autoridades, aqueles que exercem poder ou autoridade sobre a ordem angélica mais baixa, logo acima do homem". Consideramos mais satisfatório observar os "querubins" de Gênesis, Êxodo e Ezequiel, com os quais identificaríamos também os "serafins" de Isaias e as criaturas viventes do Apocalipse, não como seres atuais senão como aparências simbólicas, ilustrando verdades da atividade e do governo divino. As criaturas viventes do Apocalipse parece simbolizarem o louvor da criação inferior de Deus por causa deles serem "livrados do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Romanos 8:21). Os vinte e quatro anciãos associados às criaturas viventes parecem representar a humanidade redimida. E bom é notar que as criaturas viventes não se incluem entre aqueles redimidos para Deus. Essas, como representativas da criação inferior dando louvor a Deus, cumprem o Salmos 145:10, que diz: "Todas as Tuas obras Te louvarão, ó Senhor". IV. OS ANJOS NÃO SÃO PARA SEREM LOUVADOS "E quando ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrava estas coisas, para o adorar: e ele disse-me: "Olha não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos os profetas e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus" (Apoc. 22:8,9). Isto está também condenado em Colossenses 2:18. V. O EMPREGO DOS ANJOS 1. DE ANJOS SANTOS. (1) Eles louvam ao Senhor e cumprem os Seus mandamentos. Salmos 103:20; 148:2. (2) Eles regozijam-se com a salvação dos homens. Lucas 15:7,10 (3) Eles ministram aos herdeiros da salvação. Hebreus 1:14; 1 Reis 19:5-8; Daniel 6:22; Salmos 34:7; 91:11,12; Atos 12:8-11. (4) Eles são mensageiros de Deus aos homens. Gênesis 19:1-13; Números 23:25; Mateus 1:20; 2:13,19,20; Lucas 1:11-13-19; Atos 8:26; 10:3-6; 27:23,24. (5) Eles executam o propósito de Deus. 2 Samuel 24:16; 2 Reis 19:25; 2 Crônicas 32:21; Salmos 35:5,6; Mateus 13:41,42; 13:49,50; 24:31; Atos 12:23; Apocalipse 7:1,2; 9:15; 15:1. (6) Eles deram a Lei. Atos 7:53; Gálatas 3:19; Hebreus 2:2. (7) Eles ministraram a Cristo. Mateus 4:11; Lucas 22:43. (8) Eles acompanharão Cristo na Sua segunda vinda. Mateus 25:31,32; 2 Tessalonicenses 1:7,8. (9) Eles estão presentes nos cultos da igreja. 1 Coríntios 11:10. (10) Eles têm grande interesse na verdade divina e aprendem por meio da igreja. 1 Pedro 1:12; Efésios 3:10. Não há nada supra para mostrar que há uma intervenção constante de anjos entre Deus e o homem. Eles não são em sentido algum constituídos regularmente mediadores entre Deus e o homem. Sua intervenção é ocasional e excepcional; sua atividade está sujeita à ordem e permissão de Deus. Mas é evidente que o crente comum não tem ligado importância suficiente ao ministério dos anjos. Todavia, doutro lado, a noção de um anjo da guarda especial para cada individuo não encontra fundamente na Escritura. Diz J. P. Boyce: "Guiados por fábulas rabínicas e guiados pelas idéias peculiares da filosofia oriental, alguns têm concebido que sobre cada pessoa nesta vida um anjo vigia para guardá-la e protegê-la do mal. Esta teoria de anjo da guarda tem sido sustentada de várias formas. Uns confinaram sua presença aos bons; outros a estenderam também aos ímpios; alguns supuseram dois em vez de um anjo, - um bom e outro mau. Do mesmo modo a teoria tem sido sustentada de anjos da guarda sobre nações; uns limitando-a a boas nações, outros estendendo-a a todas. Que tais idéias existiam entre os judeus e que prevaleceram também entre os cristãos primitivos, pode admitir-se; mas autoridade escriturística para elas falta" (Abstract of Systematic Theology, pág. 179). Há, realmente, apenas duas passagens que sugerem mesmo esta doutrina de um anjo da guarda para cada individuo, que são Mateus 18:10 e Atos 12:15. Sobre Mateus 18:10 diz John A. Broadus: "Não há garantia suficiente aqui para a noção popular de "anjos da guarda", um anjo especialmente designado para cada individuo; diz-se simplesmente, de crentes como uma classe, que há anjos que são seus anjos, mas nada há aqui ou noutro lugar que mostre ter um anjo o cargo especial de um crente". (Commentary on Mathew). Em Atos 12:15 diz H. B. Hackett: "Foi crença comum entre os judeus, diz Lightfoot, que cada individuo tem um anjo da guarda e que este anjo pode assumir uma aparência visível semelhante à da pessoa cujo destino lhe é cometido. Esta idéia aparece aqui, não como uma doutrina das Escrituras senão como uma opinião popular que não é afirmada nem negada" (Comentary on Acts). Sobre esta passagem Broadus também diz: "Os discípulos que estavam orando por Pedro durante sua prisão, quando a menina insistiu em que Pedro estava à porta, saltaram logo a conclusão que Pedro fora executado e o que se dizia ser ele era "seu anjo" (Atos 12:15), segundo a noção que o anjo da guarda de um homem estava apto a aparecer com a sua forma e sua voz aos amigos logo após sua morte; mas as idéias desses discípulos estavam errôneas em muitos pontos e não são autoridade para nós a menos que inspirada". Encerramos o assunto com mais este comento de Broadus: "Não pode ser positivamente assegurado que a idéia de anjos da guarda seja um erro, mas não há passagem que prove ser verdadeira e as passagens que podiam meramente ser entendidas dessa maneira não bastam como base de uma doutrina". 2. DOS ANJOS MAUS. A obra dos anjos maus será considerada mais extensivamente no próximo capítulo, o qual trata de Satanás, seu regente e guia. Basta dizer aqui que os espíritos ou anjos maus combatem contra Deus e Seus santos. Vê-se isto em Efésios 6:12 e na possessão demoníaca nos primeiros tempos do Novo Testamento. Quanto à possessão demoníaca, precisa de ser dito que o que se registra é claríssimo e decisivo para admitir-se uma simples acomodação da parte de Cristo e dos apóstolos às noções populares mas errôneas dos judeus. É muito provável, contudo, que a possessão demoníaca foi mais comum no tempo do ministério terreno de Cristo do que agora. Isso podemos ver segundo o arquivo, que era mais prevalecente no princípio do que nos últimos tempos do Novo Testamento, ainda que não fosse inteiramente ausente nos últimos tempos do Novo Testamento (Atos 16:16-18); e provavelmente não é ausente hoje. Alguns médicos hoje crêem que algumas experiências e ações dos loucos são melhor explicadas pela suposição de a mente do paciente estar sob o controle de um poder estranho. J. P. Boyce dá uma boa razão da maior prevalência de possessão demoníaca nos tempos do ministério terreno de Cristo: "A grande batalha estava para se ferir entre Cristo e Satanás e liberdade incomum foi sem duvida concedida ao Diabo e seus ajudantes". SATANÁS - SUA ORIGEM, OBRA E DESTINO Nenhum crente na inspiração plenária das Escrituras pode duvidar da existência de um diabo pessoal. A realidade de semelhante entidade está indelevelmente estampada nas páginas do Santo Escrito. "Não podemos negar a personalidade de Satanás, exceto sobre princípios que nos compeliriam a negar a existência de anjos, a personalidade do Espírito Santo e a do Pai, Deus" (Strong, Systematic Theology, pág. 223). Ainda mesmo que a Bíblia nada dissesse da existência de um tal ser, talvez fôssemos compelidos a crer na sua existência como uma explanação do poder sutil e escravizador do pecado. I. A ORIGEM DE SATANÁS A existência de um ser ímpio tal como Satanás é, em face de nossa crença em Deus como sendo infinitamente santo e contudo criador de todas as outras coisas, apresenta esta pergunta inescapável: Como vamos dar conta de sua existência? Cético tem imaginado que a pergunta: Quem fez o diabo? Oferece uma objeção irrespondível à doutrina cristã de Deus. Mas a Bíblia responde a esta pergunta clara e razoavelmente. 1. SATANÁS, UM ANJO DECAÍDO. Afirmamos isso pelas três seguintes razões: (1) Ele é da mesma natureza que os anjos. As obras atribuídas ao diabo tornam tarefa a nós impossível compreendê-lo algo outro que incorpóreo. Se ele fosse material, limitar-se-ia ao espaço; e, portanto, não poderia prosseguir com as obras universais de impiedade a ele atribuídas na Bíblia. (2) Ele é o líder de certos anjos. Em Mateus 25:41 Cristo usa a expressão: "O diabo e seus anjos". (3) Um destino comum espera Satanás e esses anjos. Na passagem referida há pouco a Cristo Ele nos conta que o inferno foi preparado tanto para o diabo como para seus anjos. Concluímos que esses anjos dos quais Satanás é o líder e de cujo castigo ele se aquinhoará são os anjos decaídos mencionados por Pedro e Judas. Parece-nos claro, então, que Satanás mesmo é um anjo decaído. A declaração em João 8:44 para o efeito que o diabo "foi homicida desde o princípio" não precisa de ser tomada como permanecendo em conflito com o precitado. A expressão "desde o princípio" não precisa de ser tomada como referindo-se ao princípio da existência do diabo: pode referir-se, e cremos que se refere, ao princípio da história humana. 2. DADOS DA QUEDA DE SATANÁS. Cremos que temos na Escritura duas relações fragmentárias da queda de Satanás. Referimo-nos a Ezequiel 28:12-18 e Isaías 14:12-17. A primeira dessas passagens foi endereçada ao rei de Tiro; a segunda ao rei de Babilônia. Em ambas, mas mais especialmente na primeira, algo da linguagem é forte demais para aplicar-se a qualquer homem. Cremos que essas passagens, quais muitas outras profecias, tem uma dupla referência. Isto é verdade de algumas das profecias concernentes ao reajuntamento de Israel: sendo a sua referência imediata à volta de Israel após os setenta anos de cativeiro na Babilônia. Mas, elas fazem também uma clara referência remota ao reajuntamento de Israel disperso no fim dos tempos. Em Mateus 24:4-51 temos uma dupla referência maravilhosamente trabalhada em conjunto. A razão desta dupla referência é que a destruição de Jerusalém em 70 A. D. foi um tipo do cerco final de Jerusalém logo em precedência ao segundo advento de Cristo à terra para julgar o mundo e estabelecer o Seu reino milenial; e, sem duvida, a razão da dupla referência nas passagens que estamos considerando de Ezequiel e Isaias é que os reis de Tiro e Babilônia foram tomados como tipos "do homem do pecado" (2 Tessalonicenses 2:3,4), a "besta" do Apocalipse (Apocalipse 13 e 17), que não será senão uma ferramenta nas mãos de Satanás. Portanto, as palavras dos profetas vêem além desses reis ao poder dominante atrás deles, dirigindo-se a Satanás através dos seus representantes. Temos outros casos onde Satanás está assim endereçados. Em Gênesis 3:15 Satanás está endereçado através da serpente, seu instrumento e em Mateus 16:22,23 através de Pedro, em quem Cristo percebeu o espírito de Satanás. (1) Referência a Satanás na sua condição Intacta. "Tu és o Selador da soma, cheio de sabedoria e perfeito em formosura; estavas no Edem, jardim de Deus, toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti, foram preparados no dia em que foste criados. Tu eras o querubim, ungido para cobridor e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras fulgentes andavas. Perfeito eras nos teus caminhos desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti" (Ezequiel 28:12-15). (2) Referência à queda de Satanás. "Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência e pecaste; pelo que te lançarei profanado do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras fulgentes. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor, por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que a ti olhem. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários. Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te consumiu a ti e te tornei em cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem" (Ezequiel 28:16-18). "Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva do dia? Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações? E tu dizias no teus coração: Eu subirei ao céu, por cima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei sobre as alturas das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo derribado serás no inferno, aos lados da cova. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo como deserto e assolava as suas cidades? Que a seus presos não deixava soltos para suas casas?" (Isaías 14:12-17). Destas duas relações parece claro que Satanás caiu pelo orgulho. Está isto em harmonia com as seguintes passagens: Provérbios 16:18. A soberba precede a ruína e o espírito altivo a queda. 1 Timóteo 3:2,6. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível ... não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Por Ezequiel entendemos que Satanás acupava lugar muito elevado entre os anjos no seu estado intacto. "Eras o querubim ungido que cobrias e eu te estabeleci, de maneira que estavas sobre o santo monte de Deus". Notai que ele não era "um querubim ungido", mas "o querubim ungido". "Ungido" quer dizer separado como um sacerdote ao serviço de Deus. "O ungido querubim que cobre" alude provavelmente ao querubim que cobria o propiciatório com suas asas no templo (Êxodo 37:9). Isto parece indicar que o diabo era o líder da adoração angélica; provavelmente ocupava o lugar que agora é ocupado por Miguel, o arcanjo. II. A OBRA DE SATANAZ 1. O PECADO ORIGINADO NO UNIVERSO. As passagens supra, que dão um relato velado da queda de Satanás, apontam-nos a narrativa mais antiga que temos na Bíblia sobre o pecado. Sabemos que Satanás caiu antes do homem, porquanto Satanás solicitou o homem ao pecado. "O pecado não foi uma criação mas uma origem: veio a existir pelo auxilio daquele que teve existência anterior, nomeadamente, personalidade e o poder de livre escolha. Deus não criou esse ser como o Diabo, mas como um anjo santo, o qual originou o pecado pela desobediência e se transformou no diabo ímpio que é hoje (Bancroft, Elemental Theology). 2. INTRODUZIU O PECADO NA FAMÍLIA HUMANA. Gênesis 3:1-16. Há uma conexão íntima entre o que notamos de Isaias a respeito do diabo e o seu método de seduzir Eva. Satanás foi enxotado do céu porque disse: "Far-me-ei semelhante ao Altíssimo". Ele enganou Eva por dizer-lhe que, em vez de morrer como resultado de comer o fruto proibido, torna-se?ia ela "como Deus, conhecendo o bem e o mal". 3. POSSUI E CONTROLA O MUNDO Jó 9:24; Mateus 4:8,9; João 12:31; 14:30; 16:11; 2 Coríntios 4:3,4; Efésios 6:12. Deus possui o mundo (Salmos 24:1), mas, como lemos em Jó 9:24, o mundo foi dado na mão de Satanás temporariamente e Satanás o domina, sujeito a tais limitações como Deus se apraz impor. Vide Salmos 76:10. 4. ACUSA O POVO DE Deus. Jó 1:6-9; 2:3-5; Apocalipse 12:9,10. "Diabo" significa "acusador" ou "enganador". 5. TAMBÉM PROVA, ESCONDE, RESISTE E ESBOFETEIA. Lucas 22:31; 1 Tessalonicenses 2:18; Zacarias 3:1; 2 Coríntios 12:7. 6. PROCURA OPOR-SE E ESCONDER A OBRA DE DEUS. Mateus 13:39; Marcos 4:15; 2 Coríntios 11:14,15; 2 Tessalonicenses 2:9,10; Apocalipse 2:10; 3:9. 7. TENTA, ENLAÇA E GUIA OS HOMENS AO MAL. 1 Crônicas 21:1; Mateus 4:1-9; João 13:2,27; Atos 5:3. 8. CONTROLA E CEGA OS PERDIDOS. João 8:44; 12:37-40; Atos 26:18; 2 Coríntios 4:4; 2 Timóteo 2:26. A cegueira em 2 Coríntios 4:4 e aquela em João 12:37-40 são o mesmo. Sua causa imediata é a depravação da natureza carnal. Diz-se que o diabo é o autor desta cegueira porque ela é o autor do pecado. Na derradeira passagem é atribuída a Deus porque é pela vontade permissiva de Deus que se concedeu ao diabo trazer o pecado ao mundo. Para mais extensa discussão desta cegueira vide o capítulo sobre a livre agencia do homem. 9. CAUSA ENFERMIDADES. Lucas 13:16; Atos 10:38. 10. TEM O PODER DA MORTE. Hebreus 2:14. Mas, graças sejam dadas a Deus, toda a obra de Satanás está senhoreada pela onipotência e onisciência de Deus e é feita para operar ultimadamente para glória de Deus e para o bem dos santos. Vide Salmos 76:10; Romanos 8:31; 2 Coríntios 12:7; Efésios 1:11. Na queda de Pedro temos um exemplo excelente de como Deus é glorificado e os santos beneficiados mesmo atravéz da tentação do diabo que atualmente produz o pecado nas vidas dos santos. A experiência de Pedro em negar a Cristo fê-lo homem diferente dele mesmo. No julgamento de Jesus ele Pedro acovardou-se ante uma criadinha, mas no Pentecostes ele topou a multidão dos crucificadores de Cristo com palavras ardentes de condenação. A queda de Pedro tirou-lhe a Fiúza em si mesmo. Assim, Satanás, buscando a completa ruína de Pedro, como ele teve a de Jó, peneirou a palha e deixou o trigo. Podemos ver também que as aflições de Satanás trouxeram no fim maiores bênçãos a Jó. III. O DESTINO DE SATANAZ A noção comum que Satanás está agora no inferno não é correta. O mesmo é verdade da idéia de Satanás ficar sempre no inferno como o que inflige tormento sobre outros. Ele habita agora nos ares (Efésios 6:11,12), tem acesso a Deus (Jó 1:6) e é ativo sobre a terra (Jó 1:7; 1 Pedro 5:8). Mas, finalmente, Satanás será lançado no inferno. Já notamos que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos. Na passagem seguinte temos a relação de como ele será lançado no inferno: "E o diabo que os enganou foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde também estão a besta e o falso profeta; e serão atormentados dia e noite para todo o sempre" (Apocalipse 20:10). Isto é para acontecer ao cabo do "pouco tempo", durante o qual é para Satanás ser solto outra vez após o milênio. Precedendo o milênio, a besta e o falso profeta serão lançados no lago de fogo (Apocalipse 19:20). A CRIAÇÃO DO HOMEM Temos só uma coisa a inquirir neste capítulo e essa é o método de Deus na criação do homem. O estado original do homem será tratado num capítulo mais tarde, como será também a natureza do homem. Criou Deus o homem por um ato direto? Ou foi por meio e pelo processo de evolução das formas mais baixas da vida? Afirmamos que foi por um ato direto. Para prova disto, notamos: I. ARGUMENTOS DA EVOLUÇÃO REFUTADOS 1. O ARGUMENTO DA GEOLOGIA. Dizem-nos que um exame de restos fossilizados mostra que as várias formas de vida na terra não se originaram todas de uma vez, mas sucessivamente e que, como regra, a sucessão procede das formas mais simples para as mais complexas. Em resposta a este argumento, seja primeiro observado que a asserção supra, mesmo se verdadeira, não prova a evolução de uma espécie para outra na ausência do registro geológico de elos conectores entre as espécies. Mais tarde notaremos mais em minúcia a ausência de elos conectores no registro geológico. Em face a essa ausência, caso fosse verdadeiro tudo quanto se afirma sobre a sucessão dos fosseis, o registro geológico apenas provaria uma sucessão de espécies e não de evolução. Mas, quanto à sucessão das espécies, ninguém menos que T. H. Huxley declara: "Na atual condição de nossos conhecimentos e de nossos métodos um veredicto - "não provado e não provável" - deve ser arquivado contra todas as grandes hipóteses dos paleontologistas a respeito da sucessão geral da vida no globo" (Lay Sermons, pág. 213, London, 1883). E George MacCreay Price, no seu livro "Os Fundamentos da Geologia" explodiu completamente esta "teoria casca de cebola", assim chamada, de épocas sucessivas quando apenas existiam certas formas de vida. Eis aqui algumas das afirmações do Professor Price, achadas no seu notável "Q. E. D.": "É verdade que no princípio do século dezenove Sir Charles Lyell e outros tentaram dar de mão a esta herança não cientifica das cascas de cebola de Werner, mas a geologia moderna nunca se livrou ainda de sua idéia assencial e mais característica, pois todos os nossos compêndios falam de várias fases quando só certos tipos de vida prevaleceram sobre o globo. Daí é que Whewell, na sua "História das Ciências Indutivas" recusa reconhecer que qualquer avanço real se tenha feito na direção de uma ciência estável como a astronomia, física e química. "Custosamente sabemos", diz ele, "se o progresso começou. A história da astronomia física quase principia com Newton e poucas pessoas aventurar-se-ão a afirmar que o Newton da geologia tenha aparecido". "A ciência da geologia, conforme se ensina comumente, está verdadeiramente numa espantosíssima condição e sem dúvida apresenta a mistura mais esquisita de fato e absurdo a encontrar-se no circulo todo de nosso conhecimento moderno ... Que gente educadíssima ainda creia na sua tese principal de uma época definida para cada espécie particular de fóssil é exemplo triste mas instrutivo dos efeitos da inércia mental". "Mas a teoria de eras definitas e sucessivas, com as formas de vida aparecendo na terra numa ordem precisa e invariável, está morta em todo o tempo por vir e para cada homem que tenha bastante treino e métodos científicos para saber quando uma coisa está realmente provada". E dos "Fundamentos da Geologia" do Professor Price disse Gilbert E. Bailey, primeiro professor de geologia na Universidade de Califórnia: "Foi preciso. Creio que descascastes completamente a teoria casca de cebola". 2. O ARGUMENTO DA EMBRIOLOGIA. Alega-se, geralmente, entre os advogados da evolução, que o embrião humano, no seu desenvolvimento, passa pelas mesmas mudanças que eles supõem ter passado o homem na sua evolução da ameba, recapitulando assim a evolução da raça. Ou, para ser mais explícito, o argumento da embriologia, inclui as seguintes três asserções: Primeira, que os germes das plantas, dos animais e do homem são idênticos, não mostrando nenhuma diferença tanto na análise química como sob o microscópio; Segunda, que, no desenvolvimento do embrião achamos uma recapitulação da história antepassada do organismo particular a que pertence o embrião;Terceira, que, quando isto é comparado com outros achados da ciência, e a ordem das coisas vivas, segundo são classificadas pela ciência, apresenta uma sucessão completa de formas desde a ameba ao homem. Em resposta a este argumento desejamos dizer: (1) A semelhança entre o germe das plantas, dos animais e do homem é só aparente e superficial. Isto é verdadeiro pelas seguintes razões: A. O protoplasma de um dado germe não pode ser homogêneo, conquanto assim pareça. Uma parte desse protoplasma sempre se desenvolve em sangue, outra em músculos, outra em células cerebrais. Se o protoplasma fosse homogêneo, então tudo que sabemos de causa e efeito compelir-nos-ia a crer que o ser dele desenvolvido seria exatamente homogêneo em todas as suas partes. Em vez de se formar uma conclusão que destrói a lei bem estabelecida de causa e efeito, muito melhor é concluir que o protoplasma de um germe parece homogêneo só porque não temos os meios necessários para descobrirmos sua heterogeneidade. B. O mesmo argumento se aplica com força sempre maior à contenção que o germe do homem é exatamente igual aos das plantas e dos animais. Se são exatamente iguais, porque o homem se desenvolve invariavelmente de um, um animal de outro e uma planta de outro sem jamais uma reversão? Desde que os cientistas empreenderam explicar os segredos da vida, expliquem-nos eles isto. E, até que o façam, pedir-lhes-emos que fiquem acusados de ensinar uma teoria não cientifica. (2) É também verdadeiro que o embrião humano no seu desenvolvimento retraça a história antepassada da raça, mas por uma afirmação que paira somente num fundamento aparente e superficial. A. O embrião da espécie humana nunca é realmente semelhante a um verme, a um peixe, a um réptil ou mesmo a um dos animais mais elevados. Assim diz o Professor Thompson em "Outline of Zeology", pág. 64. Os invertebrados permanecem dobrados para trás e os vertebrados dobram em direção oposta em redor da gema do ovo. Tudo o que se pode afirmar verdadeiramente a respeito da similaridade embriológica está exposto pelo Professor Hegner, da Universidade de John Hopkins, nas palavras seguintes: "Certas fases neste desenvolvimento têm sido reconhecidas como comuns a todos os animais mais elevados" (College Zoology). Notai que ele inclui somente os animais mais elevados. E ele não afirma uma similaridade exata entre os embriões mesmo dos referidos animais, senão que somente em certas fases de desenvolvimento são comuns a todos eles. Essas fases de desenvolvimentos que são comuns a todos os animais mais elevados são dadas pelo Professor Hergner como segue: (1) Fendagem ou a divisão da célula simples do ovo em outras células. (2) a formação de uma cavidade no centro do ovo. (3) Gastrulação ou o engraçamento das células num lado do ovo. (4) Introversão, por meio da qual se formam camadas de germe adicionais. Quando está completa aquela segunda fase em que se forma a cavidade do centro, o ovo é como uma bola de borracha oca e a cavidade do centro está rodeada por uma camada simples de células; mas o lado que está endurecido na terceira fase curva-se para dentro e assim o ovo assume grosseiramente o feitio de uma ferradura e vem a possuir uma dupla camada de células. E o Professor Hergner nos diz que "a maioria dos animais mais elevados tem uma terceira camada que aparece comumente entre as outras duas". (5) O desenvolvimento dessas camadas em órgãos. A camada mais externa desenvolve-se em pele do corpo, na coberta dos vários corpos e no sistema nervoso. A camada do meio desenvolve-se em músculos, tecidos de conexão e sustento, no sangue e nos vasos sanguíneos. A camada interna desenvolve-se na coberta do trato digestivo, na faringe e no trato respiratório. Agora, se houvesse exata similaridade entre as fases de desenvolvimento em todos os animais mais elevados, isso nada provaria a favor da evolução; porque é só para ser esperado que o plano perfeito do Deus onisciente teria fases comuns na reprodução das formas mais elevadas da vida. Mas não há exata similaridade entre as fases de desenvolvimento de todos os animais mais elevados. Topamos uma diferença importante logo na primeira fase do desenvolvimento do ovo ou germe. Há quatro tipos distintos de divisão da célula: (1) Divisão igual, onde o ovo se divide em duas partes iguais e estas em quatro, etc.; (2) Divisão desigual, onde se formam uma célula grande e outra pequena; (3) Divisão discoidal, onde o ovo inteiro não se divide, mas onde se formam na superfície células pequenas; (4) Divisão superficial, onde o núcleo do ovo se divide rapidamente e as novas células emigram para a superfície e formam uma camada simples de células. Desde que um dado ovo não pode sotopor-se a cada tipo de divisão, é obrigatória uma divisão logo na primeira fase entre algumas das formas mais elevadas da vida. Uma segunda diferença já então se apresentou na citação do Professor Hegner em que ele menciona o fato de na quarta fase só a maioria de os animais mais elevados desenvolverem uma terceira camada de células. Não admira, pois, que o Professor Conn, em "Evolution of Today", admita que a embriologia muitas vezes dá uma história falsa e que o paralelo é grandemente uma grande ilusão. 