domingo, 2 de março de 2014

SOTERIOLOGIA

SOTERIOLOGIA (A DOUTRINA DA SALVAÇÃO) SOTERIOLOGIA Do grego soteria + logos – Soteria = Salvação, Remédio – Logos = Palavra, Discurso, Doutrina A NATUREZA DA SALVAÇÃO O apóstolo Paulo não cessava de pedir uma iluminação do entendimento dos efésios para que pudessem saber: – Qual a esperança do seu chamamento. – Qual a riqueza da glória da sua herança nos santos. – Qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder (Ef 1.18-19). DOIS GRANDES EQUÍVOCOS 1º. EQUÍVOCO: Jesus não morreu no dia da expiação dos pecados. Poucos perceberam a importância da hora da morte de Jesus. Ele coordenou a mesma para que acontecesse no lugar e tempo certos: Em Jerusalém, no momento da Páscoa. Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra um profeta fora de Jerusalém. (Lc 13.33) A sua morte não aconteceu no dia da expiação, mas sim, coordenada com a festa da Páscoa. Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo 13.1) Quantos meses separam a festa da Expiação da festa da Páscoa? O dia da expiação acontece no mês de outubro e a festa da Páscoa no mês de abril. A Páscoa marcava o início do ano novo e uma nova vida para os israelitas. Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro mês do ano. (Ex 12.1-2) Qual a ênfase teológica das duas festas? A Páscoa realça a libertação do povo de Deus do reino das trevas e do poder do pecado, enquanto o dia de expiação realça a remissão dos pecados cometidos como povo de Deus. Veja como é grande a diferença entre as mensagens das duas festas. Jesus coordenou a hora de sua morte para destacar a libertação de seu povo do reino das trevas e do poder do pecado. Essa é a importância do estudo teológico! 2º. EQUÍVOCO: O Propósito do Sistema Sacrificial Um conceito errado do propósito do sistema sacrificial no Antigo Testamento. Este sistema não visava à obtenção da salvação para seu povo. Visava à manutenção de uma salvação já providenciada ou realizada. Isso torna claro que precisamos distinguir a salvação do perdão de pecados. – O perdão de pecados visa à manutenção da salvação, ou seja, o bom relacionamento entre Deus e seu povo. – O perdão de pecados pertence apenas ao povo de Deus, portanto não está disponível a ninguém que não esteja em um relacionamento correto com Deus por meio de Jesus Cristo. – Quem recebe um evangelho equivocado é programado para descansar espiritualmente, seguro do fato de que está livre para pecar porque Deus sempre perdoa os seus pecados. As nossas Igrejas estão cheias de crentes acomodados com o pecado. – Se Cristo nos livrou do poder do pecado, não devemos permanecer no pecado para que a graça abunde. Quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (I Jo 3.8) DOIS GRANDES LIVRAMENTOS A idéia de salvação é livramento, libertação. Noé foi salvo do dilúvio, Ló do fogo e enxofre de Sodoma e o povo de Deus da escravidão no Egito. O Êxodo é o padrão da obra salvífica de Deus. A Páscoa seu memorial. Por este motivo, Jesus fez coincidir sua morte com isso. Moisés e Elias discutiram isso com Jesus, o Êxodo que ele havia de cumprir em Jerusalém. Enquanto ele orava, mudou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa tornou-se branca e resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória, e falavam da sua partida que estava para cumprir-se em Jerusalém. (Lc 9.29-31) Por trás da palavra “partida” está escondida o grego “êxodo”, e embutido nesta palavra está todo o conceito teológico da obra de Jesus. JESUS VEIO COMO LIBERTADOR DO POVO DE DEUS, E EFETUOU DOIS GRANDES LIVRAMENTOS. 1) LIVRAMENTO: Livramento da Ira de Deus Em qualquer tratamento da salvação, somos antes criminosos que vítimas. Por isso a importância do sangue do cordeiro pascal como meio de evitar a ira de Deus. Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Rm 5.9) – O episódio do sangue nos umbrais das portas para escapar da ira de Deus. – Percebemos que Deus havia de libertar seu povo da escravidão, mas ai daquele que não aceitava ser liberto. Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários. (Hb 10.26-27) 2) LIVRAMENTO: Do reino das Trevas O povo não foi liberto apenas da escravidão no Egito, foi liberto do próprio império egípcio! Este é o retrato da nossa salvação: Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor. (Cl 1.13) Faraó tentou em vão impedir a saída do povo de Deus, mas o povo atravessou em segurança e Deus enterrou os inimigos no mar. Séculos depois, o Filho de Deus invadiu o reino das Trevas, noticiando: Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). Expulsou os demônios e estendeu seus braços sobre a cruz do Calvário, abrindo uma passagem para sairmos do império das Trevas. Crucificado em fraqueza, mas ressuscitado em poder. Hoje ele vive eternamente para fazer intercessão pelo seu povo e tem nas mãos as chaves da morte e do inferno (Ap 1.18). 3) DOIS GRANDES PROBLEMAS Uma vez salvo, o cristão precisa enfrentar dois grandes problemas: a tendência ao legalismo e a tendência ao antinomianismo. LEGALISMO O legalismo leva o crente a pensar que a sua situação espiritual não é tão séria assim. Ele age querendo se justificar diante de Deus, em vez de perceber que precisa da justiça de Deus. Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam. (Is 64.6) Características do legalista – Confia em si mesmo – Considera-se justo – Despreza os outros – Gosta de orar, mas faz da mesma um exercício de orgulho – Reclama dos pecados dos outros – Enaltece-se a si mesmo ANTINOMIANISMO Significa o oposto do legalismo. Na reação contra o legalismo, o antinomianismo é uma ameaça real. Ao invés do nada pode entra o tudo pode! Salvos pela graça, há sempre o perigo de desprezar a importância de uma conformidade com a lei de Deus. Veja o que Paulo escreveu contra o antinomianismo: Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? (Rm 6.1). E ele mesmo responde que o cristão: Não pode: porque está unido com Cristo (6.1-2). Paulo está raciocinando. Não precisa: porque o domínio do pecado foi quebrado pela graça (6.12-14). Paulo está apelando. Não permite: porque irá readmitir o pecado como mestre (6.15-19). Paulo está comandando. Não persista: (no pecado) porque irá acabar em desastre (6.20-23). Paulo está advertindo. Deus não nos ajuda de acordo com nossos méritos, e sim de acordo com as nossas necessidades. – Debaixo da lei, o povo precisava merecer o favor de Deus. – Debaixo da graça, Deus vem ao encontro das nossas carências, principalmente nossa carência moral e ética. CONCLUSÃO Vimos aqui a natureza da salvação. Descobrimos dois equívocos em relação à ênfase teológica da mesma: 1º. Que a salvação é um ato de libertação. 2º. Que o perdão de pecados visa à manutenção da nossa salvação. Os dois livramentos de que trata a salvação são: 1º. Livramento da Ira de Deus. 2º. Livramento do reino das trevas. Finalmente, consideramos os dois grandes problemas associados à vida cristã: Legalismo e Antinomianismo. Nas aulas anteriores descobrimos que salvação é muito mais do que o perdão de pecados. Jesus quis destacar o aspecto de libertação, muito mais que perdão. Por esse motivo ele coordenou sua morte com a Páscoa ao invés da expiação. A DOUTRINA DA ELEIÇÃO É a doutrina mais polêmica da Teologia Sistemática. Seus conceitos são: (Rm 8.28-31) – Preordenação: segundo o seu propósito. – Presciência: de antemão conheceu. – Predestinação: predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho. – Convocação: a esses também chamou. – Justificação: a esses também justificou. – Preservação: a esses também glorificou. ADMITINDO A POLÊMICA A Bíblia revela muitas verdades que aparentemente se contradizem, mas que na verdade, se complementam. Devemos considerar como diz Paulo em Rm 11.22, a bondade e a severidade de Deus. PREORDENAÇÃO A grande questão é se a salvação é providenciada para: – Todos – Alguns que Deus decidiu salvar – Todos aqueles que crêem Na eleição, Deus decidiu salvar aqueles que aceitarem seu Filho e a salvação oferecida. Na predestinação, Ele determinou eficazmente cumprir esse propósito. (Thiessen) PRESCIÊNCIA Calvino cria que Deus relacionou-se com alguns desde a eternidade, e Armínio que Deus sabia desde a eternidade quem iria responder positivamente ao Evangelho. PREDESTINAÇÃO A polêmica tem vários aspectos. – Se a predestinação é para salvação ou para ministério. (servo do Senhor) – Se a predestinação é individual ou geral. (João e Maria predestinados p/ serem salvos, mesmo que não queiram?) – Se a predestinação é dupla ou simples. 