quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A CONVERSÃO DE PEDRO

A CONVERSÃO DE PEDRO TEXTO: Lucas – 22: 31 a 34 31. Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; 32. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. 33. E ele lhe disse: Senhor; estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. 34. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces. 1) INTRODUÇÃO Esta mensagem tocará sua vida e mudará seu modo de agir e pensar sobre você mesmo. Então abra seu coração para que seja tocado. Eu precisava preparar uma mensagem para ser ministrada na noite de Santa Ceia. Então fui me curvar aos pés do Senhor e suplicar para que me revelasse algo que pudesse alimentar a igreja naquela noite tão importante. Assim deus me deu esta mensagem de A CONVERSAO DE PEDRO. Esta mensagem mostrará o óbvio, mas que às vezes não vemos, talvez por fraquezas, talvez por pecado, ou talvez por falsidade, será notório que ao terminar de ler esta mensagem você, cristão ou não, terá uma certeza, de que necessitamos de uma conversão legítima, embora tenha preparado esta mensagem para a igreja, podemos reparar que na vida ela é verídica. Para tanto gostaria que você pudesse dar liberdade ao Espírito Santo lhe tocasse no coração, e que assim você pudesse se alimentar da boa palavra do Senhor. 2) QUEM FOI O APÓSTOLO PEDRO As principais fontes de informação sobre sua vida são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), onde aparece com destaque em todas as narrativas evangélicas, os Atos dos Apóstolos, as epístolas de Paulo e as duas epístolas do próprio apóstolo. Filho de Jonas e irmão do apóstolo André, seu nome original era Simão e na época de seu encontro com Cristo morava em Cafarnaum, com a família da mulher (Lc 4,38-39). Pescador, tal como os apóstolos Tiago e João; trabalhava com o irmão e o pai e foi apresentado a Jesus por seu irmão, em Betânia, onde tinha ido conhecer o Cristo, por indicação de João Batista. No primeiro encontro Jesus o chamou de Cefas, que significava pedra, em aramaico, determinando, assim, ser ele o apóstolo escolhido para liderar os primeiros propagadores da fé cristã pelo mundo. Convertido, despontou como líder dos doze apóstolos, foi o primeiro a perceber em Jesus o filho de Deus. Junto com seu irmão e os irmãos Tiago e João Evangelista. Também fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando dos mais importantes milagres do Mestre sobre a terra. Teve, também, seus momentos controvertidos, como quando usou a espada para defender Jesus e na passagem da tripla negação, e de consagração, pois foi a ele que Cristo apareceu pela primeira vez depois de ressuscitar. Após a Ascensão, presidiu a assembléia dos apóstolos que escolheu Matias para substituir Judas Iscariotes, fez seu primeiro sermão no dia de Pentecostes e peregrinou por várias cidades. Fundou as linhas apostólicas de Antióquia e Síria (as mais antigas sucessões do Cristianismo, precedendo as de Roma em vários anos) que sobrevivem em várias ortodoxias Sírias. Encontrou-se com São Paulo, ou Paulo de Tarso, em Jerusalém, e apoiou a iniciativa deste, de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos rituais de iniciação judaica. Após esse encontro, foi preso por ordem do rei Agripa I, encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde passou a viver. Ali fundou e presidiu à comunidade cristã, base da Igreja Católica Romana, e, por isso, segundo a tradição, foi executado por ordem de Nero. Conta-se, também, que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer na mesma posição de Cristo. 