3. O ARGUMENTO DA MORFOLOGIA. Tem-se achado que há uma similaridade de plano entre a escama de um peixe, a barbatana de uma baleia, a perna de um animal e o braço de um homem; bem como uma medida de similaridade entre outras partes correspondentes. Por causa disto dizem os evolucionistas que todas estas espécies provêem de um antepassado comum. Mas, em resposta a isto, Huxley, em "Study of Zoology", pág. 86, diz: "Nenhuma quantidade de evidência puramente morfológica pode bastar para provar que umas coisas vieram a existir de um modo mais do que de outro". E o Professor Quatrefages, do Museu de Ciência Naturais, de Paris, escreve o seguinte: "Sem deixar o domínio dos fatos e julgando somente do que conhecemos, podemos dizer que a morfologia em si mesma justifica a conclusão que uma espécie nunca produziu outra por derivação". Nós, portanto, riscamos o argumento provindo da morfologia com o seguinte comentário de Alexandre Patterson: "Esta parecença de partes é bem o que deveríamos esperar das coisas que se originam de um operador inteligente, seja criador, seja manufaturador. Encontra-se em qualquer fabrica. A roda é a mesma do carrinho de mão, na carroça, na carruagem, na locomotiva. De fato, a uniformidade de plano prova a unidade causal e não a diversidade de causas fortuitas reclamada pelos evolucionistas. Se a evolução fosse verdade, haveria tanta diversidade no meio dos órgãos como há no meio das formas dos órgãos. Se a operação de condições fortuitas resultará em mudanças radicais nas formas dos órgãos, por que então não há uma diversidade semelhante no meio dos próprios órgãos? A evolução não tem resposta. A criação tem tal resposta; um é Deus e o Seu plano é um. Porque não deveriam ser iguais as formas de todas as coisas, sendo que são para viver nos mesmos climas, comer o mesmo alimento e propagar-se da mesma maneira?" (O outro lado da Evolução, pág. 45). 4. O ARGUMENTO DAS PARTES RUDIMENTARES DO HOMEM. Afirmam os evolucionistas que há certos órgãos e partes no homem que são inúteis e que os mesmos devem ser considerados como relíquias de órgãos e partes úteis em nossos antepassados supostamente inferiores na sua evolução. Dizem eles que os cabelos compridos de nossas sobrancelhas, as pontas e todo o exterior do nosso ouvido, os cinco dedos do pé, as reentrâncias nos pescoços dos embriões, o apêndice e, possivelmente, as amídalas, são tudo relíquias de nossa ascendência bruta. A resposta a isto é simples. De fato, todo este argumento encarna tanta ignorância e tão pouca sã razão que é estranho que qualquer pessoa inteligente tivesse a temeridade de o apresentar. Notai os seguintes pontos: (1) Ainda que não se possa achar utilidade para certas partes no homem, todavia não é certo que sejam inúteis. O homem ainda não avançou tão longe que possa estar certo de que não descobrirá novos fatos que lançarão luz sobre tais problemas como este. (2) O apêndice talvez tenha tido um uso puramente humano nos primórdios de sua história, quando os seus hábitos foram diferentes. Tem havido bastantes mudanças nos hábitos de vida do homem, particularmente quanto à sua dieta, para explicar-se a existência do apêndice sem o mesmo tempo assumir-se que ele foi herdado de uma suposta ascendência bruta. Tem sido afirmado, por exemplo, que o coelho, por causa de sua dieta exclusivamente vegetal, acha uso para o seu apêndice. Provavelmente o homem também o achou quando ele viveu mais de uma dieta vegetal. Assim, quando os homens assumem que tais coisas como as mencionadas são restos de uma ascendência bruta, fazem-no arbitrariamente. (3) Nenhuma razão pode ser dada porque devêramos ter herdado sobrancelhas aparte de todo o cabelo que cobre a face de um antepassado macacoide. O uso de roupa supre aos evolucionistas uma explicação plausível porque o manto comprido de pelo do macaco não continuou no homem. Não se proporciona, contudo, igual explicação para a ausência de cabelo sobre a testa nua. E a força do uso de roupa como razão para a ausência comparativa de cabelo comprido sobre o corpo humano está grandemente enfraquecida pela mesma ausência na testa humana. (4) De que serviram aos nossos antepassados as pontas da orelha? A menos que as mesmas foram úteis aos nossos antepassados de um modo que não para nós, nossa posse delas, então, não pode ser invocada como argumento para a evolução. (5) A asserção que toda a orelha exterior é inútil é quase demasiada tola para merecer atenção. Observai os comparativamente surdos quando levam a mão em concha através da orelha para facilitar a audição ... Nada mais é preciso dizer em resposta a esta ignorante noção. (6) quando o pé está nu, são os dedos de valor perceptível em balançar o corpo. Não há duvidas que, por bastante tempo, os sapatos foram pouco conhecidos após a criação do homem. Vemos assim a necessidade dos dedos. (7) As reentrâncias são necessárias, não resta duvida, à própria manutenção do embrião. Através delas o fluido circo-ambiente ganha acesso e, sem dúvida, preenche alguma necessidade no desenvolvimento dos órgãos internos. 5. O ARGUMENTO DE CARACTERISTICOS HUMANOS NOS ANIMAIS. Um argumento da evolução se deduz do fato que se acham animais com memória, amor, ódio, ciúme e pelo fato que podem planear e usar de meios, admirar a beleza e, nalguns casos, combinar em esportes. Mas isto nada prova mais do que uma certa soma de similaridade na vida íntima dos animais e do homem. Como no argumento da morfologia, este argumento prova apenas um grau de unidade de plano por parte do Criador. Argüiramos da mesma maneira que os anjos evoluíram dos homens em vista do fato que o homem possui certas características em comum com os anjos; e, na mesma base, podíamos argumentar que o homem evoluiu do diabo. 6. ARGUMENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE ANIMAIS. Diz-se que certos animais se encontram em certas regiões, o que é tomado como evidencia que eles evoluíram de onde de encontram. A asserção supra é em parte falsa. Em uma das Ilhas Bermudas encontram-se lagartos iguais aos da Austrália; noutra iguais ao da América. Huxley afirmou que na vizinhança de Oxford, Inglaterra, acham-se restos de animais como os da Austrália. Mais: ele afirma que as Ilhas Britânicas estiveram uma vez ligadas à África. Se isto for verdade (e não há razão por que não deveria ser), essas ilhas estiveram indubitavelmente ligadas também com a Europa. E é também perfeitamente provável que a Ásia e a América do Norte estiveram ligadas no Estreito de Béring, se não em outros pontos. Assim é verossímil que, originalmente, todos os continentes estiveram visivelmente ligados e os animais destarte espalhados. Então morreram em regiões a eles não adequadas ou se tornaram extintas devido a inimigos predatórios. O fato de os restos de apenas certos animais poderem ser achados numa localidade dada não é prova que eles são os únicos que jamais existiram lá. As relíquias não podem de nenhum modo ser creditadas como darem um arquivo perfeito da vida animal. II. FATOS CIENTÍFICOS OPOSTOS À EVOLUÇÃO A evolução é uma teoria não sustentada por fatos imparciais. É uma cisma selvagem. A única causa de sua invenção é que ela ministra ao orgulho do homem natural e o auxilia a desfazer-se de concepção que lhe são desagradáveis ao coração ímpio e rebelde. Seus sentidos são obtusos ao máximo para perceberem coisas espirituais. Assim os milagres são-lhes repugnantes; portanto, ele busca uma explicação materialista da vida. Não há um só fato em prova da evolução, mas muitos fatos contra ela. Os seguintes fatos são alguns deles: 1. A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR CONTA DA LINGUAGEM NA BASE DA EVOLUÇÃO. Diz o Professor Max Mueller: "Há uma barreira que ninguém ainda se aventurou tocar, - a barreira da linguagem. A linguagem é o nosso Rubicon e nenhum bruto jamais ousa transpô-lo ... Nenhum de seleção natural destilara jamais palavras significantes das notas de pássaros e animais". (Lesson on the Science of Language, pág. 23, 340, 370). 2. A IMPOSSIBILIDADE DE SE DAR CONTAS DE OUTRAS COISAS NA BASE DA EVOLUÇÃO. As coisas seguintes de que a evolução não pode dar conta são tiradas de "Evolution at the Bar" (P. Mauro): (1) As asas das Aves. Segundo a evolução, as asas das aves "devem ter-se desenvolvido cada uma indepentende da outra do que no princípio era um calombo ou protuberância acidentais nas costas de um réptil implume. Mais ainda, devem ter-se perpetuado, com desenvolvimento firmemente progressivo, guardando passo uma com a outra, através da progênie de gerações sem conta, durante todo referido tempo essas excrescências inaturais seriam, não uma vantagem senão, decididamente, um entrave aos seus possuidores. Mas isto não podia prosseguir sob a "lei de Seleção Natural", porque essa "lei" tolera somente a promoção de variações úteis; logo, a Seleção Natural destruiria rapidamente tais variações. Mas, conversamente, as asas da ave destroem a Seleção Natural. A Evolução não pode dar conta das asas, quer por Seleção Natural, quer por qualquer outro método de operação. Muitos evolucionistas competentes têm admitido isto (entre eles Herbert Spencer); contudo, agarram-se à Evolução, não obstante a impossibilidade de proporem um método pelo qual ela pudesse operar". (2) Os hábito da aranha aquática. A aranha aquática respira o ar e contudo vive debaixo dágua. Ela constrói sua casa debaixo dágua e a enche de ar. Como chegou ela a tão estranhos hábitos? A evolução não tem resposta. A vida da aranha aquática exige uma equipamento muito complexo. Tudo dela não podia ter-se desenvolvido quer fora dágua, que na água, segundo os métodos evolucionários. Se ela viveu sempre na água, a evolução não tem explicação do fato de ela respirar o ar. Se ela primeiro viveu em seco, e evolução não pode explicar como ela desenvolveu a habilidade de viver debaixo dágua; porque isso teria sido impossível sem o seu equipamento altamente especializado, que consiste de - (1) Pelos protetivos para prevenirem-na de se molhar. (2) O órgão ou órgãos próprios para secreção de um material a prova de água. (3) A habilidade de formar esse material dentro de uma célula estanque. (4) O estranho aparelho para encher sua casa de ar. (5) Os vários instintos maravilhosos que causam a consecução dessas notáveis funções. Nenhuma delas seria de valor incompleto de desenvolvimento. Da aranha aquática requerer-se-ia viver dentro dágua por séculos sem conta para o desenvolvimento deste equipamento, mas ela não poderia viver dentro dágua sem o equipamento! Até aí para a evolução da aranha aquática. (3) A habilidade produtora de seda de outras aranhas. Para a produção de seda estão as aranhas munidas de - (1) Glândulas capazes de destilarem um fluido que se endurece instantaneamente e se cristaliza em seda quando exposto ao ar. (2) Fianderinhas (três) assemelhando-se a pernas, perfuradas nas pontas com miríades de tubos excessivamente delgados com o fim de enovelarem o fluido em fios tão pequenos que a união de milhares deles faz uma trança de seda escassamente visível a olho nu. (3) Pernas traseiras adaptadas à função altamente especializada de formar milhares desses filamentos microscópicos num fio. E, neste caso, assim como no primeiro, pode-se indicar que nenhuma destas seria de utilidade alguma sem as outras, nem todas elas juntas seriam de utilidade alguma, salvo no atual estado completo de desenvolvimento. Se as fianderinhas tivessem menos que o número de tubos que elas têm agora, não haveria a área de exposição ao ar para efetuar o endurecimento do fluido em seda. A Seleção Natural não teria tolerado nenhum desses órgãos num estado incompleto de desenvolvimento. Não é necessário que continuemos com o tratamento minucioso dos órgãos e instintos das abelhas e hábitos do castor. Em ambos os casos a evolução colapsa numa tentativa de explicação muito no mesmo jeito como nos casos já mencionados. (4). O fato que as características adquiridas e as variações fortuitas não são regularmente transmissíveis. A evolução ensina que um calombo fortuito aparecendo no corpo de algum animal perpetuou-se e finalmente desenvolveu-se em pernas, que as manchas sensitivas fortuitas que deram uma sensação agradável quando viradas na direção do sol, fazendo assim o animal guarda-las na direção do sol, transmitiram-se, e, sob o estímulo da luz, desenvolveram-se em olhos. Todavia, todo esforço para provar a transmissibilidade de características adquiridas e variações fortuitas terminou em sombrio fracasso. Todas as venetas e esportes podem ocorrer, mas não se propagam regularmente em espécies iguais. Há sempre uma reversão ao tipo na vasta maioria das descendências. Uma criancinha pode nascer com seis dedos nas mãos, ou nos pés, e com alguém de sua progênie pode acontecer o mesmo, mas uma variação tal nunca torna permanente. Professor Coulter, da Universidade de Chicago, diz: "(1) É geralmente crido que os caracteres adquiridos não são herdados. (2) A mais leve variação usada pela teoria de seleção natural não pode ser continuada pela seleção contínua além dos limites das espécies. (3) As formas conservadas pela seleção artificial revertem. (4) A seleção entre tais variações leves é uma que pode ter nenhuma vantagem decidida". George McCready Price diz: "Algumas vezes a Lei de Mendel é chamada de lei de herança alternativa, assim incorporando no seu nome o pensamento que uma descendência possa mostrar caracteres possuídos por um dos pais ou pelo outro, mas ela não pode desenvolver quaisquer caracteres que sejam que não fossem manifestos ou latentes no ascendente. Mudanças no ambiente durante a fase embrionica, é verdade, parecem algumas vezes estar registradas na forma crescente; mas nunca se provou que essas mudanças induzidas possam em algum tempo avultar numa unidade de caráter ou fator genérico que se manterão e segregarão como um fator distinto depois da hibridização. A ascendência só fornece o material para o fator e nenhuma quantidade de mudança induzida consegue registrar-se no organismo de maneira a entrar nesse circulo encantado de caracteres ancestrais, único que parece estar transmitido à posteridade". (Q. E. D., pág. 91). (5) A lei universal de retrogressão em vez de progressão. O professor George McCready Price diz: "É uma lei universal das coisas vivas que todas as formas deixadas a si mesmas tendem a degenerar. A necessidade de seleção artificial contínua na beterraba, no algodão da Ilha do Mar, no milho, no gado Jersey e Holstein e nos cavalos de trote, prova esta tendência universal para degenerar" (Q. E. D., pág. 94). O Professor A. H. Sayce, esse eminente arqueologista de Oxford, diz: "Quanto mais antiga a cultura, mais perfeita se acha ser. Este fato é muito notável em vista de teorias modernas de desenvolvimento e de evolução da civilização dentre a barbárie. Seja qual for a razão, tais teorias não surgem pelas descobertas da arqueologia. Em vez do progresso que se devera esperar, achamos retrogressão e decadência." (Homiletic Review, June, 1902). (6) O intervalo entre os vertebrados e invertebrados no reino animal. A evolução não tem podido transpor este intervalo provadamente e demonstrar como os animais de espinha dorsal evolveram dos que a não tem. Prof. Hegner, da Universidade de John Hopkins, no seu "College Zoology", pág. 619, cita com aprovação Wilder, assim: "A origem dos vertebrados está perdida na obscuridade de formas a nós desconhecidas". Mas, se a ciência nalgum tempo o demonstra, haverá um consolo para nós: a demonstração pode monstrar-nos como remediar a falta de espinha de pregadores pés de lã e compromissórios. (7) O intervalo entre as diferentes espécies de cada classe. Cândidos estudantes de geologia dizem-nos que as espécies aparecem de repente no arquivo geológico sem formas intermediárias. E entre os incontáveis animais e insetos em existência não há um elo de ligação entre as espécies. Isto é a cruz da teoria evolucionista em geral e é aqui que a evolução está destituidissima de prova. Deixada está ela como um litigante num tribunal, com as suas testemunhas mais importantes dolorosa e ominosamente ausentes. Contudo, urge o litigante em que o tribunal decida a seu favor no pressuposto que a questão seria provada se ele pudesse apresentar as testemunhas que não pode e para cuja ausência não pode oferecer razão. O evolucionista é um indivíduo estranhamente crédulo. Ele está tão acostumado a vôos tontos da imaginação que não acha dificuldade em trepar de espécie em espécie tanto no registro geológico como entre as formas vivas sem se aborrecer com os intervalos escancarados entre as espécies. Dizemos isto de nós mesmos, ou não dizem também o mesmo os cientistas? O Dr. Robert Watts diz: "O registro das rochas nada sabe da evolução de uma forma mais elevada vinda de uma mais baixa... Tanto a natureza como a revelação proclamam-se lei inviolável, que o igual produz igual". O Dr. J. B. Warren, da Universidade de Califórnia, disse: "Se a teoria de evolução for verdadeira, então, durante os muitos milhares de anos cobertos no todo ou em parte atual conhecimento humano, seriam certamente conhecidos alguns casos de evolução entre uma e outra espécie. Nenhum caso tal é conhecido". O Dr. David Brewster declara: "Temos prova absoluta da imutabilidade das espécies, quer a sondemos nas épocas históricas ou geológicas". Sir William Dawson, grande geólogo canadense, diz: "Não há evidencia direta que no curso de tempo geológico uma espécie mudou-se gradual ou repentinamente noutra" (Modern Ideas of Evolution, pág. 118). O Professor Winchell diz: "O grande fato obstinado que toda forma da teoria encontra logo de início é, que, não obstante as variações, estamos ignorantes de um só caso de derivação de uma boa espécie doutra. Vasculhado tem sido o mundo por um exemplo, e ocasionalmente pareceu por algum tempo como se um exemplo tivesse sido achado da originação de uma espécie genuína por agencias naturais assim chamadas, mas apenas damos expressão a admissão de todos os recentes advogados das teorias de derivação quando anunciamos que o há muito procurado calvário experimental não foi descoberto" (The Doctrine of Evolution, pág. 54). Diz o Professor Conn: "Será admitido de todos os lados que nenhum exemplo inquestionável foi observado de uma espécie ser derivada de outra." (Evolution of Today, pág. 23). O Dr. Etheridge, do Museu Britânico, perito em fossiologia, diz: "Em todo este grande museu não há uma partícula de evidência da transmutação das espécies. Nove décimos da prosa dos evolucionistas são escarrada tolice, não achada nas observações e totalmente desamparadas pelos fatos. Este museu está cheio de provas da completa falsidade de suas idéias." O Professor Lê Conte, da Universidade de Califórnia, diz: "A evidência da geologia hoje é que as espécies parecem vir à existência repentinamente e em completa perfeição, ficam substancialmente imudáveis durante o termo de sua existência e morrem em completa perfeição. Outras espécies tomam seus lugares por substituição, aparentemente, não por transmutação". (8) O tremendo intervalo entre o animal mais elevado e o homem. O Dr. Frederich Pfaff, professor de ciência natural na Universidade de Erlangen, diz: "Em nenhum lugar dos depósitos mais antigos se vê um macaco que se aproxima mais de perto do homem, ou homem que de perto mais se aproxima de um macaco, ou talvez de homem nenhum. O mesmo hiato que se acha hoje entre o homem e o macaco retrocede em indiminuidas largura e profundidade ao período terciário. Só este fato basta para fazer sua ininteligibilidade clara a quem quer que não esteja penetrado pela convicção da infalibilidade da teoria de transmutação gradual e desenvolvimento progressivo de todas as criaturas organizadas" (Age and Origin of Man, pág. 52). Lê Conte diz: "Os homens mais primitivos até agora achados não são em nenhum sentido elos conetivos entre o homem e o macaco. O crânio de Mentone é de tamanho médio ou mais que médio, enquanto o de Neanderthal, também muito antigo, é de tipo inferior, mas em nenhum respeito intermediário entre o homem e o macaco, sendo verdadeiramente homem". O Dr. Virchow, que foi a autoridade alemã mais alta em fisiologia e estilizado o "chimico dianteiro do globo", sendo o originador da teoria do germe, disse: "A forma intermediária é inimaginável, salvo num sonho". E outra vez: "É tudo asneira. Não pode ser provado pela ciência que o homem descendeu do macaco ou de outro animal. Desde o anúncio da teoria, todo o conhecimento científico real caminhou na direção oposta. A tentativa de achar a transição do animal ao homem acabou em fracasso total". III. FATOS BÍBLICOS OPOSTOS À EVOLUÇÃO Até aqui discutimos a evolução de um ponto de vista científico. Isto fizemos porque todo o estudante da Bíblia bem informado devera saber algo do aspecto científico deste assunto. Uma refutação inteligente da evolução pela Bíblia é impossível sem algum conhecimento correto do aspecto científico. Viramos agora a notar o ensino da Bíblia em referência a evolução. Alguns eruditos da Bíblia acham que a Bíblia não está em antagonismo necessário com a teoria da evolução; mas está e, especialmente, com referência às seguintes matérias: 1. O MÉTODO DE CRIAÇÃO DO HOMEM. A Bíblia declara que o homem foi criado do pó da terra (Gênesis 2:7; 3:19; 18:27; Jô 10:9; 34:15; Salmos 104:14; Eclesiastes 12:7), não de formas de vida previamente existentes, como seria o caso se a evolução fosse verdadeira. 2. O MÉTODO DE CRIAÇÃO DA PLANTA. Refere a Bíblia que Deus criou "toda planta do campo antes que estivesse na terra e toda erva do campo antes de crescer" (Gênesis 2:5). Por outro lado, a evolução alega que as plantas se produzem por desenvolvimento gradual e evolução de uma para outra. A evolução afirma a produção por crescimento; a Bíblia ensina a produção antes do crescimento. 3. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM. De acordo com a Bíblia, o homem foi criado santo e justo, caiu desse estado, trazendo o pecado ao mundo (Gênesis 1:27; Eclesiastes 7:29; Romanos 5:12-21; 1 Coríntios 15:22). Mas a evolução não tem lugar para um estado original santo do homem, nem para a entrada do pecado através de uma queda. 4. O COMEÇO DA RAÇA HUMANA. Aprendemos da Bíblia que a raça humana começou com um homem, Adão. Mas, se a evolução fosse verdadeira, é certo que muitos seres humanos teriam sido produzidos simultaneamente e em várias partes da terra. 5. O MÉTODO E O TEMPO DA CRIAÇÃO DA MULHER. O relato escriturístico da criação da mulher representa-a como sendo criada conforme o homem e de uma costela tirada do homem. Por outro lado, a evolução teria necessariamente produzido a fêmea com o macho, do contrário a procriação teria sido impossível. 6. A PERMANENCIA DAS ESPÉCIES. Lemos que Deus prescreveu que cada espécie de animal produzisse "segundo sua espécie". Isto nega a hipótese evolucionária da transmutação das espécies. IV. OS EFEITOS ESPIRITUAIS DA EVOLUÇÃO O Professor Jonathan Rigdon, Ph. D., no seu "Ciência e Religião", diz que "tanto quanto à religião concerne, não faz diferença, absolutamente, se a hipótese da evolução é verdadeira ou falsa". Discordamos fortemente desta posição, não somente porque se opõe à Bíblia, mas também por causa dos seus pestilências efeitos espirituais. O Professor Virchow eminentíssimo entre os patologistas europeus, denunciou a evolução como ruinosa ao estado e disse que ela devera ser excluída das escolas. É ruinosa ao estado e a tudo de valor no reino secular, mas muito mais ruinoso no espiritual. Alguns dos efeitos espirituais da evolução como segue: 1. LEVA A CONCLUSÃO QUE A RELIGIÃO NADA MAIS É QUE UM PRODUTO DE EVOLUÇÃO. O Professor Rigdon, no livro previamente citado, diz: "Se a evolução provar-se verdadeira, então veremos que a religião mesma, crença em Deus e imortalidade, é o efeito mais alto da evolução. A religião então aparecerá como a suprema atitude mental que a luta pela existência desenvolveu para fazer a vida digna de se viver e para salvar a raça de extinção voluntária". Isto tanto deixa a religião como mera crença na existência de Deus e no fato da vida após morte, ou, se por crença em Deus e na imortalidade quer-se dizer o que a Escritura significa pela fé e a esperança do crente, como a evolução despreza a obra regeneradora do Espírito Santo, pela qual estas são efetuadas. Ambas estas alternativas são falsas. A religião ensinada na Bíblia é mais do que crença na existência de Deus e no fato da vida depois da morte. A evolução podia produzir esta crença e contudo estar longe da fé e esperança do Cristão. A fé e a esperança do Cristão são confiança em Cristo para salvação e a expectação de uma imortalidade bem-aventurada na presença de Deus. Estas se produzem, não por quaisquer meios naturais senão pelo mesmo poder que levantou a Cristo dentre os mortos (Efésios 1:19,20). 2. FAZ DA BÍBLIA TAMBÉM UM DOS SEUS PRODUTOS. E não basta dizer que a evolução foi o meio de Deus para dar-nos a Bíblia, e, portanto, que a Bíblia não está roubada de seu caráter sobrenatural. A Bíblia professa ter sido escrita, não por vontade do homem, como teria sido o caso se ela viesse pela evolução, mas pela ação sobrenatural do Espírito Santo. (2 Pedro 1:21). 3. DESTROI A REALIDADE DO PECADO E SUA ODIOSIDADE À VISTA DE DEUS. Aos olhos dos evolucionistas o pecado é somente imaturidade humana. O pecado não entrou no mundo como escolha deliberada de um ser humano maduro que verificou algo de suas conseqüências e não é agora o resultado de inimizade contra Deus: é, meramente, um incidente no destino ascensional da raça. 4. SUBSTITUIU O TREINO E O BOM AMBIENTE NO LUGAR DE REGENERAÇÃO E DO SANGUE DE CRISTO. Se o pecado é apenas de relíquias de imperfeição animal, não carecemos de nada como seu remédio a não ser de tais coisas que contribuem para promover a evolução da raça. Assim a regeneração e o sangue de Cristo são desnecessários. 5. SUBSTITUI A SALVAÇÃO INDIVIDUAL ACENTUADA NA BÍBLIA PELA SALVAÇÃO SOCIAL. A evolução faz os homens interessados na raça como um todo para que ela atinja a mais elevada civilização, cultura e eficiência; Deus está preocupado com o cumprimento do Seu propósito através da salvação espiritual do indivíduo. 6. SUBSTITUI A LEI DE AMOR NA BÍBLIA PELA LEI DA SOBREVIVENCIA DO MAIS APTO. A evolução não tem lugar para os fracos e incapazes; mas a Bíblia nos manda socorrer os fracos e os fortificar. A civilização, inteiramente imbuída de evolução e permeada pelo seu espírito, não faria nenhuma provisão pelos fracos. 