1) Dupla: uns foram predestinados p/ a vida eterna e outros p/ a perdição eterna. 2) Simples: alguns predestinados p/ a vida eterna e os demais abandonados à justiça de Deus e ao castigo de seus pecados. CONVOCAÇÃO – A chamada é para salvação ou para serviço. – A chamada é resistível ou irresistível? – Justificação: A fé é proveniente de uma resposta positiva do homem, ou é um dom de Deus? – Preservação: Deus garante a glorificação dos eleitos a despeito de qualquer coisa que fizerem, ou a glorificação depende da obediência individual? UMA DOUTRINA POSITIVA A doutrina da eleição é polêmica, mas positiva: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Rm 8.28) As duas orientações principais do cristianismo são o calvinismo, que destaca a soberania de Deus, e o arminianismo, que destaca a soberania do homem. DEMONSTRADA PELA INTERFACE DO AMOR Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. (Rm 8.37) Nós temos desvinculado a doutrina da eleição do amor de Deus. Ao contrário, a ênfase tem sido a justiça e a soberania de Deus. Observemos o papel do amor na eleição: O texto de Rm 8.28 destaca o amor para Deus, enquanto que Rm 8.37 destaca o amor de Deus. O que descobrimos é que a verdade Bíblica, de um lado nos empurra a soberania de Deus, e do outro à responsabilidade humana. UMA DOUTRINA PRAGMÁTICA: A doutrina da eleição nos conduz para a história de Israel em Rm 9.11. Lá descobrimos que: – Israel foi eleito para receber os privilégios. (Rm 9.4-5) – A eleição não sobrepujou a sua vontade como nação. (Rm 10.21) – Apenas um remanescente aproveitará as bênçãos da eleição. (Rm 11.5) – A eleição não é uma garantia incondicional de salvação. (Rm 11.22) CONCLUSÃO Esta é uma doutrina controvertida e que gera muita polêmica. Paulo destaca o amor para Deus, e depois que fomos amados por Deus. MEDITAÇÃO FINAL – Os eleitos serão tentados, mas não enganados por falsos milagres. (Mt 24.24) – Deus não recebe acusações contra os seus eleitos. (Rm 8.33) – Os eleitos não andam nus. (Cl 3.12) – O obreiro deve estar disposto a sofrer por causa dos eleitos. (II Tm 2.10) – Somos eleitos. (I Pe 1.2) – Com Cristo os eleitos vencerão o inimigo. (Ap 17.14) CONVERSÃO Uma mudança não só de aparência, mas de substância, é uma mudança interna e não externa. A NECESSIDADE DE CONVERSÃO A mensagem da Bíblia é que todos precisam se converter e que ninguém se converte sem arrependimento e fé. ARREPENDIMENTO O verbo grego é (meta,noian) que significa mudança de mente, pensamento, conceito ou padrão. Podemos afirmar que o arrependimento faz parte da vontade de Deus. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. (2ª Pedro 3:9) DUAS FACES DO ARREPENDIMENTO Negativamente é uma insatisfação com a conduta anterior. Não é simplesmente uma insatisfação com o resultado da conduta anterior porque isso seria apenas remorso. Positivamente envolve uma decisão de não continuar errado. Implica necessariamente em auto-humilhação. Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. (Lc 15: 18-19) O arrependimento tem três elementos: O elemento intelectual, o elemento emocional e o elemento volitivo. OS MEIOS DE ARREPENDIMENTO De um lado o arrependimento é uma obra de Deus (At 11:18). Do outro lado somos seus agentes de arrependimento mediante a pregação do Evangelho. Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2:38) Vejamos várias causas do arrependimento: Milagres (Mt 11.21), a pregação (Mt 12.41), a disciplina (2ª Tm 2.25), a bondade de Deus (Rm 2.4), a correção do Senhor (Ap 3.19) e uma nova visão de Deus (Jó 42.506). VOCÊ E O ARREPENDIMENTO (Salmo 51) Você se arrependeu quando passou a estar disposto a: – Compensar o prejuízo – Viver uma vida mais nobre – Romper com as amizades prejudiciais – Estar chocado com a sua própria passividade e perceber os resultados desastrosos – Ter saudade de quem te corrige – Zelar para ver as coisas endireitadas O PAPEL DA FÉ NA CONVERSÃO De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. (Hb 11.6) O LADO