3) POR QUE PEDRO NÃO ERA CONVERTIDO Quando meditava na passagem em epígrafe, vi que algo muito me tocou o coração. Foi quando Jesus de forma direta menciona que Pedro não era convertido. Bem sabermos que conversão é mudança de direção, e isso em nossa vida cristã, significa que ao nos convertermos à vida cristã devemos mudar de direção seguindo a verdade que é Jesus Cristo, e isso dever ser com totalidade de coração, ou então não houve conversão de vida. Porém em um dos últimos diálogos de Jesus com seus amigos Ele nos revela que Pedro ainda não estava convertido. Mas como isso seria possível? Um homem que andou com Jesus e se não bastasse foi o único em toda a história que andou sobre as águas como Jesus! Foi testemunha de muitos milagres! Foi um dos três que viu Jesus transfigurado no monte Tabor! Teve sua sogra curada milagrosamente! E em nome de Jesus realizou milagres, curou enfermos e expulsou demônios! Mesmo assim Pedro ainda não havia se convertido por inteiro (leia a minha mensagem A ESPADA DE PEDRO). Hoje vemos muitas pessoas que carregam a bíblia, conhecem a bíblia, usam gravatas, não falam palavrões, e chegam a nos enganar com sua aparência e até fazem milagres em nome de Jesus, e isso me assusta. E como pregador tenho pedido para que meu Senhor me ajude a ser um verdadeiro convertido, pois não quero chegar no dia do juízo final e ouvir: “apartai-vos de mim malditos. Pois Eu não vos conheço” Mas voltando a Pedro, isso nos chama a atenção para os cristãos de hoje. Minha pergunta é: Quantos de nós somos verdadeiramente convertidos? Por que Pedro mesmo tendo sido alguém que teve tanta experiência com Jesus, não estava convertido às palavras de Jesus? Talvez naquele momento Pedro tenha dito ou tentado lembrar Jesus de tudo quanto tinha feito e de todo a sua experiência no ministério. Então eu te digo uma coisa, a experiência ministerial não faz de uma pessoa credenciada a ser considerada convertida ao Senhor Jesus. Os vinte anos de carteira de pastor, não significam que é um convertido. E é por isso que muitas igrejas estão cheias de pessoas doentes (leia a mensagem DOENÇAS ESPIRITUAIS). 4) OS NÃO CONVERTIDOS DA IGREJA Então após uma conversa íntima com meu Senhor Jesus, percebi que mesmo sendo quem era, Pedro ainda praticava coisas que no momento que devesse se mostrar convertido, ele acaba por mostrar que ainda precisava de mudança de vida. Essa condição ainda persegue a igreja de hoje. Pessoas pensam que por serem mais ricas, ou terem parentesco com pastores, devem ocupar cargos e sempre subir em tribunas, mas na verdade ainda não se converteram. Baseado nas palavras de Jesus que sendo homem era Deus e sendo Deus era homem, ou seja, ele tinha duas naturezas, a natureza de baixo e a natureza de cima, e nas atitudes de Pedro, veremos que precisamos crescer todos os dias. PRIMEIRA CARACTERÍSTICA DE UM NÃO CONVERTIDO “ELES SEMPRE SEGUEM JESUS DE LONGE” – vr 54 No versículo 54, vemos que a bíblia cita eu Pedro seguia Jesus de longe. Assim ainda são muitas pessoas na igreja de hoje. Não querem se envolver com as coisas do reino. Preferem seguir de longe, pois assim não terão compromissos com a igreja, com o pastor, com os irmãos. Estes se sentem confortáveis apenas dando seus dízimos, ou levando um quilo de alimento, ou mesmo fazendo uma boa ação ao pastor ou a igreja. A estes eu chamo de hipócritas e ignorantes. Pessoas que nunca entraram no céu preparado por Jesus, talvez podem até não irem para o inferno, mas com certeza também não entrarão nas delícias de estar junto a Deus. Então me recordo de Jesus dizendo que aquele que se faz amigo do mundo, se torna inimigo de Deus, e quem não deixar pai e mãe, não é digno dEle. SEGUNDA CARACTERÍSTICA DE UM NÃO CONVERTIDO “ELES SE ASSENTAM NA FOGUEIRA JUNTO COM IMPÍOS” – vr 55 Neste versículo vemos outra atitude de alguém que não é convertido. Pedro mesmo sendo um cristão ainda estava cometendo um erro fundamental para que se achava amigo de Jesus, um convertido que saiu do mundo perdido para um herdeiro da vida eterna com Jesus, ele ainda se assentava na fogueira dos pecadores. Hoje ainda muitos daqueles que são aspirantes a moradores da cidade eterna se assentam na fogueira da impiedade, buscando um pouco de calor em