7. AUMENTA O PREJUIZO NATURAL CONTRA OS MILAGRES. Diz o Professor Rigdon: "A toda pessoa pensante os milagres são repugnantes". Isto diz ele, não como uma negação dos milagres senão para expressar a preferência da mente do homem por uma explicação natural. O homem tem uma tal preferência e a evolução encoraja esta preferência, agravando a repugnância do homem para com os milagres. Por essa razão achamos muitíssimo evolucionistas negando o nascimento virginal e a ressurreição corporal de Cristo, como negando também o elemento miraculoso na regeneração. OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA NATUREZA HUMANA Há duas teorias com referência aos elementos essenciais da natureza humana. Notamo-las na seguinte ordem: I. A TEORIA TRICOTÔMICA As duas passagens seguintes são tidas por alguns para ensinar uma divisão tríplice da natureza humana em corpo, alma e espírito, estas constituindo três elementos distintos em a natureza do homem: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5:23). "A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, que penetra até à divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, que é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12). Rejeitemos esta teoria pelas seguintes razões: 1. SE A ENUMERAÇÃO TRÍPLICE EM 1 TESSALONICENSES 5:23 DEVE SER TOMADA COMO SIGNIFICANDO TRÊS ELEMENTOS DISTINTOS NO HOMEM, ENTÃO MATEUS 22:37 DEVE SER TOMADO COMO NOMEANDO, NOMÍNIMO, UM ELEMENTO ADICIONAL, FAZENDO-OS QUATRO AO TODO. Mateus 22:37 reza: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu pensamento." Precisa ser notado que essa passagem, à luz da interpretação de 1 Tessalonicenses 5:23 pelos advogados da teoria tricotômica, faz de coração e mente elementos diferentes em a natureza do homem. Diga-se agora que a "mente" nesta passagem é idêntica a "espírito" em 1 Tessalonicenses 5:23; mas o "coração" não pode ser identificado com coisa alguma em 1 Tessalonicenses 5:23, desde que "alma", bem como coração, está mencionada em Mateus 22:37. Assim, para os advogados da teoria tricotômica à luz de sua interpretação de 1 Tessalonicenses 5:23, não há escapar da necessidade de sustentar uma divisão quádrupla da natureza humana. 2. TÃO CERTO COMO ESTÁ MANIFESTO PELA ESCRITURA QUE "CORAÇÃO" E "MENTE" NÃO DESIGNAM ELEMENTOS SEPARADOS DA NATUREZA HUMANA, ASSIM TAMBÉM ESTÁ MANIFESTO QUE "ALMA" E "ESPIRITO" NÃO DESIGNAM. Presumimos que todos concordarão em que "coração" e "mente" representam não dois elementos distintos da natureza humana, mas apenas duas faculdades; sendo a mente especialmente a faculdade do conhecimento e o coração a faculdade do sentimento. Mais tarde mostraremos que é justamente tão manifesto que alma e espírito não são distintos. 3. HEBREUS 4:12 NÃO DEVE SER TOMADO COMO SE REFERINDO A UMA DIVISÃO ENTRE A ALMA E O ESPÍRITO COMO SE FOSSEM ELEMENTOS SEPARADOS. Antes pensamos que se refere a "penetração" da alma e do espírito até mesmo às suas juntas e medula, a saber, às mesmas profundezas da natureza espiritual"(A. H. Strong). 4. OS TERMOS "ESPÍRITO" E "ALMA" SÃO USADOS UM PELO OUTRO NA ESCRITURA. Vide Gênesis 41:8 comparado com Salmos 42:6; João 12:27 comparado com João 13:21 e Hebreus 12:23 comparado com Apocalipse 6:9. Este uso intermudável de ambos os termos é fatal à doutrina tricotômica. 5. DOIS ELEMENTOS APENAS DA NATUREZA HUMANA ESTÃO MENCIONADOS NA CRIAÇÃO DO HOMEM. Primeiro, Deus criou o corpo do homem. Então Ele assoprou nas ventas desse corpo o fôlego (espírito) de vida e assim o homem se tornou alma vivente. Cf. Gênesis 2:7. O homem não veio a ser primeiro alma vivente ou a possuir uma alma e então receber o espírito em adição: foi a recepção do espírito que o fez alma vivente. 6. JESUS DIVIDIU A NATUREZA HUMANA SÓ EM DOIS ELEMENTOS. Em Mateus 10:28 disse Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes temei o que pode destruir tanto a alma e o corpo no inferno". Se há três elementos em a natureza humana, que sucede ao terceiro quando corpo e alma vão para o inferno? Se Eclesiastes 12:7 se oferece em resposta a esta pergunta, respondemos a palavra hebraica traduzida "espírito" nesta passagem, não pode ser tomada como significando "espírito" no sentido em que a usamos aqui: significa meramente "fôlego". Em resposta, pode ser dito que, se a palavra hebraica aqui significa apenas fôlego, então ela significa o mesmo em Gênesis 2:7, onde a temos interpretado como significando espírito. Mas desde que, após a partida do fôlego, o homem continua a ser uma alma vivente, como evidenciado por seu sofrimento cônscio eterno, no caso de ele ir para o inferno (Gehenna), deve ser entendido que a palavra em Gênesis 2:7 significa mais do que fôlego. Não fique entendido que o que estamos dizendo aqui é que não há nunca qualquer distinção que seja entre alma e espírito. Enquanto elas são muito freqüentemente usadas como sinônimos, contudo, algumas vezes, traça-se uma vaga distinção; mas esta distinção não é entre elementos diferentes da natureza humana. Quando se faz uma distinção, ambos os termos meramente "designam o princípio imaterial de diferentes pontos de vista" (A. H. Strong). "Concluímos que a parte imaterial do homem, vista como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico, chama-se "psuke" (alma); vista como um agente moral e racional, suscetível de influência e habitação, esta mesma parte imaterial chama-se "pneuma" (espírito). O "pneuma" (espírito), pois, é a natureza do homem olhando para Deus e capaz de receber e manifestar o "Pneuma Hagion" (Espírito Santo); a "psuke" (alma) é a natureza do homem olhando para a terra e tocando o mundo dos sentidos. O "pneuma" (espírito) é a parte mais elevada do homem como relacionada às realidades espirituais ou como capaz de tal relação; a "psuke" (alma) é a parte mais elevada do homem como relacionada com o corpo ou como capaz de tal relação. O ser do homem, portanto, não é tricotômico senão dicotômico e a sua parte imaterial, enquanto na posse de dualidade de faculdades, tem unidade de substância. A natureza do homem não é uma casa de três andares senão de dois, com janelas no andar de cima dando para duas direções: para a terra e para o céu. O "andar térreo" é a nossa parte física: o corpo. Mas o "andar superior" do homem tem dois aspectos: há uma visão para as coisas embaixo e uma clarabóia através da qual se vêem estrelas" (Strong, Systematic Theology, pág. 246). "A alma é espírito modificada pela união com o corpo" (Hovey). II. A TEORIA DICATÔMICA Em vista de todas as considerações precedentes, somos pela teoria dicatômica da natureza humana antes que pela tricotômica: a primeira encara o homem como se compondo de duas partes, uma material (corpo) e outra imaterial (alma ou espírito). Já justificamos a primeira, ao menos para nossa própria satisfação, contra a segunda. Só nos resta agora responder aos que recusam até mesmo uma dupla divisão da natureza humana e negam que a alma seja um elemento atual, distinto do corpo. Como prova que o corpo e alma são dois elementos distintos, oferecemos os seguintes argumentos: 1. DISSE JESUS QUE O HOMEM NÃO PODE MATAR A ALMA. Vide Mateus 10:28. E, na mesma passagem Ele também disse que o homem pode matar o corpo; logo, corpo e alma são elementos distintos. 2. O HOMEM CONTINUA A EXISTIR DEPOIS DE O CORPO VOLTAR AO PÓ. Para prova disto vide o capítulo sobre "O Estado Presente dos Mortos". 3. A MORTE FÍSICA É TRATADA COMO A PARTIDA DA ALMA DO CORPO E A VINDA À VIDA OUTRA VEZ É TRATADA COMO A VINDA DA ALMA OUTRA VEZ AO CORPO. Vide Gênesis 35:18; 1 Reis 17:22. Algumas vezes a palavra hebraica "alma" nestas passagens (nephesh) significa meramente vida; mas um tal sentido da bem em 1 Reis 17:22, porque aí se afirma que "a alma da criança lhe voltou e ela reviveu" ou viveu outra vez. Traduzir "nephesh" aqui por "vida" faria as palavras rezarem: "A vida da criança veio-lhe outra vez e ela viveu outra vez". 4. PAULO CHAMA O CORPO MERAMENTE NOSSA CASA TERRESTRE E DIZ QUE TEREMOS UMA OUTRA CASA APÓS A DISSOLUÇÃO DO CORPO. Vide 2 Coríntios 5:1-4. Esta outra casa é o corpo espiritual que os crentes receberão na ressurreição. Assim o homem interior ou a alma pode mudar-se desta casa para outra e é, portanto, tão distinta em substância e separável em natureza como o corpo humano o é da casa em que mora. O corpo físico é somente a moradia terrena da alma. A Ovelha do Salmo 23 - Editorial (esboço de pregação) A Ovelha do Salmo 23 PODE UTILIZÁ-LO EM SUAS MINISTRAÇÕES SÓ PEÇO AO IRMÃO(Ã) QUE DIVULGUE A FONTE CASO SEJA POSTADO EM OUTRO BLOG OU SITE ********************************************************************************************************* Quando cursando teologia, um grande amigo e pastor trouxe-nos a sugestão desse tema. Algum tempo depois, acabou tornando-se título de uma das minhas ministrações, e agora, compartilho aqui na rede. Para que Jesus seja o nosso pastor, é necessário antes de tudo, nos tornarmos ovelha. Quem é pastor sabe que este só se tornará graças ao reconhecimento de suas ovelhas. Ninguém embora sendo, e jamais deixará de ser, será reconhecido como tal fora do aprisco. O Salmo 23 é um dos mais lindos e conhecidos, mas, portanto, se desejo os cuidados desse Pastor, preciso corresponder como ovelha. O Versículo 1 diz “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”. A ovelha é um animal completamente dependente. Sua relação de dependência é tão forte à ponto de conhecer o seu cuidador, veja: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (João 10.14), o que se resume em intimidade. É também preciso ter a marca do seu dono, e lógico, a marca de Cristo é o amor. Lembrando também que, somente pela fé alguém pode alcançar o cuidado divino: “vós não crestes porque não sois minhas ovelhas” (João 10.26) disse Jesus. O Versículo 2 diz “Ele me faz repousar em pastos verdejantes”. Tratando-se de animais herbívoros que viviam em regiões áridas, encontrar um manancial era algo praticamente raro. Mas aqui, o salmista Davi expressa sua experiência de que o cuidado do Senhor lhe proporcionava uma vida realmente próspera, mesmo que estivesse no deserto. E continua com “leva-me para junto das águas de descanso”. Ovelhas não bebem em água corrente, são sensíveis ao barulho das águas. Então, ou o pastor às conduziam a lugares de águas tranquilas ou fazia um risco no chão à margem do rio, profundo o suficiente para que pudessem matar sua sede. Veja aqui, Deus nos abençoa de forma carinhosa. Se você estiver numa situação de angústia e pavor, lembre-se também do Salmo 46.10 onde se diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. No versículo 3 Davi solicita refrigério e se dispõe a ser guiado por Deus pelos caminhos da justiça. E essa aqui é muito importante pra nós, uma vez que estamos sempre buscando o reino de Deus e que nem sempre priorizamos buscar a justiça deste (Mateus 6.33). No versículo 4 O salmista continua se expressando como uma ovelha, às quais conhecia bem, e ilustra alguns momentos da vida como a travessia de vales perigosos cheios de salteadores e animais ferozes. Para Davi, a vara era indispensável para tratar qualquer desvio; literalmente esta servia para disciplinar. Se alguma ovelha era teimosa, apanhava. Já o cajado era um instrumento mais leve de tratamento; com ele, o pastor usava seu arco para puxar e direcionar a ovelha novamente ao rebanho. Mas não estranhem quando sentirem-se quebrados por uma repreensão. Às vezes era necessário quebrar uma das patas da ovelha, e essa devia ser carregada pelo pastor até recuperar-se; Essa experiência permitia à ovelha acostumar-se com o cheiro do pastor, e não saía mais de perto dele. A repreensão divina para Davi era o consolo que necessitava para vencer os vales perigosos. Versículo 5 E aqui, Davi ilustra sua experiência estando cheio da unção do Senhor para celebrar na casa de Saul que queria matá-lo. Tudo o que necessitamos para vencer nossos inimigos é a presença de Deus. E finalmente no Versículo 6 é mostrado o resultado de se viver como ovelha do sumo pastor: bondade e misericórdia do Senhor por toda a vida. CAP 15 - UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA A NATUREZA MORAL DO HOMEM O homem é uma criatura moral. Com isto queremos dizer que ele é responsável pelas suas ações. Isto é um dos sinais por que o homem se distingue da besta. O homem se constitui criatura moral por aquelas faculdades que o fazem responsável pelas suas ações. Essas faculdades são três: I. INTELECTO Intelecto é a faculdade da percepção ou pensamento. É o poder de o homem saber ou receber conhecimento. Sem isto o homem não seria uma criatura moral. Isto está ensinado por Jesus em João 9:41. II. CONSCIÊNCIA De um ponto de vista estritamente psicológico a consciência não é considerada como uma faculdade separada. Deste ponto de vista as três faculdades são intelecto, sensibilidade e vontade; sendo a consciência considerada como a ação combinada dessas três faculdades dando ao homem um senso íntimo de sua responsabilidade moral e julgando entre o bem e o mal. Todavia, a consciência pode, num sentido, ser considerado como uma faculdade, porque é poder da mente conhecer o bem e o mal e sentir-se obrigado a fazer o bem. Assim o juízo está envolvido na consciência. E a razão está envolvida no juízo. Em suma, a consciência é o guia final do homem. Errôneo é fazer uma distinção entre seguir a própria consciência e seguir a Lei de Deus. A Lei de Deus não tem meio de nos alcançar exceto através da consciência. Quando fazemos o bem, só o pode ser como resultado de incitação da consciência, que obra segundo o padrão aceitado pela mente. Assim a consciência nos guia direito só em proporção à justeza do padrão que tivermos aceitado como nosso guia. Daí a necessidade de conhecimento correto da Palavra de Deus. III. VONTADE A vontade do homem está definida por A. H. Strong como "o poder da alma de escolher entre motivos e dirigir sua atividade subseqüente de acordo com o motivo assim escolhido, em outras palavras, o poder da alma de escolher tanto o fim como os meios de atingir o escolhido". Diz o mesmo autor: "A escolha de um fim último chamamos preferência imanente; a escolha dos meios chamamos volição executiva". Como observamos em considerarmos a vontade de Deus, a vontade não é independente da natureza do seu possuidor. Não é, como fosse, um outro eu dentro de nós. O caráter da vontade é o caráter do indivíduo que a possui. A vontade é, simplesmente, um poder da alma. Os atos da vontade são determinados por dois fatores: motivos e caráter. Usamos o termo "motivos" significando razões e induzimentos influenciando na direção de certos atos da vontade. Destes dois fatores, o caráter é o mais dominante, porque em todo ato da vontade fazemos escolha entre dois ou mais motivos e é o nosso caráter que determina que motivo escolhemos. Todo ato da vontade é uma expressão de caráter em vista de motivos e todo ato da vontade tende a modificar ou confirmar o caráter. Isto explica porque uma dada escolha da vontade se torna mais fácil cada vez em que ela se faz. A questão da liberdade da vontade do homem, sendo um assunto tão vasto, será tratada noutro capítulo. O ESTADO ORIGINAL E A QUEDA DO HOMEM Em Eclesiastes 7:29 lemos: "Eis-que, só isto achei: que Deus fez o homem direito, mas eles buscaram muitas invenções". Nada é mais evidente do que os dois fatos mencionados nesta passagem; a saber, a justiça original do homem e a sua queda mais tarde. I. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM 1. O FATO EM SI. A passagem a pouco citada nos diz que Deus fez o homem justo. É isto evidente da natureza de Deus: sendo infinitamente santo. Ele só podia criar aquilo que é justo. Então se nos diz em Gênesis 1:31 que Deus viu que tudo quanto Ele fez foi muito bom. Isto inclui o homem. Mais ainda, se nos diz que Deus fez o homem na Sua própria imagem (Gênesis 1:27). 2. A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM. (1) Considerada Negativamente. A imagem de Deus no homem não consistiu de uma trindade análoga à trindade divina. Já discutimos isto circunstanciadamente no capítulo sobre "Os Elementos da Natureza Humana". Nesse capítulo mostramos que o homem consiste, não de três partes senão de duas; e, se ele consistisse de três partes, que membro da trindade representaria o corpo do homem? (2) Considerada Positivamente. A imagem de Deus no homem consistiu de duas coisas, a saber: A. Santidade. Nisto teve o homem uma semelhança moral com Deus. Ao afirmarmos que santidade foi uma parte da imagem de Deus no homem, queremos dizer que, na criação do homem, Deus comunicou as faculdades humanas uma inclinação reta. A santidade deve ter sido parte da imagem de Deus no homem porque santidade é o atributo fundamental de Deus. Que santidade foi uma parte da imagem original de Deus no homem está também confirmado pelo fato que ela se comunica na renovação da imagem de Deus na regeneração (Efésios 4:24; Colossenses 3:10). Isto está confirmado mais além por Eclesiastes 7:29. A semelhança moral original do homem com Deus constitui em mais que mera inocência. Foi santidade positiva. Só isto pode satisfazer a afirmação que o homem foi feito à imagem de Deus. Se inocência fosse bastante para satisfazer essa afirmação, então seriamos obrigados a concluir que cada criancinha nasce na imagem moral de Deus, o que a Escritura nega (Salmos 51:5; 58:3; Jeremias 17:9). B. Personalidade. Nisto o homem tem uma semelhança natural com Deus. A personalidade pode ser definida como auto-concienciosidade e autodeterminação. A primeira é a habilidade do homem em conhecer-se distintamente de tudo o mais e de analizar-se. A segunda é o poder de fazer escolhas em vista de motivos. Tais escolhas envolvem a razão e o juízo; e, quando se relacionam com assuntos morais, envolvem consciência. É a personalidade que distingue o homem num modo natural do bruto. O bruto tem senso íntimo, mas não auto-concienciosidade. Nenhum bruto jamais pensou "Eu". Nenhum bruto jamais se deteve para analizar-se. Um bruto nunca reflete sobre sua própria natureza em distinção de tudo mais. Ele nunca se empenha em introspecção. Nem o bruto faz escolhas em vista de motivos. Suas ações são determinadas por instintos e por influencias de fora. Assim, o bruto tem determinação, mas não autodeterminação. Que o bruto se move por instinto mais do que por escolha em vista de motivos está evidenciado pelo fato que os brutos nunca melhoram nos seus métodos de fazer as coisas. Que a personalidade foi uma parte da imagem de Deus no homem está evidenciado pelo fato que o homem decaído, falto de santidade, ainda se diz estar na imagem de Deus. Vide Gênesis 9:6; I Coríntios 11:7; Tiago 3:9. II. A QUEDA DO HOMEM A santidade original do homem não era imutável. A mutabilidade é uma característica necessária da natureza humana. Imutabilidade requer infinidade de conhecimento e poder. A infinidade é uma característica só da divindade. Portanto, desde que Deus desejou criar o homem e não um deus, Ele fez Adão mutável. Isto tornou possível a queda. Notemos, então, em referência à queda: 1. O FATO EM SI. Em Gênesis 3 temos a narrativa da queda. De modo que a queda é um fato revelado. Também é um fato que é evidente, como já o indicamos. 2. O PROBLEMA EM SI. Quando vimos estudar a queda do homem, somos abordados pelo problema de como um tal ser, como Adão foi, pode cair. Notemos a respeito deste problema: (1) Uma explicação errônea. Algumas vezes uma explicação do problema da queda do homem é tentada por representar-se o seu estado original como um de mero equilíbrio no qual foi tão fácil escolher o erro como foi escolher o direito. Em outras palavras, a vontade estava tal estado de indiferença e tão suscetível de agir de um modo como de outro. Uma noção tam como esta reduz o estado original do homem a uma condição de mera inocência em vez de santidade positiva. Já tocamos nisto e confiamos em que mostramos que, mera inocência, não satisfaz a afirmação que o homem foi criado na imagem de Deus. (2) A explicação direita. Não devemos ver a dificuldade insuperável aqui reconhecida por muitos. Pensamos que a dificuldade encontra uma explicação satisfatória nos seguintes fatos: A. Adão era mudável. Já discutimos este fato. B. Sendo mudável, só podia permanecer firme no seu estado original pelo poder de Deus. Vide o capítulo sobre "A Relação de Deus com o Universo". Nada fica na sua própria força inalterado exceto aquilo que é imutável. C. Deus podia justa e santamente permitir a Adão cair se Lhe agradasse. Desde que Deus permitiu o pecado, ninguém objeta à permissão da queda, salvo aqueles que queiram criticar Deus. D. Deus, tendo escolhido permitir a queda, retirou de Adão o Seu poder sustentador e a natureza de Adão degenerou tanto como o universo inteiro cairia aos pedaços se Deus retirasse o Seu poder sustentador e conservador por um só instante. 3. OS RESULTADOS EM SI. (1) O primado de Adão. Quando Adão provou a corrupção de sua natureza, ele não ficou como simples individuo senão como o cabeça natural da raça. O primado natural de Adão está claramente ensinado no capítulo quinto de Romanos. O seu primado ali não se apresenta como simples primado federal. Adão não pecou meramente por nós, como se ele fosse o mero cabeça federal da raça; nós pecamos nele (Romanos 5:12). (2) Os efeitos da queda. A. Sobre Adão e Eva. Adão e Eva sofreram a corrupção de sua natureza, a qual lhes trouxe ao mesmo tempo morte natural e espiritual. B. Sobre a Raça. O efeito total da queda de Adão sobre a raça é a corrupção da natureza da raça, a qual traz a raça a um estado de morte espiritual e a torna sujeita à morte física. Os descendentes de Adão são feitos responsáveis, não pelo ato manifesto de Adão em participar do fruto proibido senão pela apostasia interior de sua natureza de Deus. Não somos pessoalmente responsáveis pelo ato manifesto de Adão porque o seu ato manifesto foi o ato de sua própria vontade individual. Mas, nossa natureza, sendo uma com a dele, corrompeu-se na apostasia de sua natureza dele. Daí, o efeito da queda sobre a raça não consiste tanto da culpa pessoal pelo ato manifesto de Adão como da corrupção da natureza da raça. Não somos responsáveis por qualquer coisa de que não podemos arrepender- nos quando vivificados pelo Espírito de Deus. Está qualquer homem hoje convicto do pecado de Adão de participar do fruto proibido? Mas nós nos sentimos convictos e podemos e nos arrependemos da corrupção de nossas naturezas, corrupção que se manifesta em rebelião contra Deus e em transgressões pessoais. Não cremos que a Escritura ensine mais do que isto a respeito dos efeitos da queda sobre o raça. Para uma discussão de João 1:29 a este respeito, vide o capítulo sobre a expiação. 4. A DIFERENÇA ENTRE ADÃO E EVA NA QUEDA. A narrativa do Gênesis não faz diferença vital entre Adão e Eva na queda, mas uma distinção está claramente apresentada em 1 Timóteo 2:14, onde se diz que Eva foi enganada e Adão não. Isto quer dizer que Eva caiu em transgressão porque ela foi levada a pensar que o aviso de Deus não era verdade e que ela não morreria como uma penalidade por participar do fruto proibido. Mas com Adão foi diferente: ele não duvidou da Palavra de Deus; ele pecou porque preferiu ser expulso do Éden com sua esposa antes que ficar no Éden sem sua esposa. Muita vez se pensa que os fatos acima ligam maior culpa ao pecado da mulher do que ao pecado de Adão, ao passo que o reverso é que é verdade. O homem pecou por meio da escolha voluntária e cônscia da amizade de sua esposa, antes que a de Deus. Nada disto foi verdade do pecado de Eva. 5. POR QUE DEUS PERMITIU A QUEDA? Não foi porque Deus foi compelido a permiti-la. Deus é soberano e faz tudo livremente. Não foi porque Lhe faltasse o poder. Conquanto Deus fez o homem mudável, o que foi necessário, como temos mostrado, contudo Ele podia ter conservado o homem do pecado sem a violação da vontade ou de qualquer princípio. Podemos dar apenas uma resposta à pergunta acima. É que Deus permitiu a queda para prover o meio para a glorificação do Seu Filho na redenção. 6. A QUEDA E A SANTIDADE DE DEUS. Talvez a razão carnal jamais fique satisfeita com qualquer explicação da queda em relação com a santidade de Deus. Como podia um Deus santo permitir o pecado quando Ele teve todo o poder de impedir? De que Ele teve esse poder não pode ser duvidado. E ao passo que a razão carnal não se satisfaça nunca, contudo a fé na Palavra de Deus satisfaz a nova mente em que a permissão do pecado por Deus está perfeitamente consiste com a Sua santidade. Teve-se o poder de impedir o pecado e não o fizemos, seriamos culpados do mal, mas Deus é diferente de nós: somos dependentes e, portanto, responsáveis. Deus é independente e, portanto, responsável a ninguém. Quando nós conhecermos como somos conhecidos, então poderemos entender completamente como a permissão para pecar é perfeitamente compatível com a perfeita santidade de Deus. UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA A RESPONSABILIDADE HUMANA Por responsabilidade humana queremos dizer aquela do homem para com Deus por todas as suas ações. O ensino da responsabilidade do homem é tão geral na Bíblia que não se precisam de citações da Escritura. Quem quer que de algum modo esteja familiarizado com a Bíblia poderia sem nenhuma dificuldade achar bastante de provas textuais sobre este assunto. I. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A SOBERANIA DE DEUS 1. O SENTIDO DA SOBERANIA DE DEUS A soberania absoluta de Deus quer dizer o mesmo que Paulo afirma em Efésios 1:11, onde ele fala de Deus como de um que "faz todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade?. Isto ensina o mesmo que a Confissão de Fé de Filadélfia, quando diz: !Deus decretou nEle mesmo, desde toda a eternidade, pelo mais sábio e santo de Sua própria vontade, livre e imutavelmente, todas as coisas quantas venham a passar". Outras passagens que ensinam a soberania absoluta de Deus são como segue: "Quem não entende por todas estas coisas que a mão do Senhor faz isto? Em cuja mão está a alma de tudo quanto vive e o fôlego de toda a carne humana." (Jó 12:9,10). "Jeová estabeleceu o Seu trono nos céus e o Seu reino domina sobre tudo" (Salmos 103:19). "Tudo quanto o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Salmos 135:6). "Quem é aquele que diz e assim acontece, quando o Senhor o não mande. Porventura da boca do Altíssimo não sai o mal e o bem?" (Lamentações 3:37,38). "Formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas" (Isaías 45:7). "Sou Deus e não há outro como Eu, que anuncio as coisas desde o princípio e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme e farei toda a minha vontade" (Isaías 46:9,10). "Todos os senhores da terra são tidos como nada e, segundo a Sua vontade, faz com o exercito do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa estorvar a mão e lhe diga: Que fazes?" (Daniel 4:35). "Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: !Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos meninos" (Mateus 11:25). "Respondeu-lhe Jesus: Não terias tu nenhum poder contra mim, se do céu não te fora dado" (João 19:11). "Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, de sorte que não é do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece; porque diz a Escritura a faraó: !Para isto mesmo te constituí, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. De sorte que se compadece de quem quer e endurece a quem quer" (Romanos 9:15-18). Vide também Atos 2:23 e 4:27-28. 2. PORQUE O HOMEM É RESPONSÁVEL? A pergunta é, então, como pode o homem ser responsável por suas ações quando tudo que ele faz foi ordenado e decretado por Deus? Não é isto uma pergunta nova: é no mínimo tão velha como o Novo Testamento e, provavelmente, mais velha. Paulo antecipou esta pergunta aos seus leitores quando ele escreveu o admirável capítulo nono de Romanos. Disse ele: "Dir-me-ás então: Porque se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste a sua vontade?" E a resposta de Paulo foi: "Mas antes, ó homem, quem es tu que contestas contra Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Porque me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?" Paulo, bem se vê, ao mencionar esta pergunta e sua resposta, mostra, conclusivamente, que ensinou a soberania absoluta de Deus. Na verdade, as suas palavras precedentes ensinam, claramente, isso. Paulo deu a resposta que deu porque antecipou a pergunta como vinda de um objetor. Quando ela vem como de um reverente inquiridor, ela merece consideração mais minuciosa. A resposta de Paulo teve de ser mais breve porque o seu tempo e propósito não permitiram uma discussão mais longa. O nosso tempo permite e o nosso fim requer uma discussão mais completa. O homem é responsável por suas ações, não obstante o fato que Deus decretou tudo quanto venha a passar, ao menos por três razões: 1. O DECRETO DE DEUS CONCERNENTE AO PECADO NÃO É CAUSATIVO SENÃO PERMISSIVO, DIRETIVO, PREVENTIVO E DETERMINATIVO. Deus decretou que o pecado viesse ao mundo, por motivos que são inteiramente conhecidos somente dEle, mas Ele decretou que o pecado viesse pela própria livre escolha do homem. Deus não compele o homem a pecar, mas permite-o. O homem, e não Deus, é a causa eficiente do pecado e por essa razão o homem é responsável. Antes de passar adiante, é preciso ser observado que nenhumas objeções podem ser trazidas contra a afirmação que Deus decretou o pecado viesse ao mundo que não possa ser trazida contra a permissão atual do pecado por Deus, a menos que o objetor assuma a posição que Deus foi impotente para impedir a entrada do pecado. Isto seria uma negação da onipotência e soberania de Deus e renderia o objetor indigno de consideração aqui. A onipotência e soberania de Deus nos ensinam que o que quer que Deus o permita Ele o permite porque Ele quer fazer assim. E desde que Deus é imutável, sua vontade tem sido sempre a mesma: o que Ele quer em qualquer tempo Ele tem querido desde toda a eternidade. Portanto, Sua vontade iguala ao Seu propósito e o Seu propósito iguala ao Seu decreto. 2. A LEI DE DEUS E NÃO O SEU DECRETO FIXA O DEVER E A RESPONSABILIDADE DO HOMEM. A Lei de Deus é o guia e o padrão do homem. Isto é à vontade revelada de Deus. O decreto de Deus é a Sua vontade secreta. O homem nada tem a fazer com isto, exceto saber e reconhecer os fatos concernentes. "As coisas secretas pertencem as Jeová, nosso Deus, mas as reveladas a nós pertencem e aos nossos filhos para sempre, para que façamos todas as palavras desta Lei" (Deuteronômio 29:29). 3. O MOTIVO ANTES DE O HOMEM PECAR FÁ-LO RESPONSÁVEL. Porque o homem peca? É porque ele quer, porventura, fazer a vontade de Deus? Não, nunca assim. Porque os homens crucificaram a Cristo? Porque creram que Deus O mandará para morrer como uma porta-pecado? Não. Foi porque eles O odiaram. Crucificaram-O através de motivos ímpios. É assim sempre que o homem peca. O pecado procede do amor do homem as trevas (João 3:19). II. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A INABILIDADE ESPIRITUAL DO HOMEM Uma outra pergunta concernente a responsabilidade do homem é: Como pode o homem ser responsável por não obedecer inteiramente à Lei de Deus e por não receber o Evangelho, quando o ouve, se ele por natureza não pode fazer ambas as coisas? Para prova da inabilidade espiritual do homem vide os capítulos sobre Pecado e Conversão. A resposta a esta pergunta é que o homem pode ser responsável pelo que ele não pode fazer somente na suposição de ele ser culpado por sua inabilidade. E é um fato que o homem é culpado por sua inabilidade espiritual. Não é que ele, individualmente, por seu próprio ato pessoal, deu origem à inabilidade, porque ele nasceu com ela; mas todo homem pecou em Adão e assim deu origem à sua inabilidade espiritual. Que todo homem pecou em Adão é o verdadeiro ensino de Romanos 5:12: "Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens porque TODOS PECARAM". "Pecaram" no grego está no aoristo, o qual expressa ação passada distinta. A passagem fá-lo referir-se à participação de todos os homens no pecado de Adão. Mas, como participamos no pecado de Adão quando não estávamos nascidos quando ele pecou? Pensamos que não podemos fazer melhor do que dar em resposta as seguintes palavras de A. H. Strong: "Deus imputa o pecado de Adão imediatamente a toda a sua posteridade em virtude daquela unidade orgânica da espécie humana pela qual a raça toda existiu ao tempo da transgressão de Adão, não individualmente senão seminalmente, nele como seu cabeça. A vida total da humanidade estava então em Adão; a raça por enquanto tinha o seu ser somente nele. Sua essência ainda não estava individualizada; suas forças ainda não estavam distribuídas; as faculdades que agora existem em homens separados estiveram então unificadas e localizadas em Adão; a vontade de Adão foi entrementes a vontade da espécie. No ato livre de Adão a vontade da raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu-se. A natureza que possuímos agora é a mesma natureza que se corrompeu em Adão; não a mesma meramente em qualidade senão a mesma fluindo para nós continuamente dele. O pecado de Adão nos é imputado imediatamente; logo, não como algo a nós estranho, mas porque é de nós, nós e todos outros homens tendo existido como uma pessoa moral, ou um todo moral, nele, e como o resultado daquela transgressão, possuindo uma natureza destituída de amor a Deus e inclinada ao mal" (Systematic Theology, pág. 328). III. A RESPONSABILIDADE HUMANA DEPENDENDO DO CONHECIMENTO Preciso é ficar acentuado que o homem é responsável somente enquanto ele conhece ou tem dentro do seu alcance o conhecimento do que é justo. O pagão é responsável de reconhecer a Deus porque, e somente porque, "o que de Deus se pode conhecer nele esta manifesto; porque Deus lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que fiquem inescusáveis" (Romanos 1:19,20). Quanto a atos de conduta externa, o pagão é responsável somente pela violação de tais princípios de justiça como sua própria consciência reconhece. !Todos quantos sem Lei pecaram, sem Lei também perecerão?, isto é, aqueles a quem a Lei escrita de Deus não se fez conhecida perecerão, mas não perecerão pela condenação da Lei escrita. Como então serão julgados? Os versos que seguem a citação supra mostram que serão julgados pelo seu propósito paradigma de justiça; não serão acusados de transgressões, exceto aquelas contra sua própria consciência. Vide Romanos 2:12-15. Do acima é evidente que os pagãos não serão acusados do pecado de incredulidade ou rejeição do Evangelho; todavia perecerão. Mostra isto que é o pecado em geral que condena primariamente. A rejeição do Evangelho não traz condenação ao homem: ela somente a manifesta e aumenta a penalidade que será infringida por causa dela. O fato de a responsabilidade humana depender do conhecimento explica porque serão salvos as criancinhas agonizantes e os imbecis natos: estão uns e outros mentalmente cegos aos princípios da justiça e, portanto, não são responsáveis. Esta é a espécie de cegueira que os fariseus pensaram ter Jesus dado a entender em João 9:39. E Jesus, percebendo os pensamentos dos seus corações, disse-lhes: !Se fosseis cegos (no sentido que tendes em mentes), não teríeis pecado? (João 9:41). Só há três espécies de cegueiras: física, mental e espiritual. Os fariseus não suposeram, certamente, que Jesus quis dizer que estavam fisicamente cegos e, certamente, Cristo não quis dizer na sua resposta que eles não estavam espiritualmente cegos. Vide João 12:37-40; 2 Cor. 4:3,4. Jesus podia ter querido dizer apenas uma coisa e essa é que, se estivesse mentalmente cegos, não teriam pecado. As crianças e os imbecis são mentalmente cegos, como já se disse, e não são, portanto, responsáveis por sua conduta. É por esta razão que cremos que serão salvos pelo sangue de Cristo sem o exercício da fé no corpo. Contudo, desde que têm uma natureza pecaminosa, devemos crer que lhes será necessário ser regenerados e trazidos assim à fé em Cristo. A Bíblia fá-lo claro que isto é necessário antes que alguém se ajuste à presença de Deus, mas ela não nos diz quando terá lugar com referência as crianças e aos imbecis. Somos da opinião que terá lugar na hora de separação entre espírito e corpo na morte. UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA O NOVO NASCIMENTO A última coisa considerada no capítulo anterior é a chamada interna. Esta chamada comunica-se aos homens em o novo nascimento. De modo que somos trazidos, logicamente, a um estudo do novo nascimento ou regeneração. I. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO 1. O FATO DE SUA NECESSIDADE Jesus não deixou dúvidas quanto a indispensável necessidade do novo nascimento como um pré-requisito à entrada no Reino de Deus quando Ele disse a Nicodemos: “Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.” (João 3:5). 2. RAZÕES DE SUA NECESSIDADE O novo nascimento é necessário porque: (1). As bênçãos espirituais de Deus são somente para os filhos espirituais. Rom. 8:16,17. O Homem, por natureza, não é um filho espiritual de Deus, ainda que o seja naturalmente. Adão é chamado “o filho de Deus” (Lc. 3:28). Esta filiação baseou-se, não no nascimento, nem na mera criação, mas na semelhança de Deus herdada pelo homem. Essa imagem era dupla: Adão tinha uma parecença moral e espiritual com Deus na santidade. Tinha uma parecença natural com Deus na personalidade. Para discussão mais ampla dessas semelhanças vide o capítulo sobre “O Estado Original e Queda do Homem”. Quando o homem caiu, ele perdeu a parecença moral e espiritual com Deus e assim cessou de ser um filho espiritual de Deus. Mas ele não perdeu sua personalidade, não caiu ao nível de um bruto e assim reteve uma base natural de filiação. Isto explica Atos 17:28-9. Espiritualmente e moralmente o homem é um filho do diabo (João 8:44; e I João 3:10), porque traz a semelhança espiritual e moral do diabo. Assim ele deve nascer de novo para herdar as bênçãos espirituais de Deus, porque estas, como Rom. 8:16,17 mostra claramente, não são para ninguém exceto Seus filhos espirituais. (2). O homem está espiritualmente morto e o reino de Deus, tanto aqui como além, é por natureza espiritual. Rom. 5:12; Efe. 2:1; Col. 2:13; I João 3:14. A afirmação que o homem está espiritualmente morto quer dizer, por causa do pecado, que o homem está espiritualmente privado de vida espiritual divina; contudo, ele tem vida espiritual natural. O seu espírito perdeu toda afinidade real com Deus. Ele não tem afeto por Deus ou pelas coisas espirituais (Rom. 8:7,8). Ele não tem habilidade para as coisas espirituais (Jer. 13:23; João 6:65). Portanto, nada há em a natureza do homem que o qualifique para a cidadania num reino espiritual. O que estiver espiritualmente morto não pode habitar um reino espiritual mais do que estiver fisicamente morto habitar um reino físico. Assim, deve o homem nascer de novo para poder entrar no reino de Deus. (3). Estar no reino de Deus implica submissão à Lei de Deus e o homem por natureza está em inimizade com Deus. Rom. 8:7,8. O reino de Deus é a Sua Lei nos corações de Seus santos; logo, entrar no Seu reino, é submeter-se à Sua Lei. Mas o homem, por natureza, não pode fazer isso porque ele está em inimizade contra Deus. É necessário o novo nascimento para que esta inimizade seja dominada. II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO 1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE (1). Não é uma erradicação da velha natureza O novo nascimento pode-se chamar uma mudança de coração no sentido de uma mudança da disposição regente (incluindo os afetos bem como a vontade), mas o novo coração não desarraiga o velho. O velho, ou a natureza carnal, fica. Vide Rom. 7:14-25; Gal. 5:17. O novo coração ou natureza é colocado lado a lado do velho e o santo tem duas naturezas, como indicadas nas passagens pré-citadas. O novo nascimento deixa a velha natureza inalterada. (2). Não é uma simples aquisição de religião O homem é naturalmente religioso. Notai os atenienses pagãos em Atos 17. Recordai também as várias religiões e formas de culto nas terras gentias de hoje. Pouco importa quão religioso um homem se torne, sem o novo nascimento ele permanece essencialmente pecaminoso. Lemos num tratado metodista: “Cremos que alguém “adquira religião”, perca-a e fique eternamente perdido.” Escrevemos a margem: “Passar-vos-ei um melhor que esse: creio que um homem adquira religião, guarde-a e vá para o inferno, levando-a consigo.” (3). Não é reforma humana A reforma humana é superficial, deixando a natureza inteira essencialmente a mesma. Por essa razão a reforma humana provavelmente não dura. O novo nascimento será seguido de reformas, mas é reforma que provém de uma mudança fundamental na disposição regente e não a que se funda numa simples resolução da mente. A reforma humana nunca pode purgar da alma o pecado e implantar uma nova disposição. 2 Pedro 2:20-22. (4). Não é adoção Adoção é um termo legal. É o resultado imediato de justificação. Não é o mesmo que regeneração. Adoção faz-nos filhos de Deus legalmente, ao passo que a regeneração nos faz filhos de Deus experimentalmente. A adoção traz mera mudança de parentesco legal. A regeneração muda nossa natureza. A adoção tem de ver conosco como os filhos espirituais e morais do diabo por natureza. A regeneração tem de ver conosco como aqueles que por natureza estão privados de vida espiritual. 2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE A regeneração é aquele ato instantâneo de Deus na região da alma abaixo do senso íntimo pelo qual se remove toda a nódoa da alma, e pela qual, através da instrumentalidade da verdade, o exercício inicial da disposição santa assim comunicada se efetua. Na regeneração há também formada uma união inseparável entre a alma regenerada e o Espírito Santo. Da descrição supra de regeneração notemos que: (1). É um ato de Deus O homem não pode dar nascimento a si mesmo. João atribui claramente a regeneração a Deus quando, ao falar de nascermos outra vez, diz: “Não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (João 1:13). Esta passagem nos diz que a nova natureza não é hereditária; que ela não provém da vontade da velha natureza (carne); e que não se realiza pela vontade de homem algum, mas é operada por Deus. Na regeneração não temos um homem trabalhando por si mesmo ou por algum outro homem, mas um homem trabalhado por Deus. Daí podemos amplificar a afirmação que encabeça este parágrafo e dizer que a regeneração é um ato soberano de Deus. João 3:8. Na sua fase inicial (vivificação) a regeneração é incondicional. Por ato algum de si mesmo o homem dispõe Deus a regenerá-lo . (2). É um ato instantâneo Diz A. H. Strong: “A regeneração não é uma obra gradual. Conquanto possa haver uma obra gradual da providência de Deus e do Espírito, preparando a mudança, e um reconhecimento gradual dela depois que ocorre, deve haver um instante de tempo em que, sob a influência do Espírito de Deus, a disposição da alma, logo antes hostil a Deus, muda-se para amar. Qualquer outra idéia assume um estado intermediário de indecisões que não tem nenhum caráter moral que seja e confunde a regeneração quer como a convicção quer com a santificação.” (System Theology, pág. 458). A regeneração consiste de gerar e produzir , uma vivificação e um nascimento. E, por causa disso, alguns tem tentado explicar uma tal analogia entre os nascimentos físico e espiritual como interporia um lapso de tempo entre gerar e nascer; mas a separação quanto ao tempo entre gerar e nascer no reino físico é ocasionada por condições que são peculiares ao referido reino. Nenhumas condições tais prevalecem no reino espiritual. Toda passagem da Escritura conduzindo ao novo nascimento implica que ele é instantâneo. (3). Ele remove da alma toda a nódoa de pecado Por natureza a alma do homem é pecaminosa, evidenciado pelo fato que a alma, quando separada do corpo, vai imediatamente ao tormento do fogo (Lc. 16:23). Se a alma dos incrédulos não fosse pecaminosa tanto quanto o corpo, não seria justo a alma sofrer no inferno. Mas que a alma da pessoa regenerada não é pecaminosa está evidenciado pelo fato que tal alma quando separada do corpo na morte, vai imediatamente à presença de Jesus, onde certamente nenhum pecado será permitido entrar. É-nos dito em 1 Pedro 1:22 que a fé purifica a alma. E, a modo de mais extensa confirmação do precedente, notamos que, em descrever as duas naturezas dos crentes, a Escritura representa a velha natureza como corpo e carne, enquanto que a nova natureza é chamada mente ou espírito. O pecado no crente existe nas luxurias físicas e apetites, não na alma (espírito) ou parte imaterial do homem. (4). Por meio desta purificação da alma os crentes se tornam “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1:4) Assim a imagem espiritual de Deus se restaura na alma dos crentes. A nova disposição santa assim instilada é a nova natureza ou novo homem... criado em justiça e verdadeira santidade (Efe. 4:24). (5). O novo nascimento não está completo até que o arrependimento e a fé tenham sido operados na alma. É a estes que nos referimos quando falamos acima de “o exercício inicial da santa disposição”, cujo exercício é efetuado pela regeneração. O arrependimento e a fé deveriam ser considerados como uma parte da regeneração mais do que como frutos dela. A alma não se renova enquanto ela permanece na impenitência e na incredulidade. Estas atitudes do coração expostas na regeneração. Isto se confirma pelo fato que a verdade é usada instrumentalmente na regeneração. Se a regeneração não consistisse da operação do arrependimento e da fé no coração, não haveria necessidade da instrumentalidade da palavra. (6). O homem não é totalmente passivo na regeneração Ele é passivo na vivificação, ou na comunicação inicial da vida. É passivo na mudança da disposição regente ou na remoção de toda a nódoa da alma. Mas no exercício inicial da santa disposição comunicada na regeneração o homem é ativo. (7). Na regeneração forma-se uma união inseparável entre a alma regenerada e o Espírito Santo. Rom. 8:26; Efe. 1:13,14. Esta união é tão íntima e completa que os santos gemidos do santo são os gemidos do Espírito Santo, por meio dos quais Ele faz intercessão pelo santo. É por meio desta união entre alma regenerada e o Espírito Santo que temos união moral e espiritual com Cristo (Rom. 7:2-4). É em respeito a esta união do Espírito Santo com o espírito regenerado do homem que temos a diferença entre a regeneração no Velho Testamento e a regeneração no Novo. A do Velho era exatamente a mesma como a do Novo, exceto por isto: III. COMO SE CUMPRE O NOVO NASCIMENTO 1. CONSIDERADO NEGATIVAMENTE (1). Não por educação ou cultura A educação e a cultura não podem tirar do homem aquilo que não esteja nele. Daí, desde que o homem é essencialmente pecaminoso e totalmente depravado, a educação e a cultura não podem nunca produzir aquela santa disposição regente que é operada na regeneração. (2). Não por batismo Que o batismo não é instrumental em o novo nascimento, está provado pelos seguintes fatos: A. Não há nenhum meio concebível por que o batismo possa remover o pecado da alma ou comunicar uma santa disposição regente. Os meios físicos não podem nunca operar uma mudança espiritual. A idéia de regeneração batismal “é parte e parcela de um esquema geral mais de salvação mecânica do que moral, mais coerente com uma filosofia materialística que espiritual.” (Strong). B. Pedro afirma que o batismo não é o despojo da imundícia da carne senão a resposta de uma boa consciência para com Deus (I Pedro 3:21). Uma boa consciência é a que foi purificada pelo sangue de Cristo (Heb. 9:14). Até que assim se purifica a consciência é má (Heb. 10:22). E quando alguém for purificado, não há mais consciência de pecados (Heb. 10:2). Daí um que tem uma boa consciência nunca fará nada para poder salvar-se, porque não tem consciência de pecados nenhum sentimento de necessidade de salvação. Tudo isto prova que alguém está salvo antes do batismo e não por meio do batismo. C. As palavras de Jesus em Mat. 3:15 implicam que o batismo é uma obra de justiça e Paulo diz que não somente somos salvos pelas obras de justiça (Tito 3:15). D. A fé deve preceder o batismo (Atos 2:41, 8:37, 19:1-5), e quando a fé é exercitada, já se está salvo (João 3:18; 5:24; I João 5:1,12). E. Quando a fé foi exercida, a regeneração está completa; logo, o batismo que segue a fé não pode ser instrumental na regeneração. A fé é operada no coração, como já foi mostrada e mais claro ainda se fará no capítulo sobre conversão. F. O Ladrão na cruz foi salvo sem batismo. A suposição que este ladrão deve ter tido o batismo de João antes de sua crucificação não tem base. Tal batismo não teria sido melhor do que o batismo recebido pelos doze em Éfeso, porque teria sido, como o dos doze, sem fé em Cristo, portanto não válida. O esforço para estabelecer que as palavras de Cristo ao ladrão formaram uma pergunta em vez de uma declaração é absurdo e sem o mais leve pretexto no grego. Que o paraíso é o céu, a presença imediata de Deus, está evidente de Apoc. 2:7 e 22:1,2. Tomamos “água” em João 3:5 como um símbolo da Palavra de Deus na base dos seguintes fatos escrituristicos: (a). A regeneração é uma lavagem (Tito 3:5) e é pela Palavra (Tiago 1:18; I Pedro 1:23). (b). A purificação operada pela Palavra é como a “lavagem da água” Efe. 5:26. Que é mais natural então do que “água” em João 3:5 representando o efeito purificador da Palavra na regeneração? Alguns interpretam água em João 3:5 para referir-se ao nascimento natural. Uma interpretação tal é forçada e desnatural. Em nenhuma parte da Bíblia se fala do nascimento natural como um nascimento da água. E não havia necessidade de se dizer a um homem que ele tinha de nascer naturalmente para poder entrar no reino de Deus. A construção da frase também favorece a idéia que um só batismo é aqui referido. A preposição “de” ocorre antes de água só no grego. 2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE A regeneração é operada: (1). Pelo Espírito Santo João 3:5 nos diz que o novo nascimento é pelo Espírito Santo. Há dois sérios erros em referência à obra do Espírito Santo na regeneração. Um é que Ele opera (pelo menos em alguns casos) inteiramente independente e à parte da Palavra escrita de Deus. Isto é sustentado pelos Cascaduras. Conseqüentemente, eles crêem que os homens podem salvar-se sem o conhecimento da Palavra de Deus escrita. As passagens que atribuem à Palavra de Deus num lugar na regeneração, que são notadas sob a próxima epígrafe, refutam esta noção. O outro erro a que aqui nos referimos é o ensino que o Espírito na regeneração não age imediatamente sobre a alma, mas somente imediatamente por meio da Palavra. Isto é o ensino dos campbelistas. “As asserções escrituristicas da morada do Espírito Santo e do Seu imenso poder na alma proíbem-nos considerar o divino espírito na regeneração como vindo em contato, não com a alma, mas somente com a verdade. Desde que a verdade é só o que é, simplesmente, não pode haver mudança operada na verdade. As frases “energizar a verdade”, “intensificar a verdade”, “iluminar a verdade”, não tem sentido próprio, uma vez que Deus não pode fazer a verdade mais verdadeira. Se se opera alguma mudança, ela deve ser operada não na verdade senão na alma.” (Strong, Systematic Theology, pág. 453). A depravação e inabilidade por natureza de receber a verdade e virar-se do pecado para Cristo e para a justiça (Jeremias 13:23; João 6:65; 1 Cor. 2:14) também mostram a necessidade absoluta do impacto imediato e da operação do Espírito Santo sobre a alma na regeneração. “O mero aumento de luz não fará que o cego veja; a doença do olho deve primeiro ser curada para que o cego veja objetos externos. Assim a obra de Deus na regeneração deve ser executada dentro da alma mesma. Sobre a cima de toda a influência da verdade deve estar a influência direta do Espírito Santo sobre o coração.” (ibid). (2). Usando a instrumentalidade da palavra A instrumentalidade da Palavra na regeneração está ensinada em Efes. 5:26; Tia. 1:18; 1 Ped. 1:23. É evidente de 1 Ped. 1:25 que a palavra nestas passagens é a Palavra escrita ou pregada antes que o Verbo encarnado (que é Cristo). Em 1 Ped. 1:23 a palavra está caracterizada como aquilo que “vive e permanece para sempre”. Então, no verso 24, está referido a natureza perecível de outras coisas. E, no verso 25, a duração da Palavra está de novo referida, e está plenamente especificada que a referida Palavra é “a Palavra de boas novas que vos foi evangelizada” (tradução correta). Veremos mais adiante a evidência da instrumentalidade da Palavra na regeneração quando notamos em nossa consideração de fé, o que é o objeto e a base de fé, a qual é operada em nossos corações como parte da regeneração. Todavia, carece de ficar entendido que na primeira fase da regeneração (vivificação) o Espírito opera sobre a alma independente da Palavra. À alma espiritualmente morta deve-se dar vida antes que ela possa ver e agir sobre a verdade. É na vivificação que se pode vir a Cristo (João 6:65). É assim que Deus dá homens à possessão de Cristo (João 6:37). “Na mudança primaria de disposição, a qual é o traço essencialíssimo da regeneração, o Espírito de Deus age diretamente sobre o espírito do homem. Na consecução do exercício inicial da nova posição – a qual constitui o traço secundário da obra de Deus na regeneração – a verdade é usada como um meio. Daí, talvez, em Tiago 1:18, lemos: “Do seu próprio querer ele nos gerou pela Palavra da verdade”, em vês de “Ele nos ganhou pela Palavra da Verdade” – a referência sendo ao secundário, não ao primário, traço da regeneração” (Strong, Systematic theology, pág. 454) IV. EVIDENCIAS DO NOVO NASCIMENTO 1. CONFIANÇA GENUÍNA EM CRISTO SÓ PARA A SALVAÇÃO. Notamos que a fé é operada no coração como uma parte (a secundária) ou regeneração. Isto é necessariamente assim porque a nova natureza não pode estar na incredulidade. A fé que se opera no homem pela regeneração não se detém por menos que implícita confiança e certeza em Cristo como salvador pessoal. Não é meramente crença a respeito dEle, mas fé e confiança nEle e sobre Ele. Isto é tão abundantemente evidente das passagens que tratam da fé que argumento mais extenso não é preciso para substanciá-lo. Ninguém se regenerou até que esteja pronto a confiar o seu eterno bem-estar inteiramente a Cristo. Deve ter se arrependido das obras mortas (Heb. 6:1) . Todas as obras engajadas para a salvação são obras mortas. Nenhuma fé se conta por justiça e portanto não é fé salvadora. Exceto a fé do que “não obra” para salvação (Rom. 4:5). Enquanto alguém está olhando para qualquer coisa que não Cristo, não esta o tal regenerado. 