Estudos sistemáticos
terça-feira, 27 de agosto de 2013
MINISTÉRIO PROFÉTICO DA PALAVRA DE DEUS
INSTITUTO TEOLÓGICO GAMALIEL
Matéria: BIBLIOLOGIA
Evangélista Robério Oliveira-
Pregador Conferêncista.(Tel.075-99536335-071-87981356)
DOUTRINA DA BÍBLIA
I. REVELAÇÃO: É a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão humana é
insuficiente para conhecer. É portanto, a operação divina que comunica a verdade de Deus
ao homem (ICo.2:10).
a) Provas da Revelação: O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a existência da revelação:
"É assim que Deus disse?" (Gn.3:1). Mas a Bíblia é a Palavra de Deus. Vejamos alguns
argumentos:
1) A Indestrutibilidade da Bíblia:
Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século, e
uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante
dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em circunstâncias adversas. Em 303
A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares da Bíblia fossem
queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil línguas e ainda é o livro mais
lido do mundo.
2) A Natureza da Bíblia:
a) Ela é superior: Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com sua
sabedoria e vasto acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um livro que
chegue perto de se comparar a Bíblia.
b) É um livro honesto: Pois revela fatos sobre a corrupção humana, fatos que a
natureza humana teria interesse em acobertar.
c) É um livro harmonioso: Pois embora tenha sido escrito por uns quarenta autores
diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um livro único que expressa
um só sistema doutrinário e um só padrão moral, coerentes e sem contradições.
3) A Influência da Bíblia:
O Alcorão, o Livro dos Mórmons, o Zenda Avesta, os Clássicos de Confúncio, todos
tiveram influência no mundo. Estes, porém, conduziram a uma idéia apagada de Deus
e do pecado, ao ponto de ignorá-los. A Bíblia, porém, tem produzido altos resultados
em todas as esferas da vida: na arte, na arquitetura, na literatura, na música, na
política, na ciência etc.
4) Argumento da Analogia:
Os animais inferiores expressam com suas vozes seus diferentes sentimentos. Entre
os racionais existe uma presença correspondente, existe comunicação direta de um
para o outro, uma revelação de pensamentos e sentimentos. Consequentemente é
de se esperar que exista, por analogia da natureza, uma revelação direta de Deus
para com o homem. Sendo o homem criado à Sua imagem, é natural supor que o
Criador sustente relação pessoal com Suas criaturas racionais.
5) Argumento da Experiência:
O homen é incapaz por sua própria força descobrir que:
a) Precisa ser salvo.
b) Pode ser salvo.
c) Como pode ser salvo.
d) Se há salvação.
Somente a revelação pode desvendar estes mistérios eternos. A experiência do
homem tem demonstrado que a tendência da natureza humana é degenerar-se e seu
caminho ascendente se sustêm unicamente quando é voltado para cima em
comunicação direta com a revelação de Deus.
6) Argumento da Profecia Cumprida:
Muitas profecias a respeito de Cristo se cumpriram integralmente, sendo que a mais
próxima do primeiro advento, foi pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento.
As profecias a respeito da dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt.28;
Jr.15:4;l6:13; Os.3:4 etc); da conquista de Samaria e preservação de Judá (Is.7:6-8;
Os.1:6,7; IRs.14:15); do cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém (Is.39:6; Jr.25:9-
12); sobre a destruição final de Samaria (Mq.1:6-9); sobre a restauração de Jerusalém
(Jr.29:10-14), etc.
7) Reivindicações da Própria Escritura:
A própria Bíblia expressa sua infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro
livro ousa fazê-lo. Encontramos essa reivindicação na seguintes expressões: "Disse o
Senhor a Moisés" (Ex.14:1,15,26;16:4;25:1; Lv.1:1;4:1;11:1; Nm.4:1;13:1; Dt.32:48) "O
Senhor é quem fala" (Is.1:2); "Disse o Senhor a Isaías" (Is.7:3); "Assim diz o Senhor"
(Is.43:1). Outras expressões semelhantes são encontradas: "Palavra que veio a
Jeremias da parte do Senhor" (Jr.11:1); "Veio expressamente a Palavra do Senhor a
Ezequiel" (Ez.1:3); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Oséias" (Os.1:1); "Palavra do
Senhor que foi dirigida a Joel" (Jl.1:1), etc. Expressões como estas são encontradas
mais de 3.800 vezes no Velho Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelação de
Deus, e essa mesma reivindicação faz o Novo Testamento (ICo.14:37; ITs.2:13;
IJo.5:10; IIPe.3:2).
B) Natureza da Revelação:
Deus se revelou de sete modos:
1) Através da Natureza: (Sl.19:1-6; Rm.l:19-23).
2) Através da Providência: A providência é a execução do programa de Deus das
dispensações em todos os seus detalhes (Gn.48:15;50:20; Rm.8:28; Sm.57:2; Jr.30:11;
Is.54:17).
3) Através da Preservação: (Cl.1:17; Hb.1:3; At.17:25,28).
4) Através de Milagres: (Ex.4:1-9).
5) Através da Comunicação Direta: (Nm.12:8; Dt.34:10).
6) Através da Encarnação: (Hb.1:1; Jo.8:26;15:15).
7) Através das Escrituras: A Bíblia é a revelação escrita de Deus e, como tal, abrange
importantes aspectos:
a) Ela é variada: Variada em seus temas, pois abrange aquilo que é doutrinário
, devocional, histórico, profético e prático.
b) Ela é parcial: (Dt.29:29).
c) Ela é completa: Naquilo que já foi revelado (Cl.2:9,10);
d) Ela é progressiva: (Mc.4:28).
e) Ela é definitiva: (Jd.3).
II. INSPIRAÇÃO:
É a operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a receber a
mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão, impedindo-os de
cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade divina e infalível,
garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem humana
inteligível (ICo.10:13; IITm.3:16; IIPe.1:20,21).
A) Autoria Dual: Com este termo indicamos dois fatos:
1) Autoria Divina: Do lado divino as Escrituras são a Palavra de Deus no sentido de
que se originaram nEle e são a expressão de Sua mente. Em IITm.3:16 encontramos a
referência a Deus: "Toda Escritura é divinamente inspirada" (theopneustos = soprada
ou expirada por Deus) . A referência aqui é ao escrito.
2) Autoria Humana: Do lado humano certos homens foram escolhidos por Deus para
a responsabilidade de receber a Palavra e passá-la para a forma escrita. Em IIPe.1:21
encontramos a referência aos homens: "Homens santos de Deus falaram movidos
pelo Espírito Santo" (pherô = movidos ou conduzidos). A referência aqui é ao escritor.
B) Inspiração ou Expiração?
A palavra inspiração vem do latim, e significa respirar para dentro. Ela é usada pela ARC.
(Almeida Revista e Corrigida) somente duas vezes no N.T. (IITm.3:16; IIPe.1:21). Este
vocábulo, embora consagrado pelo uso, e, portanto, pela teologia, não é um termo
adequado, pois pode parecer que Deus tenha soprado alguma espécie de vida divina em
palavras humanas. Em IITm.3:16 encontramos o vocábulo grego theopneustos que significa
soprado por Deus. Portanto podemos afirmar que toda a Escritura é soprada ou expirada por
Deus, e não inspirada como expressa a ARC. As Escrituras são o próprio sopro de Deus, é o
próprio Deus falando (IISm.23:2). Em IIPe.1:21 este vocábulo se torna mais inadequado
ainda, pois a tradução da ARC. transmite a idéia de que os homens santos foram inspirados
pelo Espírito Santo. O fato é que o homem não é inspirado, mas a Palavra de Deus é que é
expirada (Compare Jó.32:8; 33:4; com Ez.36:27; 37:9). A ARA. (Almeida Revista e Atualizada),
porém, apesar de utilizar o termo inspiração em IITm.3:16, usa, com acerto, o verbo mover
em IIPe.1:21, como tradução do vocábulo grego pherô, que significa exatamente mover ou
conduzir.
Considerada esta ressalva, não devemos pender para o extremo, excluindo a autoria humana
da compilação das Escrituras. Ela própria reconhece a autoria dual no registro bíblico. Em
Mt.15:4 está escrito que Deus ordenou enquanto que em Mc.7:10 diz que foi Moisés quem
ordenou. E muitas outras passagens há semelhantes a esta (Compare Sl.110:1 com Mc.12:36;
Ex.3:6,15 com Mt.22:31; Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 com Jo.12:39-41;
Mt.1:22;2:15; At.l:16;4:25; Hb.3:7-11; Hb.9:8;10:15) Deus opera de modo misterioso usando
e não anulando a vontade humana, sem que o homem perceba que está sendo divinamente
conduzido, sendo que neste fenômeno, o homem faz pleno uso de sua liberdade
(Pv.16:1;19:21; Sl.33:15;105:25; Ap.17:17). Desse mesmo modo Deus também usa Satanás
(Compare ICr.21:1 com IISm.24:1; IRs.22:20-23), mas não retira a responsabilidade do
homem (At.5:3,4), como também o faz na obra da salvação (Dt.30:19; Sl.65:4; Jo.6:44).
C) O Termo Logos: Este termo grego foi utilizado no N.T. cerca de 200 vezes para indicar a
Palavra de Deus Escrita, e 7 vezes para indicar o Filho de Deus (Jo.1:1,14; IJo.1:1;5:7;
Ap.19:13). Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a
razão, portanto o Logos de Deus é a expressão de Deus, quer seja na forma escrita ou viva
(Compare Jo.14:6 com Jo.17:17).
1) Cristo é a Palavra Viva: Cristo é o Logos, isto é, a fala, a expressão de Deus.
2) A Bíblia é a Palavra Escrita: A Bíblia também é o Logos de Deus, e assim como em Cristo há
dois elementos (duas naturezas), divino e humano, igualmente na Palavra de Deus estes dois
elementos aparecem unidos sobrenaturalmente.
D) Provas da Inspiração:
Somos acusados de provar a inspiração pela Bíblia e de provar a verdade da Bíblia pela
inspiração, e, assim, de argumentar num círculo vicioso. Mas o processo parte de uma prova
que todos aceitam: a evidência. Esta, primeiro prova a veracidade ou credibilidade da
testemunha, e então aceita o seu testemunho. A veracidade das Escrituras é estabelecida de
vários modos, e, tendo constatado a sua veracidade, ou a validade do seu testemunho, bem
podemos aceitar o que elas dizem de si mesmas. As Escrituras afirmam que são inspiradas, e
elas ou devem ser cridas neste particular ou rejeitadas em tudo mais.
1) O A.T. afirma sua Inspiração: (Dt.4:2,5; IISm.23:2; Is.1:10; Jr.1:2,9; Ez.3:1,4; Os.1:1;
Jl.l:1; Am.1:3;3:1; Ob.1:1; Mq.1:1).
2) O N.T. afirma sua Inspiração: (Mt.10:19; Jo.14:26;15:26,27; Jo.16:13; At.2:33;15:28;
ITs.1:5; ICo.2:13; IICo.13:3; IIPe.3:16; ITs.2:13; ICo.14:37).
3) O N.T. afirma a Inspiração do A.T.: (Lc.1:70; At.4:25; Hb.1:1, IItm.3:16; IPe.1:11;
IIPe.1:21).
4) A Bíblia faz declarações científicas descobertas posteriormente: (Jó.26:7; Sl.135:7;
Ec.1:7; Is.40:22).
E) Teorias da Inspiração:
Podemos ter revelação sem inspiração (Ap.10:3,4), e podemos ter inspiração sem revelação,
como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos e descobriram
pela pesquisa (IJo.1:1-4; Lc.1:1-4). Aqui nós temos a forma e o resultado da inspiração. A
forma é o método que Deus empregou na inspiração, enquanto que o resultado indica a
conseqüência da inspiração. Portanto, as chamadas teorias da intuição, da iluminação, a
dinâmica e a do ditado, todas descrevem a forma de inspiração, enquanto que a teoria
verbal plenária indica o resultado.
1) Teoria da Inspiração Dinâmica:
Afirma que Deus forneceu a capacidade necessária para a confiável transmissão da verdade
que os escritores das Escrituras receberam ordem de comunicar. Isto os tornou infalíveis em
questões de fé e prática, mas não nas coisas que não são de natureza imediatamente
religiosa, isto é, a inspiração atinge apenas os ensinamentos e preceitos doutrinários, as
verdades desconhecidas dos autores humanos. Esta teoria tem muitas falhas: Ela não explica
como os escritores bíblicos poderiam mesclar seus conhecimentos sobrenaturais ao
registrarem uma sentença, e serem rebaixados a um nível inferior ao relatarem um fato de
modo natural. Ela não fornece a psicologia daquele estado de espírito que deveria envolver
os escritores bíblicos ao se pronunciarem infalivelmente sobre matérias de doutrina,
enquanto se desviam a respeito dos fatos mais simples da história. Ela não analisa a relação
existente entre as mentes divina e humana, que produz tais resultados. Ela não distingue
entre coisas que são essenciais à fé e à pratica e àquelas que não são. Erasmo, Grotius,
Baxter, Paley, Doellinger e Strong compartilham desta teoria.
2) Teoria do Ditado ou Mecânica:
Afirma que os escritores bíblicos foram meros instrumentos (amanuenses), não seres cujas
personalidades foram preservadas. Se Deus tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria
uniforme. Teria a dicção e o vocabulário do divino Autor, livre das idiossincrasias dos homens
(Rm.9:1-3; IIPe.3:15,16). Na verdade o autor humano recebeu plena liberdade de ação para a
sua autoria, escrevendo com seus próprios sentimentos, estilo e vocabulário, mas garantiu a
exatidão da mensagem suprema com tanta perfeição como se ela tivesse sido ditada por
Deus. Não há nenhuma insinuação de que Deus tenha ditado qualquer mensagem a um
homem além daquela que Moisés trasncreveu no monte santo, pois Deus usa e não anula as
suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza sobremaneira a autoria divina ao ponto de
excluir a autoria humana.
3) Teoria da Inspiração Natural ou Intuição:
Afirma que a inspiração é simplesmente um discernimento superior das verdades moral e
religiosa por parte do homem natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas
excepcionais, que produziram obras de arte que nunca foram superadas, também em
relação as Escrituras houve homens excepcionais com visão espiritual que, por causa de seus
dons naturais, foram capazes de escrever as Escrituras. Esta é a noção mais baixa de
inspiração, pois enfatiza a autoria humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi
defendida pelos pelagianos e unitarianos.
4) Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação:
Afirma que inspiração é simplesmente uma intensificação e elevação das percepções
religiosas do crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto, mas alguns tem mais
do que outros. Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo, através
da energia divina especial, poderia escrever as Escrituras. Schleiermacher foi quem
disseminou esta teoria. Para ele inspiração é "um despertamento e excitamento da
consciência religiosa, diferente em grau e não em espécie da inspiração piedosa ou
sentimentos intuitivos dos homens santos". Lutero, Neander, Tholuck, Cremer,
F.W.Robertson, J.F.Clarke e G.T.Ladd defendiam esta teoria, segundo Strong.
5) Inspiração dos Conceitos e não das Palavras:
Esta teoria pressupõe pensamentos à parte das palavras, através da qual Deus teria
transmitido idéias mas deixou o autor humano livre para expressá-las em sua própria
linguagem. Mas idéias não são transferíveis por nenhum outro modo além das palavras. Esta
teoria ignora a importância das palavras em qualquer mensagem. Muitas passagens bíblicas
dependem de uma das palavras usadas para a sua força e valor. O estudo exegético das
Escrituras nas línguas originais é um estudo de palavras, para que o conceito possa ser
alcançado através das palavras, e não para que palavras sem importância representem um
conceito. A Bíblia sempre enfatiza suas palavras e não um simples conceito (ICo.2:13;
Jo.6:63;17:8; Ex.20:1; Gl.3:16).
6) Graus de Inspiração:
Afirma que há inspiração em três graus. Sugestão, direção, elevação, superintendência,
orientação e revelação direta, são palavras usadas para classificar estes graus. Esta teoria
alega que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras. Embora ela reconheça
as duas autorias, dá margem a especulação fantasiosa.
7) Inspiração Verbal Plenária:
É o poder inexplicado do Espírito Santo agindo sobre os escritores das Sagradas Escrituras,
para orientá-los (conduzí-los) na transcrição do registro bíblico, quer seja através de
observações pessoais, fontes orais ou verbais, ou através de revelação divina direta,
preservando-os de erros e omissões, abrangendo as palavras em gênero, número, tempo,
modo e voz, preservando, desse modo, a inerrância das Escrituras, e dando à ela autoridade
divina.
a) Observação Pessoal: (IJo.1:1-4).
b) Fonte Oral: (Lc.l:1-4).
c) Fonte Verbal: (At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1).
d) Revelação Divina Direta: ( Ap.1:1-ll; Gl.1:12).
e) Gênero: (Gn.3:15).
f) Número: (Gl.3:16).
g) Tempo: (Ef.4:30; Cl.3:13).
h) Modo: (Ef.4:30; Cl.3:13).
i) Voz: (Ef.5:18)
j) Explicação dos itens e,f,g,h,i:
A inspiração verbal plenária fica assim estabelecida. Em Gn.3:15 o pronome hebraico está no
gênero masculino, pois se refere exclusivamente a Cristo (Ele te ferirá a cabeça...). Em
Gl.3:16 Paulo faz citação de um substantivo hebraico que está no singular, fazendo, também,
referência exclusiva a Cristo. Em Ef.4:30 e Cl.3:13 o verbo perdoar encontra-se, no grego, no
modo particípio e no tempo presente, o que significa que o perdão judicial de Deus realizado
no passado, quando aceitamos a Cristo, estende-se por toda a nossa vida, abrangendo o
perdão dos pecados do passado, do presente, e do futuro (IJo.1:9 trata do perdão do pecado
doméstico e não do judicial). Jesus Cristo reconheceu a inspiração verbal plenária quando
declarou que nem um til (a menor letra do alfabeto hebraico) seria omitido da lei(Mt.5:18 e
Lc.16:l7).
III. ILUMINAÇÃO:
É a influência ou ministério do Espirito Santo que capacita todos os que estão num
relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (I Cor.2:12; Lc.24:32,45;
IJo.2:27).
A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo às Escrituras (revelação) e
nem inclui uma transmissão infalível na linguagem (inspiração) daquele que o Espirito Santo
ensina.
A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser prometida a todos os
crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de ajustamento pessoal ao Espirito
Santo. Além disso a iluminação admite graus podendo aumentar ou diminuir (Ef.1:16-18;
4:23; Cl.1:9).
A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas profundas de Deus
(ICo.2:10) porque o Mestre Divino está no coração do crente e, portanto, ele não houve uma
voz falando de fora e em determinados momentos, mas a mente e o coração são
sobrenaturalmente despertados de dentro (ICo.2:16). Este despertamento do Espírito pode
ser prejudicado pelo pecado, pois é dito que o cristão que é espiritual discerne todas as
coisas (ICo.2:15), ao passo que aquele que é carnal não pode receber as verdades mais
profundas de Deus que são comparadas ao alimento sólido (ICo.2:15;3:1-3; Hb.5:12-14).
A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, porém podem ser
independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc.1:1-3; IJo.1:1-4); inspiração com
revelação (Ap.1:1-11); inspiração sem iluminação (IPe.1:10-12); iluminação sem inspiração
(Ef.1:18) e sem revelação (ICo.2:12; Jd.3); revelação sem iluminação (IPe.1:10-12) e sem
inspiração (Ap.10:3,4; Ex.20:1-22). E’ digno de nota que encontramos estes três ministérios
do Espirito Santo mencionados em uma só passagem (ICo.2:9-13); a revelação no versículo
10; a iluminação no versículo 12 e a inspiração no versículo 13.
IV. AUTORIDADE:
Dizemos que a bíblia é um livro que tem autoridade porque ela tem influência, prestígio e
credibilidade (quanto a pureza na transcrição ou tradução), por isso deve ser obedecida
porque procede de fonte infalível e autorizada.
A autoridade está vinculada a inspiração, canonicidade e credibilidade, sem os quais a
autoridade da Bíblia não se estabeleceria. Assim, por ser inspirado, determinado trecho
bíblico possui autoridade; por ser canônico, determinado livro bíblico possui autoridade, e
por ter credibilidade, determinadas informações bíblicas possuem autoridade, sejam
históricas, geográficas ou científicas.
Entretanto, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a autoridade de um livro
trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de sua veracidade. Deus é o Autor da
Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na Bíblia
procedeu da boca de Deus. Por exemplo, o que Satanás disse para Eva foi registrado por
inspiração, mas não é a verdade (Gn.3:4,5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt.16:22); as
acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó.22:5-11), etc. Nenhuma dessas declarações
representam o pensamento de Deus ou procedem dEle (procedem apenas por inspiração), e
por isso não têm autoridade. Um texto também perde sua autoridade quando é retirado de
seu contexto e lhe é atribuído um significado totalmente diferente daquele que tem quando
inserido no contexto. As palavras ainda são inspiradas, mas o novo significado não tem
autoridade.
V. CREDIBILIDADE OU VERACIDADE:
Um livro tem credibilidade se relatou veridicamente os assuntos como aconteceram ou
como eles são; e quando seu texto atual concorda com o escrito original.
Nesse caso credibilidade relaciona-se ao conteúdo do livro (original), e a pureza do texto
atual (cópia ou tradução). Por exemplo, as palavras de Satanás em Gn.3:4,5 são inspiradas,
mas não possuem autoridade, porque não é verdade, porém tem credibilidade ou
veracidade (quanto a sua transcrição) porque foram registradas exatamente como Satanás
disse. A veracidade das palavras de Satanás não se relacionam ao o que ele pronunciou, mas
sim como ele as pronunciou.
A) Credibilidade do A.T.: Estabelecida por três fatos:
1) Autenticado por Jesus Cristo: Cristo recebeu o A.T. como relato verídico. Ele endossou
grande número de ensinamentos do A.T., como, por exemplo: A criação do universo por
Deus (Mc.3:19), a criação do homem (Mt.19:4,5), a existência de Satanás (Jo.8:44), o dilúvio
(Lc.17:26,27), a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc.17:28-30), a revelação de Deus a
Moisés na sarça (Mc.12:26), a dádiva do maná (Jo.6:32), a experiência de Jonas dentro do
grande peixe (Mt.12:39,40). Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele conhecia os fatos,
e não podia se acomodar a idéias errôneas, e, ao mesmo tempo ser honesto. Seu
testemunho deve, portanto, ser aceito como verdadeiro ou Ele deve ser rejeitado como
Mestre religioso.
2) Prova Arqueológica e Histórica:
a) Arqueológica: Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada em Gn.14 não
pode mais ser posta em dúvida, já que as inscrições no Vale do Eufrates "mostram
indiscutivelmente que os quatro reis mencionados na Bíblia como tendo participado
desta expedição não são, como era dito displicentemente, ‘invenções etnológicas’,
mas sim personagens históricos reais. Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo
maravilhoso código de leis foi tão recentemente descoberto por De Morgan em
Susa". (Geo. F. Wright, O Testemunho dos Monumentos à Verdade das Escrituras).
As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas servas aos seus
maridos (Jack Finegan, Ligth from the Ancient Past = Luz de um Passado Antigo).
Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 1.000 anos
antes de Abraão (James Orr, The Problem of the Old Testament = O Problema do
Velho Testamento).
A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como escravo, e
ter sido liberto (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice of the Monuments = A Voz
Decisória dos Monumentos).
Muitas outras confirmações da veracidade dos relatos das Escrituras poderiam ser
apresentados, mas esses são suficientes e devem servir como aviso aos descrentes
com relação às coisas para as quais ainda não temos confirmação; podemos
encontrá-la a qualquer hora.
b) Histórica: A história fornece muitas provas da exatidão das descrições bíblicas.
Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas o rei da Assíria, que
sabemos ter sido Sargom II, carregou o povo para a Síria (IIRs.17:3-6). A história
mostra que ele reinou de 722-705 a.C. Ele é mencionado pelo nome apenas uma vez
na Bíblia (Is.20:1). Nem Beltsazar (Dn.5), nem Dario, o Medo (Dn.6) são mais
considerados como personagens fictícios.
3) As Escrituras possuem Integridade:
a) Integridade Topográfica e Geográfica: As descobertas arqueológicas provam que os
povos, línguas, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados
justamente onde as Escrituras os localizam, no local exato e sob as circunstâncias
geográficas exatas descritas na Bíblia.
b) Integridade Etnológica ou Racial: Todas as afirmações bíblicas sobre raças tem sido
demonstrada como corretas com os fatos etnológicos revelados pela arqueologia.
c) Integridade Cronológica: A identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos
com o período de sua ocorrência é corroborada pela cronologia síria e pelos fatos
revelados pela arqueologia.
d) Integridade Histórica: O registro dos nomes e títulos dos reis está em harmonia
perfeita com os registros seculares, conforme demonstrados por descobertas
arqueológicas.
e) Integridade Canônica: A aceitação pela igreja em toda a era cristã, dos livros
incluídos nas Escrituras que hoje possuímos, representa o endosso de sua
integridade.
Exemplares do A.T. e do N.T. impressos em 1.488 e 1.516 d.C., concordam com os
exemplares atuais. Portanto a Bíblia como a possuímos hoje, já existia há 400 anos passados.
Quando essas Bíblias foram impressas, certo erudito tinha em seu poder mais de 2.000
manuscritos. Esse número é sem dúvida suficiente para estabelecer a genuinidade e
credibilidade do texto sagrado, e tem servido para restaurar ao texto sua pureza original, e
fornecem proteção contra corrupções futuras (Ap.22:18-19; Dt.4:2;12:32).
Enquanto a integridade canônica da Bíblia se baseia em mais de 2.000 manuscritos, os
escritos seculares, que geralmente são aceitos sem contestação, baseiam-se em apenas uma
ou duas dezenas de exemplares.
As quatro Bíblias mais antigas do mundo, datadas entre 300 e 400 d.C., correspondem
exatamente a Bíblia como a possuímos atualmente.
B) Credibilidade do N.T.: Estabelecida por cinco fatos:
1) Escritores Competentes: Possuíam as qualificações necessárias, receberam investidura do
Espirito Santo e assim escreveram não somente guiados pela memória, apresentações de
testemunho oral e escrito, e discernimento espiritual, mas como escritores qualificados pelo
Espirito Santo.
2) Escritores Honestos: O tom moral de seus escritos, sua preocupação com a verdade, e a
circunstância de seus registros indicam que não eram enganadores intencionais mais sim
homens honestos. O seu testemunho pôs em perigo seus interesses materiais, posição social,
e suas próprias vidas. Por quê razão inventariam uma estória que condena a hipocrisia e é
contrária a suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas?
3) Harmonia do N.T.: Os sinópticos não se contradizem mas suplementam um ao outro. Os
vinte e sete livros do N.T. apresentam um quadro harmonioso de Jesus Cristo e Sua obra.
4) Prova Histórica e Arqueológica:
a) Histórica: O recenseamento quando Quirino era Governador da Síria (Lc.2:2), os
atos de Herodes o Grande (Mt.2:16-18), de Herodes Antipas (Mt.14:1-12), de Agripa I
(At.12:1), de Gálio (At.18;12-17), de Agripa II (At.25:13-26:32) etc.
b) Arqueológica: As descobertas arqueológicas confirmam a veracidade do N.T.
Quirino (Lc.2:2) foi Governador da Síria duas vezes (16-12 e 6-4 a.C.), sendo que Lucas
se refere ao segundo período.
Lisânias, o Tetrarca é mencionado em uma inscrição no local de Abilene na época a que
Lucas se refere.
Uma inscrição em Listra registra a dedicação da estátua Zeus (Júpiter) e Hermes (Mercúrio),
o que mostra que esses deuses eram colocados no mesmo nível, no culto local, conforme
descrito em At.14:12.
Uma inscrição de Pafos faz referência ao Proconsul Paulo, identificado como Sergio Paulo
(At.13:7).
VI. INERRÂNCIA OU INFALIBILIDADE:
Pr. Flávio Nunes.
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Inerrância significa que a verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em
que foram empregadas, entendidas no sentido que realmente se destinavam a ter, não
expressam erro algum.