dias que a benção parece demorar, se esquecendo que Deus sempre chega na hora certa e acabam por não terem a paciência de esperar o momento da benção. As melhores companhias estão na igreja, pois quando Pedro vai até a fogueira daquelas pessoas ele acaba por se revelar um não converitodo. Agora me recordo do salmista (Salmo 1) dizendo que nós não devemos nos contaminar com as coisas desse mundo. TERCEIRA CARACTERÍSTICA DE UM NÃO CONVERTIDO “ELES NÃO TEM IDENTIDADE” – vr 56 Este versículo nos mostra que após seguir de longe, não se envolvendo com o problema de Jesus, e depois se assentado na fogueira se juntando com pessoas desse mundo. Pedro agora se vê sem identidade, pois aqui vemos que uma mulher se aproxima de Pedro e olhando para ele, e a isso entendo que realmente Pedro era diferente. Ela percebe suas vestes, seus trejeitos, sua aparência e diz que ele era um dos que seguia a Jesus, mas Pedro agora nega a sua identidade. Ele se esqueceu que era? Ou Pedro ainda não sabia quem realmente era? Parece que vejo a igreja de hoje. Onde muitos ainda estão dentro da igreja mas na verdade mesmo não querendo assumirem a verdade, ainda não possuem a identidade de um cristão verdadeiro, ou seja, aqueles que ouvirão Jesus os chamar de “benditos de meu pai”. Então vejo que mais uma vez o meu Jesus está certo quando diz que o pastor conhece as suas ovelhas e consequentemente as ovelhas conhecem seu pastor. A CONVERSSÃO DE PEDRO Agora veremos quando Pedro se converteu. Eu entendo que a conversão de Pedro se deu em três etapas para que se desfizessem as outras três atitudes negativas tomadas por ele, quando nos itens acima. Embora estas três etapas já me vêem a mente como mais três novas mensagens a serem levadas à igreja eu quero me conter e lhes mostrarem a verdade que me foi revelada. A PRIMEIRA ETAPA Quando Jesus ressuscita, e as mulheres estavam lá, Jesus agora ressurreto 1iz a Maria Madalena que voltasse e avisasse seus discípulos (Marcos 16:7 a 8), frisando que Pedro deveria ser o mais ciente 07-Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse. Quando Jesus nos chama e a Ele damos ouvidos, isso nos tira da situação de segui-lo de longe e estaremos onde Ele estiver. SEGUNDA ETAPA Mais a frente vemos Jesus se encontrar com Pedro (João 21:1 a 18) a beira do mar de Tiberíades, e lhe perguntar por três vezes: Pedro, tu me amas? 17 - Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: SENHOR, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Quando damos ouvidos aos mandamentos de Jesus e reconhecemos que devemos amá-lo acima de tudo, então deixamos de estarmos na fogueira junto com pessoas que não professam a mesma fé que a nossa. E somente nos sentimos aquecidos nos braços de Jesus. TERCEIRA ETAPA Agora Jesus vai embora e diz para Pedro ficar em Jerusalém até que do alto eles fosse revestidos de poder (Lucas-24:49). Assim Pedro obedece e logo vem do alto a promessa que se chama ESPÍRITO SANTO (Atos-2:1 a 3). Agora Pedro está cheio de algo que se chama poder, e este poder o dará uma condição de estar convertido de fato. Então quando Pedro agora cheio do Espírito Santo, ele sai e prega a palavra de Deus e logo mais de três mil pessoas se convertem (Atos-2:41) e passam verdadeiramente pelas três etapas de conversão naquele momento,pois deram ouvidos a boa palavra de Deus -De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas," (Atos 2 : 41) Somente o Espírito Santo pode nos credenciar a ser um autêntico cristão convertido, fiel e obediente ao Senhor Jesus Cristo. 