INTELECTUAL DA FÉ Existem três tipos de fé: Fé lógica, fé soteriológica e fé pneumatológica. – A fé lógica é aquela baseada na experiência humana: entrar em um elevador, pegar um ônibus, usar um telefone, etc. – A fé soteriológica é aquela que viabiliza a salvação. Ela é dom de Deus, mas está disponível a todos. – A fé pneumatológica é a fé distribuída pelo Espírito Santo como dom espiritual. Nem todos têm acesso a esse dom. O LADO EMOCIONAL DA FÉ Ela é uma certeza que invade o coração e expulsa o desânimo. (1º Sm 17.45) O LADO VOLITIVO DA FÉ A fé nunca é passiva. Pela fé Jesus estendeu seus braços sobre a cruz e as portas do inferno ruíram. Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta. (Tg 2.26) A REGENERAÇÃO É o lado divino da conversão. Ela produz a nova vida que buscamos no processo de arrependimento. Não há nada que o homem possa fazer para se regenerar, mas, quando o pecador se arrepende dos seus pecados, quando ele crê no Evangelho, quando ele se converte dos seus maus caminhos e busca a Deus, ai é que entra a regeneração. O NOVO NASCIMENTO PRODUZ UMA NOVA VIDA A Bíblia ensina que uma vez nascida de novo, a pessoa muda por completo. Baseado na história de Nicodemos pode afirmar ser possível o homem ser um respeitado membro da igreja sem ter nascido de novo. Algumas características básicas dos regenerados: Vence a tentação: Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus (1ª Jo 3.9). Ama a Deus, a seus irmãos, a seus inimigos, a Palavra de Deus, etc.: Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (1ª Jo 4.8) Busca as coisas do alto: Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. (Cl 3.1) AGENTES DA REGENERAÇÃO A vontade de Deus Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (Jo 1.13) A obra de Cristo Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. (1ª Jo 2.29) A Palavra de Deus Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. (1ª Pe 1.23) Os ministros da Palavra Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. (1ª Co 4.15) O Espírito Santo Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, (Tt 3.5) A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO AS VERDADES BÁSICAS DA JUSTIFICAÇÃO – Justificação é uma decisão judicial que Deus tomou desde a eternidade quando planejou a nossa redenção. – Somos justificados dos nossos pecados uma única vez, quando rompemos nossa solidariedade com Adão em favor de Jesus Cristo. – Pela justificação todo novo cristão é isento de toda a culpa de todos os pecados cometidos antes da sua conversão a Cristo. – Todos os cristãos foram igualmente justificados em Cristo. – Pecados cometidos quando somos cristãos não são justificáveis. NOSSA SITUAÇÃO ANTES DA NOSSA CONVERSÃO A CRISTO Quem não está em Cristo, vive debaixo da ira de Deus e já está julgado: Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (Jo 3.18). O princípio do julgamento: Cada um segundo o seu procedimento: ...que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento (Rm 2.6). O padrão do julgamento: A lei de Deus ou a consciência de quem não tem a lei. (Rm 2.12-15). As provas do julgamento: Os segredos dos homens: ...no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, há de julgar os segredos dos homens, segundo o meu evangelho (Rm 2.16). O problema do julgamento: Ninguém será justificado pela lei (Rm 3.20). A JUSTIFICAÇÃO DOS ARREPENDIDOS: SUA BASE BÍBLICA O fundamento da justificação: A graça de Deus Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.24). A base da justificação: A morte de Jesus Cristo Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira (Rm 5.9). COMO É POSSÍVEL PARA DEUS JUSTIFICAR OS ÍMPIOS SEM PERVERTER A SUA JUSTIÇA? A justiça de Deus x A graça de Deus Ninguém pode se justificar diante de Deus, porque todos são pecadores. São dois os motivos para nossa absolvição no tribunal de Deus: 1. Nosso relacionamento com adão Somos pecadores porque pecamos, ou pecamos porque somos pecadores? A evidência bíblica sugere o último caso: Pecamos porque somos pecadores! – Assim como o cachorro late porque é cachorro, o ser humano peca porque é pecador. – Assim como ninguém precisa ensinar o cachorro a latir, ninguém