A inspiração garante a inerrância da Bíblia. Inerrância não significa que os escritores não
tinham faltas na vida, mas que foram preservados de erros os seus ensinos. Eles podem ter
tido concepções errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram; por exemplo,
quanto à terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e social etc.
Também não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto ou que ele não
possa ser mal compreendido.
A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de comunicação. É muitas
vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta flexibilidade de
linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras.
A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa repleto de
erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação, perpetua os erros e as
trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção do seu
nome a algo que não seja a expressão exata da verdade?.
Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se é parcialmente falsa,
como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda ela? Se ela é parcialmente
verdadeira e parcialmente falsa, então a vida e a morte estão a depender de um processo de
separação entre o certo e o errado, que o homem não pode realizar.
Cristo declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica na veracidade
daquilo que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o homem por descrer no que
não é verdadeiro (Sl.119:140,142; Mt.5:18; Jo.10:35; Jo.17:17). Aqueles que negam a
infalibilidade da Bíblia, geralmente estão prontos a confiar na falibilidade de suas próprias
opiniões. Como exemplo de opinião falível encontramos aqueles que atribuem erro à
passagem de IRs.7:23 onde lemos que o mar de fundição tinha dez côvados de diâmetro de
uma borda até a outra, ao passo que um cordão de trinta côvados o cingia em redor. Sendo
assim, tem-se dito que a Bíblia faz o valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas uma vez que
não sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou debaixo da mesma, como
parece sugerir o versículo seguinte (v.24) não podemos chegar a uma conclusão definitiva, e
devemos ser cautelosos ao atribuir erro ao escritor.
Outro exemplo utilizado para contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se em ICo.10:8 onde
lemos que 23.000 homens morreram no deserto, enquanto que Nm.25:9 diz que morreram
24.000. Acontece que em Números nós temos o número total dos mortos, ao passo que em I
aos Coríntios nós temos o número parcial que somado ao restante dos homens relacionados
nos versículos 9 e 10, deverá contabilizar o total de 24.000.
A inerrância não abrange as cópias dos manuscritos, mas atinge somente os autógrafos, isto
é, os originais. Desse modo encontramos os seguintes tipos de erros nos manuscritos:
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A) Erros Involuntários: Cometidos pelos escribas do N.T. devido a sua falta ou defeito de
visão, defeitos de audição ou falhas mentais.
1) Falhas de Visão: Em Rm.6:5 muitos manuscritos (MSS) tem ama (juntos), mas há
alguns que trazem alla (porém). Os dois lambdas juntos deram ao copista a idéia de
um mi. Em At.15:40 onde há eplexamenoc (tendo escolhido) aparece no Códice Beza
epdexamenoc (tendo recebido) onde o lambda maiúsculo é confundido com um delta
maiúsculo.
Há também confusão de sílabas, como é o caso de ITm.3:16 onde o manuscrito D traz
homologoumen ôs (nós confessamos que) em vez de homologoumenôs (sem dúvida).
O erro visual chamado parablopse (um olhar ao lado) é facilitado pelo
homoioteleuton, que é o final igual de duas linhas, levando o escriba a saltar uma
delas, ou pelo homoioarchon, que são duas linhas com o mesmo início.
O Códice Vaticano, em Jo.17:15, não contém as palavras entre parênteses: "Não rogo
que os tires do (mundo, mas que os guardes do) maligno". Consultando o N.T. grego
veremos que as duas linhas terminavam de maneira idêntica, em autos ek tou, no
manuscrito que o escriba de B copiava.
Lc.18:39 não aparece nos manuscritos 33, 57, 103 e b, devido a um final de frase igual
na sentença anterior no manuscrito do qual eles se derivam.
O Códice Laudiano tem um exemplo no versículo 4 do Capítulo 2 do livro de Atos: "Et
repleti sunt et repleti sunt omnes spiritu sancto", sendo este em caso de adição,
chamado ditografia, que é a repetição de uma letra, sílaba ou palavras.
2) Falhas de Audição: Era costume muitos escribas se reunirem numa sala enquanto
um leitor lhes ditava o texto sagrado. Desse modo o ouvido traía o escriba até mesmo
quando o copista solitário ditava a si próprio. Em Rm.5:1 encontramos um destes
casos, onde as variantes echômen e echomen foram confundidas. IPe.2:3 também
apresenta um caso semelhante com as variantes cristos (Cristo) e crestos (gentil), esta
última encontrada nos manuscritos K e L.
No grego coinê as vogais e ditongos pronunciavam-se de modo igual dentro das
respectivas classes. É o caso de ICo.15:54 onde o termo nikos (vitória), foi confundido
por neikos (conflito), sendo que aparece em P46 e B como "tragada foi a morte no
conflito".
Em Ap.15:6 onde se lê "vestidos de linho puro" a palavra grega linon é substituída por
lithon nos manuscritos A e C "vestidos de pedra pura". Desse modo uma só letra que
o ouvido menos apurado não entendeu direito e que produziu completa mudança de
sentido, torna-se erro grosseiro e hilariante.
3) Falhas da Mente: Quando a mente do escriba o traía, chegava a cometer erros que
variavam desde a substituição de sinônimos, como o caso da preposição ek por apo,
até a transposição de letras dentro de uma palavra, como o caso de Jo.5:39, onde
Jesus disse "porque elas dão testemunho de mim" (ai marturousai) e o escriba do
manuscrito D escreveu "porque elas pecam a respeito de mim" (hamartanousai).
B) Erros Intencionais: Erros que não se originaram de negligência ou distração dos escribas,
mas antes de suspeita de alteração, principalmente doutrinária.
1) Harmonização: Ao copiar os sinópticos, o escriba era levado a harmonizar
passagens paralelas. E’ o caso de Mt.12:13 onde se lê "...estende a tua mão. E ele
estendeu; e ela foi restaurada como a outra". Em alguns manuscritos de Marcos o
texto pára em "restaurada", sendo que em outros o escriba acrescentou as palavras
"como a outra" para harmonizá-lo com Mateus.
Outro tipo de harmonização ocorre quando os escribas faziam o texto do N.T.
conformar-se com o A.T. Por exemplo, em Mc.1:1 os escribas do W e Bizantinos
mudaram "no profeta Isaias" para "nos profetas" porque verificaram que a citação
não é só de Isaias.
2) Correções Doutrinárias: Certo escriba, copiando Mt.24:36 omitiu as palavras "nem
o Filho", pois o escriba sabia que Jesus era onisciente, e deduziu que alguém havia
cometido erro (Alefe, W, Bizantino).
Os manuscritos da Velha Latina e da Versão Gótica apresentam como acréscimo, em
Lc.1:3, a frase "e ao Espírito Santo" como "empréstimo" de At.15:28.
3) Correções Exegéticas: Passagens de difícil interpretação eram alvo dos escribas que
tentavam completar o seu sentido através de interpolação e supressões.
Um caso de interpolação encontra-se em Mt.26:15 onde as palavras "trinta moedas
de prata" foram alteradas para "trinta estateres" nos MSS D, a e b, afim de definir o
tipo de moeda mencionada. Mais tarde outros escribas (dos manuscritos 1, 209 e h)
que conheciam os dois textos, juntaram-no produzindo a frase "trinta estateres de
prata".
4) Acréscimos Naturais ou de Notas Marginais: Determinado leitor do Códice 1518
anotou nas margens de Tg.1:5 a expressão êgeumatikês kai ouk anthrôpines
(espiritual e não humana). Quando este Códice foi copiado, o escriba do manuscritos
603 incluiu esta expressão no texto: "Se alguém de vós tem falta de sabedoria
espiritual e não humana, peça-a a Deus...".
VII. AUTENTICIDADE OU GENUINIDADE:
Dizemos que um livro é genuíno ou autêntico quando ele é escrito pela pessoa ou pessoas
cujo nome ele leva, ou, se anônimo, pela pessoa ou pessoas a quem a tradição antiga o
atribui, ou, se não for atribuído a algum autor ou autores específicos, à época que a tradição
lhe atribui.
O Credo Apostólico não é genuíno porque não foi composto pelos apóstolos. As Viagens de
Gulliver é genuíno, tendo sido escrito por Dean Swift, embora seus relatos sejam fictícios.
Atos de Paulo não é genuíno, pois foi escrito por um sacerdote contemporâneo de
Tertuliano. Desse modo a autenticidade relaciona-se ao autor e à época do livro, e todos os
livros da Bíblia possuem autenticidade comprovada pela tradição histórica e pela arqueologia
(Gl.6:11; Cl.4:18).
VIII. CANONICIDADE:
Por canonicidade das Escrituras queremos dizer que, de acordo com "padrões" determinados
e fixos, os livros incluídos nelas são considerados partes integrantes de uma revelação
completa e divina, a qual, portanto, é autorizada e obrigatória em relação à fé e à prática.
A palavra grega kanon derivou do hebraico kaneh que significa junco ou vara de medir
(Ap.21:15); daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra (Gl.6:16; Fp.3:16).
A) A fonte da Canonização: A Canonização de um livro da Bíblia não significa que a nação
judaica ou a igreja tenha dado a esse livro a sua autoridade canônica; antes significa que sua
autoridade, já tendo sido estabelecida em outras bases suficientes, foi consequentemente
reconhecida como pertencente ao cânon e assim declarado pela nação judaica e pela igreja
cristã.
B) O Critério Canônico (do Novo Testamento): Adotam-se 5 critérios canônicos.
1) Apostolicidade: O livro deveria ter sido escrito por um dos apóstolos ou por autor
que tivesse relacionamento com um dos apóstolos (imprimatur apostólico).
2) Universalidade: Quando era impossível demonstrar a autenticidade apostólica, o
critério de uso e circulação do livro na comunidade cristã universal era considerado
para sua aferição canônica. O livro deveria ser aceito universalmente pela igreja para
dela receber o seu imprimatur.
3) Conteúdo do Livro: O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção
que nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.
4) Inspiração: O livro deveria possuir evidências de inspiração.
5) Leitura em Público: Nenhum livro seria admitido para leitura pública na igreja se
não possuísse características próprias. Muitos livros eram bons e agradáveis para
leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados publicamente, como se
fazia com a lei e os profetas na sinagoga. É a esta leitura que Paulo exorta Timóteo a
praticar (ITm.4:13).
C) Conclusão da Canonização (do Novo Testamento)
1) Concílio Damasino de Roma em 382 d.C.
2) Concílio de Cartago em 397 d.C.
IX. ANIMAÇÃO:
É o poder inerente à Palavra de Deus para transmitir vitalidade ou vida ao ser humano.
O Sl.19:7 diz que "a lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma..." e no versículo 8 diz que "os
preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração..."
Somente algo que tem vida pode transmitir vida, e por isso mesmo somente a Bíblia, e
nenhum outro livro pode fazê-lo, pois a Bíblia sendo a Palavra de Deus é viva: "A Palavra de
Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a
divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos
e intenções do coração"(Hb.4:12).
A) A Palavra de Deus é Viva: O elemento da vida que aqui se declara é mais do que
aquilo que agora tem autoridade em contraste com o que já se tornou letra morta; é
mais do que alguma coisa que fornece nutrição. Mas as Escrituras são vivas porque é
o hálito (espírito) do Deus Vivo (Jo.6:63; Jó 33:4). Assim tanto a Palavra Escrita (Logos)
como a Palavra Falada (rêma) são possuidoras de vida. Não há diferença essencial
entre elas, pois são apenas duas formas diferentes dela existir.
O trecho de Hb.4:12 diz que a Palavra de Deus é viva, e eficaz, é cortante, penetra e
discerne.
Em IPe.1:23 lemos que a Palavra de Deus vive e permanece para sempre. Assim a
Palavra de Deus possui vida eternamente (Sl.19:9;119:160).
B) A Palavra de Deus é Eficaz: A palavra grega usada neste trecho é energês de onde
temos a palavra energia. Trata-se da energia que a vida vital fornece. Por isso a
Palavra de Deus é comparada a uma poderosa espada de dois gumes com poder para
cortar, penetrar e discernir. Quando o Espirito Santo empunha a Sua espada(Ef.6:17)
uma energia é liberada dela para animar e realizar o seu propósito (Is.55:10,11). E’
com este poder inerente à Palavra de Deus que o Espirito Santo convence os
contradizentes (Jo.16:8; ICo.2:4) porque a Palavra de Deus é como uma dinamite com
poder (dinamos, Rm.1:16) para salvar e destruir (IICo.10:4,5;IICo.2:14,17; IJo.2:14;
Jr.23:24).
A Palavra de Deus é como um nutriente alimento que fornece forças (IPe.2:2; Mt.4:4).
Paulo escrevendo aos tessalonicenses, revela sua gratidão a Deus por haverem eles
recebido a Palavra de Deus a qual estava operando (energizando) eficazmente neles
(ITs.2:13). Paulo conhecia o poder da Palavra de Deus, por isso recomendou aos
anciãos da igreja que a observassem porque ela "tem poder para edificar e dar
herança entre todos os que são santificados" (At.20:32; Jo.5:39).
1) É eficaz na regeneração: Comparada com a "água" (Jo.3:5; Ef.5:26), a
Palavra de Deus tem poder para regenerar, pois ela coopera com o E.S. na
realização do novo nascimento (IPe.1:23; Tt.3:5; Jo.15:3; Ez.36:25-27; Jo.6:63;
Tg.1:18,21; ICo.4:15; Rm.1:16).
2) É eficaz na santificação: A Palavra de Deus tem poder para santificar
(Jo.17:17; Ef.5:26; Ez.36:25,27; IIPe.1:4; Sl.37:31;119:11). Com efeito, a
santificação é pela fé (At.15:9 e 26:18) e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus
(Rm.10:17).
3) É eficaz na edificação: A Palavra de Deus tem poder para edificar (IPe.2:2;
At.20:32; IIPe.3:18).
X. PRESERVAÇÃO:
É a operação divina que garante a permanência da Palavra Escrita, com base na aliança que
Deus fez acerca de Sua Palavra Eterna (Sl.119:89,152; Mt.24:35; IPe.1:23; Jo.10:35).
Os céus e a terra passarão (Hb.12:26,27; IIPe.3:10) mas a Palavra de Deus permanecerá
(Mt.24:35; Hb.12:28; Is.40:8; IIPe.1:19).