2. O TESTEMUNHO E A PRESENÇA MORADORA DO ESPÍRITO Rom. 8:16,9; 1 João 3:24; 4:13. O testemunho e a habitação do Espírito não se evidência por algum sentimento vago, místico, abstrato, mas pelo constante poder regente do Espírito (Rom. 8:14) produzindo devoção a Deus e uma vida obediente. É pela habitação constante do Espírito e Sua operação em nós que Deus executa até ao fim a obra que Ele começa em nós na regeneração (Fil. 1:6, 2:13). O testemunho e a moradia do Espírito estão evidenciados em todos os modos subseqüentes. 3. PRONTIDÃO EM ACEITAR A PALAVRA DE DEUS João 8:47. Uma pessoa regenerada mostrará sempre um desejo de conhecer a vontade do Seu Pai em tudo a seguir essa vontade quando se torna conhecida. Não se achará andando continuamente em obstinada rebelião contra a verdade. 4. ESTADO CÔNSCIO DE PECADO Rom. 7:14-25; 1 João 1:8. Nenhuma pessoa salva crer-se-á sem pecado. Os que crêem, estão enganados e sem a verdade, pela qual somos regenerados (Tia. 1:18) e feitos livres (João 8:32). Isto o torna claro que não estão salvos. A nova natureza reconhecerá sempre a presença do pecado no corpo, como no caso de Paulo (Rom. 7:14-25). Essa nova natureza tem em si mesma a unção iluminante do Espírito (1 João 2:27) e participa da natureza de Deus mesmo (2 Ped. 1:4), sendo criada em justiça e verdadeira santidade (Efe. 4:24). Não pode estar cega ao pecado. 5. AMOR DE DEUS E JUSTIÇA João 8:42; Rom. 7:22; 2 Cor. 5:17; 1 João 4:16-19. Juntamente com o estado cônscio de moradia do pecado estará um amor de Deus e justiça, tal como no caso de Paulo. Paulo achou o pecado no corpo, mas contudo alegrou-se na Lei de Deus segundo o homem interior. 6. UMA VIDA QUE É OBEDIENTE SEGUNDO O SEU TEOR PRINCIPAL João 14:21-24; Rom. 6:14; 8:6,13; Gal. 5:24; 1 João 1:6; 2:4,15; 3:8,9; 2 João 6. A vida da pessoa salva não será perfeita, mas será justa e obediente quanto ao seu teor principal. Para mais extensa discussão desta matéria vide estudo de 1 João 2:4. 7. PURIFICAÇÃO PROGRESSIVA 1 João 3:3. Enquanto o crente nunca alcançará perfeição sem pecado nesta vida, contudo ele sempre batalha contra os seus próprios pecados. 8. AMOR DE OUTROS CRENTES 1 João 3:14, 5:2. Há uma tal afinidade entre as pessoas regeneradas que elas se amam mutuamente. Uma evidência deste amor é que elas se alegram na presença e amizade de uns pelos outros. Deus, porém, ajuntou um outro teste de nosso amor pelos irmãos: se amarmos a Deus e guardamos os Seus mandamentos sabemos que amamos os filhos de Deus. Vede a segunda passagem à cima. Assim, de novo somos trazidos de volta à matéria de obediência a Deus. 9. PERSEVERANÇA ATÉ AO FIM. Mat. 10:22; Rom. 11:22; Fil. 1:6; Col. 1:23; 1 João 3:9; 5:4. A perseverança tanto é uma doutrina da Escritura como a conservação. Pela conservação de Deus somos levados a perseverar. Estas duas doutrinas são perfeitamente coerentes e precisam de ser sustentadas e pregadas como verdades gêmeas. Ninguém alcançará o céu senão aqueles que resistem firmes até ao fim e vencem o mundo. Vide as promessas aos vencedores no Apoc. 3 e 4. Nenhumas promessas a outros. Mas todos dentre os regenerados vencerão (1 João 5:4). UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA A CONVERSÃO Virando do lado divino da salvação para o humano, somos trazidos a uma consideração da conversão. Notamos: I. A CONVERSÃO DEFINIDA 1. A CONVERSÃO PROPRIAMENTE Por conversão propriamente queremos dizer o sentido técnico e teológico em que o termo é comumente usado. Neste sentido tem sido definido como segue: “Conversão é aquela mudança voluntária na mente do pecador em que ele se vira do pecado, por um lado, e para Cristo, doutro lado. O elemento primário e negativo da conversão, nomeadamente, virar-se do pecado, denominamos arrependimento. O elemento da conversão, último e positivo, nomeadamente virar-se para Cristo, denominamos fé.” E outra vez: “Conversão é o lado humano ou aspecto daquela mudança espiritual fundamental, que, vista do lado divino, chamamos regeneração.” - A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 460. Podemos ir mais longe do que Strong vai à última citação e dizer que a regeneração, ou o novo nascimento, no seu sentido mais largo, inclui a conversão, que está assim apresentada em tais passagens como Ti. 1:18 e 1 Pedro 1:23, onde a Palavra de Deus está distintamente representada como o instrumento do Espírito Santo na regeneração. Se o novo nascimento significasse somente a comunhão de vida, então não haveria necessidade da instrumentalidade da Palavra. De modo que podemos dizer que a regeneração tem tanto do lado divino como do humano. O lado divino podemos chamar vivificação e o humano conversão. Aquelas passagens que falam de vivificação tem referência, talvez, só ao lado divino , enquanto que as passagens que falam de regeneração, gerar e nascimento, referem-se à obra completa de trazer o homem do pecado à fé salvadora em Cristo. 2. CONVERSÃO NO SEU SENTIDO GERAL “Do fato de a Palavra “conversão” significar, simplesmente, um “virar”, toda volta do cristão do pecado, subseqüente à primeira, pode, num sentido subordinado, ser denominado uma conversão (Lc. 22:32). Desde que a regeneração não é santificação completa e a mudança da disposição regente não é idêntica à purificação completa da natureza, tais voltas subseqüentes do pecado são conseqüências necessárias e evidencias da primeira (Cf. João 13:10). Mas não implicam, como a primeira, mudança na disposição regente, - antes são novas manifestações da disposição já mudada. Por esta razão, a conversão própria, como a regeneração, de que é o lado obverso, pode ocorrer apenas uma vez.”- A. H. Strong, em Systematic Theology, pág. 461. Neste capítulo temos referência ao sentido técnico e teológico da conversão como dado no primeiro caso supra. II. A ORDEM LÓGICA DE VIVIFICAÇÃO E CONVERSÃO Como afirmamos acima, vivificação e conversão parecem ser os lados divinos da regeneração ou o novo nascimento. É nosso propósito agora, portanto, considerar a questão quanto ao que é logicamente primeiro, o lado divino ou o humano, na regeneração. Propôs esta questão é respondê-la a todos que são capazes de pensar logicamente. O lado divino é certíssima e logicamente anterior ao lado humano. Em consideração desta atitude notemos: 1. PROVAS APRESETADAS (1). A conversão envolve virar-se do pecado, o que o homem por natureza não pode fazer. Por natureza o homem pode reformar sua vida até um certo ponto: pode virar-se de algumas formas de pecado; mas, por natureza não pode mudar a disposição regente de sua natureza. Está isso provado em Jer. 13:23, que reza: “Pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Assim podeis vós também fazer o bem, acostumados a fazer o mal?” O pecador está acostumado a fazer o mal; logo, é-lhe impossível virar-se do mal (pecado) até que sua disposição regente se mude. Isto é só tão impossível como é para o mais preto dos negros fazer-se branco, ou o leopardo despir-se do seu manto malhado. (2). A conversão é agradável a Deus e o homem natural não pode agradar a Deus. Ninguém pode duvidar da primeira parte da afirmação supra. A última parte está provada em Rom. 8:8, que diz: “Os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Isto inclui a todos a quem Deus não deu uma nova natureza. (3). A conversão é uma boa coisa e nenhuma boa coisa pode proceder do coração natural Disse Paulo que não havia nenhuma coisa boa na sua natureza carnal (Rom. 7:18). Esta é a única natureza que o homem possui até que Deus lhe de uma nova; portanto, a doação da nova natureza, ou vivificação, deve vir antes da conversão. Afirmar diferente é negar a depravação total, a qual significa que o pecado permeou cada parte do ser humano e envenenou cada faculdade, não deixando no homem natural nenhuma coisa boa. (4). A conversão envolve submeter-se alguém à vontade ou à Lei de Deus e isto é impossível ao homem natural Que tal é impossível ao homem natural está estabelecido em Rom. 8:7, onde lemos: “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus e nem em verdade o pode ser.” (5). A conversão envolve receber a Cristo como Salvador de uma pessoa, o que é uma coisa espiritual, e o homem natural não pode receber coisas espirituais. Esta última verdade está declarada em 1 Cor. 2:14; como segue: “O homem natural não pode receber as coisas de Espírito de Deus: porque são para ele loucura; não pode conhece-las, porque se discernem espiritualmente.” Se a verdade do poder salvador de Cristo pela fé não é uma coisa do Espírito de Deus, a saber, uma coisa que o homem pode entender somente pela revelação do Espírito, então que verdade é uma coisa do Espírito de Deus? (6). A conversão envolve fé e a fé opera-se no homem pelo mesmo poder que levantou Jesus dentre os mortos. Tal é a declaração de Efe. 1:19,20, na qual lemos da “sobre-excelente grandeza do Seu poder em nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder, a qual operou em Cristo ressucitando-O dos mortos.” (7). A conversão é uma ressurreição espiritual e numa ressurreição a comunicação da Vida Deve sempre preceder a manifestação da Vida nascente A conversão está representada em Efe. 2:4-6 como uma ressurreição espiritual, que diz: “Deus, que é rico em misericórdia, pelo Seu grande amor com que nos amou, ainda quando estávamos mortos em pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça somos salvos); e juntamente nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” O ressuscitar aqui representa a conversão. Assim, a questão que estamos considerando é quanto ao que é primeiro, o vivificar ou o ressuscitar. Não pode haver dúvida razoável que o vivificar é o primeiro num sentido lógico. (8). A conversão envolve a vinda de Cristo e o ato do Pai em dar homens a Cristo precede a vinda deles a Cristo Em João 6:37 lemos como segue: “Todos quantos o Pai me dá virão a mim.” Certamente que esta passagem coloca o ato do Pai em dar homens a Cristo logicamente anterior à vinda deles a Ele, o Filho. Este ato do Pai é um ato discriminativo e efetivo, porque todos que são dados vem e todos os homens não vem. De modo que este ato de dar não podia aludir ao mero dar da oportunidade de vir a Cristo nem podia aludir à “graciosa habilidade” assim chamada ou “graça proveniente” que se supõe pelos seus advogados ser dispensada a todos os homens. O ato não pode referir-se a nada menos que à doação atual de homens à possessão imediata de Cristo por vivificá-los à vida. Os homens vêm a Cristo na conversão. Assim o vivificar deve preceder a conversão. (9). A conversão envolve a vinda a Cristo e nenhum homem pode vir a Cristo a menos que Deus lhe de habilidade para fazer assim Em João 6:35 lemos: “Nenhum homem pode vir a mim se por meu Pai lhe não for concedido.” Esta passagem, como a notada há pouco, não se refere à mera doação de oportunidade de vir a Cristo, nem à comunicação de “habilidade graciosa” assim chamada ou “graça proveniente” pelas mesmas razões apresentadas supra em comentar João 6:37. Esta última passagem, assim como a primeira, refere-se a um ato discriminativo, efetivo. O contexto o faz claro no caso de João 6:65. As palavras desta passagem foram faladas em vista de e como uma explicação do fato que alguns não crêem. Nenhuma destas últimas passagens pode referir-se a qualquer espécie de mera ajuda que Deus pudesse supostamente dispensar ao homem natural, porque arrependimento e fé não podem proceder do coração natural, segundo já o mostramos. Ambas as passagens não podem referir-se a nada menos que o poder vivificador de Deus, no qual os homens se habilitam a vir a Cristo. 2. AS ESCRITURAS EXPLICADAS Sendo verdade que a conversão é o resultado de vivificar e, portanto, não uma condição disso, pode ser perguntado como entendermos aquelas passagens que fazem da fé uma condição de filiação. Vide João 1:12; Gal. 3:26. Respondemos que essas passagens se referem à filiação através da adoção e não a filiação através da regeneração. Como já notamos, a adoção é um termo legal: ela vem como um resultado imediato da justificação. Não é o mesmo como um resultado imediato da justificação. Não é o mesmo como a regeneração. Ela confere o direito de filiação. A regeneração confere a natureza de filhos. III. A RELAÇÃO CRONOLÓGICA DA VIVIFICAÇÃO E DA CONVERSÃO Porque a vivificação precede logicamente a conversão não é prova que assim o faz cronologicamente, ou quanto ao tempo. Mantemos que a vivificação não precede a conversão em matéria de tempo senão que ambas são sincrônicas ou simultâneas. Notemos: 1. ARGUMENTOS EM PROVA DISTO (1). Uma diferença cronológica entre vivificação e conservação envolveria a monstruosidade de um individuo com vida do alto e contudo na incredulidade. Na comunicação da vida divina participamos da natureza de Deus (2 Ped. 1:4). E é impossível que uma semelhante natureza fosse em incredulidade. Todos os incrédulos na Bíblia dizem-se como estando mortos. Daí, não pode ser que haja ainda um tempo quando haja vida sem fé. (2). A Escritura declara que somente o que tem o Filho tem vida. Isto está declarado em 1 João 5:12. Ter o Filho envolve crer no Filho. Daí, ninguém tem a vida exceto crentes; ou, para pô-lo de outra maneira, todos os que têm vida são crentes; logo, não pode haver período algum de tempo entre vivificar e converter. 2. EXPLICAÇÃO Como pode haver uma sucessão lógica sem uma sucessão cronológica? Um número de ilustrações podia ser dado para mostrar que é possível, mesmo no reino físico. Uma ilustração apta é como segue. Imagine-se um tubo que vá da costa do Atlântico dos Estados Unidos ao Pacífico. Agora imaginai também que este tubo está cheio de um fluido incompreensível. Que se faça pressão deste fluido na costa atlântica, instantemente será registrada no Pacífico. Todavia, logicamente, a exerção da pressão deve preceder o assentamento dela no outro extremo. Damos então a seguinte bela ilustração da simultaneidade de vivificação e conversão. É de Alvah Hovey, como dada por A. H. Strong: “Ao mesmo tempo em que Deus faz sensível a chapa fotográfica, Ele derrama a luz da verdade por meio da qual se forma na alma a imagem de Cristo. Sem a sensibilização da chapa ela nunca fixaria os raios de luz de modo a reter a imagem. No processo de sensibilizar, a chapa é passiva; sob a influência da luz é ativa. Tanto em sensibilizar como em tirar o retrato o agente real não é nem a chapa nem a luz, mas o fotógrafo. Fotógrafo não pode executar ambas as operações no mesmo momento. Deus pode. Ele dá o novo afeto e no mesmo instante Ele consegue o seu exercício em vista da verdade.” 3. OBJEÇÃO RESPONDIDA. A posição pré-citada pode ser objetado que “a tristeza divina obra arrependimento” e que um morto em pecado não pode ter tristeza divina. Isto é verdade, mas a tristeza divina obra arrependimento instantaneamente e é sincrônico com o arrependimento. É impossível conceber apropriadamente um homem como tendo tristeza divina sem possuir também uma mente mudada ou atitude mudada para com o pecado. A tristeza divina, a mesma como vivificar, precede logicamente o arrependimento, mas nenhuma delas o precede cronologicamente. UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA ARREPENDIMENTO E FÉ No último capítulo notamos que a conversão é feita de arrependimento e fé. Isto então nos traz em nosso estudo à consideração deles. I. O ARREPENDIMENTO CONSIDERADO SÓ 1. AS PALAVRAS ORIGINAIS Estas duas palavras numa só são “metanoeo” (sendo a forma correspondente do nome “metanoia”) e “metamelomai” (da qual a forma do nome não ocorre em o Novo Testamento). Só a primeira palavra se associa com a salvação. A última palavra é usada em Mat. 21:29 (no caso do filho que primeiro recusou obedecer a seu pai, mandando-o trabalhar na vinha, mas depois... arrependeu-se e foi”); Mat. 21:32; 27:3 (no caso de Judas); Rom. 11:29; 2 Cor. 7:8,10 e Heb. 7:21. A respeito dessas duas palavras, diz Thayer: “Que” metanoeo “é o termo mais amplo e mais nobre, expressivo de ação moral e conseqüências, está indicado não só por sua derivação senão pela maior freqüência do seu uso...” 2. DUAS ESPÉCIES DE ARREPENDIMENTO Há um arrependimento evangélico e há também um arrependimento legal. O arrependimento legal surge inteiramente através do temor das conseqüências do pecado. Esta é a espécie que Judas provou. O arrependimento evangélico é acompanhado de tristeza segundo Deus e se opera no coração pelo Espírito regenerador de Deus. É arrependimento evangélico que ora consideramos nesse capítulo. 3. OS ELEMENTOS CONSTITUINTES DO ARREPENDIMENTO (1). O pecado é reconhecido. O homem deve ver-se a si mesmo como diferente de Deus e em rebelião contra Deus. Deve ver a oposição que vai de sua condição com a santidade de Deus. Deve ver que Deus detesta sua condição e seu estado. O reconhecimento do pecado que entra no arrependimento para a salvação tem a ver, primariamente, não com o fato que o pecado traz castigo senão com o fato que o pecado ofende a Deus. Há, sem dúvida, um temor das conseqüências eternas do pecado; o que não é, porém, a coisa primária. Este reconhecimento do pecado é convicção e ele constitui o elemento intelectual do arrependimento. (2). O pecado é lamentado e aborrecido. A tristeza divina entra no arrependimento. Quando alguém se vê a si mesmo como se fora diante de Deus, ele é trazido a lamentar o seu pecado e a aborrecê-lo. Isto é o elemento emocional do arrependimento. (3). O pecado é abandonado Não é completo o arrependimento enquanto não houver uma deserção íntima do pecado que conduz a uma mudança externa da conduta. Isto é o elemento voluntário ou volitivo do arrependimento. Assim o arrependimento concerne à inteira natureza interna: intelecto, emoção e vontade. 4. O ARREPENDIMENTO É INTERNO Ao passo que o arrependimento sempre se manifesta exteriormente, contudo de si mesmo é interno, segundo o significado do original. A Escritura distingue entre arrependimento e “frutos dignos de arrependimento” (Mat. 3:8; Atos 26:20). 5. O ARREPENDIMENTO E A PENITÊNCIA CONTRASTADOS A tradução católica romana da Bíblia (Versão de Douay) substitui “arrependimento” por “penitência” como uma tradução de “metanoeo”. Assim lemos pela Versão de Douay: “Fazei penitência, porque o reino do céu está próximo.” (Mat. 3:2); “A menos que façais penitência, todos igualmente perecereis.” (Lc. 13:5). “Testificando tanto a judeus como gentios penitência para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” (Atos 20:21). E da penitência diz a Versão de Douay no comentário a Mat. 3:2: “Cuja palavra, segundo o uso das Escrituras e dos santos padres, não só significa arrependimento e correção de vida senão também punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios penitenciais semelhantes.” Três coisas podem ser ditas a respeito deste comentário: (1). É absolutamente falso dizer que a “punição dos pecados passados pelo jejum e tais exercícios de penitências semelhantes” é uma parte do sentido da palavra grega. Como já foi notado, a palavra grega significa uma mudança interna. “O verdadeiro arrependimento consiste de emoções mentais e emocionais, não de castigos externos auto-impostos. Mesmo a vida piedosa e a devoção a Deus resultantes são descritas não como arrependimento senão frutos dignos de arrependimento” (Boyce, Abstract of Systematic Theology, pág. 384). “Metanoeo” é feita de “meta”, significando “depois” e “noeo”, significando “perceber”, entender, meditar, ponderar, considerar.” (2). Nega a suficiência da satisfação de Cristo pelos nossos pecados em franca contradição com a Escritura (Cf. Rom. 4:7,8; 10:4; Heb. 10:14; 1 João 1:7). Desde que Cristo fez inteira satisfação pelos nossos pecados, não há para nós punição a aturar, exceto as conseqüências naturais do pecado. Deus castiga o crente quando ele peca, mas Ele nunca o pune tanto nesta vida como na vindoura. A punição é retributiva e está baseada em “olho por olho e dente por dente”. O castigo é corretivo e está baseado no amor paternal. Cristo não nos deixou nada a pagar e nós podemos cantar verdadeiramente: Pagou-o tudo Jesus; A Ele tudo devo na cruz. Rubra nódoa o pecado deixou. Lavando-a, alva como a neve ficou. (3). Implica que os atos temporais da criatura podem expiar o pecado. A Bíblia nada sabe de um tal ensino. Ela ensina que Cristo só pode fazer uma expiação. Mesmo na eternidade as almas no inferno nunca poderão expiar o pecado e por essa razão não há fim para a sua punição. Então o cântico, seguramente, fala a verdade quando diz: “Para sempre meu choro vertesse; Sem folga meu zelo conhecesse; Não poderiam meu pecado expiar, Tu somente, Jesus, Tu deves salvar.” 6. O ARREPENDIMENTO É UM DOM DE DEUS As três passagens seguintes provam isto: “A Ele Deus exaltou com a Sua destra para ser Príncipe e Salvador, para dar o arrependimento a Israel e remissão dos pecados.” (Atos 5:31) “Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2 Tim. 2:24,25). “E quando ouviram estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: “ Na verdade, até aos gentios concedeu Deus o arrependimento para a vida” (Atos 11:18). O sentido disso é, simplesmente, que o arrependimento se opera no homem pelo poder vivificador do Espírito Santo, como já o notamos. II. A FÉ CONSIDERADA EM SEPARADO Aqui temos a referência à fé salvadora; por isto notamos: 1. A FÉ SALVADORA DEFINIDA A fé salvadora é confiança e firmeza no Senhor Jesus Cristo como o Salvador pessoal de alguém e portador de pecados. E, desde que a salvação inclui a santificação tanto como a justificação, a fé salvadora alcança a entrega do ser a Cristo. 2. A FÉ SALVADORA DISTINGUIDA DE SUAS IMITAÇÕES (1). Crença histórica Isto é mera crença nos fatos da revelação como matérias de história, incluindo a crença na existência de Deus e em que houve um homem chamado Jesus que pretendeu ser o Filho de Deus. Pode ver-se prontamente que semelhante crença não tem valor salvador. (2). Assentimento intelectual Isto sobe mais um degrau, trazendo aceitação mental das coisas reveladas de Deus e Jesus Cristo. Assim, um que crê na existência de Deus vem a crer nEle como sendo um ser segundo a Bíblia O revela ser e um que crê que semelhante pessoa como Jesus viveu, vem a crer que Ele era o Filho de Deus e que Ele morreu como um sacrifício pelo pecado. Isto é um passo para a fé salvadora, mas não é ela mesma. O campbelismo ensina que a fé salvadora não é nada mais que o precitado. Ele se fia em passagens como 1 João 4:15 e 5:1. Mas estas passagens devem ser compreendidas à luz de toda a outra Escritura e esta certamente proíbe que a crença referida nessas passagens deveriam ser entendida como sendo mero assentimento intelectual à deidade de Cristo. A fé salvadora não é meramente mental (intelecto), mas do coração (emoções). Vide Rom. 10:9,10. A crença de que se falou nas passagens supra é tal como é produzida no coração por um conhecimento experimental do poder de Cristo. Dois fatos, então, quanto às circunstancias sob as quais estas expressões foram enunciadas, lançam luz sobre elas. A. O perigo de se professar crença na deidade de Cristo foi tal nos dias apostólicos que ninguém o faria assim a menos que impulsionado por verdadeira fé nEle. B. O cristianismo apresentou um tal contraste com o judaísmo e paganismo que ninguém creria na deidade de Cristo sem verdadeira fé nEle. Aqueles que não tinham esta fé considerariam a Jesus como um impostor. 3. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS Isto está provado pelas passagens já citadas que designam o arrependimento como um dom de Deus; porque, como veremos, o arrependimento e a é são graças inseparáveis. Cada uma, quando aparece só nas Escrituras, abraça a outra; porque, se isto não fosse verdade, as passagens que mencionam só uma ou outra, ensinavam que alguém possa salvar-se tanto sem arrependimento como sem fé. Isto também está provado por passagens que ensinam que a nossa vinda a Cristo e crença nEle são o resultado da obra do poder de Deus. Vide João 6:37,65; Efe. 1:19,20. Isto está ainda provado pelo fato que a fé é um fruto do Espírito Santo (Gal. 5:22). 4. A FÉ NÃO TEM MÉRITO EM SI MESMA A fé é meramente o canal através do qual a graça justificante e santificante de Deus flui na alma. A Fé não é mais meritória do que o ato de se receber um dom. A Fé não é de modo algum substituto de nossa obediência à Lei, nem ela traz um rebaixamento da Lei de modo que preenchamos suas exigências. A fé está uma vez referida na Escritura como trabalho (João 6:29), não que seja da Lei, mas somente que o homem esteja ativamente engajado no seu exercício. “Como um dom de Deus e como a mera tomada de misericórdia imerecida, está expressamente excluída da categoria de obras sobre a base de que o homem pretenda salvação (Rom. 3:28; 4:4,5,16). Não é o ato da alma completa dar senão o ato da alma vazia receber. Conquanto esta recepção seja movida por uma retirada do coração para com Deus, ornada pelo Espírito Santo, está retirada do coração ainda não é um amor cônscio e desenvolvido: semelhantemente amor é o resultado da fé (Gal. 5:6)” (A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 469, 470). 