5) CONCLUSÃO Eu sou um homem que a mim foi confiado pastorear uma igreja e assim tenho credenciais para pregar esta palavra, mas gostaria que esta mensagem percorresse o mundo, para que outros pregassem e outros ouvissem. Agora Depois dessa palavra eu quero lhe pedir que se converta realmente ao Senhor Jesus Cristo e viva uma vida de inteira fidelidade e obediência as palavras do Senhor, tendo a virtude do Espírito Santo de Deus. DEUS É FIEL. JOSÉ ROBÉRIO OLIVEIRA No entanto, também Pedro, vez após vez, falou fora de propósito ou irrefletidamente, necessitando que Jesus o corrigisse. Nunca Pedro reclamou nestas ocasiões, mas aceitou humildemente a correção, o que contribui ainda mais para sentirmos certa afinidade com ele. Assim, quando Jesus disse aos seus apóstolos o que o aguardava, que ele sofreria muitas coisas, seria morto e ressuscitado no terceiro dia dentre os mortos, o bem-intencionado Pedro levou-o à parte e o censurou, dizendo: “Sê benigno contigo mesmo, Senhor; não terás absolutamente tal destino.” Sim, tinha boas intenções, mas quão enganado estava! Estava tão enganado, que Jesus achou necessário dizer-lhe: “Para trás de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não tens os pensamentos de Deus, mas os de homens.” (Mat. 16:21-23) Novamente, quantas vezes nós temos sido bem-intencionados, apenas para descobrir que foi uma bondade mal aplicada! Em outra ocasião, Pedro quis saber sobre quantas vezes devia perdoar a seu irmão. Precisava perdoar: “Até sete vezes?” Jesus corrigiu-o: “Eu não te digo: Até sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.” Quão fácil é para nós reconhecermos como Pedro deve ter-se sentido, especialmente quando alguém achegado repetidas vezes transgride contra nós! — Mat. 18:21, 22. Certa vez, Jesus sentiu a perda de força, por meio da qual certa mulher foi curada, por causa de sua fé. Por isso, Jesus perguntou: “Quem foi que me tocou?” Pedro subentendeu nisso uma repreensão de Jesus, dizendo: “Preceptor, as multidões te rodeiam e apertam.” Em outras palavras: ‘Jesus, que pergunta tola a fazer!’ Mas, Jesus corrigiu Pedro, dizendo-lhe, na realidade: ‘Eu sei de que estou falando!’ Daí, a mulher se deu a conhecer, após o que Jesus lhe disse: “Filha, a tua fé te fez ficar boa; vai em paz.” Não era Pedro às vezes como nós, levantando uma objeção por não conhecermos todos os fatos? — Luc. 8:43-48. De modo similar, Pedro falou fora de propósito quando Jesus, depois de celebrar a última páscoa com seus apóstolos, começou a lavar-lhes os pés. Pedro vira Jesus lavar e enxugar os pés de alguns dos outros. Portanto, Pedro disse a Jesus: “Certamente nunca lavarás os meus pés.” De fato, Jesus teve de admoestá-lo duas vezes nesta ocasião. Pedro era bem-intencionado, mas estava enganado. — João 13:5-10. Naquela mesma noite, Pedro falou outra vez de modo irrefletido. Jesus disse aos seus apóstolos que todos eles tropeçariam naquela noite. Pedro, porém, sentiu-se tão seguro de sua lealdade ao seu Amo, que não suportou a idéia de que ele pudesse abandonar seu Amo. Outros sim, mas não ele! Quando Jesus acrescentou que Pedro até mesmo o repudiaria três vezes, este se expressou de modo ainda mais forte: “Mesmo que eu tenha de morrer contigo, de modo algum te repudiarei.” — Mat. 26:31-35. Contudo, Pedro havia de aprender de sua própria fraqueza. Sem dúvida, se tivesse sido levado perante um juiz e inquirido sobre Jesus, ele teria atuado de maneira excelente. Mas, o que aconteceu foi bem inesperado. Nove dos apóstolos haviam fugido. Apenas João e Pedro haviam seguido Jesus até o pátio do sumo sacerdote, e ali lhe disse uma serva: “Tu também estavas com Jesus, o galileu!” Outros, por sua vez, também o acusavam. A situação, a ocasião, quem o disse e mui provavelmente como o disseram, tudo se juntou para pegar Pedro desprevenido, induzindo-o não só a negar seu Amo três vezes, mas até a jurar: “Não conheço este homem!” Logo depois, o galo cantou. Tudo acontecera assim como Jesus havia predito. Naquele mesmo instante, conta-nos Lucas: “O Senhor voltou-se e olhou para Pedro.” Pedro “saiu e chorou amargamente”. Não havia argumentos da sua parte, nem desculpas, mas apenas arrependimento humilde e contrito. Certamente, todos os que já choraram com amargura, por causa de uma séria transgressão, sentem