A preservação das Escrituras, como o cuidado divino para a sua criação e formação do cânon,
não foi acidental, nem incidental, mas sim o cumprimento de uma promessa divina. A Bíblia
é eterna, ela permanece porque nenhuma Palavra que Jeová tenha dito pode ser removida
ou abalada; nem uma vírgula ou um ponto do testemunho divino pode passar até que seja
cumprido.
"Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de infindável perseguição, a
maravilha da sua sobrevivência se transforma em milagre... Por dois mil anos, o ódio do
homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e assassino. Todo esforço
possível tem sido feito para corroer a fé na inspiração e autoridade da Bíblia, e inúmeras
operações têm sido levadas a efeito para fazê-la desaparecer. Decretos imperiais têm sido
passados ordenando que todas as cópias existentes da Bíblia fossem destruídas, e quando
essa medida não conseguiu exterminar e aniquilar a Palavra de Deus, ordens foram dadas
para que qualquer pessoa que fosse encontrada com uma cópia das Escrituras fosse morta."
(Arthur W. Pink. The Divine Inspiration of the Bible = A Inspiração Divina da Bíblia).
A Bíblia permanece até hoje porque o próprio Deus tem se empenhado em preservá-la.
Quando o rei Jeoiaquim queimou um rolo das Escrituras, Deus mesmo determinou a
Jeremias que rescrevesse as palavras que haviam sido queimadas (Jr.36:27,28), e ainda
determinou maldições sobre o rei, por haver tentado destruir a Palavra de Deus
(Jr.36:29,31). Ademais Deus acrescentou ao segundo rolo outras palavras que não se
encontravam no primeiro (Jr.36:32), pois a Palavra de Deus sempre há de prevalecer sobre a
palavra do homem (Jr.44:17,28; At.19:19,20).
Deve ficar esclarecido que Deus tem preservado apenas a Sua Palavra inspirada, aquilo que
deve ser considerado como revelação de Deus, e por isso mesmo não foi preservado e não
faz parte do Cânon Sagrado (ICr.29:29;
IICr.9:29;12:15;13:22;20:34; IICr.24:27;26:22;33:19). Em IICo.7:8 Paulo faz menção a uma
segunda carta que não consta do Novo Testamento, sendo que a segunda carta de Coríntios
que temos na nossa Bíblia, provavelmente deveria ser a terceira.
Hoje a estratégia de Satanás sobre a Palavra de Deus é diferente, pois já que ele não
consegue destruí-la, procura desacreditá-la (negando sua inspiração) e corrompê-la com
interpretações pervertidas da verdade (ITm.4:1,2; IITs.2:9-12). A nós pois, como igreja, cabe
a responsabilidade de defender e preservar a verdade (ITm.3:15) com o mesmo anseio que
caracterizava a vida de Paulo (Fp.1:7,16).
XI. INTERPRETAÇÃO:
É a elucidação ou explicação do sentido das palavras ou frases de um texto, para torná-los
compreensivos.
A ciência da interpretação é designada hermenêutica, e, em razão de sua abrangência,
requer um estudo especial separado da Bibliologia.
No final do curso, após o estudo de todas as matérias, você fará uma prova ÚNICA de
Conhecimentos Gerais.
INSTITUTO TEOLÓGICO GAMALIEL
Matéria: CRISTOLOGIA
Evangélista Robério Oliveira
(Pregador Conferêncista)Tel:075-99536335-071-87981356.
INTRODUÇÃO
Cristologia refere-se ao estudo referente a Jesus Cristo—sua pessoa e sua obra.
Tratar-se-á as temáticas da teologia sistemática bem como passagens bíblicas
essenciais referentes à temática, bem como o dilema do porquê da morte de Jesus
na cruz.
Lemos em Jo.1:14 que o Verbo se fez carne. Não devemos entender com isso que o
Verbo foi transformado em carne ou misturado com carne, e sim que escolheu para
Si mesmo um templo formado pelo ventre de uma virgem, no qual habitar; e que
Aquele que era o Filho de Deus ficou sendo o Filho do Homem, não pela confusão
da substância mas sim pela unidade de pessoa.
1. CONCEITO DE “JESUS HISTÓRICO”
No período compreendido entre 1774 a 1778, foi iniciada a procura do Jesus
Histórico. Lessing publicou pós morte as anotações de Hermann Samuel Reimarus.
Esse estudioso questionava a tradicional forma de apresentar Jesus na Igreja e no
Novo Testamento. Para ele Jesus nunca fizera uma reivindicação messiânica, nunca
institui qualquer sacramento, nunca predisse a sua morte e nem ressuscitou dentre
os mortos. Dizia que Jesus era um engodo. Essa atitude instigou a busca do Jesus
“verdadeiro”. A metodologia racionalista foi a predominante como método de
pesquisa dessa busca, peculiar a primeira parte do século XIX. A polêmica desses
estudos foi um terreno fértil para nascerem obras pró e contra Jesus.
O interregno entre a Primeira e a Segunda Grande Guerra Mundial foi a
ocasião em que a busca do Jesus histórico foi abandonada, em função da falta de
interesse pela procura e pelas dúvidas quanto a sua possibilidade. Entretanto, três
fatores foram fundamentais para essa desistência: primeiro - a obra de Albert
Schweitzer que revelou a idéia de que o Jesus liberal nunca existiu, pois ele foi
criado e baseado nos desejos de liberais, não em fatos verídicos; segundo - a partir
da obra de William Wrede e dos críticos da forma, houve o reconhecimento de que
os evangelhos não eram meramente biografias objetivas que facilmente poderiam
ser pesquisadas à procura de informações historicistas; por fim - Martin Kähler
influenciou os estudiosos a reconhecerem que o objeto da fé da igreja no decurso de
todos os séculos nunca tinha sido o Jesus histórico do liberalismo teológico, mas o
cristo da fé, ou seja, o Cristo sobrenatural proclamado nas Sagradas Letras.
Ernst käsemann, em 1953, reacendeu as chamas da busca do Jesus da
história, propalando seu receio de que a lacuna entre o Jesus da história e o Cristo
da fé era muito semelhante à heresia docética, que negava a humanidade do Filho
de Deus. Como era de se esperar Käsemann decepcionou-se em seus intentos.
Pr. Flávio Nunes.
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O avanço da ciência histórica não tem modificado a opinião universal a cerca
do Senhor Jesus. Prova disso é que, desde o mundo antigo à contemporaneidade,
encontramos mesmo que em forma diversificada a historicidade da pessoa bendita
de Jesus de Nazaré.
2. A OBJEÇÃO DA IGREJA CRISTÃ AO CHAMADO “JESUS HISTÓRICO”
A igreja cristã ri do fascínio dos liberais pela busca do que eles chamam de
“Jesus Histórico”. Isso se justifica pelo fato de que o Cristianismo é o que é, através
da afirmação de que o homem Jesus de Nazaré, que foi chamado “o Cristo”, é de
fato o Cristo, a saber, o Messias, o Ungido. Toda vez que é sustentada a asserção
de que Jesus é o Cristo, ali existe a mensagem cristã; onde quer que essa asserção
seja negada, é negada igualmente a mensagem cristã.
A religião cristã nasceu não quando nasceu o homem chamado “Jesus”, mas
sim, no momento que um de seus seguidores foi levado a dizer-lhe: “Tu é o Cristo”. E
o Cristianismo ficará vivo enquanto existirem pessoas que repitam essa afirmação.
Isso porque o evento sobre o qual o Cristianismo se baseia apresenta dois lados: o
fato que é chamado “Jesus de Nazaré” e a recepção deste fato por aqueles que O
receberam como o Cristo. Interessante que no momento que os discípulos O aceitam
como o Cristo é também o momento que Ele é rejeitado pelos poderes da história.
Então, Aquele que é o Cristo deve morrer por haver aceito o título de “Cristo.
Jesus como o Cristo é tanto um fato histórico quanto um objeto de recepção
pela fé. Não se pode afirmar a verdade sobre o evento no qual se baseia o
Cristianismo sem afirmar ambos esses lados. Se Jesus não tivesse impactado os
seus discípulos com o fato de ser o Cristo, e eles tivessem crido, bem como através
deles a todas as gerações posteriores, o homem que é chamado Jesus de Nazaré
talvez fosse recordado apenas como uma pessoa histórica e religiosamente
importante. Mas se ele foi crido e provou de fato ser o Cristo.
Nesse sentido, quem é o “Jesus Histórico”? Russel Norman Champlin
responde tal questionamento em sua obra Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia. Para ele o Jesus histórico é igualmente o Jesus a quem adoramos e
servimos. É o Jesus teológico naturalmente, podemos ter algumas noções falsas a
cerca d’Ele, mas há tal identificação de pessoa. Jesus é uma figura cósmica, dotada
de importância universal. Não foi meramente um homem bom, um excelente mestre.
Ele é também o Senhor da Glória, no sentido mais literal possível.
James Moffatt, em sua obra Jesus Christ The Same assevera:
“Nada é mais provável do que aquele que viveu à face da Terra, por alguns poucos
anos, seja o mesmo Cristo, a quem seus seguidores adoram como Senhor; nenhum
novo Jesus foi criado por algum movimento sincretista do primeiro século cristão. Há
certa unidade no ministério insolúvel de sua pessoa, que é, não apenas real, mas
também é, a causa real que subjaz às diversas interpretações de sua vida e de sua
obra, e as experiências posteriores Igreja subentendem, repetida e
continuadamente, que deve haver comunhão com ele, como algo mais profundo que
qualquer modificação interna ou externa da fé”.
Pr. Flávio Nunes.
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3. A PESQUISA EM BUSCA DO JESUS HISTÓRICO E O FRACASSO DE
TAL INVESTIGAÇÃO
Paul Tilllych, em sua obra Teologia Sistemática expõe o insucesso da capturação do
chamado “Jesus Histórico”. Pude dividir a opinião de Tillych em cinco pontos, a
saber: foi falsa a idéia de a crítica histórica ter destruído a própria fé; esse fracasso
foi motivado pela natureza das fontes de pesquisa; o Cristianismo se alicerça no
testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus e não em uma novela
histórica; os ensinos e as mensagens de Jesus não têm relação com a situação
concreta na qual foram pronunciadas. Vejamos esses cinco aspectos do pensamento
Tillychano.
3.1 A crítica histórica parecia haver destruído a própria fé.
Desde o momento em que foi aplicado o método científico de pesquisa
histórica à literatura bíblica, problemas teológicos que nunca estiveram
completamente ausentes ficaram de tal forma aumentados, como nunca o estiveram
em períodos anteriores da história da igreja. O método histórico une elementos
analítico-críticos e construtivo-conjeturais . Para a consciência cristã normal,
moldada pela doutrina ortodoxa da inspiração verbal, o primeiro elemento
impressionou muito mais do que o segundo. Só foi sentido o elemento negativo no
termo “crítica”, e esse empreendimento todo foi chamado de “crítica histórica” ou
“alta crítica”` ou, com referência a um método recente, “critica da forma”. Em si
mesmo, o termo “crítica histórica” significa nada mais do que pesquisa histórica.
Toda pesquisa histórica crítica suas fontes, separando aquilo que apresenta mais
probabilidade daquilo que apresenta menos ou é totalmente improvável. Ninguém
duvida da validez desse método, já que ele é confirmado continuamente por seu
sucesso; e ninguém protesta com seriedade se ele destrói belas lendas e
preconceitos profundamente enraizados. Mas a pesquisa bíblica se tornou suspeita
desde seu próprio começo. Ela parecia criticar não só as fontes históricas, mas
também a revelação contida nessas fontes. Pesquisa histórica e rejeição da
autoridade bíblica foram consideradas idênticas. Revelação, supunha-se, abarcava
não só o conteúdo revelatório, mas também a forma histórica na qual apareceu. Isso
parecia ser verdade especialmente com relação aos fatos referentes ao “Jesus
histórico”. Já que a revelação bíblica é essencialmente histórica, parecia impossível
separar o conteúdo revelatório dos relatos históricos tais quais apresentados nos
registros bíblicos. A crítica histórica parecia haver destruído a própria fé.
Mas a parte crítica da pesquisa histórica na literatura bíblica é a parte menos
importante. Mais importante é a parte construtivo-conjetural, que foi a força motora
em todo esse empreendimento. Os fatos que estão por três dos registros, foram
buscados; especialmente se buscaram os fatos sobre Jesus. Havia um desejo
urgente de descobrir a realidade desse homem, Jesus de Nazaré, por trás das
tradições coloridas e ao mesmo tempo, camufladoras dessa realidade, que são tão
antigas quanto ela própria. Desse modo, a pesquisa pelo assim chamado “Jesus
histórico” teve início. Seus motivos eram ao mesmo tempo religiosos e científicos.
Essa tentativa era corajosa, nobre e extremamente significativa em muitos aspectos.
Suas conseqüências teológicas são inúmeras e bastante importantes. Mas, vista à
luz de sua intenção básica, a tentativa da crítica histórica de encontrar a verdade
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empírica sobre Jesus de Nazaré foi um fracasso. O Jesus histórico, a saber, o Jesus
que está por trás dos símbolos de sua recepção como o Cristo, não só não
apareceram, quanto se distanciavam cada vez mais g medida que se dava um novo
passo. A história das tentativas de se escrever uma “vida de Jesus”, elaborada por
Albert Schweitzer em sua primeira obra, “A busca do Jesus Histórico” ainda é válida.
Sua própria tentativa construtiva foi corrigida. Eruditos, tanto conservadores quanto
radicais, se tornaram mais cautelosos, mas a situação metodológica não mudou.
Isso se tornou manifesto quando o programa ousado de “desmitologização do Novo
Testamento”, feito por Bultmann, levantou uma tempestade em todos os campos
teológicos, e a lentidão com que a escola de Barth considerava o problema histórico
foi seguida por um impressionante despertamento. Mas o resultado do
questionamento novo (e muito antigo) não é uma imagem do assim chamado Jesus
histórico, mas o “insight” de que não existe uma imagem por trás da imagem bíblica
que pudesse se tornar cientificamente provável.
3.2 O fracasso foi motivado pela natureza das fontes de pesquisa
A situação exposta acima não é questão de um defeito passageiro da pesquisa
histórica que um dia seja superado. Ela é causada pela própria natureza das fontes.