precisa ensinar o ser humano a pecar. É uma questão de natureza! Tal não era o caso com Adão e Eva. – Enquanto Adão começou a sua vida com uma natureza pura, nós começamos com uma natureza impura, caída, depravada. Deus nos justifica com base na nossa total impossibilidade de fazê-lo. 2. O nosso relacionamento com Cristo Jesus Cristo, o último Adão entrou neste mundo sem a deficiência de uma natureza pecaminosa e viveu toda a sua vida retamente diante de Deus e dos homens. Baseado neste fato, Deus se predispõe a absolver todos os pecadores de todos os seus pecados oriundos do seu relacionamento doentio com Adão. A prova seria a sinceridade da pessoa quando esta diz não concordar com a rebelião de Adão. Damos evidência dessa sinceridade quando revogamos oficial e publicamente, a procuração que Adão exerceu ilicitamente em nosso nome (arrependimento). – É como se uma pessoa publicasse no Diário Oficial não ser responsável, a partir daquele momento, por dívidas contraídas em seu nome por outra pessoa. A nossa justificação depende da nossa decisão de rejeitarmos a nossa filiação com Adão e buscarmos filiação em Jesus, o último Adão. Deus nos justifica dos velhos pecados e nos dá uma nova natureza. E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo (II Co 5.17). JUSTIFICAÇÃO NOS ESCRITOS DE PAULO Para Paulo justificação é o ato fundamental de benção da parte de Deus porque ela nos salva do passado e nos assegura do futuro. – De um lado significa o cancelamento das nossas dívidas contraídas em Adão. – Do outro, significa aceitação, uma nova filiação, e uma herança em Cristo. (Rm 8.31-35) A importância da fé Não é a fé que providencia a justificação, mas é a fé que alcança a promessa desta justificação. Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça (Rm 4.3) Enquanto Paulo salienta a importância da fé como meio de alcançar a justificação, Tiago enfatiza que essa fé precisa produzir frutos coerentes na vida da pessoa, ou seja, obras dignas de um justificado. CONCLUSÃO Quando Deus perdoa nossos pecados, o pecado consta como uma culpa real, mas Deus nos livra do castigo do mesmo. Na justificação, Deus declara que somos justos. As ofensas são canceladas, e recebemos uma certidão de Nada Consta. SANTIFICAÇÃO Definição: A terminologia bíblica nos aponta duas direções. Exclusividade e pureza. Exclusividade Alguma coisa é tida como santa quando é dedicada a um uso restrito, ou seja, é separada para determinado fim. Ex: Os utensílios do culto no AT foram santificados. Eram iguais aos utensílios usados pelos israelitas em casa. A diferença é que foram separados para o uso exclusivo no culto. Ungirás também o altar do holocausto, e todos os seus utensílios, e santificarás o altar; e o altar será santíssimo. (Ex 40.10) Tanto o altar como os utensílios foram ungidos para demonstrar exclusividade. Pureza: É uma introdução à natureza moral implícita na santificação humana. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. (Sl 24.3-4) Percebeu a ligação entre santo lugar com mãos limpas e pureza de coração? O que não é santificação – A santidade não nos converte em anjos, mas nos faz plenamente humanos. – As vestes e costumes não têm nenhum poder contra a sensualidade. – A santidade não elimina a nossa sexualidade. Foi Deus, não o diabo quem inventou o sexo. – Uma pessoa santificada não é uma pessoa assexuada. Digno de Honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros. (Hb 13.4) Santificação definida positivamente Santificação tem tudo a ver com saúde, separação e serviço. O modelo da nossa santificação é Jesus e não João Batista. Porquanto veio João, o Batista, não comendo pão nem bebendo vinho, e dizeis: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. (Lc 7.33-34) A santificação é evidenciada não por costumes diferentes, mas por uma qualidade de vida diferente. Santificação: uma perspectiva objetiva e subjetiva Perspectiva objetiva: Segundo o conceito bíblico do AT, todos os animais eram ou animais limpos, ou animais imundos. Assim como o porco sempre será um animal imundo e a ovelha um animal limpo, um cristão regenerado é sempre santificado e um não cristão é sempre profano. - Santificação objetiva é aquela que depende da natureza. Perspectiva subjetiva: O que dizer se a ovelha cair num lamaçal ou alguém der um banho no porco? Teremos um animal limpo que é imundo, e um animal imundo que é limpo. Da mesma forma algumas pessoas salvas estão sujas, enquanto outras pessoas perdidas estão limpas. ...