5. A FÉ NECESSARIAMENTE SE EXPRESSA EM OBRAS A fé é um princípio dinâmico. Ela ergue o amor e, portanto as obras (Gal. 5:6). A fé que não se expressa em obras é uma fé morta, o que é só uma outra maneira de dizer que é espúria ou irreal (Tia. 2:17). 6. A FÉ É DISTINGUIVEL DA ESPERANÇA A fé e a esperança são muito aparentadas; mas ambos os termos não são sinônimos. Fé e esperança diferem nas seguintes maneiras: (1). Fé é confiança; esperança é expectação A diferença aqui é estreita, mas é uma diferença tal como é comum entre vários termos um tanto parecidos. Tanto a fé como a esperança envolvem “a idéia de confiança, mas com o uso de preposições diferentes” (Boyce). “Confiamos em” como um ato de fé. “Confiamos para” em esperança. (2). “A Fé é firmeza sobre algo agora presente como conhecido ou crido, Esperança está olhando pra diante, para algo no futuro”. (Boyce). (3). Cristo é o objeto da fé; ao passo que a salvação, liberdade do pecado, glorificação e céu são os objetos da esperança. (4). A esperança resulta da fé e, portanto, não pode ser fé. Vide Rom. 5:2-6; 15:4-13; Gal. 5:5; Heb. 11:1. 7. O TERRENO DA FÉ Cristo, objetivamente revelado à mente e ao coração, é o alicerce da Fé. Está isto implicado em toda a Bíblia e está iniludivelmente ensinado em Rom. 10:11-17. Lemos ali que “a fé vem pelo ouvir” e ali também achamos a pergunta (implicando uma possibilidade): “Como crerão naquele de quem não ouviram.” A Bíblia nada sabe, absolutamente nada, sobre uma fé secreta, assim chamada, que pode existir à parte do conhecimento de Cristo, tal como alguns cascaduras ensinam. No Velho Testamento Cristo foi revelado, não somente através de tipos e sombras, mas por meio de profetas, tal como Isaias. E nos é dito plenamente que o Evangelho foi pregado a Abraão e Israel (Gal. 3:8; Heb. 4:2). III. ARREPENDIMENTO E FÉ CONSIDERADOS JUNTAMENTE O arrependimento e a fé são graças sincrônicas inseparáveis. Temos aqui referencia, sem dúvida, a esse arrependimento (significado por “metanoeo” e “metanoia”) que é para salvação e não à espécie (significado por “metamelomai”) que Judas provou. Que o arrependimento e a fé são sincrônicos ou simultâneos é evidente do fato que, quando um homem é vivificado para a vida, não pode haver lapso de tempo antes dele arrepender-se, nem pode haver qualquer depois que ele crê. De outra maneira teríamos a nova natureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim não pode haver ordem cronológica em arrependimento e fé. Uma outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da fé é o fato que a Escritura muitas vezes menciona somente um de ambos como o meio de salvação. Por causa deste fato devemos pensar de cada um, quando usado separadamente, como compreendendo o outro. O ESTADO ATUAL DOS MORTOS Que os homens não entram no estado final quando morrem bastante evidentes é para que se requeira provar minuciosa. As ressurreições, que ainda são futuras, provam um estado intermediário para os mortos atuais. A coisa com que estamos especialmente preocupados é a natureza do estado intermediário, matéria esta para a qual nos dirigimos agora. Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecido comumente por "sono dalma". Mas a substância real deste falso ensino é que dos mortos não é inexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta teoria e é assim admitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um espírito dormente (se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar vivo e estar incônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale pela inexistência do espírito mostrado está nas seguintes palavras de "Signs of the Times", uma revista dos adventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): "Seguramente nenhuma expressão mais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa cessação da existência do que esta, - Na morte "eu não serei" (Comentário de Jó 7:21, por Carlyle B. Haines, um dos seus escritores notáveis)". I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES Contra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras que o espírito do homem não cessa de existir na morte. Pelo termo "espírito" queremos dizer a natureza imaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo "espírito" de preferência ao termo "alma" porque cremos que espírito melhor expressa a parte imaterial do homem em distinção da vida corporal. "A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico é chamada psuche (alma); como um agente racional e moral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial chama-se pneuma (espírito)" (A. H. Strong). O espírito é a natureza imaterial do homem olhando na direção de Deus. "O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem. Por ele está o homem ajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à fé e a Palavra de Deus. A ... alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra espécie de atividade, nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele" (Lutero). "A alma é o espírito modificado pela união com o corpo" (Hovey). Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego, denotam vento ou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26:41; Lucas 23:46; Atos 7:59; 1 Cor. 2:11; 5:5; 7:34; 14:14 e 1 Tess. 5:23. Estudem os interessados estas passagens e substituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então sabemos que espírito pode significar mais que fôlego, porque "Deus é espírito" (João 4:24). 1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM, PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA. Temos a prova disto em Mat. 10:28. Se o homem não pode matar o espírito, então a morte física não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode matar qualquer coisa que esteja sujeita à morte física. Na morte física o corpo cessa de funcionar e começa a desintegrar-se, o homem cessa de ser uma "alma vivente" no sentido distinto do vocábulo "alma". Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar na morte. Em vez achamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregando o seu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59). A morte física é meramente a separação do espírito do corpo. 2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITO DORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE. O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, não atualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer do espírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas, na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados e o espírito separado do corpo não está mais condicionado pelo corpo. Estevão dormiu (Atos 7:59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque Estevão o encomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser encomendado nas mãos de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess. 4:14), mas não ensinou a inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma cessação da existência, mas como uma partida para estar com Cristo (Fil. 1:23). Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer, não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5:6). Aquilo que é inexistente não pode estar presente em logar algum ou com pessoa alguma. 3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO "ESPÍRITO EM PRISÃO" MOSTRA QUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20). Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar em qualquer logar, porque ser é existir. 4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE SÉCULOS DEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRABSFIGURAÇÃO (MAT. 17:3) Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se sim, por eles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15:20. Sendo Cristo as primícias dos mortos proíbe a teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro. 5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (JUDAS 7). Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como "sofrendo a vingança do fogo eterno". A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que expressa ação durativa progressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo presente do verbo "são postos." 6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (LUCAS 16:19-31). Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não recorreu a desvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são verdadeiras a fatos. 7. CRISTO E O LADRÃO PENITENTE NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM. Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes que tivesse um corpo (João 1:1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão estariam naquele dia juntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito menos juntos. 8. OS ESPÍRITOS QUE JÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM CESSADO DE EXISTIR (APOC. 6:9). 9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO INEXISTENTES. Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de uma ressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os que surgissem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui neste mundo. 10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO O SEU MAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELA RESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES. "Aquela bem aventurada esperança" (Tito 2:13; 1 João 3:2,3) é a união do espírito com o corpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do crente (Sal. 17:15). Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E enquanto o estado desencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil. 1:23); e os eu estão neste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5:8). 11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER JULGADOS E LANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAM INEXISTENTES. Aprouve a Deus confirmar os espíritos dos ímpios falecidos em prisão (Isa. 24:22; 1 Ped. 3:19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20:11-15); mas que os ímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo-lo previamente (Lucas 16:19-31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a ressurreição do corpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no inferno (Mat. 10:28). 12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA QUE OS QUE A NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA. A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em contraste com morte espiritual (João 5:24; Efe. 2:1; Col. 2:13; 1 João 3:14). A morte espiritual é escravidão íntima num estado de pecado e separação de Deus, no qual alguém está privado de vida espiritual divina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e comunhão com Deus . "A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo" (E. G. Robinson). E vida eterna é isenção da segunda morte. 13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER ALCANÇADO NÃO PROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA Rom. 2:7 e 1 Cor. 15:53 tem referência ao corpo. O corpo se descreve como sendo mortal, mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra é receber um corpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser afetado pela morte. Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito imortal. 14. A IMPUTAÇÃO DE IMORTALIDADE SÓ A DEUS (1 TIM. 6:16) NÃO QUER DIZER QUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTENCIA ETERNA. A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as partes do Seu Ser e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e independente. Ao passo que o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua imortalidade, tanto do espírito como do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente ao argumento de "dormentes dalma" sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer tempo? Se não, ele tinha existência imortal. 15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM QUE OS JUSTOS FALECIDOS SÃO INEXISTÊNTES. A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira passagem supra não pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2:2,11 assevera-se duas vezes que Elias foi recebido no céu. O sentido da afirmação de Cristo aqui, então, não pode ser mais do que ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele comunicados lá. A segunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente, que, entrementes, aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O seguiriam, porque nesse caso eles nunca podiam ir ao céu. 16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2:34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI ERA INEXISTÊNTE. Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Maria Madalena a respeito de Si mesmo (João 20:17). Cristo disse: "Ainda não subi a meu Pai". Mas o espírito de Cristo ascendera ao Pai (Lucas 23:43,46; Apoc. 2:7; 22:1,2). O significado então do enunciado de Pedro a respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido em corpo. 17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A INEXISTÊNCIA DOS MORTOS. A Escritura deve ser explicado pela Escritura. As revelações incompletas e indistintas do Velho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do Novo Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes ao estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores do Velho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitas vezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entender passagens tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles. 3:19,20; 9:10; Isa. 38:18. II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHOR Já aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por causa da clareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto. Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguintes passagens: "Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor... porém temos confiança e desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor" (2 Cor. 5:6-8). Assim, para os justos, estar ausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar na presença do Senhor. "Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo" (Fil. 1:23). Paulo não podia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui na terra, ou morrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é uma entrada à presença de Cristo. O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: "Hoje estarás comigo no paraíso". O paraíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4). Mais prova disto encontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2:7), e perto do trono de Deus (Apoc. 22:1,2). Pode ser, como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram à presença de Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa ser, as passagens supra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor através da morte. III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTE Está isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Respondem alguns que isto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o fato se estar nomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras parábolas. Mas suponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que propósito podia Ele ter tido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina um erro? Os que buscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero de sua teoria com uma semelhante miserável escapatória. Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no verso 7 de sua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve como "sofrendo (tempo presente) a vingança do fogo eterno". O lugar onde os ímpios estão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3:19). São criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados na eterna penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15). Isto é para ter logar no juízo do grande trono branco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados no fogo (Mat. 10:28). IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTE A noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém-se a primeira em: 1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO. "A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem com leves pecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida aos seus pecados estão detidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu" (O que a Bíblia protestante ensina sobre a Igreja Católica, Patterson). As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5:26; 12:32; 1 Cor. 3:13-15; Apoc. 21:27; 1 Ped. 3:19. Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a justificação e salvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não cobra pecados ao crente (Rom. 4:8; 8:33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais ainda, Heb. 9:27 implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o juízo. Estas passagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é uma invenção humana. Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do Purgatório: Mat. 5:26 é para ser manifestamente considerada como se referindo à prisão romana. Mat. 12:32 faz simplesmente "uma declaração forte e expandida" que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados possam ser perdoados no porvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta. Semelhante doutrina, se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta passagem proporciona. Em 1 Cor. 3:13-15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas nos dias de Cristo. Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem ocorrer no Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21:27 declara somente que os ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado do crente não tem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última passagem (1 Ped. 3:19) será estudada no próximo título. A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente em: 2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS. Baseia-se a crença em 1 Ped. 3:19,20. Esta forma da noção de provação depois da morte é diferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente incrédulos, ao passo que o ensino católico inclui somente crentes, como tendo provação. Segundo esta forma da doutrina de provação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se arrependerem e serem salvos depois da morte. Isto está discutido em extenso em What Happens After Death!(O Que Acontece Depois da Morte!) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados Americana. Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3:19,20, emprestam encorajamento a esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado somente aos que foram desobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas oito almas fossem mencionadas. E não pode insistir-se sobre o verbo "foi" como indicando que Jesus veio em contato pessoal com os espíritos em prisão. "Grande peso se tem dado a esta palavra em sustento da idéia que Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica necessariamente locomoção pessoal" (N. M. Williams, Comment. In loco). Acham-se em Gen. 11:5-7 e Efe. 2:17 casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal. Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas traduções comuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa-se em grego por um particípio aoristo sem o artigo, apiethesasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo pode ser traduzido atributivamente, isto é, como livremente equivalente a uma clausula relativa, contudo, isto é a exceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado predicativamente, exigindo uma clausula temporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a primeira clausula do v. 20 devera ser traduzida "quando primeiramente foram desobedientes", indicando que a pregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da desobediência e não dois mil anos depois. Pode ser perguntado porque a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da União Bíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa. Respondemos que isto, evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica da cristandade que tem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento está em toda parte oposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação aos ímpios falecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus, porque mesmo os pagãos sem o evangelho estão "sem desculpa" (Rom. 1:20). 1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação depois da morte, significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos. UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA A SEGUNDA VINDA DE CRISTO Havendo agora terminado nosso estudo do milênio, retrocederemos a considerar as coisas que o precederão imediatamente. A segunda vinda de Cristo tem sido a expectação coroante, a estrela dalva, do povo de Deus desde que a promessa de Sua vinda lhes foi comunicada. Ela os tem animado, fortalecido e encorajado nas horas mais escuras. Cristo e os apóstolos implantaram nos corações dos primeiros crentes o fato da vinda de Cristo e sua iminência como um motivo de vida piedosa e serviço fiel. Não permitiremos que nem as perversões de fanáticos, nem as negações de críticos, nem a controvérsia sobre minúcias da segunda vinda de Cristo nos afastem de um estudo cuidadoso da revelação de Deus a respeito dela, nem de uma adequada apreciação dela. I. O FATO DA VINDA DE CRISTO A segunda vinda de Cristo está: 1. PREDITA PELOS PROFETAS Isa. 11:1-11; Zac. 14:3-5; Judas 14. Muitas profecias do Velho Testamento, como a primeira aqui citada, referem-se tanto a primeira como à segunda vinda a terra. 2. ALUDIDA POR JOÃO BATISTA Lucas 3:3-6. A linguagem desta passagem não é inteiramente aplicável ao primeiro advento de Cristo. Como muita profecia, tem uma dupla aplicação. Vide Mal. 3:1 para uma profecia igual. 3. PROMETIDA POR CRISTO MESMO João 14:2,3. 4. DECLARADA PELOS ANJOS Atos 1:11. 5. ENSINADA PELOS APÓSTOLOS (1). Mateus 24:37, 42, 44. (2). Marcos 13:26. (3). Lucas 21:27. (4). João. I João 3:1-3. (5). Tiago 5:7. (6). Pedro. I Pedro 1:7, 13. (7). Paulo. 1 Tess. 4:15-17. (8). O Escritor aos Hebreus 9:28. (9). Judas 14. II. A NATUREZA DA VINDA DE CRISTO Havendo determinado o fato da vinda de Cristo, importante é conhecer sua natureza; porque, sem um conhecimento da natureza de Sua vinda, um conhecimento do fato é praticamente inútil. Necessário é, ao estudar da vinda de Cristo, considera-la primeiro negativo e então positivamente. 1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE A vinda de Cristo não é para ser: (1). Sucessiva, como na Morte. A idéia que a morte de alguém é para o tal a segunda vinda de Cristo, é a mais lavada necessidade à luz da Palavra de Deus. Não há aquela morte acompanhante que responde àquilo que a Bíblia revela como acompanhando a segunda vinda de Cristo. (2). Contínua, como na disseminação do cristianismo. O modernismo tê-la-ia que Cristo jamais voltará corporalmente a terra, mas, que Ele está "vindo tão depressa quanto Ele pode a este mundo" na disseminação do cristianismo. Os modernistas sustentam que Jesus pintou Sua volta em termos das concepções do povo, mas Ele não intencionou que Suas palavras fossem entendidas literalmente. Sem dúvida, uma semelhante noção esta pode ser sustentada somente por aqueles que negam a inspiração da Bíblia. Por essa razão, nós, que cremos na inspiração da Bíblia, não precisamos de notá-la seriamente. (3). Espiritual, como na: A. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes não foi em sentido algum à vinda de Cristo. Cristo disse que Ele mandaria o Espírito. B. A destruição de Jerusalém. Na destruição de Jerusalém, A. D. 70, tivemos um cumprimento típico do que está dito na Bíblia sobre a segunda vinda de Cristo, mormente que Sua vinda acompanhar-se-á por um outro cerco de Jerusalém. Vide Apoc. 16:12-21; 19:17-21; Zac. 13:8 a 14:3. A destruição de Jerusalém foi um tipo deste último cerco. Então, na destruição de Jerusalém, tivemos um cumprimento espiritual da promessa da vinda de Cristo, em que esta destruição deferiu o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder. Até à destruição de Jerusalém o cristianismo pareceu a muitos como um mero adjunto do judaísmo. Com a destruição de Jerusalém o cristianismo veio ao que era seu. Cremos que à luz destes fatos é que devemos entender Jesus quando Ele disse: "Alguns há, dos que aqui estão, que não gostarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no Seu reino." (Mat. 16:28). Vide também Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O mesmo é verdade, cremos das seguintes palavras também: "Não passará esta geração até que todas estas coisas sejam cumpridas." (Mat. 24:34). Vide também Marcos 13:30 e Lucas 21:32. Mas, na destruição de Jerusalém, não houve uma vinda atual de Cristo. E o fato que, após a destruição de Jerusalém, temos referências adicionais à Sua vinda como no futuro, faz isto indisputável. 2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE. A vinda de Cristo é para ser: (1). Corporal Atos 1:11. Sua ascensão foi corporal e o anjo prometeu que Sua volta seria da mesma maneira. Passagens outras que mostram que a vinda de Cristo é para ser corporal: Zac. 14:4,5; Mat. 25:31; João 14:3; Fil. 3:20; 2 Tess. 1:7-10; 2 Tim. 4:1; Tito 2:13; Heb. 9:28; Apoc. 19:11-21. (2). Visível Mat. 24:27. Todas as passagens supra implicam a visibilidade de Sua vinda; mas a passagem inda agora dada sob esta última epígrafe mostra que Sua vinda (em uma de suas fases) será incisivamente visível ao mundo inteiro. (3). Como um ladrão 1 Tess. 5:1-4. Esta passagem descreve Sua vinda como ela será para os ímpios, porém especifica que não é para ser assim aos justos. (4). Em glória e esplendor indescritíveis Mat. 16:27; 24:29,30; Mar. 8:38; Tito 2:13; Apoc. 19:11-16. (5). Duplicada A vinda de Cristo consistirá de duas fases. Notemo-las: A. A primeira fase. Esta fase será: (a). No ar. 1 Tes. 4:15-17. Não há sinal aqui de que Ele venha sobre a terra nesse tempo. (b). Para Seu povo. João 14:3. (c). Como um noivo. Mat. 25:1-10. O casamento e ceia dele (Apoc. 19:9) são típicos das bênçãos consumadas da salvação. Gente salva constitui a noiva (Apoc. 21:2-27). B. A segunda fase. Esta fase será: (a). A terra. Zac. 14:4; Mat. 25:31. (b). Com Seu povo. Zac. 14:5; Judas 14; Apoc. 19:14. (c). Como um destruidor. 