Os registros sobre Jesus de Nazaré são os de Jesus como o Cristo, dados por
pessoas que o receberam como o Cristo. Portanto, se tentamos encontrar o Jesus
real que está por trás da imagem de Jesus como o Cristo, é necessário separar
criticamente os elementos que pertencem ao lado factual do evento, daqueles
elementos que pertencem ao lado receptivo. Ao fazer isso, esboça-se uma “Vida de
Jesus”; muitos desses esboços foram elaborados. Em muitos deles atuaram juntos:
honestidade científica, devoção amorosa e interesse teológico. Em outros são
visíveis o distanciamento crítico e até mesmo a rejeição malévola. Mas nenhum pode
reivindicar ser uma imagem provável, que seja o resultado de um labor científico
tremendo dedicado à essa tarefa durante duzentos anos. No máximo, eles são
resultados mais ou menos prováveis, incapazes seja de fornecer uma base para a
aceitação da fé cristã, seja para rejeitá-la.
Tendo em vista essa situação, houve tentativas de reduzir a imagem do Jesus
histórico aos seus traços “essenciais”; a elaborar uma Gestalt, ao mesmo tempo em
que deixando abertos g dúvida seus traços particulares. Mas esse não é o processo
correto. A pesquisa histórica não pode pintar uma imagem essencial depois de
eliminar todos os traços particulares porque eles são questionáveis. Ela permanece
dependente dos traços particulares.
Conseqüentemente, as imagens do Jesus histórico nas quais é amplamente evitada
uma “Vida de Jesus” diferem tanto umas das outras, quanto aquelas nas quais não é
aplicada tal auto-restrição.
A dependência da Gestalt na valoração dos traços particulares é evidente num
exemplo tomado do complexo daquilo que Jesus ensinou sobre si mesmo. Para
elaborar esse ponto, deve-se saber, além de muitas outras coisas, se ele aplicou o
título “Filho do Homem” a si mesmo, e caso sim, em que sentido. Toda resposta
dada a essa questão é uma hipótese mais ou menos provável, mas o caráter do
quadro “essencial” do Jesus histórico depende decisivamente dessa hipótese. Esse
exemplo mostra claramente a impossibilidade de substituir a tentativa de esboçar
uma “Vida de Jesus” tentando pintar a “Gestalt de Jesus”
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Esse exemplo mostra ao mesmo tempo outro ponto importante. Pessoas que não
estão familiarizadas com o aspecto metodológico da pesquisa histórica temem suas
conseqüências para a doutrina cristã e por isso gostam de atacar a pesquisa
histórica em geral e a pesquisa na literatura bíblica em especial, acusando-as de
preconceitos teológicos. Se elas forem consistentes, negarão que sua própria
interpretação também é preconcebida ou, como elas diriam, dependente da verdade
de sua fé. Mas elas negam que o método histórico tenha critérios científicos
objetivos. Contudo, essa afirmação não pode ser sustentada em vista do imenso
material histórico que foi descoberto e freqüentemente verificado de forma empírica
por um método de pesquisa usado universalmente. E característico desse método
que ele tenta manter uma auto-crítica permanente para libertar-se de preconceitos
conscientes ou inconscientes. Isso nunca é plenamente bem sucedido, mas é uma
arma poderosa e necessária para se obter conhecimento histórico.
Um dos exemplos aludidos freqüentemente neste contexto é o tratamento dos
milagres do Novo Testamento. O método histórico não aborda as histórias de
milagres nem com o pressuposto de que aconteceram porque foram atribuídos
aquele que é chamado o Cristo, nem com o pressuposto de que eles não
aconteceram porque esses eventos contradiriam as leis da natureza. O método
histórico pergunta, quão fidedignos são os relatos em cada caso particular, quão
dependentes são eles de fontes mais antigas, como poderiam ter sido influenciados
pela credulidade de um período, como são bem confirmados por outras fontes
independentes, em que estilo são escritos, e para que finalmente são usados no
contexto todo. Todas essas questões podem ser respondidas de forma “objetiva”
sem a interferência desnecessária de preconceitos positivos ou negativos. O
historiador nunca pode conseguir uma certeza dessa forma, mas pode chegar a um
alto grau de probabilidade. Contudo, seria um salto a outro nível se ele
transformasse a probabilidade histórica em uma certeza histórica positiva ou
negativa mediante um juízo de fé (como será mostrado mais adiante). Essa distinção
clara freqüentemente é confundida pelo fato óbvio de que a compreensão do sentido
de um texto é parcialmente dependente das categorias de compreensão usadas no
encontro com textos e registros. Mas não é totalmente dependente delas, já que
existem aspectos filológicos e outros que estão abertos à uma abordagem objetiva.
Compreensão exige participação do sujeito naquilo que compreende, e só podemos
participar em termos daquilo que somos, incluindo nossas próprias categorias de
compreensão. Mas essa compreensão “existencial” nunca deveria perverter o juízo
do historiador com respeito aos fatos e relações. A pessoa cuja preocupação última
é o conteúdo da mensagem bíblica está na mesma posição que aquela cujo
conteúdo t indiferente, se discutem questões como as do desenvolvimento da
tradição sinótica, ou os elementos mitológicos e lendários do Novo Testamento.
Ambas têm os mesmos critérios de probabilidade histórica e devem usá-los com o
mesmo rigor, embora ao fazer isso possam afetar suas próprias convicções
religiosas ou filosóficas. Nesse processo pode acontecer que preconceitos que
fecham os olhos para fatos particulares abrem-nos para outros. Mas esse “abrir os
olhos” é uma experiência pessoal que não pode ser convertida num princípio
metodológico. Só existe um procedimento metodológico, e esse consiste em olhar o
objeto a ser investigado e não nossa maneira de olhar o objeto, já que nossa atitude
se acha realmente determinada por muitos fatores psicológicos, sociológicos e
históricos. Esses aspectos devem ser desconsiderados intencionalmente por quem
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quer que aborde um fato objetivamente. Não se deve formular um juízo sobre a autoconsciência
de Jesus a partir do fato de que se é um cristão - ou anti-cristão. O juízo
deve ser inferido de um certo grau de plausibilidade, baseado em registros e em sua
provável validez histórica. Isso, sem dúvida, pressupõe que o conteúdo da fé cristã
seja dependente desse juízo.
3.3 O Cristianismo se baseia no testemunho a respeito do caráter messiânico
de Jesus
A religião cristã se alicerça no testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus
de Nazaré e não em uma novela histórica, eis aí o fracasso da caça pelo Jesus
Histórico. A busca do Jesus histórico foi uma tentativa de descobrir um mínimo de
fatos confiáveis sobre o homem Jesus de Nazaré, para se obter um fundamento
seguro à fé cristã. Essa tentativa foi um fracasso. A pesquisa histórica forneceu
probabilidades sobre Jesus, em grau maior ou menor. A base dessas probabilidades,
ela esboçou “Vidas de Jesus”. Mas essas se pareciam mais a novelas do que a
biografias; elas com certeza não poderiam fornecer uma base segura para a fé
cristã. O cristianismo não se baseia na aceitação de uma novela histórica; ele se
baseia no testemunho a respeito do caráter messiânico de Jesus por pessoas que
não estavam absolutamente interessadas numa biografia do Messias.
A intuição dessa situação induziu alguns teólogos a desistirem de qualquer tentativa
de construir uma “vida” ou uma Gestalt do Jesus histórico e restringir-se a uma
interpretação das “palavras” de Jesus. A maior parte dessas palavras (embora não
todas) não se referem a ele mesmo e podem ser separadas de qualquer contexto
biográfico. Portanto, seu sentido é independente do fato de que possam ou não ter
sido ditas por ele. Nessa base o problema biográfico insolúvel não guarda a menor
relação com a verdade das palavras correta ou erradamente registradas como
palavras de Jesus. O fato de que a maioria das palavras de Jesus tem um paralelo
na literatura judaica contemporânea não é um argumento contra sua validez. Esse
também não é um argumento contra sua unicidade e poder, tais como aparecem em
coleções como o Sermão da Montanha, as parábolas e as discussões com inimigos,
bem como com seus seguidores.
3.4 Os ensinos e as mensagens de Jesus Cristo
Uma teologia que tenta fazer das palavras de Jesus um fundamento histórico da fé
cristã pode fazê-lo de duas maneiras. Pode tratar as palavras de Jesus como
“ensinos de Jesus” ou como “mensagem de Jesus”. Como ensinos de Jesus, elas
são entendidas como interpretações refinadas da lei natural ou como intuições
originais da natureza do homem. Elas não tem relação com a situação concreta na
qual foram pronunciadas. Como tal, pertencem à lei, profecia ou literatura sapiencial,
da mesma maneira como no Antigo Testamento. Elas podem transcender todas
essas três categorias em termos de profundidade e poder; mas não os transcendem
em termos de caráter. Contudo, restringir a investigação histórica aos “ensinos de
Jesus” é reduzir Jesus ao nível do Antigo Testamento e implicitamente negar sua
reivindicação de superar o contexto vétero-testamentário .
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A segunda forma pela qual a pesquisa histórica se restringe às palavras de Jesus C
mais profunda que a primeira. Ele nega que as palavras de Jesus sejam regras
gerais de comportamento humano, que elas sejam regras às quais a gente deva se
sujeitar, ou que elas sejam universais e possam portanto ser abstraídas da situação
na qual foram ditas. Em vez disso, enfatizam a mensagem de Jesus de que o Reino
de Deus está “à mão” e que portanto aqueles que querem entrar nele devem se
decidir a favor ou contra o Reino. Essas palavras de Jesus não são regras gerais,
mas exigências concretas. Essa interpretação do Jesus histórico, sugerida
especialmente por Rudolf Bultmann, identifica o sentido de Jesus com o sentido de
sua mensagem. Ele exige uma decisão, a saber, a decisão por Deus. E essa decisão
inclui a aceitação da Cruz, porque ele mesmo aceitou a sua. Aquilo que é
historicamente impossível, a saber, o esboço de uma “vida” ou uma Gestalt de
Jesus, é engenhosamente evitado usando aquilo que está imediatamente dado - a
saber, sua mensagem sobre o Reino de Deus e suas condições e apegando-se cada
vez mais ao “paradoxo da Cruz de Cristo” Mas até mesmo esse método de juízo
histórico restrito não pode oferecer um fundamento à fé cristã. Ele não mostra como
pode ser cumprida a exigência de decidir-se pelo Reino de Deus. A situação de ter
que se decidir permanece sendo aquela sob a lei. Não transcende a situação do
Antigo Testamento, a situação da busca por Cristo. Pode-se chamar a essa teologia
de “liberalismo existencialista” em contraste com o “liberalismo legalista” do primeiro.
Mas nenhum desses métodos responde à pergunta de onde reside o poder de
obedecer aos ensinos de Jesus ou de decidir-se pelo Reino de Deus. Isso esses
métodos não podem fazer porque a resposta deve vir de uma nova realidade que, de
acordo com a mensagem cristã, é o Novo Ser em Jesus como o Cristo. A Cruz é o
símbolo de um dom antes de ser o símbolo de uma exigência. Mas, se isso for
aceito, é impossível retirar-se do ser de Cristo para refugiar-se em suas palavras. A
via de acesso última da pesquisa e busca do Jesus histórico está barrada, e
manifesta o fracasso da tentativa de apresentar um fundamento à fé cristã através da
investigação histórica.
3.5 A confusão semântica em torno da expressão “Jesus Histórico”
Esse resultado teria sido reconhecido com mais facilidade se não fosse pela
confusão semântica a respeito do sentido do termo “Jesus histórico”. Esse termo foi
usado predominantemente para os resultados da pesquisa histórica referente ao
caráter e vida da pessoa que está por trás dos registros do Evangelho. Como todo
conhecimento histórico, nosso conhecimento dessa pessoa é fragmentário e
hipotético. A investigação histórica sujeita esse conhecimento ao ceticismo
metodológico e à mudança contínua que ocorre nos traços particulares, bem como
nos essenciais. Ela tem como alvo ideal atingir um alto grau de probabilidade, mas
em muitos casos isso é impossível.
O termo “Jesus histórico” também é usado para significar o evento “Jesus como
Cristo” como um elemento factual. O termo nesse sentido levanta a questão da fé e
não a questão da pesquisa histórica. Se o elemento factual no evento cristão fosse
negado, seria negado também o fundamento do cristianismo. Ceticismo
metodológico sobre o labor da pesquisa histórica não nega esse elemento. A fé não
pode nem mesmo garantir o nome “Jesus” com respeito àquele que foi o Cristo. Ela
deve deixar isso às incertezas de nosso conhecimento histórico. Mas a fé garante a
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transformação factual da realidade naquela vida pessoal que o Novo Testamento
expressa em sua imagem de Jesus como o Cristo. Se não se distinguirem esses dois
sentidos do termo “Jesus histórico”, não é possível haver nenhuma discussão
honesta e frutífera.
II. A COMPLETA CRISTIFICAÇÃO DE JESUS
1. CONCEITO DE CRISTIFICAÇÃO
Christos em grego é “ungido”, de epichriô, “ungir, “untar”. A ilustração utilizada
pelo Educador em Teologia Expedito Nogueira Marinho bem se adeqúa a essa
etimologia: quando cai sobre uma folha de papel uma gota de azeite, esse papel ou
qualquer outra substância porosa fica ungida ou permeada pelo óleo ao ponto de
parecer ambos a mesma coisa, porque tanto o azeite está no papel como o papel
está no azeite, de forma que ambos não podem serem vistos separadamente.
Por “cristificação”, entende-se o ato ou efeito de o homem Jesus de
Nazaré (de fato, pessoa humana) ser permeado pelo “Cristo”. Para isso ocorrer
Jesus teve que ser efetivamente homem. Entretanto, é preciso ponderar que apesar
de Jesus ter nascido, crescido, trabalhado, sofrido como ser humano, não viveu
como todo indivíduo. O nosso Senhor não era o tipo de homem como os outros
homens. Essa análise deve ser feita para não se cair nos extremismos: uns elevam
Jesus, a tal ponto de perder a sua humanidade como faziam os docéticos do
passado; outros diminuem Jesus a tal ponto de confundi-lo com um mero ser
humano qualquer.