afinidade com Pedro e podem reconhecer como ele se deve ter sentido na ocasião. — Luc. 22:61, 62; Mat. 26:69-75. DA SILVA O apóstolo Pedro é um dos personagens mais importantes no Novo Testamento. Sua personalidade rara é digna de nota, e seus escritos inspirados dão grandes lições aos cristãos hodiernos. Quantas bênçãos os doze apóstolos usufruíram ao acompanharem seu Senhor e Amo! Ouviram-no expor os princípios justos de Deus, como no seu Sermão do Monte, escutaram-no explicar as suas parábolas, viram-no refutar seus opositores religiosos e criticá-los severamente por sua hipocrisia santimoniosa. E observarem então Jesus, dia após dia, curar os doentes, sarar os coxos, fazer os cegos ver e até mesmo ressuscitar os mortos — quão grande era seu privilégio! O registro inspirado sobre Jesus e seus apóstolos não contém biografias completas dos doze apóstolos. Tudo o que sabemos deles são apenas alguns fatos ou algumas caraterísticas notáveis. Por exemplo, Natanael era israelita “em quem não [havia] fraude”. (João 1:47) Mateus destaca-se por ter sido cobrador de impostos, o que, incidentalmente, apenas a sua narrativa revela. A caraterística de Tomé deu origem à expressão “incrédulo Tomé”. E João é bem conhecido como o apóstolo pelo qual Jesus nutria afeição especial. Pedro, porém, é a exceção. Suas palavras, suas ações e sua personalidade vêm repetidas vezes à nossa atenção, nas narrativas evangélicas. Para começar, Pedro é mencionado por nome mais vezes do que todos os outros juntos, acima de 180 vezes. Além disso, quando ele é mencionado junto com outros, seu nome sempre aparece primeiro; e é assim, mesmo que todos os outros, ou apenas três, dois ou um deles, sejam mencionados por nome. Sem dúvida, há bons motivos para isso. Os Evangelhos indicam que Pedro era muito mais franco no falar do que quaisquer dos outros, e também que era muitas vezes o porta-voz dos seus companheiros. Pedro é mencionado nas Escrituras de cinco maneiras diferentes. Seu nome “Pedro” (que só ele tem) foi-lhe dado pelo seu Senhor, e significa “pedra, pedaço de rocha”. “Simeão” (em hebraico), “Simão” (em grego), tem o significado de “audição”. (Gên. 29:33) Ele é também chamado “Cefas”, equivalente semítico de “Pedro”, e muitas vezes aparece a combinação “Simão Pedro”. O pai de Pedro chamava-se João (Jonas). Pedro era da aldeia ou cidade pesqueira de Betsaida, no litoral do Mar da Galiléia. Foi no alto vale do rio Jordão que seu irmão André, discípulo de João Batista, apresentou Jesus a Pedro como o Messias. Foi nesta ocasião que Jesus deu a Simão o nome de Pedro, e daquele tempo em diante era discípulo ou seguidor de Jesus. — João 1:35-42. O apóstolo João era filho de Zebedeu e Salomé (veja Mt 27:55, 56; Mr 15:40), e irmão do apóstolo Tiago — provavelmente o irmão mais moço de Tiago, visto que Tiago geralmente é mencionado primeiro quando os dois são citados. (Mt 10:2; Mr 3:14, 16, 17; Lu 6:14; 8:51; 9:28; At 1:13) Zebedeu casou-se com Salomé, da casa de Davi, possivelmente uma irmã carnal de Maria, mãe de Jesus. I. Formação. A família de João parecia gozar de uma situação relativamente boa. Seu pai, Zebedeu, empregava homens no seu negócio de pesca, em que era sócio de Simão. (Mr 1:19, 20; Lu 5:9, 10) A esposa de Zebedeu, Salomé, achava-se entre as mulheres que acompanhavam e ministravam a Jesus, quando ele estava na Galiléia (veja Mt 27:55, 56; Mr 15:40, 41), e ela tomou parte em trazer aromas, a fim de preparar o corpo de Jesus para o enterro. (Mr 16:1) João, evidentemente, tinha sua própria casa. — Jo 19:26, 27. Zebedeu e Salomé eram hebreus fiéis, e a evidência mostra que criaram João no ensino das Escrituras. Entende-se geralmente que ele tenha sido o discípulo de João, o Batizador, que estava com André quando João lhes anunciou: “Eis o Cordeiro de Deus!” Sua pronta aceitação de Jesus como o Cristo revela que tinha conhecimento das Escrituras Hebraicas. (Jo 1:35, 36, 