2 Tess. 1:7-9; 2:8. (d). Como um juiz. Mat. 21:31-46. (e). Como um rei para conquistar e reinar. Zac. 14:9; Apoc. 19:11-16; 20:1-5. III. O TEMPO DA VINDA DE CRISTO Não nos referimos aqui à data de Sua vinda. O negócio de datar é a obra de charlatões religiosos. Temos referência somente à relação de Sua vinda com o tempo. O tempo da vinda de Cristo está representada na Escritura como: 1. DESCONHECIDO DE TODOS, EXCETO O PAI Mar. 13:32; Mat. 25:13. Agora o Filho, igual uma vez mais com o Pai, pode saber a hora; mas, na Sua carne, quando Ele considerou a igualdade com Deus, absoluta, não como coisa a ser usurpada (Fil. 2:6 ? V. R.), Ele não soube. Condição (João 14:28) não é natureza (João 10:30). 2. INCERTO AOS HOMENS Mat. 25:31. Sinais alguns foram dados bastante explícitos para que qualquer homem se assegure de que Jesus virá em qualquer tempo particular. 3. IMINENTE Ser iminente a vinda de Cristo queremos dizer que ela está "ameaçando de ocorrer a qualquer momento". O povo salvo deve sempre estar em vigilância e procurando-a. (Mat. 25:13; Tito 2:13). Ela está representada na Escritura como sendo o próximo evento dispensacional. Discutiremos isto mais depois. 4. QUANDO NÃO ESPERADO. Mat. 25:44,50; Luc. 12:40,46. 5. UM TEMPO DE FRIEZA ESPIRITUAL, SENSUALIDADE E IMPIEDADE. Luc. 18:8; 17:26-30; Mat. 24:12; 2 Tim. 3:1-5. Quando Cristo vier, Ele não achará um mundo convertido onde a justiça governa. IV. O PROPÓSITO DA VINDA DE CRISTO O propósito da vinda de Cristo será duplo porque terá que fazer com duas classes. Notemos este propósito como ele afeta: 1. OS JUSTOS Como a vinda de Cristo afeta os justos, é para o propósito de: (1). Levantar os mortos 1 Tess. 4:16. Não há indício que seja esta ressurreição não incluirá todos os mortos em Cristo. Não temos paciência com a noção que somente os mais fiéis aquinhoar-se-ão nesta ressurreição. Toda passagem que fala dela implica uma ressurreição total dos justos falecidos. Vide 1 Cor. 15:23; Apoc. 20:5,6. As palavras de Paulo em Fil. 3:11 são iguais a outros enunciados seus, e expressam sua preocupação em provar que ele estava verdadeiramente em Cristo. Vide 2 Ped. 1:10. (2). A transladação dos vivos 1 Cor. 15:51,52; 1 Tess. 4:17. Cremos também que isto incluirá todos os crentes na terra ao aparecimento de Cristo no ar. Não temos paciência com a teoria do "rapto parcial". Os que crêem em tal são aptos a responder que quem não crê num rapto parcial e ressurreição parcial dos salvos destroem o fundamento da responsabilidade cristã. Não destruímos o fundamento escriturístico disto; porém, seja como for estaremos mais preocupados em saber o que Deus revelou do que estamos em fazer nossas próprias teorias e explorá-las. E os que ensinam um rapto parcial e uma ressurreição parcial de crentes rebaixam o padrão da vida cristã muito além do nível escriturístico. A Palavra de Deus ensina que todo povo regenerado vence (1 João 4:5) e as bênçãos mais gradas se prometem a todos os vencedores. Cremos que os corpos glorificados dos santos serão como o corpo assunto de nosso Senhor (Fil. 3:21; 1 João 3:2). Evidentemente Jesus ascendeu num corpo visível e os anjos disseram que Ele voltará assim como Ele foi. E, quando Ele voltar, nós vamos ser como Ele é. O corpo glorificado, então, será um corpo visível aos olhos físicos, tanto como Cristo foi visível após Sua ressurreição. Mas esse corpo será sem pecado e corrupção. (3). O arrebatamento de todos os crentes 1 Tess. 4:17. Os vivos transladados e os mortos ressuscitados serão todos arrebatados a encontrarem o Senhor no ar. (4). O julgamento das obras dos crentes 1 Cor. 3:12-15; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:8. Os pecados dos crentes já foram julgados em Cristo. João 5:24; Rom. 8:1,33; 1 Cor. 11:32. Logo, nenhuma menção dos seus pecados deverá ser feita no julgamento. Não são mais imputados a ele (Rom. 4:8) e não são mais lembrados (Heb. 8:12). A idéia de alguns que os crentes serão argüidos no julgamento, a contar porque fizeram ou não fizeram isto e aquilo, desonra a morte de Cristo e nega a Palavra de Deus. Daremos conta a Deus, mas isto será feito em nossos próprios corações, sem uma acusação ou palavra de censura da parte de Cristo. Não há nada de penal sobre o julgamento para o cristão. 2 Cor. 5:10 não significa mais do que recebemos recompensa pela nossa fidelidade e sofrer detrimento pela nossa deslealdade. Graça e penalidade são mutuamente exclusivas. (5). O casamento de Cristo com a Igreja Mat. 25:1-10; Apoc. 19:7-9. No presente a igreja está somente esposada com Cristo como uma virgem casta (2 Cor. 11:2). O esponsal não terá lugar senão quando Cristo voltar. 2. OS ÍMPIOS Como a vinda de Cristo afeta os ímpios é para o propósito de: (1). Matar os vivos e lançá-los no inferno. Apoc. 19:19-21; Zac. 14:3-12; Jer. 25:15-33; Isa. 24:17-21; 26:20,21; 34:1,2. (2). Julgando-os por causa da maneira porque trataram Israel Mat. 25:41-46; Joel 3:2. Sua atitude para com Israel manifestará sua atitude para com Cristo por meio da incredulidade. A salvação daqueles vivos na terra à revelação de Cristo para reinar sobre a terra (o segundo período de Sua vinda) terá sido manifestada pelo seu tratamento dos arautos judaicos da cruz durante o período da grande tribulação. Destas coisas veremos mais agora. Estes não serão salvos por tratarem bondosamente a estes irmãos de Cristo, mas prognosticará assim sua atitude para com Cristo e daí sua salvação. (3). Levantando, finalmente, os mortos e lançando-os no lago de fogo Apoc. 20:12-15. Isto é para ter logar, não imediatamente depois da vinda de Cristo, mas no fim da pequena sasão durante a qual Satanás será solto depois do milênio. Os ímpios terão um corpo de ressurreição (Mat. 10:28), mas de sua natureza temos pouco sobre que basear nossa opinião. Será capaz de sofrer, mas será indestrutível e não será justo como será o corpo dos salvos. AS DUAS FASES DA VINDA DE CRISTO No capítulo precedente frisamos que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases. Também frisamos sucintamente alguns contrastes. Neste capítulo é para discutirmos esta matéria mais amplamente. Consideramos o fato das duas fases da vida de Cristo como a chave que é necessária para destrancar o sentido de muitas passagens da Escritura. Sem um reconhecimento deste fato as passagens que tratam deste grande evento são confusas. I. AS DUAS FASES CONTRASTADAS 1. A primeira fase será no ar (1 Tess. 4:15-17); a segunda será para ser na terra (Zac. 14:4). 2. A primeira fase de Sua vinda será para o Seu povo (Mat. 25:6-10; João 14:2); a segunda fase será com o Seu povo (Judas 14; Apoc. 17:14). 3. A primeira fase será Sua vinda como um noivo (Mat. 25:6-10); a segunda fase será Sua vinda como um rei para julgar e reinar (Sal. 96:13; Zac. 14:9; Mat. 25:31; Apoc. 19:15; 20:4). 4. Na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios (Mat. 25:6-10; 1 Tess. 4:15,17); na segunda fase os ímpios serão tirados dentre os justos (Mat. 13:40-42). 5. Na primeira fase os justos na terra encontrarão o Senhor no ar para irem para o céu com Ele (1 Tess. 4:17; João 14:2); na segunda fase eles simplesmente entram no reino aqui na terra (Mat. 13:43; 25:34). 6. Na primeira fase os incrédulos são meramente deixados na terra (Mat. 25:10-12); na segunda fase eles são destruídos e lançados no fogo eterno (Mat. 25:41,46). 7. Em conexão com a primeira fase haverá uma ressurreição dos justos (1 Tess. 4:15-17); em conexão com a segunda fase não haverá ressurreição específica (Mat. 25:31-46). 8. A primeira fase está sempre iminente (Marcos 13:35,36; Tiago 5:8; Apoc. 22:12); a segunda fase é para ser precedida de certas coisas definitas (Mat. 24:14-29; 2 Tess. 2:1-8). II. AS DUAS FASES SEPARADAS QUANTO AO TEMPO Mesmo uma consideração casual dos contrastes antecedentes mostra que as duas fases da vinda de Cristo não podem ocorrer simultaneamente ou em conexão aproximada. Mas notai estas evidências específicas que um período de tempo intervirá entre elas: 1. Desde que na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios e na segunda os ímpios serão tirados dentre os justos (vide § 4 acima), é impossível que as duas fases ocorram em conexão aproximada. Todos os justos serão retirados na primeira fase; logo, deve haver tempo suficiente entre a primeira e a segunda fase para alguém ser salvo. 2. Desde que na primeira fase de Cristo é para receber os Seus discípulos nas "muitas mansões" preparadas para eles no céu (João 14:2) e na segunda fase os justos na terra são para entrarem no reino sobre a terra (vide § 5 acima), é outra vez impossível que ambas as fases ocorram em conexão aproximada. Os que entram no reino na segunda fase devem ser salvos na primeira fase. 3. Desde que a primeira fase ocorra em qualquer tempo (tanto quanto o homem sabe) e a segunda fase deve ser precedida de eventos específicos (vide § 8 acima), elas não podem ocorrer em conexão aproximada. Uma é iminente, a outra não. Logo, uma deve estar bem longe da outra. 4. Deve haver tempo suficiente entre as duas fases para que o "Homem do Pecado" (2 Tess. 2:3) seja revelado e corra o seu curso. Ele não pode ser revelado até que o empecilho será removido do caminho (2 Tess. 2:6,7). O empecilho é o Espírito Santo residindo em toda a pessoa salva (1 Cor. 6:19). Que o Espírito Santo é o empecilho está provado pelo pronome pessoal que a Ele se aplica e também de duas maneiras pelo processo de eliminação. A única outra teoria digna de se considerar, e que tem sido adiantada, é que o governo romano era o empecilho; mas o governo romano foi tirado do caminho há uns quinze séculos e o "Homem do Pecado" ainda não foi revelado. Mas ainda, o governo romano não podia impedir a revelação de semelhante ser, como ele é representado, mas antes contribuiria para sua revelação. A remoção do caminho do Espírito Santo realizar-se-á quando Cristo tirar o Seu povo da terra, que será na primeira fase de Sua vinda. Tempo suficiente deve transcorrer, portanto, entre a primeira e a segunda fase para este monstro correr seu curso, porquanto ele é para ser destruído na segunda fase (2 Tess. 2:8). 5. Também deve haver tempo suficiente entre as duas fases para todos os eventos recordados em Apoc. 7 a 19. Esta seção da Escritura devera incluir o capítulo seis também, sem dúvida, mas podemos estar certos de que ela deve começar com o capítulo sete, pois que no capítulo sete temos a selagem dos servos de Deus na terra e só os judeus são selados. Isto mostra que a primeira fase da vinda de Cristo já teve logar; porque, doutra maneira, certamente estariam alguns gentios servos de Deus na terra. Os cento e quatro mil judeus mencionados como sendo selados neste capítulo são evidentemente aqueles que serão salvos imediatamente depois do aparecimento de Cristo no ar. E então, para confirmar esta idéia seguindo-se imediatamente o relato da selagem desses judeus, temos a multidão inumerável no céu (Apoc. 7:9). Estes, manifestamente, são aqueles que foram levantados da terra no aparecimento de Cristo no ar. Então a segunda fase da vinda de Cristo não aparece até atingirmos o capítulo 19 e há toda evidência de uma ordem cronológica geral. Assim os eventos dos capítulos do meio são para terem logar durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo. Nossos oponentes escarnecem da idéia de um período de tempo entre as duas fases da vinda de Cristo. Dizem que ensinamos que haverá duas vindas em vez de uma. Podem chamá-la o que quiserem. O Novo Testamento fala só de uma vinda, mas claramente revela que esta uma vinda consistirá de duas fases, separadas por um período de tempo. Preferimos crer o que ele ensina, desatendendo as perversões deles. III. A PRIMEIRA FASE DA VINDA DE CRISTO É IMINENTE Mostramos agora que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases e que estas fases são para se separarem por um período de tempo. Aqui nos encarregamos de provar que a primeira fase de Sua vinda é iminente. Notai que não estamos tentando provar que a vinda de Cristo para o julgamento e o reino é iminente. Tanto quanto sabemos, todas as profecias não cumpridas referentes a esta época (e há muitas), sem violência a elas ou a quaisquer outras Escrituras, podem ser cumpridas no ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo; mas não sabemos de nenhuma profecia que se deva cumprir antes de Cristo vir para Sua noiva. Webster define a palavra iminente como significando "ameaçando de ocorrer imediatamente; à mão; impendente". Sustentamos que este é exatamente o modo que Deus ensinou na Sua Palavra, que os crentes deveriam considerar a vinda do seu Senhor para recebê-los para Si mesmo. A Escritura ensina que este evento está sempre "à mão" e que os crentes, portanto, deveriam estar sempre na atitude de vigilante expectativa. Notai as seguintes passagens: 1. Marcos 13:35,36 ? "Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem, se à tarde, se à meia noite, se ao cantar do galo, se pela, manhã, para que não venha de improviso e vos ache dormindo." Thayer diz que o sentido de vigiar, nesta e parecidas passagens, é tomar cuidado, "sob a pena de por negligencia e indolência alguma calamidade destrutiva assaltar alguém." . Pode haver qualquer razão consciente para vigiar para um evento, a menos que, tanto quanto sabemos, aconteça agora?. 2. Tiago 5:8 ? "Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor apropinqua-se". A palavra grega para "está próxima" está no tempo mais que perfeito e quer dizer, segundo Thayer, "chegou perto, está à mão". Uma forma parecida da mesma palavra está dito por Thayer era usada "concernente coisas iminentes e prestes a acontecer". O verbo na passagem acima está traduzido "está a mão" nove vezes na versão do Rei Tiago. Mat. 26:46 fornece um bom exemplo do seu uso. 3. Apocalipse 22:12 ? "Eis que venho presto e o meu galardão está comigo para dar a todo homem segundo for sua obra". A palavra na passagem para rapidamente não significa repentinamente, como alguns a teriam, mas quer dizer "destro, expeditamente, sem demora" (Thayer). Boas mostras do seu uso podem ser achadas em Mat. 5:25; 28:7,8; Marc. 16:8; João 11:29. Na passagem supra à vinda de Cristo está falada como Deus a vê: mil anos são como um dia com Deus (1 Ped. 3:8). E está assim representada que o tempo dela pode ser incerto a crentes. Tanto quanto eles sabem, ela pode ocorrer a qualquer momento; logo, para eles é sempre iminente. Muitas passagens mostram o valor prático de uma crença na vinda iminente de Cristo. Proeminente entre elas está Tiago 5:8, como dada acima. Esta passagem mostra que uma crença na vinda de Cristo é um incentivo à paciência e fortaleza no meio de sofrimento e aflições. UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA O PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO Já vimos que a segunda vinda de Cristo consiste de duas fases e que estas duas fases devem ser separadas por um período de tempo. O autor apresentou sua crença em que este período de tempo será o tempo da futura grande tribulação. Suas razões para esta crença aparecerão no curso deste capítulo. Deveremos estudar este período sob as seguintes epígrafes: I. AS PASSAGENS QUE DESCREVEM ESTE PERÍODO A primeira passagem que desejamos observar é Mat. 24:21,22 e reza como segue: "E haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver; e, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias". Que estas palavras não podem ser totalmente referidas aos sofrimentos dos judeus ao tempo do sítio e destruição de Jerusalém por Tito, A. D. 70, está mostrado nos versos 29 a 31. Estes versos nos contam que imediatamente após a tribulação desses dias Cristo virá em poder e grande glória. Isto claramente se refere à segunda fase da vinda de Cristo. Nada do que atendeu ou resultou da destruição de Jerusalém pode satisfazer completamente a estes versos. Verdade é que, segundo o v. 34, a destruição de Jerusalém causou ou um cumprimento espiritual ou típico de tudo que está predito nesta parte do discurso. A destruição de Jerusalém vibrou o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder, como Jesus predissera (Mar.9:1; Mat. 16:28; Luc. 9:27). Foi isto um cumprimento espiritual de tudo quanto Cristo disse sobre Sua vinda neste capítulo. E o sítio de Jerusalém (A. D. 70) trouxe um cumprimento típico de tudo quanto Ele disse sobre Jerusalém neste capítulo. Mas o cumprimento literal daquilo que Cristo disse sobre Sua segunda vinda e o antítipo do cerco de Jerusalém ainda estão para vir. Nenhum crente na inspiração verbal pode achar na destruição de Jerusalém uma satisfação perfeita e completa da profecia deste capítulo. Sua referência final deve ser ao cerco final de Jerusalém na batalha de Armagedão (Apoc. 16:13-21; 19:11-21; Zac. 12:2-9; 14:1-7, 21-25 ), e a vinda pessoal e corporal do Senhor, como prometida em Atos 1:11. Mas em Apoc. 6 a 19 cremos ter uma descrição muito mais extensa e pormenorizada deste período. Tomamos estes capítulos como descritivos deste período pelas duas razões seguintes: 1. COMO VIMOS NO ÚLTIMO CAPÍTULO, TEMOS NO CAPÍTULO SÉTIMO A SELAGEM DOS SERVOS DE DEUS NA TESTA E SOMENTE OS JUDEUS SÃO SELADOS Isto mostra que todos os crentes gentios (e prévios crentes judaicos) foram arrebatados da terra e, portanto, que o rapto dos santos (que ocorrerá na primeira fase da vinda de Cristo ? 1 Tess. 4:15-17) já teve logar. Então a segunda fase da vinda de Cristo está claramente retratada em Apoc. 19:11-12. Portanto, tomamos a seção mediante do livro como descrevendo o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo e relacionamos o capítulo seis com este período porque consideramos os cavaleiros dos quatro cavalos (6:2-8) os mesmos como os quatro anjos (7:13) cuja obra está restringida até depois da selagem dos servos de Deus. 2. ENTÃO EM APOC. 7:14 TEMOS UMA REFERÊNCIA AO PERÍODO DA GRANDE TRIBULAÇÃO COMO ESTANDO EM PROGRESSO. Apoc. 7:14 reza: "Estes são os que saem da grande tribulação e lavaram os seus vestidos e os fizeram brancos no sangue do Cordeiro". Estas palavras foram faladas da multidão inumerável do v. 9. O original aqui é muito enfático. Diz literalmente: "Estes são os que estão saindo de tribulação, a grande". Não é só de tribulação em geral que se fala aqui: é uma tribulação definita e particular, a saber, a grande. O particípio presente neste verso, "estão saindo" mostra que a grande tribulação está em progresso. Assim assinamos esta seção do livro ao período da grande tribulação. II. A DURAÇÃO DESTE PERÍODO Nossa convicção é que este período será de sete anos em duração. Sustentamos esta convicção porque o tempo combinado de profetizar das duas testemunhas (Apoc. 11:3) e a carreira da besta (Apoc. 13:5) é, aproximadamente, de sete anos. Notai que as testemunhas devem profetizar por "mil duzentos e sessenta dias" (aproximadamente três anos e meio); então é para a besta levantar-se e matá-los (Apoc. 11:7) e continuar "quarenta e dois meses" (Apoc. 13:5). Nossa opinião é que as testemunhas principiarão a testificar logo depois do rapto e, desde que a besta deve ser destruída quando Cristo vier para julgar e guerrear (Apoc. 19:11-21; 2 Tess. 2:8), concluímos que a duração do período mediante é para se achar pelo método supra. Notar-se-á que tomará os mil, duzentos, e sessenta dias, com os quarenta e dois meses, literalmente. Fazemos isto em harmonia com a regra mencionada no nosso último capítulo. Não achamos razão para tomá-lo diferente quer nas passagens mesmas, ou no seu contexto, ou em qualquer outra passagem. Também sustentamos ser a grande tribulação de sete anos de duração porque a consideramos como sendo a semana de setenta semanas de Daniel (Dan. 9:27). III. OS HORRORES DESTE PERÍODO Este período é para ser o "dia" da ira de Deus. Durante este período o Deus, a quem pertence à vingança, vingar-se-á do tratamento que este mundo dispensou ao Seu Filho e aos Seus santos. Ele vingará completamente Seus eleitos (Luc. 18:7; Apoc. 6:9,10). Ele derramará os vasos de Sua ira até as últimas fezes amargas sobre esta terra amaldiçoada de pecado e entenebrecida pelo diabo. A terra será arrancada do diabo e o seu povo dado ao povo de Deus (Mat. 5:5). IV. SALVAR-SE-Á ALGUÉM DURANTE ESTE PERÍODO? É isto questão muito controvertida, mas nós inhesitantemente damos uma resposta afirmativa como opinião nossa. No capítulo onze, como já vimos, temos a menção das duas testemunhas de Deus. Como já afirmamos que cremos que estas duas testemunhas profetizarão durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo, cremos que elas pregarão o Evangelho e anunciarão o reino milenial, tanto como Cristo e os apóstolos pregaram o Evangelho e anunciaram o reino espiritual (o reino de Deus) e a fase temporal do reino do céu. Não podemos pensar em nenhuma outra mensagem que Deus teria para o mundo durante este período. E sustentamos que o cento e quarenta e quatro mil judeus de Apoc. 7 serão salvos imediatamente depois do princípio da grande tribulação. Então, por causa do tempo presente no v. 14, consideramos a multidão em Apoc. 7:9-17 como contendo alguns que são salvos durante este período, e que, tendo sido martirizados ou doutra maneira falecidos, são imediatamente arrebatados ao céu, um tanto segundo a mesma maneira como as duas testemunhas em Apoc. 11:7-12. Também tomamos as ovelhas no julgamento das nações (Mat. 24:31-46) como o povo que creu e foi salvo durante este período. Pode ser perguntado como o povo será salvo durante este período. Respondemos que serão salvos exatamente do mesmo modo como todos os outros o foram. Deus nunca teve e jamais terá senão um modo de salvação. Esse um modo é pela graça através da fé. "Mas", pode alguém dizer, "como pode alguém salvar-se depois que o Espírito Santo foi tirado do mundo?" A resposta é que serão salvos justamente como foram antes do dia de Pentecostes. Durante o período da grande tribulação o Espírito Santo terá acesso ao mundo tanto como Ele teve antes do dia de Pentecostes. O HOMEM DO PECADO Nos capítulos anteriores já tocamos algo no Homem do Pecado, mas agora viemos estudá-lo mais de perto. Antes de prosseguirmos, vire o estudante e leia as passagens seguintes: 2 Tess. 2:3-10; Apoc. 11:1-7,13; 16:13-16,17; 19:17-20; Dan. 7:8-27; 8:8-25. Estas duas últimas passagens têm referência a Antiôco Epifano, o tipo do Homem do Pecado. I. A IDENTIDADE DO HOMEM DO PECADO 1. É PARA SER UM INDIVÍDUO ATUAL Como afirmado antes, interpretamos qualquer passagem da Escritura literalmente, a menos que haja alguma coisa na passagem, ou no contexto, ou em alguma outra Escritura que indique um sentido figurativo. Não achamos nenhuma razão, absolutamente, para tomarmos a descrição do Homem do Pecado de outra maneira que não literalmente. Nenhuma instituição ou agência podia sentar-se no templo de Deus. Vide 2 Tess. 2:4. 2. ELE E A BESTA DO APOCALIPSE DEVEM SER O MESMO INDIVIDUO Sustentamos esta convicção pelas seguintes razões: (1). Ambos devem ocorrer os seus curso durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo Abaixo mostramos ser isto verdade do Homem do Pecado. E num capítulo anterior mostramos que a seção do livro em que se recorda a carreira da besta pertence a esse período. (2). Suas atividades são igualmente descritas 2 Tess. 2:4-10; Apoc. 13:6-8. (3). Ambos são para serem destruídos na vinda final de Cristo à terra. 2 Tess. 2:8; Apoc. 19:11-20 3. ELE É PARA SER UM REI MUNDANO COM ASSENTO DE PODER EM ROMA Vide Apoc. 17:1-11. Sustentamos os sete montes (v. 9) como as sete célebres colinas de Roma. Os cinco reis caídos, sustentamos ser Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia e Grécia. A que então era cremos que foi Roma pagã. A que ainda era para vir foi Roma "Cristã", ou o Santo Império Romano, assim chamado. Os primeiros seis reinos (o termo para reis significando tanto reis como reinos) culminaram no sétimo. A besta é para ser o oitavo rei e seu reino combinara todo o poder e malícia dos sete. A ferida mortal em uma das cabeças da besta (Apoc. 13:3) tomamos por representar a queda de Roma, A. D. 476. Referimos a cura da ferida ao restabelecimento do Império Romano com sua capital em Roma sob o reinado da besta. O mar do qual se vê surgir a besta (Apoc. 13:1; 17:1,15) tomamos por representar a massa da humanidade em ebulição, turbulenta, revolucionária, à qual serão os habitantes da terra pelo rapto dos santos. Não achamos fundamento satisfatório para sustentarmos que o Homem do Pecado será Judas reencarnado. Certo é que Deus não operaria ativamente semelhante reencarnação. E o diabo não tem o poder de operá-la. Ele pode possuir e dominar os homens, mas ele atualmente não pode encarnar-se nem reencarnar os seus falecidos seguidores. A base da noção que o Homem do Pecado será Judas reencarnado, o fato dele ter sido chamado "um diabo" (João 6:70), e "o filho da perdição" (João 17:12) e ter isso "para o seu próprio logar" (Atos 1:25), é insuficiente para estabelecer uma idéia tão radical. A esta e outras noções concernentes ao Homem do Pecado consideramos como fantasiosas. Nem há fundamento escriturístico para referir-se ao Homem do Pecado como o Anticristo em qualquer sentido exclusivo. Só João nas suas epístolas usa o termo, aplicando-o aos falsos mestres do seu dia que negavam humanidade de Cristo (1 João 2:18-22; 4:3,4; 2 João 7). E João disse que havia muitos deles no mundo. O prefixo "anti" pode significar contra ou em vez de. Não há evidencia de João o ter dado no último sentido: usou-o exclusivamente como aplicado àqueles que eram contra Cristo; aqueles que negavam que Jesus era o Cristo ( ). Não há evidência que os falsos mestres a que se referiu João tentaram estabelecer qualquer deles como o Cristo. O Homem do Pecado, será um anticristo, porém identificá-lo como "o Anticristo", num sentido exclusivo, e então tomar o prefixo para significar em vez de , inferindo que ele será um judeu e confundir-se-á com Cristo, está sem garantia. O Homem do Pecado sentar-se-á no templo e exigirá culto, mas ele podia fazer isso sem impor-se como o Messias. Como um tipo disto, Antiôco Epifano erigiu a estátua de Júpiter Olimpo sobre o altar da oferta queimada. Os sete precursores da besta ou do Homem do Pecado não eram judeus. Sustentamos que o Homem do Pecado será romano (italiano). II. O TEMPO DA SUA CARREIRA 1. É PARA SER REVELADO NO ÍNTERIM ENTRE AS DUAS FASES DA VINDA DE CRISTO Como já assinalamos previamente, nenhum indivíduo que cumpriu a descrição do Homem do Pecado ainda se revelou na terra. Pensam alguns que a linha papal é o Homem do Pecado, mas nenhum papa se sentou jamais no templo de Deus. O Vaticano não é o templo de Deus. O cristianismo apóstata não é o templo de Deus; pelo contrário, é a habitação de demônios (Apoc. 18:2). A revelação do Homem do Pecado está sendo agora impedida por algum indivíduo (2 Tess. 2:6,7). Cremos que este empecilho é o Espírito Santo habitando em todo verdadeiro crente (1 Cor. 6:19) e em toda a verdadeira igreja do Novo Testamento (1 Cor. 3:16). É a influência retentora do Espírito Santo, exercida através de crentes, que agora impede a revelação do Homem do Pecado. Assim os crentes são o sal da terra (Mat. 5:13). Retirar do caminho o empecilho, então significará a remoção do Espírito Santo da terra ( ). Isto requererá tirar da terra todo o verdadeiro crente. Desde que isto ocorrerá na primeira fase da vinda de Cristo (1 Tess. 4:15-17), a revelação do Homem do Pecado não se pode dar até depois da primeira fase da vinda de Cristo. E desde que ele é para ser consumido e destruído na segunda fase da vinda de Cristo (2 Tess. 2:8), ele deve ser revelado e deve ocorrer seu curso durante o ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo. 2. A DURAÇÃO DE SUA CARREIRA SERÁ DE QUARENTA E DOIS MESES Apoc. 13:5. É para ser revelado aí pelo meado do período da grande tribulação e para continuar através da última parte dele. Interpretamos os quarenta e dois meses literalmente porque isso parece mais conveniente em vista de todas as outras indicações de tempo. Três anos e meio respondem bem a "um tempo, tempos e metade de um tempo", durante o qual ele (evidentemente o homem do pecado tipificado em Daniel) "espalhará o poder do povo santo (os judeus)" (Dan. 7:25; 12:7), durante o qual a mulher (a quem tomamos por representar a nação judaica) é para habitar no deserto (Apoc. 12:14). III. SUAS ATIVIDADES 1. SENTAR-SE-Á NO TEMPLO, PRETENDENDO SER DEUS Vide 2 Tess. 2:4. O templo em que o Homem do Pecado se sentará é sem dúvida o templo judaico restaurado, o qual será o centro do culto durante o milênio. Toda igreja do Novo Testamento é um templo de Deus (1 Cor. 3:16). Mas isto não podia ser o que se quer dizer em 2 Tess. 2:4. Estar sentado numa igreja local não seria suficiente para satisfazer a ambição deste monstro de iniqüidade. E seguramente a Escritura indica uma exaltação mais ousada e extensível do que esta. A referência em 2 Tess. 2:4 não podia ser a um cristianismo apóstata, porque, como já observamos, um cristianismo apostata não é o templo de Deus; pelo contrário, é a habitação de demônios (Apoc. 18:2). A referência é certamente ao templo judaico que é para ser restaurado pelos judeus em Jerusalém algum tempo durante a grande tribulação no seu período. Isto, parece claro, é o templo que vem à vista em Apoc. 11:1,2. Não cremos que o Homem do Pecado se sentará pessoalmente no templo, mas será representado lá pela sua imagem (Apoc. 13:14-17). É assim que ele pretenderá ser Deus e não se impondo como o Messias. Se ele desejasse ser reconhecido como Messias, o senso comum proibiria a concessão de exigir adoração de sua imagem. 