2. SER FILHO DO HOMEM: REQUISITO PARA SER CRISTIFICADO
O primeiro requisito para Jesus de Nazaré ser cristificado foi o fato de ele não
ser um homem do tipo que toda a raça humana é. Ele foi o único homem 100%
humano, enquanto o restante dos seres humanos são apenas semi-humanos. Por
isso mesmo, enquanto Se manifestou em carne aos homens, Ele preferia Se autoentitular
“O Filho do Homem”. Nosso Senhor não se denominou como filho de
homem, mas sim Filho do homem, o que significa ser ele filho de uma geração 100%
hominal. Ele foi gerado de modo diferente do restante da humanidade.
O título Filho do Homem freqüentemente é aplicado à pessoa de Cristo,
lembra sua humanidade (Jo 1.14). Cerca de 79 vezes esta expressão ocorre
somente no NT e com exclusividade, nos Evangelhos, e vinte e duas vezes no livro
do Apocalipse. Em Ezequiel (por toda a extensão do livro), a frase é empregada por
Deus 91 vezes. Segundo o Dr. Allmen, em seu Vocabulário Bíblico citado por Tasker
a expressão “Filho do Homem” (Jo 3.13) havia se tornado uma figura messiânica
mais corrente. Esse é o motivo porque um exame dos textos evangélicos permitem,
quase sem possibilidade de erro, preferir que ao designar-se “Filho do homem” o
Senhor Jesus escolheu esse título, evidentemente, menos comprometido pelo
nacionalismo judaico e pelas esperanças bélicas. Havia também uma esperança
judaica do “Homem dos últimos tempos”, conforme lemos em Rm 5.12-21; 1 Co
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15.22, 45, 47; e 2. 5-11). R.V.G. Tasker Professor Emérito de Exegese do Novo
Testamento na Universidade de Londres em sua obra Mateus - Introdução e
Comentário defende a idéia de que Cristo apartou para si o título em foco porque o
termo expressava melhor do que qualquer outro vocábulo os dois lados da sua
natureza. Por um lado, chamava a atenção para as limitações e sofrimentos a que
ele estava por necessidade sujeito durante a sua existência terrena; como homem
real (sendo que o hebraico, “filho do homem: , equivale a “homem”) esteve abaixo
dos anjos, conforme Hb 2.6,7. Por outro lado. Também sugeria a sua
transcendência, que se veria em toda a sua glória quando os homens vissem o Filho
do homem vindo para juízo nas nuvens do céu e reivindicando os seus direitos de
propriedade sobre todos os reinos de acordo com o vaticínio do profeta Daniel (Dn
7.13,14).
3. JESUS DE NAZARÉ PÔDE SER CRISTIFICADO PORQUE TAMBÉM É O
FILHO DE DEUS
Para os teólogos católicos Juan Mateos e Juan Barreto, na obra Vocabulário
Teológico do Evangelho de São João, a terminologia “Filho do homem” indica a
condição humana realizada nele com excelência, plenitude e unicidade que o
constitui em modelo de homem, o vértice da humanidade. Em outro momento da
obra, apesar de os autores recomendarem cautela ao interpretar essa expressão.
Admitem que “Homem” acompanhado do artigo definido “o” no Evangelho segundo
escreveu João, ou seja, “O homem” (o Filho do homem) aparece no texto joanino
doze vezes: 1.51; 3.13,14; 6.27,53,62; 8.28; 9.35; 12.12,34; 13.31. A passagem mais
destacável é Jo 6.27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que
permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus,
o Pai, imprimiu o seu selo” (grifo nosso). Aqui o Filho do homem, distingui-se dos
outros homens por estar marcado com o selo de Deus. Este selo é O Espírito, que
recebeu em plenitude, conforme Jo 1.32,33.
Ora, a visão de João Batista que descreve a descida do Espírito Santo é a
explicação em forma de narrativa da afirmação teológica de Jo 1.14: “E o Verbo se
fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai”. A glória identifica-se com o Espírito e sua
comunicação se realiza e caracteriza o projeto de Deus feito homem (vemos que em
Jo 1.1c “um” Deus era o projeto. O filho do Homem significa pois nos lábios de
Jesus, sua própria humanidade que possui a plenitude do espírito, o projeto divino
sobre o homem realizado nele, o modelo de homem, o ‘vértice humano. É a
realidade de Jesus vista desde baixo, desde sua raiz humanam, que se ergue até à
absoluta realização pela comunicação do Espírito. O seu correlativo é o título “o Filho
de Deus”, que significa a mesma realidade vista de cima, desde de Deus, designado
o que é totalmente semelhante a ele e possui a condição divina.
Nessa linha de análise, a expressão “o Filho de Deus” designa Jesus como o
que possui a plenitude do Espírito de Deus, denotando a relação particular e
exclusiva que Jesus tem com o Pai. a expressão encontra-se pela primeira vez nos
lábios de João Batista, expressando o efeito da descida do Espírito sobre Jesus,
conforme Jo 1.32-34. A esta consagração com o Espírito o próprio Jesus associa a
sua qualidade de Filho de Deus, consoante Jo 10.36. A condição de Filho de Deus,
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unidade à de Messias, constitui a profissão de fé da comunidade cristã. Logo, Jesus
de Nazaré pôde ser cristificado porque também é o Filho de Deus.
O TIPO DE FECUNDAÇÃO QUE FORMOU O CORPO DO SENHOR JESUS
CRISTO
Como já discorri anteriormente Jesus de Nazaré não se auto-entitulou como
filho de homem, mas sim Filho do homem, o que denota ser ele filho de uma geração
100% hominal. Para se entender isso é preciso distinguir a forma comum com que a
espécie humana é gerada e o modo sobrenatural pelo qual “o Verbo se fez carne”.
1. GERAÇÃO NATURAL - HUMANA, A NOSSA
Fecundação é o ato e o efeito pelo qual um ser humano é gerado - a
penetração de um espermatozóide em um óvulo. Nesse sentido, fecundar é
comunicar a (um germe) o princípio, a causa imediata do seu desenvolvimento; é
conceber, gerar alguém. Poucas maravilhas da natureza podem ser comparadas ao
mágico instante da concepção da vida humana. O encontro entre o óvulo e o
espermatozóide e marcado na Trompa de Falópio. Lá o óvulo, em repouso, espera
pacientemente a chegada de um espermatozóide para ser fecundado e
posteriormente tornar-se um bebê.
O milagre da criação natural deve ocorrer dentro de 24 horas, caso contrário
como declara a escritora Déborah Fonseca “tudo se resumirá a um rio de sangue”,
com a chegada da menstruação. De outro lado, bem próximo, no momento do
orgasmo masculino cerca de 400 milhões de espermatozóides são liberados e
partem em ritmo alucinado para fazer cumprir sua missão de criar um novo ser
humano,. Alguns podem levar horas até percorrerem os 18 centímetros entre a
vagina e as trompas. Os mais afoitos, porém, conseguem chegar em questão de
segundos. Há ainda outros, sem a mesma sorte, que acabam ficando pelo caminho
presos nas cavidades do útero. Apenas um pequeno grupo vence todos os
obstáculos e chega próximo ao óvulo. Sem hesitar um só instante, um dos
espermatozóides se adianta aos outros e penetra o óvulo. Imediatamente, a
composição química do óvulo se altera e impede a passagem de outros. É o fim
desta incrível jornada e o início de uma nova vida. Glória ao Criador!
A forma pela qual a raça humana é fecundada é a hiloplasmática. O prefixo
“hilo” vem do vocábulo “hily” que significa matéria; e “plasmática” origina-se de
“plasmar” que quer dizer “formar”. Essa análise etimológica nos leva a concluir que
um corpo “hilo-gerado” é um corpo gerado pela matéria. Entende-se por matéria
nesse contexto substância física, ou com mais aprofundamento, pelo ponto de vista
filosófico da expressão, o que dá realidade concreta a uma coisa individual, que é o
objeto de intuição no espaço e dotado de uma massa mecânica. Como vimos acima
a forma com que uma pessoa é gerada é um estupendo milagre. Mas, por mais
maravilhoso ( e não deixa de ser um milagre) que seja nosso Senhor Jesus teve uma
geração muito mais maravilhosa que essa, como veremos adiante.
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2. GERAÇÃO SOBRENATURAL - DIVINA, A DO NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO.
Se a produção de um ser humano natural já é estupenda e miraculosa, muito
mais nos deixa estupefatos a forma com que “o Verbo se fez carne e habitou entre
nós”. É o chamado milagre da regressão, que o Apóstolo Paulo bem descreveu de
um modo até poético aos crentes em Filipos, quando expôs a profunda doutrina da
necessidade de o cristão manter-se humildade em seu coração a semelhança de
“Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a
Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (Fp
2.5-8).
Como expus anteriormente a fecundação é o ato e o efeito pelo qual um ser
humano é gerado - no caso natural ocorre com a penetração de um espermatozóide
em um óvulo, comunicando-lhe a causa imediata do seu desenvolvimento. Mas o
nosso Senhor Jesus não foi fecundado pelo modo hiloplasmático como comentei
anteriormente. Sua geração foi bioplasmática. Analisemos a etimologia do termo
“bioplasmática”. A palavra “bios” em grego é “vida” e relembrando o sufixo
“plasmática” vem de “plasmar” que quer dizer “formar”. Significa dizer que um corpo
“bioplasmático” é um corpo formado pela vida. Logo, Jesus foi gerado pela vida.
A geração bioplasmática por certo fora a maneira com qual Deus planejara a
procriação da espécie humana a partir de Adão, entretanto, tal plano foi frustrado
pelo fato de o primeiro homem não ser aprovado no teste de fidelidade aplicado pelo
Senhor. O pecado interrompeu o projeto de procriação pela vida planejado pelo
Criador. Em contra partida, Jeová pôde executar o seu plano de geração do ser
através da encarnação do Verbo divino. O Filho de Deus não foi gerado pela matéria,
por isso, pôde se auto-entitular de Filho do Homem. Jesus de Nazaré foi o maior
homem que já pisou a face da Terra.
Talvez a idéia acima fique estranha ao leitor apressado da Bíblia que lendo o
Santo Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu São Lucas vê a própria
declaração de Jesus acerca de um profeta “... entre os nascidos de mulher, não há
maior profeta do que João Batista” (Lc 7.28). Jesus sabia que Ele próprio era o maior
ser humano da face da terra (o único 100% homem), mas também tinha consciência
que não tinha provindo a carne de Maria e muito menos de José. Conforme vemos
em Lucas 1.35: “Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do
Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado
santo, Filho de Deus”. Falando de modo reverente, Gabriel diz que o Espírito Santo
descerá sobre Maria e que o poder do Altíssimo a envolvera.
Alguns exegetas esclarecem essa passagem bíblica de modo peculiar. Leon
Morris ensina que esta expressão delicada exclui idéias grosseiras de uma “união”
entre o Espírito Santo com Maria. Gabriel deixa claro que a concepção de Maria será
o resultado de uma atividade divina. Por causa disso, o filho a ser nascido seria
“santo... o Filho de Deus”. A nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém esclarece que a
expressão “o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” evoca, seja nuvem
luminosa de Jeová, conforme Ex 13.22, 19.16, 24.16), seja as asas do pássaro que
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simbolizam o poder protetor (Sl 17.8; 57.2; 140.8) e criador (Gn 1.2) de Deus. Merril
Tenney assevera que em contraste com as lendas pagãs da antigüidade
relacionadas com reputada descendência de deuses homens, não houve nenhuma
intervenção física. O Espírito Santo, por meio de uma ato criador no corpo de Maria,
providenciou os meios físicos para a encarnação. O teólogo E. F. Kevan ensina que
o Espírito Santo desceu sobre a virgem Maria em Sua capacidade como poder
criativo de Deus, conforme Gn 1.2, a encarnação foi o começo de uma nova criação.
O “poder do Altíssimo” cobriu-a livre de toda a mancha do pecado. Ainda que
verdadeiramente da raça de Adão, Jesus no entanto nasceu como Cabeça, sem
pecado, de uma nova raça. As palavras de Gabriel: “Será chamado Filho de Deus”,
dão base à filiação divina do filho de Maria quando de Sua concepção pelo Espírito
divino. Isso não implica, nem tão pouco exclui a sua preexistência. Seu resultado é
visto na consciência da paternidade de Deus que Jesus possuía desde Seus anos
primordiais. Portanto, o homem Jesus não fora gerado pela matéria, mas sim, pela
vida. Não foi contaminado com o elemento pecaminoso que havia em Maria.
Por outro lado, os homens naturais são “gerados pela carne e pelo sangue”,
por isso são mortais como todo animal, mas, o Senhor Jesus possuía em si a
imortalidade. Prova disso foi o que Ele mesmo revelou acerca dessa verdade: “...dou
a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a
dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este
mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10.17,18). Somente tem legitimidade para falar
dessa maneira quem possui em si a imortalidade. Isso corrobora a verdade de que
Jesus foi gerado de um modo 100% humano e 0% animal, em função disso, ele
intitula a si mesmo de “O filho do Homem”.
A NATUREZA HUMANA DE CRISTO
A) NATUREZA HUMANA
1) Feito de Mulher (Gl.4:4; Mt.1:8).
2) Feito da Semente de Davi:
a) Sem (Gn.9:27).
b) Abraão (Gn.12:1-3).
c) Isaque (Gn.26:2-5).
d) Jacó (Gn.28:13-15).
e) Judá (Gn.49:10).
f) Davi (IISm.7:12-16).
B) CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NATURAIS:
1) Vigor Físico (Lc.2:52).
2) Faculdades Mentais (Lc.2:40).
C) APARÊNCIA PESSOAL (JO.4:9).
D) NATUREZA HUMANA COMPLETA:
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1) Corpo (Mt.26:12).
2) Alma (Mt.26:38).
3) Espirito (Lc.23:46).
E) LIMITAÇÕES HUMANAS:
1) Limitações Físicas:
a) Fadiga (Jo.4:6; Is.40:28).
b) Sono (Mt.8:24; Sl.121:4,5).
c) Fome (Mt.21:18).
d) Sede (Jo.19:28).
e) Sofrimento e Dor (Lc.22:44).
f) Sujeição à Morte (ICo.15:3).