40-42) Embora nunca se declare que Zebedeu se tornou discípulo, quer de João, o Batizador, quer de Cristo, parece que ele não fez nenhuma objeção a que seus dois filhos se tornassem pregadores de tempo integral com Jesus. Quando João, junto com Pedro, foi conduzido perante os governantes judeus, eles foram considerados “indoutos e comuns”. Isto não significava, porém, que não tivessem nenhuma instrução, nem que não soubessem ler e escrever, mas significava que não tinham recebido sua formação nas escolas rabínicas. Declara-se, ao invés, que “começaram a reconhecer a respeito deles que costumavam estar com Jesus”. — At 4:13. II. Torna-se Discípulo de Cristo. Depois de ser apresentado a Jesus, o Cristo, no outono de 29 EC, João, sem dúvida, seguiu Jesus à Galiléia e foi testemunha ocular do primeiro milagre dele em Caná. (Jo 2:1-11) Talvez acompanhasse Jesus da Galiléia até Jerusalém, e, de novo, no seu retorno à Galiléia através de Samaria; pois a qualidade vívida do seu relato parece marcá-lo como testemunha ocular dos eventos descritos. No entanto, o registro não declara isto. (Jo 2-5) Sem embargo, João só abandonou seu negócio de pesca algum tempo depois de ter conhecido Jesus. No ano seguinte, quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia, Tiago e João estavam no barco com seu pai, Zebedeu, consertando suas redes. Ele os convocou para a obra de tempo integral de “pescadores de homens”, e o relato de Lucas nos informa: “Trouxeram assim os barcos de volta à terra, abandonaram tudo e o seguiram.” (Mt 4:18-22; Lu 5:10, 11; Mr 1:19, 20) Mais tarde, foram escolhidos para ser apóstolos do Senhor Jesus Cristo. — Mt 10:2-4. João era um dos três mais intimamente associados com Jesus. Pedro, Tiago e João foram levados ao monte da transfiguração. (Mt 17:1, 2; Mr 9:2; Lu 9:28, 29) Somente eles, dentre os apóstolos, tiveram permissão de entrar com Jesus na casa de Jairo. (Mr 5:37; Lu 8:51) Tiveram o privilégio de serem levados mais adiante do que os outros, no jardim de Getsêmani, na noite em que foi traído, embora, na ocasião, até mesmo eles não compreendessem o pleno significado do momento, adormecendo três vezes e sendo despertados por Jesus. (Mt 26:37, 40-45; Mr 14:33, 37-41) João ocupava a posição junto a Jesus na última Páscoa deste e na instituição da Refeição Noturna do Senhor. (Jo 13:23) Foi o discípulo que, por ocasião da morte de Jesus, recebeu a honra insigne de lhe ser confiada a mãe de Jesus, para que cuidasse dela. — Jo 21:7, 20; 19:26, 27. II. Identificação de João no Seu Evangelho. No Evangelho de João, ele jamais se refere a si mesmo nominalmente. Ele é mencionado, ou como um dos filhos de Zebedeu, ou como o discípulo a quem Jesus amava. Quando fala de João, o Batizador, diferente dos outros escritores dos Evangelhos, ele chama o Batizador apenas de “João”. Isto seria mais natural de ser feito por alguém do mesmo nome, visto que ninguém entenderia errado de quem estava falando. Outros teriam de usar um sobrenome ou título, ou outros termos descritivos, para identificar de quem estavam falando, como o próprio João faz quando fala de uma das Marias. — Jo 11:1, 2; 19:25; 20:1. Encarar o escrito de João sob tal prisma torna evidente que ele mesmo era o companheiro, cujo nome não é mencionado, de André, a quem João, o Batizador, apresentou Jesus Cristo. (Jo 1:35-40) Depois da ressurreição de Jesus, João ultrapassou Pedro ao correrem para o túmulo, a fim de investigar o relato de que Jesus tinha ressuscitado. (Jo 20:2-8) Teve o privilégio de ver o ressuscitado Jesus naquela mesma noite (Jo 20:19; Lu 24:36), e, de novo, na semana seguinte. (Jo 20:26) Era um dos sete que retornaram à pesca, e aos quais Jesus apareceu. (Jo 21:1-14) João também estava presente no monte da Galiléia, depois que Jesus ressuscitou dentre os mortos, e ouviu pessoalmente a ordem: “Fazei discípulos de pessoas de todas as nações.” — Mt 28:16-20. III. História Posterior de João. Depois da ascensão de Jesus, João estava em Jerusalém, na assembléia de cerca de 120 discípulos, quando Matias foi escolhido por sortes e contado com os outros 11 apóstolos. (At 1:12-26) Estava presente ao derramamento do espírito no dia de Pentecostes, e viu 3.000 pessoas serem acrescentadas à congregação naquele dia. (At 2:1-13, 41) Ele, junto com Pedro, declararam perante os governantes judeus o princípio seguido pela congregação do povo de Deus: “Se é justo, à vista de Deus, escutar antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos. Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (At 4:19, 20) De novo, juntou-se aos demais apóstolos em dizer ao Sinédrio: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” — At 5:27-32. Depois da morte de Estêvão às mãos de judeus enfurecidos, surgiu grande perseguição contra a congregação em Jerusalém, e os discípulos foram espalhados. Mas João, junto com os demais apóstolos, permaneceu em Jerusalém. Quando a pregação de Filipe, o evangelista, induziu muitos em Samaria a aceitar a palavra de Deus, o corpo governante enviou Pedro e João para auxiliar esses novos discípulos a receber o espírito santo. (At 8:1-5, 14-17) Paulo disse mais tarde que João era um daqueles, em Jerusalém, “que pareciam ser colunas” da congregação. João, como membro do corpo governante, deu a Paulo e Barnabé a “mão direita da parceria”, ao serem enviados na sua missão de pregar às nações (aos gentios). (Gál 2:9) Por volta de 49 EC, João estava presente à conferência do corpo governante quanto à questão da circuncisão para os conversos gentios. — At 15:5, 6, 28, 29. Enquanto Jesus Cristo ainda estava na terra, ele indicara que João sobreviveria aos demais apóstolos. (Jo 21:20-22) João deveras serviu fielmente a Jeová por uns 70 anos. Perto do fim da sua vida, João ficou exilado na ilha de Patmos, onde veio a estar “por ter falado a respeito de Deus e ter dado testemunho de Jesus”. (Re 1:9) Isto prova que ele estava intensamente ativo na pregação das boas novas, mesmo numa idade bem avançada (por volta de 96 EC). Enquanto em Patmos, João foi favorecido com a maravilhosa visão de Apocalipse, que fielmente assentou por escrito. (Ap 1:1, 2) Crê-se, em geral, que foi exilado pelo imperador Domiciano, e que foi liberto pelo sucessor de Domiciano, o imperador Nerva (96-98 EC). Segundo a tradição, ele foi para Éfeso, onde escreveu seu Evangelho e suas três cartas, intituladas Primeira, Segunda e Terceira de João, por volta de 98 EC. Tradicionalmente, crê-se que morreu em Éfeso, por volta de 100 EC, durante o reinado do imperador Trajano. IV. Personalidade. Os peritos concluem, em geral, que João era uma pessoa passiva, sentimental e introspectiva. Conforme expressou certo comentador: “João, com sua mente contemplativa, imponente, ideal, percorreu a vida como um anjo.” (Commentary on the Holy Scriptures [Comentário Sobre as Escrituras Sagradas], de Lange, traduzido para o inglês e editado por P. Schaff, 1976, Vol. 9, p. 6) Tais pessoas baseiam sua avaliação da personalidade de João em ele falar muito sobre o amor, e porque não parece tão destacado nos Atos dos Apóstolos como Pedro e Paulo. Também, observam que ele parece ter deixado Pedro assumir a dianteira em falar, quando juntos. É verdade que, quando Pedro e João estavam juntos, Pedro é sempre destacado como o porta-voz. Mas os relatos não dizem que João ficava calado. Antes, quando estiveram perante os governantes e os anciãos, tanto Pedro como João falaram com destemor. (At 4:13, 19) Semelhantemente, João falou perante o Sinédrio de modo intrépido, assim como os demais apóstolos, embora Pedro seja especificamente mencionado por nome. (At 5:29) E, quanto a ser um tipo enérgico, ativo, não ultrapassou ele ansiosamente a Pedro na corrida para chegarem ao túmulo de Jesus? — Jo 20:2-8. No começo do ministério deles como apóstolos, Jesus deu o sobrenome de