2. ELE FARÁ A INDUSTRIA PROSPERAR Dan. 8:25. Ele dará ao mundo o novíssimo de todos os "novos tráficos"; será um grande líder industrial. 3. ELE FARÁ MUITAS COISAS ARROGANTES Dan. 7:25; 8:10-12,23,24. 4. ELE SUSTENTARÁ A IGREJA CATÓLICA ROMANA E RECEBERÁ DELA PATROCÍNIO Apoc. 17:2-6. Tomamos a grande meretriz por representar a Igreja Católica Romana (Apoc. 17:1-7). Sua indumentária e ornamentos retratam a riqueza da Igreja Católica Romana. As abominações são suas doutrinas e práticas. A fornicação representa o seu adultério espiritual em estar esposada com o Papa em vez de com Cristo. As prostitutas das quais ela é a mãe são denominações protestantes. Ela estar "Bêbada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus" retrata sua perseguição contra verdadeiros crentes (particularmente batistas) através das idades médias e das trevas. De Apoc. 18:4 achamos que mesmo na hora exata de sua destruição ela terá alguns dos de Deus nela, como sem dúvida ela tem neste tempo. E o mandamento de Deus agora é o mesmo que será no fim: "Sai dela, povo meu, para não serdes participantes dos seus pecados e para que não recebais suas pragas". Dizemos que a besta sustentará a Igreja Católica Romana porque vemos, primeiro, a meretriz cavalgando a besta (Apoc. 17:1-12). Dizemos que a beta receberá o patrocínio da Igreja Católica Romana porque consideramos a segunda besta (Apoc. 14:11-17) como o Papa. Notai que esta segunda besta tem a aparência de um cordeiro. Representa isto a professada santidade do Papa. Notai também que, em contraste com a primeira besta, a segunda besta levantar-se-á da terra (Apoc. 13:11). A primeira besta erguer-se-á do (o mar) tumulto e revolução. A segunda terá uma fonte sólida, compacta, regulada, ? o sistema Católico Romano. 5. MAS, FINALMENTE, ELE E SEUS DEZ REIS VIRAR-SE-ÃO CONTRA A MÃE DAS PROSTITUTAS E A DESTRUIRÃO Apoc. 17:16,17. 6. ELE PERSEGUIRÁ OS JUDEUS Dan. 7:25; Apoc. 11:7; 13:7. Isto será ocasionado sem dúvida pela recusa dos judeus de se curvarem à sua autoridade e adorarem sua imagem. 7. FINALMENTE, ELE CONDUZIRÁ OS REIS DA TERRA E SEUS EXÉRCITOS CONTRA JERUSALÉM PARA A BATALHA DE ARMAGEDÃO Apoc. 16:13-16; 19:17-21. Consideramos o falso profeta mencionado nestas passagens como sendo idênticos com a segunda besta ? o Papa, que, após a destruição da Igreja Católica Romana, ficará em liga com a Besta. A batalha de Armagedão prenderá nossa atenção no capítulo seguinte. OS ESTADOS FINAIS DOS JUSTOS E DOS ÍMPIOS Neste capítulo preocupar-nos-emos com a locação e a condição tanto dos justos como dos ímpios na eternidade. E tanto quanto a ressurreição e o julgamento de ambas as classes estão envolvidos nos seus estados finais, escolhemos considerar estes assuntos neste capítulo também. I. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS 1. É PARA HAVER UMA RESSURREIÇÃO TANTO DOS JUSTOS COMO DOS ÍMPIOS Isto está ensinado em Daniel 12:2 iniludível e inegavelmente. 2. MAS AS DUAS CLASSES NÃO SÃO PARA RESSURGIREM JUNTAS (1). As Escrituras ensinam que haverá uma ressurreição separada dos justos. As passagens que ensinam isto calham em duas classes: A. Passagens que falam de uma ressurreição "dentre" os mortos. Há duas passagens tais: Luc. 20:35; Fil. 3:11. A primeira passagem reza: "Mas os que forem havidos por dignos de alcançar aquele mundo e A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, nem hão de casar, nem ser dados em casamento". Que este verso se refere a uma ressurreição em que só os justos falecidos participarão mostrado está de dois modos: (a). A frase "ressurreição dos mortos" é a mesma como aquela que está sempre usada para designar a ressurreição de Cristo (Atos 17:31; Rom. 1:4; 1 Cor. 15:20; 1 Ped. 1:3) e é manifestamente diferente no sentido da frase genérica "ressurreição dos mortos". A primeira frase não é nunca usada quando se alude tanto à ressurreição dos justos como à dos ímpios. Doutro lado da ressurreição de Cristo nunca se diz ser uma "ressurreição dos mortos". Ele foi ressurgido dentre os mortos e assim será com os justos segundo a passagem em foco. (b). Está este ensino confirmado pelo contexto da passagem. O verso em seguida ao em consideração conta-nos que aqueles que participam desta ressurreição não podem "morrer mais, porque são iguais aos anjos e são os filhos de Deus, sendo os filhos da ressurreição". O autor foi uma vez abordado com estes versos como um argumento contra a ressurreição os ímpios. Sua resposta tomou o jeito do atual tratado. Francamente, se ela crera numa ressurreição geral, totalmente perdido estivera para responder ao argumento. A segunda passagem acha Paulo dizendo: "Para ver se de alguma maneira posso chegar à RESSURREIÇÃO DOS MORTOS". (Fil. 3:11). A teoria de uma ressurreição geral torna estas palavras sem sentido. Certamente Paulo não teria precisado de se preocupar com participar de uma ressurreição geral, pois ele creu tenazmente na ressurreição tanto dos justos como de ímpios. Vide Atos 24:15. Também a linguagem aqui é muito forte, empregando o ex, tem exanastasin tem ek nekron, significando, quando completamente traduzido, "a ressurreição fora de, que é dentre os mortos". A linguagem não podia transmitir mais fortemente o sentido em que estamos aqui insistindo. B. Passagens que descrevem a ressurreição dos justos somente. Tais passagens acham-se em 1 Cor. 15:21-23; 1 Tess. 4:14-16. A primeira passagem aqui trata do assunto da ressurreição como se somente os justos serão ressuscitados (*). Isto é compreensível só sobre um fundamento e esse é que há uma ressurreição em que só os justos participam. A segunda passagem fala da ressurreição dos justos somente e não deixa logar na ocasião para a ressurreição dos ímpios. Os justos falecidos são para produzirem-se em corpos vivos transladados a encontrarem o Senhor no ar. Não há indicação que Cristo vem a terra nesse tempo, como seria necessário, se os ímpios falecidos fossem para ser levantados e julgados neste ponto. Apoc. 20:5,6 fala da "primeira" ressurreição, da qual só os justos participam. Nossos oponentes, sem dúvida, como já foi notado, buscam roubar a estes versos o seu sentido manifesto; mas note-se que a nossa interpretação deles ajusta-se exatamente ao sentido simples de outras passagens já citadas, ao passo que nossos oponentes devem tentar explicar cabalmente os versos sem amparo escriturístico específico. (2). As Escrituras também descrevem a ressurreição em que ninguém senão os ímpios figuram. A descrição a que se refere é achada em Apoc. 20:11-15. E notai que a afirmação de a "morte e o Hades foram lançados no lago de fogo" não pode significar menos que todos os ocupantes da morte e Hades foram neste tempo lançados no lago de fogo; implicando, distintamente, que os justos não se acharão entre os mortos na ocasião, tendo sido ressurgidos previamente. A presença do livro da vida neste julgamento não dá evidência que seja de qualquer escrito estar lá incluído. Estará lá como prova de que os ímpios não têm seus nomes nele. (3). As passagens em que se amparam nossos oponentes como ensinando uma ressurreição geral são inconclusivas e cedem às passagens já citadas sem sofrerem violência As passagens em que se amparam nossos oponentes são: Dan. 12:2; João 5:28,29; Atos 24:15. Nelas observamos: A. A associação de justos e injustos juntos na ressurreição não prova que eles serão ressurgidos simultaneamente. A Bíblia muitas vezes associa coisas parecidas que estão separadas quanto ao tempo. Como um caso a calhar podemos nos referir outra vez à citação de Cristo de Isa. 61:1, onde Ele se deteve no meio do verso porque a outra parte não tinha que ver com o Seu ministério corrente senão com o Seu segundo advento. Vide Lucas 4:18,19. Assim, num breve verso, temos um intervalo que se estendeu já por mais de mil novecentos anos. Outra vez, podemos citar Mal. 3:1-5 como se referindo a ambos os adventos de Cristo, não obstante sua separação quanto ao tempo. Como João A. Broadus aptamente diz, a purificação mencionada nesses versos não "significa simplesmente que Ele purificaria indivíduos por consumir o que neles estivesse defeituoso, mas Mal. 4:1-3 mostra-o significando que Ele purificaria a nação por consumir os indivíduos ímpios como restolho e então os verdadeiros justos da nação regozijar-se-iam e prosperariam". Assim a passagem não pode ser aplicada totalmente ao primeiro advento de Cristo. E mais ainda, em Mat. 3:11 João Batista associou o batismo "no Espírito Santo e no fogo", onde o verso seguinte mostra que o batismo em fogo não alude às línguas de fogo no Dia de Pentecostes, mas ao fogo do julgamento. Assim, mais uma vez duas coisas separadas por séculos são mencionadas juntas como se ocorressem no mesmo tempo. B. A tradução de Dan. 12:2 por Tregelles alivia completamente esta passagem de sua suposta alusão a uma ressurreição da geração ? "E muitos dentre os que dormem no pó da terra despertarão, estes que despertam, serão para a vida eterna; mas aqueles ? o resto dos que dormem, que não despertam neste tempo ? serão para vergonha e nojo eternos." C. João 5:28,29, pode ser entendido como se referindo a duas ressurreições tão facilmente como pode ser entendido como se referindo a uma. Estes versos mencionam "a ressurreição para a vida" e "a ressurreição para o julgamento". E o emprego de "honra" no verso 28 não pode ser insistido como provando simultaneamente, desde que a "hora" da ressurreição espiritual, mencionada no verso 25, cobre este tempo inteiro. "Hora", aqui, quer dizer simplesmente tempo ? o tempo está chegando, etc. Alvah Hovey observa muito justamente a respeito destes versos: "Se a ressurreição das duas classes aqui mencionadas terá logar ao mesmo, ou em tempos deferentes, é o que não está feito perfeitamente certo por esta linguagem; mas, se nada há noutros logares mais do Novo Testamento incoerente com a idéia que a ressurreição de ambos será no mesmo tempo, isto é, certamente, a interpretação mais obvia da linguagem aqui usada". Concordamos; mas insistimos, e cremos que temos mostrado, que há isso em o Novo Testamento que é incoerente com uma ressurreição geral. D. Interpretar Atos 24:15 como ensinando uma ressurreição geral é assentar a Paulo em variação consigo mesmo. Duas vezes ele descreve a ressurreição dos justos sem mencionar os ímpios. E uma vez ele fala do seu fervoroso desejo de "conseguir a ressurreição dos mortos" (Fil. 3:11), usando a linguagem mais forte possível para indicar que ele estava pensando numa ressurreição seletiva. 3. O TEMPO DA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS Em 1 Tes. 4:15-17 Paulo torna-o claro que os justos serão ressurgidos no tempo da aparição de Cristo no ar ? a primeira fase de Sua vinda; nesse tempo os santos vivos serão transladados e raptados também. Conquanto o mesmo escritor, em 1 Cor. 15:23, liga a ressurreição com a parousia ou segunda fase da vinda de Cristo, que se deve, cremos, ao fato de Paulo, segundo um costume escriturístico já aludido, associar juntas as duas fases da vinda do Salvador, não obstante sua separação no tempo. Á luz de outros exemplos tais associação, nenhum argumento se pode achar aqui contra nossa posição quanto à separação temporal das duas fases do segundo advento. Esta associação torna-se ainda mais natural se, como cremos, a primeira ressurreição for contínua, principiando com a aparência de Cristo no ar e continuando ao passo que os santos morrem por toda a grande tribulação e até ao milênio. Notai no Apoc. 11:11 a ressurreição das duas testemunhas após três dias. Notai também, como já foi apontado, que nenhum dos justos será achado no Hades ao tempo da ressurreição dos ímpios. Apoc. 20:14. II. O JULGAMENTO DOS VIVOS E DOS MORTOS Todos os homens comparecerão perante Cristo no julgamento de alguma maneira e nalgum tempo, porém nem todos da mesma maneira e no mesmo tempo. Notai: 1. O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS Mat. 25:31-46. Isto é para ter logar quando Cristo vier para reinar. Marcará o fim desta época ou era e o começo da era milenial. Haverá três classes presentes neste julgamento ? ovelhas, bodes e irmãos, mas somente ovelhas e bodes serão envolvidos no julgamento. Estes serão separados na base de como trataram os irmãos de Cristo, não na base de como se trataram mutuamente. A única idéia sensível é que estes irmãos de Cristo são judeus crentes, que pregarão o Evangelho durante o período da grande tribulação. De baixo da besta ninguém pode favorecer a estes missionários judeus, exceto em risco de morte e ninguém ousará faze-lo exceto crentes. Assim será possível fazer uma separação infalível nesta base; não que o bom tratamento dos judeus é o que salvará os gentios, mas antes o que indicará que estão salvos. As ovelhas aqui são aqueles que deverão ser salvos durante a grande tribulação. Este julgamento é manifestamente de nações como indivíduos e não no agregado. Uma nação como tal, aparte dos indivíduos que a compõem, não pode ser lançada no "fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (vs. 41). Para referência do Velho Testamento a este julgamento vide Joel 3:2,11a14. 2. O JULGAMENTO DA NAÇÃO JUDAICA. Acima apontamos que os "irmãos não são julgados com os gentios. Assim está implicado para eles um julgamento separado. A este julgamento as Escrituras fazem alusão definita. Vide Isa. 1:25,27,28; 4:4; Zac. 13:8,9; Mal. 3:3. Este julgamento terá logar em conexão com a conversão de Israel". 3. O JULGAMENTO DAS OBRAS DOS CRENTES GLORIFICADOS. Vide 2 Tim. 4:8; Fil. 2:16; 1 Ped. 5:4; Apoc. 22:12. Os pecados dos crentes já foram julgados. O crente não pode nunca entrar em condenação por eles. Mas suas obras serão julgadas. 1 Cor. 3:13-15. Nada há penal sobre este julgamento. O crente ou recebe recompensa ou perdas de acordo com o que ele fez e com a qualidade de sua obra. 4. O JULGAMENTO DOS PERDIDOS FALECIDOS. Apoc. 20:11-15. Isto terá logar no fim da pequena sasão durante a qual Satanás será solto em seguida ao milênio. Logo antes deste julgamento os ímpios na terra serão mortos. Apoc. 20:9. Então todos os ímpios, incluindo talvez aqueles julgados em Mat. 25:31-46, serão ressurgidos, julgados e lançados no lago de fogo. Tentem como puderem, nossos oponentes não podem indicar um simples indício de que isto é para ser um julgamento geral. Eles tentam identificar este julgamento com o descrito em Mat. 25:31-46, mas notemos: 5. CONTRASTES ENTRE ESTE JULGAMENTO E O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS EM MAT. 25. EM MATEUS 25:31-46 EM APOCALIPSE 20:11-15 1. Ninguém se menciona exceto 1. Ninguém se menciona exceto os vivos os mortos ressuscitados. 2. O juiz está explicitamente ligado com 2. Nenhuma menção é feita da segunda vinda de Cristo em conexão com o julgamento, imediata. 3. Não há indícios do milênio, nem 3. Está definitivamente afirmado mesmo qualquer logar perceptível que o julgamento vem ao cabo para um milênio de justiça precedendo da "pequena sasão", durante a este julgamento. qual Satanás é solto depois do milênio. 4. Nada se diz do julgamento de Satanás. 4. O julgamento e a perdição de Satanás estão claramente revelados. 5. A base do julgamento é o 5. Nenhuma menção está feita dos tratamento dispensado aos irmãos de Cristo. irmãos de Cristo. 6. Duas classes se distinguem: ovelhas 6. Nenhuma menção está feita de e bodes ? salvos e perdidos. quaisquer, exceto aqueles lançados no lago de fogo. Cada um destes contrastes ajusta-se belamente ao sistema pré milenial, ao passo que cada um deles está morto contra a idéia de nossos oponentes. Muitos deles eles os ignoraram. Uns poucos deles eles tentam descartar. Agora, que será dito da lógica daqueles que rejeitam uma idéia em que entram estes contrastes e depois adotam uma teoria que está em variação com cada um deles? Ainda mais, achamos que a besta e o falso profeta já estão no lago de fogo antes deste julgamento começar. Nossos oponentes não têm explicação para este fato, desde que a besta (sendo manifestamente a mesma que o homem do pecado) é para ser destruída na segunda vinda de Cristo. Se este julgamento ocorre na segunda vinda de Cristo, como explicar o fato de a besta e o falso profeta já estarem no lago de fogo? 6. PASSAGENS QUE SÃO TIDAS POR ENSINAREM UM JULGAMENTO GERAL. As passagens usadas como textos provas pelos advogados de um juízo geral, são: Mat. 7:22; João 5:28,29; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 14:10; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:1; 4:8; 2 Ped. 3:7; Apoc. 11:18. A respeito destas passagens observamos: (1). Mat. 7:22; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 2 Ped. 3:7 e Apoc. 1:18 todas se referem ao julgamento das nações como descrito em Mat. 25:31-46. Objeta-se que Rom. 2:9 menciona os judeus, nós respondemos que o julgamento dos judeus (nação) ocorrerá em íntima conexão com este julgamento, provavelmente logo antes ou logo depois. Ambos virão como uma parte do "dia da ira e revelação do juízo justo" de Deus. Se disser que Rom. 2:5 implica que o povo então vivo estaria no julgamento aludido, o que não será o caso segundo nossa idéia, respondemos que isto é na base do fato que a segunda vinda de Cristo é comumente representada como um evento que podia ocorrer durante essa geração. Notai em 1 Tess. 4:17 como Paulo usa "nós" em conexão com o aparecimento de Cristo. As palavras "o tempo dos mortos para que sejam julgados", em Apoc. 11:18 não significam que os ímpios falecidos serão ressurgidos e julgados nesse tempo referido. Este verso encontra sua simples explicação em Apoc. 6:10, onde as almas dos mártires debaixo do altar clamam "Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, não JULGAS E VINGAS NOSSO SANGUE NOS QUE MORAM NA TERRA?" Os mártires trucidados são para neste tempo serem julgados no sentido de serem vingados na ira de Deus sobre as nações da terra. (2). Quanto a João 5:28,29, já mostramos que esta passagem não é concludente em ensinar uma ressurreição geral. O mesmo, portanto, é verdade com referência a um julgamento geral. (3). Rom. 14:10; 2 Cor. 5:10 e 2 Tim. 4:1, cremos, podem ser adequadamente agrupadas juntas como ensinando que todos ? salvos e perdidos, vivos e mortos devem ser julgados, conforme dissemos em nossa declaração inicial sob a epígrafe de julgamento. Mas, nem essas passagens, nem outras quaisquer, ensinam que todos devem ser julgados no mesmo tempo e da mesma maneira. (4). 2 Tim. 4:8 refere-se ao julgamento das obras dos crentes. Já tratamos deste julgamento. É para vir, segundo esta passagem, no aparecimento de Cristo ? primeira fase de Sua vinda. III. A PUNIÇÃO FINAL DOS ÍMPIOS 1. SERÁ ETERNA. Mat. 25:41; Apoc. 14:11. O sentido pleno destas passagens é que a punição dos ímpios será sem fim. 2. CONSISTIRÁ DE SOFRIMENTO CONSCIENTE. Na última passagem a cima dada é nos dito que os ímpios "não terão descanso de dia nem de noite". Isso envolve sofrimento consciente. Alguns contendem que a punição final dos ímpios consistirá somente de aniquilamento. A passagem precedente nega isto. Não obstante, examinaremos os fundamentos desta contenção. São: (1). Malaquias 4:1-3 Esta passagem refere-se somente à destruição física dos ímpios logo prévia ao assentamento do reino milenial. Esta passagem, em substância, é paralela a Isa. 24:17-22, 26:20,21; 34:1,2; 66:15,16,24; Zac. 14:12-15; Mat. 25:41-46; 2 Ped. 3:7. Esta destruição terá logar em conexão com a batalha de Armagedon, mas aqui não há aniquilamento. Isto é claro de Isa. 24:22 e 66:24. (2). A descrição desta punição como a "segunda morte". A "segunda morte" corresponde à morte da raça de Adão e não a morte física. Por esta morte o homem foi incapacitado para a comunhão de Deus e trazido sob a ira de Deus, mas não foi posto além da esperança ou alcance de Deus. A "segunda morte" traz a execução da ira de Deus pela "continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo". (E. G. Robinson); um banimento completo da presença de Deus. Assim a "segunda morte" não implica inexistência mais do que o presente estado de morte espiritual do pecador. Marcos 9:48 mostra claramente que os ímpios no Geêna retêm existência consciente. "Salgados com fogo" pode significar que o fogo terá com o sal uma qualidade conservadora. (3). A declaração que os incrédulos devem perecer. Lucas 13:3; Atos 8:20; 1 Cor. 1:18. Mas, que este perecer não denota aniquilamento, está provado pelo fato que a palavra grega em Atos 8:20 é a mesma palavra usada para descrever a perdição da besta (Apoc. 17:8), e achamos que a besta ainda está no lago de fogo mil anos mais tarde (Apoc. 20:10). Um ser aniquilado não pode nunca estar em logar algum depois. A palavra grega nas outras duas passagens é a mesma palavra usada para "perdidos" em Mat. 10:6; Luc. 15:24; 19:10; 2 Cor. 4:3, onde aniquilação não pode ser o sentido. (4). A representação da punição final dos ímpios como destruição Rom. 9:22; 2 Tess. 1:9. A palavra grega em Rom. 9:22 é a mesma como perdição em Apoc. 17:8, que não expressa aniquilamento, como faz pouco apontamos acima. E a palavra grega em 2 Tess. 1:9 é a mesma usada para a destruição da natureza carnal em 1 Cor. 5:5; e sabemos que a natureza carnal não é aniquilada nesta vida. Finalmente, o fato que há de haver graus de punição, por causa do qual ela será "mais tolerável" para uns do que para outros (Mat. 11:20-24) mostra que a punição final do pecador não é aniquilamento, porque, num caso tal todos os pecadores sofreriam a mesma penalidade e seria tolice falar de aniquilamento como sendo mais tolerável para uns do que para outros. (5). A representação escriturística de imortalidade como algo a ser buscado pelo homem (Rom. 2:7), revelada pelo Evangelho (2 Tim. 1:10), é só conseguida na ressurreição dos justos (1 Cor. 15:53,54). Destes fatos se argue que os ímpios, não tendo conseguido a imortalidade por meio do Evangelho, cessam de existir na morte ou subseqüentemente. Mas a imortalidade nestas passagens, à luz de Marcos 9:48; Lucas 16:22 e Apoc. 14:11, não pode ser entendida como significando mera existência sem fim ou isenção de aniquilamento; antes quer dizer completa imortalidade, incluindo o corpo bem como a alma. De fato, isto é o único sentido em que o Novo Testamento usa a palavra. Ele nunca faz a imortalidade significar mera existência sem fim da alma. (Contudo a palavra inglesa tem este sentido e a palavra grega foi assim empregada no grego clássico). Logo, não há absolutamente força no argumento que o homem deve conseguir isenção do aniquilamento por meio do Evangelho e da ressurreição. 3. SERÁ DE ACORDO COM O SEU MERECIMENTO. Mat. 11:21-24; Luc. 12:47-48; Rom. 2:6,12; Apoc. 20:13. Estas passagens ensinam que haverá graus de punição baseada na luz possuída pelo indivíduo e segundo suas ações. IV. A BEM AVENTURANÇA FINAL DOS JUSTOS. Isto está descrito em Apoc. 21, onde se vê a Nova Jerusalém do céu para a nova terra. Os salvos formarão esta cidade celestial. Haverá para eles completa satisfação. Todo aborrecimento e causa de tristeza se acabam. À semelhança do seu Salvador os salvos aquentar-se-ão para sempre na luz solar do amor de Deus, adorando-O e servindo-O, regozijando-se na Sua comunhão e na de uns e outros. Talvez "glória" é aquela palavra que melhor descreve a felicidade dos justos. Vide Rom. 8:18; 2 Cor. 4:17; Col. 1:27; Heb. 2:10; 1 Ped. 5:1. Esta glória consistirá em ser "glorificados juntamente" com Cristo, aquinhoando-se igualmente com Ele de toda a Sua glória adquirida, isto é, a glória que Lhe será conferida por causa de Sua obediência aqui na terra e Sua obra redentora. Somos co-herdeiros com Ele da Sua glória. Vide Rom. 8:17.

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