2) Limitações Intelectuais:
a) Precisava Crescer em Conhecimento (Lc.2:52).
b) Precisava Adquirir Conhecimento pela Observação (Mc.11:13).
c) Possuía Conhecimento Limitado (Mc.13:32).
3) Limitações Morais (Hb.2:18;4:15).
4) Limitações Espirituais:
a) Dependia das Oraçes (Mc.1:35).
b) Dependia do Espirito Santo (At.10:38; Mt.12:28).
F) NOMES HUMANOS:
1) Jesus (Mt.1:21).
2) Filho do Homem (Lc.19:10).
3) O Nazareno (At.2:22).
4) O Profeta (Mt.21:11).
5) O Carpinteiro (Mc.6:3).
6) O Homem (Jo.19:5; ITm.2:5).
G) RELAÇÃO HUMANA COM DEUS:
1) Como Mediador e Sacerdote; Como representante da humanidade Jesus falava
com Deus (Mc.15:34).
2) Kenosis: Auto esvaziamento de Jesus Cristo, uma auto renúncia dos atributos
divinos. Jesus pôs de lado a forma de Deus, mas ao fazê-lo não se despiu de Sua
natureza divina; não houve auto extinção. Também o Ser divino não se tornou
humano; Sua personalidade continuou a mesma, e reteve a consciência de ser Deus
(Jo.3:13). O propósito da kenosis foi a redenção. Na kenosis Jesus deixou o uso
independente do Seu poder para depender do Espirito Santo.
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A NATUREZA DIVINA DE CRISTO
A) NOMES DIVINOS:
1) Deus (Jo.1:1; Jo.1:18(ARA); Jo.20:28; Rm.9:5; Tt.2:13; Hb.1:8).
2) Filho de Deus (Mt.8:29;16:16;27:40; Mc.14:61,62; Jo.5:25;10:36;
3) Alfa e Ômega (Ap.1:8,17;22:13; Is.44:6).
4) O Santo (At.3:14; Is.41:14; Os.11:9).
5) Pai da Eternidade e Maravilhoso (Is.9:6; Jz.13:18).
6) Deus Forte (Is.9:6; Is.10:21).
7) Senhor da Glória (ICo.2:8; Tg.1:21; Sl.24:8-10).
8) Senhor (At.9:17;16:31; Lc.2:11; Rm.10:9; Fp.2:11). O termo "Senhor" em grego é
Kúrios, e significa Chefe superior, Mestre, e como tal era empregado à pessoas
humanas, aos imperadores de Roma. Entretanto eles eram considerados deuses, e
somente à eles era permitido aplicar este título, no sentido de divindade (At.2:36;
IICo.4:5; Ef.4:5; IIPe.2:1; Ap.19:16).
B) PELO CULTO DIVINO QUE LHE É ATRIBUIDO:
1) Somente Deus pode ser adorado (Mt.4:10).
2) Jesus aceitou e não impediu Sua adoração (Mt.14:33; Lc.5:8;24:52).
3) O Pai deseja que o Filho seja adorado (Hb.1:6; Jo.5:22,23; compare Is.45:21-23
com Fp.2:10,11).
4) A Igreja primitiva o adorou e orava Ele (At.7:59,60; IICo.12:8-10).
C) PELOS OFÍCIOS DIVINOS QUE LHE FORAM ATRIBUÍDOS:
1) Criador (Jo.1:3; Hb.1:8-10; Cl.1:16).
2) Preservador (Cl.1:17).
3) Perdoador de pecados (Mc.2:5,7,11; Lc.7:49).
4) Jesus é Jeová Encarnado (Compare Is.40:3,4 com Jo.1:23; Is.8:13,14 com
IPe.2:7,8 e At.4:11; IPe.2:6 com Is.28:16 e Sl.118:22; Nm.21:6,7 com ICo.10:9(ARA
= Senhor; ARC = Cristo; no grego = Criston); Sl.102:22-27 com Hb.1:10-12; Is.60:19
com Lc.2:32; Zc.3:1,2).
D) PELA ASSOCIAÇÃO DE JESUS, O FILHO, COM O NOME DE DEUS PAI
IICo.13:14; ICo.12:4-6; ITs.3:11; Rm.1:7; Tg.1:1; IIPe.1:1; Ap.7:10; Cl.2:2; Jo.17:3;
Mt.28:19
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E) ATRIBUTOS DIVINOS LHE SÃO ATRIBUÍDOS:
1) Atributos Naturais:
a)Onisciência (Jo.1:47-51;4:16-19,29;6:64;16:30;8:55; Jo.10:15;21:6,17;
Mt.11:27;12:25;17:27; Cl.2:3).
b) Onipresença (Jo.3:13;14:23 Mt.18:20;28:20; Ef.1:23).
c) Onipotência (Mt.8:26,27;28:28; Hb.1:3; Ap.1:8).
d) Eternidade (Jo.8:58;17:5,24; Cl.1:17; Hb.1:8;13:8; Ap.1:8; Is.9:6; Mq.5:2).
e) Vida (Jo.10:17,18;11:25;14:6).
f) Imutabilidade (Hb.1:11;13:8; Sl.102:26,27).
g) Auto-Existência (Jo.1:1,2).
h) Espiritualidade (IICo.3:17,18).
2) Atributos Morais:
a) Santidade (At.3:14;4:27Jo.8:12; Lc.1:35; Hb.7:26; IJo.1:5; Ap.3:7;15:4; Dn.9:24).
b) Bondade (Jo.10:11,14; IPe.2:3; IICo.10:1).
c) Verdade (Mt.22:16; Jo.1:14;14:6; Ap.19:11;3:7; IJo.5:20).
F) TÍTULOS DADOS IGUALMENTE A DEUS PAI E A JESUS CRISTO:
1) Deus: Deus Pai (Dt.4:39; IISm.7:22; IRs.8:60; IIRs.19:15; ICr.17:20; Sl.86:10;
Is.45:6;46:9; Mc.12:32), Jesus Cristo (Compare Is.40:3 com Jo.1:23 e 3:28;
Sl.45:6,7 com Hb.1:8,9; Jo.1:1; Rm.9:5; Tt.2:13; IJo.5:20).
2) Único Deus Verdadeiro: Deus Pai (Jo.17:3), Jesus Cristo (IJo.5:20).
3) Deus Forte: Deus Pai (Ne.9:32), Jesus Cristo (Is.9:6).
4) Deus Salvador: Deus Pai (Is.45:15,21; Lc.1:47: Tt.3:4), Jesus Cristo (IIPe.1:1;
Tt.2:13; Jd.25).
5) Jeová: Deus Pai (Ex.3:15), Jesus Cristo (Compare Is.40:3 com Mt.3:3 e Jo.1:23).
6) Jeová dos Exércitos: (ICr.17:24; Sl.84:3; Is.51:15; Jr.32:18;46:18), Jesus Cristo
(Compare Sl.24:10 e Is.6:1-5 com Jo.12:41; Is.54:5).
7) Senhor: Deus Pai (Mt.11:25;21:9;22:37; Mc.11:9;12:29; Rm.10:12; Ap.11:15),
Jesus Cristo (Lc.2:11; Jo.20:28; At.10:36; ICo.2:8;8:6;12:3,5; Fp.2:11; Ef.4:5).
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8) Único Senhor: Deus Pai (Mc.12:29; Dt.6:4), Jesus Cristo (ICo.8:6; Ef.4:5).
9) Jeová e Salvador, Senhor e Salvador: Deus Pai (Is.43:11;60:16; Os.13:4), Jesus
Cristo (IIPe.1:11;2:20;3:18).
10) Salvador: Deus Pai (Is.43:3,11;60:16; ITm.1:1;2:3; Tt.1:3;2:10;3:4; Jd.25), Jesus
Cristo (Lc.1:69;2:11; At.5:31; Ef.5:23; Fp.3:20; IITm.1:10; Tt.1:4;3:6).
11) Único Salvador: Deus Pai (Is.43:11; Os.13:4), Jesus Cristo (At.4:12; ITm.2:5,6).
12) Salvador de todos os homens e do mundo: Deus Pai (ITm.4:10), Jesus Cristo
(IJo.4:14).
13) O Santo de Israel: Deus Pai (Sl.71:22;89:18; Is.1:4; Is.45:11), Jesus Cristo
(Is.41:14;43:3;47:4;54:5).
14) Rei dos reis, Senhor dos senhores: Deus Pai (Dt.10:17; ITm.6:15,16), Jesus
Cristo (Ap.17:14;19:16).
15) Eu Sou: Deus Pai (Ex.3:14), Jesus Cristo (Jo.8:58).
16) O Primeiro e O Último: Deus Pai (Is.41:4;44:6;48:12) Jesus Cristo
(Ap.1:11,17;2:8;22:13).
17) O Esposo de Israel e da Igreja: Deus Pai (Is.54:5;62:5; Jr.3:14; Os.2:16), Jesus
Cristo (Jo.3:9; IICo.11:2;; Ap.19:7;21:9).
18) O Pastor: Deus Pai (Sl.23:1), Jesus Cristo (Jo.10:11,14; Hb.13:20).
G) OBRAS ATRIBUÍDAS IGUALMENTE A DEUS E A JESUS CRISTO:
1) Criou o mundo e todas as coisas: Deus Pai (Ne.9:6; Sl.146:6; Is.44:24; Jr.27:5;
At.14:15;17:24), Jesus Cristo (Sl.33:6; Jo.1:3,10; ICo.8:6; Ef.3:9; Cl.1:16; Hb.1:2,10).
2) Sustenta e preserva todas as coisas: Deus Pai (Sl.104:5-9; Jr.5:22;31:35), Jesus
Cristo (Cl.1:17; Hb.1:3; Jd.1)
3) Ressuscitou Cristo: Deus Pai (At.2:24; Ef.1:20), Jesus Cristo (Jo.2:19;10:18).
4) Ressuscitou mortos: Deus Pai (Rm.4:17; ICo.6:14; IICo.1:9;4:14), Jesus Cristo
(Jo.5:21,28,29;6:39,40,44,54;11:25; Fp.3:20,21).
5) É o Autor da regeneração: Deus Pai (IJo.5:18), Jesus Cristo (IJo.2:29).
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A UNIPERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
Ficou provado que Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana. No
entanto, embora tenha duas naturezas, Ele não possui duas personalidades ou
Pessoas, sendo uma Pessoa divina e outra humana, mas uma só e apenas uma.
Jesus Cristo é uma só Pessoa em duas naturezas distintas, porém unidas.
Aspectos Médicos da Crucificação de Jesus Cristo
João 3:16: Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
vida eterna.
Hebreus 12:2 - " Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo
gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à
direita do trono de Deus."
Nas ultimas horas da vida de Jesus o que ele suportou, e que vergonha ele sofreu?
EXCRUCIAR: causar grande agonia, atormentar, torturar
Latim : ex : sobre, por causa de / cruciar : cruz "por causa da cruz"
O tom dessa apresentação poderá ser melhor resumida dentro da palavra "excruciar", (a raiz
da palavra "cruciante") a qual se refere a algo que causa grande agonia ou tormento. As
raízes em Latim da palavra são :"ex", que significa por causa de ou sobre, e "cruciar", que
significa cruz. A palavra "excruciar" vem do Latim para "por causa de , ou sobre, a cruz".
(Websters)
VISÃO GERAL
Jesus passou as suas últimas horas antes da crucificação em diversos lugares em
Jerusalém. Ele começou a noite no Cenáculo, no sudoeste de Jerusalém. Na última ceia, Ele
disse aos discípulos que Seu corpo e Seu sangue deviam ser dados por eles. (Mateus 26: 26-
29) Saindo Ele da cidade indo ao jardim de Getsêmane. Ele foi então preso e levado de volta
para o palácio do sumo sacerdote. Onde Ele foi questionado por Anás, antigo sumo
sacerdote, e Caifás, genro de Anás. Posteriormente, Ele foi julgado pelo sinédrio, e foi
declarado culpado de blasfêmia ao se proclamar Filho de Deus. Ele foi sentenciado a pena de
morte. Sendo que apenas aos romanos era dado o direito de executar criminosos, Ele foi
mandado a Pôncio Pilatos na fortaleza Antonia. Pilatos, não encontrando nada de errado,
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mandou-o para o rei Herodes, que devolveu-o a Pilatos. Pilatos, submetendo-se a pressão
da multidão, então ordenou que Jesus fosse chicoteado e crucificado. Ele foi finalmente
conduzido para fora dos muros da cidade para ser crucificado no Calvário.
A SAÚDE DE JESUS E A DEMANDA DO SOFRIMENTO
É razoável supor que Jesus estava com a saúde boa antes do sofrimento que Ele
enfrentou nas horas que antecederam a sua morte. Ter sido um carpinteiro e viajando por
toda a região durante Seu ministério requeria que Ele estivesse em boas condições físicas.
Antes da crucificação, entretanto, Ele foi forçado a andar 4 quilômetros depois de uma noite
sem dormir, durante a qual Ele sofreu grande angustia por seus seis julgamentos, foi
escarnecido, ridicularizado e severamente golpeado, e foi abandonado por seus amigos e seu
Pai. (Edwards)
O CENÁCULO OU QUARTO SUPERIOR
O sofrimento começou no Cenáculo de uma casa que nós chamamos agora de a
Ultima Ceia, Aonde Jesus, deu a primeira comunhão, profetizando que Seu corpo e sangue
seria dado.(Mateus. 26:17-29) Hoje em Jerusalém, qualquer pessoa pode visitar o Cenáculo
ou Cenaculum (latim para sala de jantar), um quarto que esta construído sobre onde
acredita-se ser o local do Cenáculo, (Kollek) que está localizado no sudoeste na direção da
velha cidade.
GETSÊMANE: prensa de óleo
Lucas 22:44 E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como
grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão. "o Espirito de Deus....esmagado"
Do Cenáculo, Jesus foi para fora dos muros da cidade aonde passou algum tempo em oração
no Jardim de Getsêmane. Hoje em dia o jardim tem muitas antigas árvores de oliva, algumas
delas podem ter crescido das raízes das árvores que estavam presentes na época de Jesus.