Boanerges (que significa “Filhos do Trovão”) a João e a seu irmão Tiago. (Mr 3:17) Este título, por certo, não indica nenhum sentimentalismo indulgente, nem falta de vigor, mas, antes, personalidade dinâmica. Quando uma aldeia samaritana recusou-se a receber Jesus, estes “Filhos do Trovão” estavam prontos para invocar fogo do céu para aniquilar os habitantes dela. Anteriormente, João tentara impedir que certo homem expulsasse demônios em nome de Jesus. Em cada caso, Jesus deu repreensão e correção. — Lu 9:49-56. Os dois irmãos, nessas ocasiões, mostraram entendimento errado, e, em grande medida, faltava-lhes o equilíbrio, e o espírito amoroso e misericordioso que mais tarde desenvolveram. Todavia, nessas duas ocasiões, esses irmãos manifestaram um espírito de lealdade e uma personalidade decidida, vigorosa, a qual, uma vez canalizada na direção certa, os tornou testemunhas fortes, enérgicas e fiéis. Tiago sofreu a morte de mártir às mãos de Herodes Agripa I (At 12:1, 2), e João perseverou como coluna, “na tribulação, e no reino, e na perseverança em companhia de Jesus”, como o último apóstolo vivo. — Re 1:9. Quando Tiago e João, pelo que parece, conseguiram que sua mãe solicitasse que eles se sentassem junto a Cristo no Reino dele, demonstraram um espírito ambicioso, que deixou indignados os demais apóstolos. Mas isto deu a Jesus uma excelente oportunidade para explicar que o grande entre eles seria aquele que servisse a outros. Daí, apontou que mesmo Ele veio para ministrar e dar sua vida como resgate por muitos. (Mt 20:20-28; Mr 10:35-45) Não importa quão egoísta fosse o desejo deles, o incidente revela sua fé na realidade do Reino. Por certo, se a personalidade de João tivesse sido conforme retratada pelos comentadores religiosos — fraca, pouco prática, sem energia, introvertida — Jesus Cristo provavelmente não o teria usado para escrever o estimulante e vigoroso livro de Revelação, em que Cristo repetidas vezes incentiva os cristãos a serem vencedores do mundo, fala das boas novas a serem pregadas em todo o mundo e proclama os julgamentos trovejantes de Deus. É verdade que João fala do amor mais do que os outros escritores dos Evangelhos. Isto não evidencia nenhum sentimentalismo indulgente. Pelo contrário, o amor é uma qualidade forte. A inteira Lei e os Profetas baseavam-se no amor. (Mt 22:36-40) “O amor nunca falha.” (1Co 13:8) O amor “é o perfeito vínculo de união”. (Col 3:14) O amor da espécie que João advoga se apega aos princípios e é capaz de forte repreensão, correção e disciplina, bem como de bondade e misericórdia. Onde quer que ele apareça nos três relatos evangélicos sinópticos, bem como em todos os seus próprios escritos, João sempre manifesta o mesmo forte amor e lealdade para com Jesus Cristo e seu Pai. A lealdade, bem como o ódio ao que é mau, são manifestos nas observações dele sobre as más motivações ou características nas ações de outros. Somente ele nos conta que foi Judas quem resmungou contra o uso, por Maria, de um óleo caro para ungir os pés de Jesus, e que a razão da queixa de Judas era que ele cuidava da caixa de dinheiro e era ladrão. (Jo 12:4-6) Ele indica que Nicodemos veio a Jesus ‘de noite’. (Jo 3:2) Observa a grave falha de José de Arimatéia, de ser “discípulo de Jesus, mas em secreto, por temor dos judeus”. (Jo 19:38) João não admitia que alguém professasse ser discípulo de seu Mestre e, ainda assim, se envergonhasse disso. João já tinha desenvolvido os frutos do espírito em um grau muito maior quando escreveu seu Evangelho e suas cartas, do que quando era um jovem recém-associado com Jesus. Certamente não demonstrava a mesma característica manifestada quando havia solicitado um lugar especial no Reino. E, nos seus escritos, podemos encontrar a expressão da sua madureza e de seus bons conselhos para nos ajudar a imitar seu proceder fiel, leal e enérgico.

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