à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados¹ em Cristo Jesus, chamados para serem santos², com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. (I Co 1.2) 1. Aos santificados: aqueles que estão em Cristo (santificação objetiva). 2. Chamados para ser santos: pesa sobre eles a obrigação de manter-se limpos (santificação subjetiva). Santificação externa: A que pode ser vista nas doutrinas de usos e costumes. A ênfase é sobre cabelo, roupa, comportamento. Os fariseus estavam preocupados com essas coisas. Santificação interna: Diferentemente dos fariseus, Jesus estava pouco preocupado com as coisas externas, e sim com as internas. - A santificação interna é aquela que é operada dentro de nós pelo Espírito Santo, a Palavra de Deus e a presença de Cristo. Santificação: uma realidade imediata e progressiva Quando é que a santificação ocorre? Na igreja de Corinto havia todo tipo de pecado: Divisões, imoralidade, litígio, glutonaria e bebedeiras e ainda falsa doutrina. Mas eles foram santificados, como explicar isso? Santificação: Uma parceria divina e humana Uma parceria humana: O cristão precisa assumir responsabilidade para sua vida e fazer progresso na santificação. Do outro lado, relembramos a experiência de Paulo em Romanos 7 onde ele encarou sua própria falência espiritual. Uma obra divina: A idéia e o desenho da arca eram divinos. Deus poderia ter criado a arca com uma simples palavra, mas não o fez. Noé, de posse da revelação de Deus, começou a trabalhar. UNIÃO COM CRISTO Salvação não é apenas questão de uma obra de cristo, mas também de um relacionamento vital com ele. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. (1Co 15.22) REPRESENTAÇÕES FIGURATIVAS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO: A união do edifício e seu alicerce Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito. (Ef 2.20-22) A união entre o marido e a esposa Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. (2Co 11.2) A união da figueira e seus ramos Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15.5) União entre os membros e a cabeça do corpo Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. (1Co 6.15) DECLARAÇÕES DIRETAS ACERCA DESSA UNIÃO O crente está em Cristo Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. (Rm 8.9-10) O crente tem vida através de sua união com Cristo Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. (Jo 6.56-57) O Pai e o Filho habitam no crente Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. (Jo 14.23) Conseqüências desta união com cristo Efetua uma mudança na afeição dominante da alma. Faz com que a pessoa se torne uma nova criatura no sentido de que as tendências dominantes que eram pecaminosas se transformem em tendências santificadoras. Esta mudança é chamada REGENERAÇÃO. Efetua um novo exercício dos poderes da alma em arrependimento e fé. A esta ação chamamos CONVERSÃO. É o lado humano da regeneração. A união com Cristo traz ao crente uma nova posição legal. O crente recebe a posição legal de cristo. Esta nova posição é o resultado da JUSTIFICAÇÃO. Garante ao crente um acesso contínuo ao poder transformador da vida de Cristo. O efeito deste poder é chamado SANTIFICAÇÃO, que é o lado humano da perseverança. O processo da nossa união com Cristo Etapas ou elementos da nossa união com Cristo:  Mortos  Sepultados  Ressuscitados  Transformados União com Cristo e a segurança de salvação. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. (Jo 10.28) Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? (Is 43.13) Saímos de Cristo apenas por meio da apostasia mediante a qual renunciamos a Cristo como nosso Salvador e Mediador. O Pecado: – O pecado envergonha o nome de Jesus. – Traz escândalo sobre a Igreja e o Evangelho. – Abre o caminho para a apostasia.

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