(Todas as árvores em volta de Jerusalém foram cortadas quando os Romanos conquistaram a
cidade em 70 D.C. Árvores de oliva podem regenerar-se de suas raízes e viver por milhares
de anos.) O nome "Getsêmane", vem do Hebreu Gat Shmanim, significa "prensa de óleo"
(Kollek). Desde que "óleo" é usado na Bíblia para simbolizar o Espirito Santo, pode-se dizer
então que o jardim é onde "o Espirito de Deus foi esmagado". (Missler). Era aqui que Jesus
agonizou em oração sobre o que deveria ocorrer. É importante saber que este é o único
lugar na Bíblia, (segundo a versão de KJV), onde a palavra "agonia" é mencionada. (Strong's
Concordance) A palavra Grega para agonia significa "empenhado em combate" (Pink) Jesus
agonizou sobre o que Ele teria que passar, sentindo que Ele está ao ponto de morrer
(Marcos14:34). Contudo Ele orava, "Não se faça a minha vontade, mas a tua."
De importância medica, é que Lucas menciona Ele tendo suado sangue. O termo médico para
isto, "hemohidrosis" ou "hematidrosis" tem sido visto em pacientes que experimentaram,
extremo stress ou choque nos seus sistemas. (Edwards) Os capilares em volta dos poros
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suados tornam-se frágeis e começam a pingar sangue no suor. Um caso na história é descrito
em que uma menina que tinha medo de ataques aéreo, na Primeira guerra mundial,
desenvolveu estas condições depois que ocorreu uma explosão de gás na casa vizinha a dela.
(Scott) Outro relatório menciona uma freira que, ao estar ameaçada de morte pelas espadas
dos soldados inimigos, "estava tão aterrorizada que ela sangrava por toda parte do seu corpo
e morreu de hemorragia na presença de seus atacantes."(Grafenberg) Em memorial ao
sofrimento de Jesus, a igreja que agora está em Getsêmane é conhecida como a Igreja da
Agonia. (também chamada de Igreja das Nações porque muitas nações doaram dinheiro para
sua construção).(Kollek)
ABANDONADO PELOS HOMENS
Mateus 26:56b: "Então todos os discípulos, deixando-o fugiram."
Salmos 22:11: "Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem acuda."
Enquanto estava em Getsêmane, Jesus é traído por Judas e preso pelos Judeus. Todos os
seus discípulos o abandonaram, até mesmo ao custo de ter que correr nu (Marcos 14:51-52).
Ele é preso (João 18:12) então levado de volta para a cidade e para corte do Sumo Sacerdote,
aonde é localizada perto do Cenáculo.
ASPECTOS ILEGAIS DO JULGAMENTO DE JESUS
A seguir estão alguns dos aspectos ilegais do julgamento de Jesus:
- Os julgamentos poderiam ocorrer somente nos lugares de reunião regular do Sinédrio
(não no palácio do Sumo Sacerdote)
- Os julgamentos não podiam ocorrer na véspera do Sabat ou de Festas e nem a noite
- Uma sentença de "culpado" somente poderia ser pronunciada no dia seguinte ao
julgamento
A INTRODUÇÃO DAS TESTEMUNHAS
Deut 19:15: "Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade,
ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado cometido; pela boca de duas ou de três
testemunhas se estabelecerá o fato."
Deut 17:6: "Pela boca de duas ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer;
pela boca duma só testemunha não morrerá."
Marcos 14:56: "Porque contra ele muitos depunham falsamente, mas os testemunhos não
concordavam."
Enquanto na corte do Sumo Sacerdote, Ele foi questionado por Anás (João 18:13) e golpeado
por um soldado (João 18: 22). Ele foi trazido então a Caifás e ao Sinédrio, que procuravam
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por Jesus à morte pelo testemunho falso de muitas testemunhas. As testemunhas trazidas
contra Ele não concordavam. Pela lei, ninguém poderia ser posto a morte sem a
concordância de duas ou três testemunhas nos seus testemunhos. Embora as testemunhas
não concordassem, Ele foi considerado culpado de blasfêmia quando Ele lhes disse de Sua
identidade como Filho de Deus. Ele foi sentenciado a morte. Jesus sofreu escarnecimento
dos guardas do palácio, que cuspiram nEle, bateram nEle e esbofetearam Sua cara. (Marcos
14:65.) Durante o julgamento, Pedro nega-Lhe três vezes. Os procedimentos do julgamento
de Jesus violaram muitas das leis da Sua sociedade. Entre algumas das outras leis violadas
estão: (Bucklin)
1. Nenhuma aprisionamento poderia ser feito a noite.
2. A hora e a data do julgamento eram ilegais porque ocorreu a noite e na véspera do
Sabat. Neste momento impossibilitando alguma chance para o requerimento da suspensão
da pena no dia seguinte ao evento da condenação.
3. O Sinédrio era sem autoridade para incitar acusações. Era somente suposto para
investigar acusações trazidas perante ele. No julgamento de Jesus, a própria corte formulou
as acusações.
4. As acusações contra Jesus foram mudadas durante o julgamento. Ele foi inicialmente
acusado de blasfêmia baseado na sua declaração de que poderia destruir e reconstruir o
Templo de Deus dentro de três dias, e também de ser Filho de Deus. Quando Ele foi trazido
perante Pilatos, a acusação era que Jesus era um Rei e não defendia o pagamento de
impostos aos Romanos.
5. Como indicado acima, a exigência de duas testemunhas de acordo para condenar a
pena de morte não foi cumprida..
6. A corte não se reuniu no regular local de reuniões do Sinédrio, como é requerido pela
lei Judia.
7. A Cristo não foi permitido uma defesa. Pela a lei judia, deveria ter ocorrido uma busca
exaustiva nos fatos apresentados pelas testemunhas.
8. O Sinédrio pronunciou a sentença de morte. Pela a lei, ao Sinédrio não era permitido
condenar e colocar a pena de morte em efetivo. (João 18:31)
Hoje, se pode visitar o palácio do Sumo Sacerdote. Aonde se pode estar no meio das ruínas
do pátio. E está disponível um modelo das estruturas do palácio no tempo de Jesus.
VEREDICTO DE PILATOS
Marcos 15:15 - "Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e tendo
mandado
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açoitar a Jesus, o entregou para ser crucificado."
O Sinédrio reuniu-se cedo na manhã seguinte e sentenciou-O a morte.(Mateus 27:1) Jesus foi
levado perante a Pilatos, porque aos judeus não era dado como aos romanos o direito de
realizar execuções. A acusação foi agora mudada para a alegação que Jesus reivindicava ser
Rei e proibia a nação de pagar impostos a César. (Lucas 23:5) Apesar de todas as acusações,
Pilatos não encontrou nada errado. Ele mandou Jesus a Herodes. Jesus ficou calado perante
Herodes, exceto para afirmar que Ele é o Rei dos Judeus. Herodes mandou-O devolta a
Pilatos. Pilatos é incapaz de convencer a multidão da inocência de Jesus e ordena Jesus a ser
posto a morte. Algumas fontes indicam que era lei romana, que um criminoso que estava
para ser crucificado teria que primeiro ser chicoteado.(McDowell) Outros acreditam que
Jesus foi primeiramente chicoteado por Pilatos na esperança de livra-Lo através de uma
punição mais leve.(Davis) Apesar do seu esforços, os Judeus permitiram que Barrabás fosse
liberado e exigiram que Jesus fosse crucificado, ainda gritando que, "O Seu sangue caia sobre
nós e sobre nossos filhos!" (Mateus 27:25) Pilatos entrega Jesus para ser chicoteado e
crucificado.
É neste momento que Jesus sofre um violento espancamento físico. (Edwards) Durante as
chicotadas, a vitima era amarrada a um poste, deixando suas costas inteiramente exposta.
Os Romanos usavam um chicote, chamado flagrum ou flagellum o qual consiste em
pequenas partes de osso e metal unidos a vários cordões de couro. O número de chicotadas
não é registrado nos evangelhos. O número de golpes na lei judia foi estabelecido em
Deuteronômio 25:3 em quarenta, mas mais tarde reduzido a 39 para prevenir golpes
excessivos por um erro de contagem. (Holmans). A vítima frequentemente morria por causa
do espancamento. (39 golpes acreditava-se trazer o criminoso a " um da morte".) A lei
romana não colocava nenhum limite sobre o número de golpes a se dar. (McDowell) Durante
as chicotadas, a pele era arrancada das costas, expondo uma massa ensanguentada de
músculo e osso ("hambúrguer " : Metherall). Ocorria extrema perda de sangue pelo
espancamento, enfraquecendo a vítima ,as vezes, ao ponto de ficar inconsciente.
SOLDADOS ROMANOS ESCARNECEM E BATEM EM JESUS
Mateus 27:28-30 (Os soldados) despiram-No e colocaram-No um manto escarlate
então trançaram uma coroa de espinhos e fixaram em sua cabeça. Eles colocaram uma
cajado na Sua mão direita e ajoelharam-se na Sua frente e O escarnecia dizendo: "Salve, rei
dos judeus!". Eles cuspiram nEle, e pegaram o cajado e golpearam-O na cabeça várias vezes.
Jesus foi então espancado pelos soldados romanos. No escarnecimento, eles vestiram-No no
que era provavelmente a capa de um oficial romano, o qual era de cor roxo escuro ou
escarlate. (Bíblia Amplificada) Ele também usava a coroa de espinhos. Ao contrário da coroa
tradicional a qual é descrita por um anel aberto, a verdadeira coroa de espinhos pode ter
coberto o escalpo inteiro.(Lumpkin) Os espinhos podem ter tido 2.54 a 5.08 centímetros de
comprimento. Os evangelhos indicam que os soldados romanos continuamente bateram na
cabeça de Jesus. Os golpes dirigiram os espinhos para dentro do escalpo (uma das áreas mais
vascular do corpo) e na testa, causando sangramento severo.
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A COROA DE ESPINHOS E O MANTO
Gênesis 3:17b-18: "Maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da
tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. "Isaías 1:18
"Vinde, pois, e arrazoemos," diz o SENHOR. "Ainda que os vossos pecados são como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelho como o carmesim,
tornar-se-ão como lã." O significado do manto escarlate e a coroa de espinhos é para
enfatizar Jesus tomando os pecados do mundo sobre Seu corpo. A Bíblia descreve o pecado
pela cor escarlata (Isaías 1:18) e aqueles espinhos que apareceram logo depois da queda do
homem, como um sinal da maldição. Assim, os artigos que Ele usou são símbolos para
mostrar que Jesus tomou os pecados (e maldições) do mundo sobre Ele mesmo. Não é claro
se Ele usou a coroa de espinhos na cruz. Mateus descreve que os romanos removeram Suas
roupas depois do espancamento, e então colocaram Suas próprias roupas de novo nEle.
(Mateus 27:31)
A SEVERIDADE DO ESPANCAMENTO
Isaías 50:6: "Ofereci as minhas costas aos que me feriam, e as minhas faces aos que me
arrancavam a
barba; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam."
Isaías 52:14: "..... Como pasmaram muitos à vista dele -- pois o seu aspecto estava tão
desfigurado que
não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens --"
A severidade do espancamento não é detalhada nos evangelhos. Entretanto , no livro de
Isaías, ele sugere que os
romanos arrancaram Sua barba.(Isaías 50:8) Também é mencionado que Jesus foi espancado
tão severamente
que seu aspecto não parecia como "a dos filhos dos homens" i.e. como uma pessoa. "O seu
aspecto estava tão
desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens." As
pessoa ficavam horrorizadas ao olhar para Ele (Isaías 52:13). Seu desfiguramento talvez
possa explicar porque Ele não foi reconhecido facilmente em Suas aparições pós
ressurreição.(Missler) Hoje, se pode visitar o local conhecido como Lithostrotos, aonde
acredita-se ser o chão da Fortaleza de Antônio.(todavia recente escavações talvez ponha em
dúvida esta teoria (Gonen)) O chão está marcado para jogos uma vez jogados por soldados
romanos.
Do espancamento, Jesus andou num trajeto, chamado agora de Via Dolorosa, para ser
crucificado em Gólgota. A distância total tem sido estimada em 595 metros. (Edwards). Uma
rua estreita de pedra, era provavelmente cercada por mercados no tempo de Jesus. Ele foi
conduzido através das ruas aglomeradas de gente carregando a barra transversal da cruz
(chamada patibulum) em contato com Seus ombros. A barra transversal provavelmente
pesava entre 36 e 50 quilos. Ele era cercado por um guarda dos soldados romanos, o qual
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carregava uma placa que anunciava Seu crime o de ser "o Rei dos Judeus" em Hebreu, em
Latim e em Grego. No caminho, Ele ficou incapaz de carregar a cruz. Alguns teorizam que Ele
talvez tenha caído ao ir descendo os degraus da Fortaleza de Antônio. Uma queda com o
pesado patibulum nas Suas costas talvez tenha causado uma contusão do coração,
predispondo Seu coração a ruptura na cruz. (Ball) Simão o Cireneu (atualmente norte da
África (Tripoli)), que aparentemente foi afetado por estes eventos, foi intimado a ajudar.
A presente Via Dolorosa foi marcada no século 16 sendo a rota na qual Cristo foi conduzido a
Sua crucificação.(Magi) Quanto a localização do Calvário, a verdadeira localização da Via
Dolorosa é disputada. Muita da tradição a respeito do que aconteceu a Jesus é encontrada
na Via Dolorosa hoje em dia. Há 14 estações de "eventos" que ocorreram e 9 igrejas no
caminho hoje em dia. As estações da cruz foram estabelecidas em 1800. (Magi) Hoje em dia,
há uma seção no trajeto onde se pode andar nas pedras que foram usadas durante a época
de Jesus.
SOFRIMENTO NA CRUZ
Salmo 22:16-17: " Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca;
transpassaram-me as mãos e
os pés. Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me."
O evento da crucificação é profetizado em diversos lugares por todo o Velho
Testamento. Um dos mais impressionantes é narrado em Isaías 52:13, aonde ele diz que, "Eis
que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime." Em
João 3, Jesus fala sobre o cumprimento dessa profecia quando Ele diz, "E como Moisés
levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para
que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna." Ele refere aos eventos narrado em
Números 21:6-9. O Senhor tinha mandado uma praga de serpentes impetuosas no povo de
Israel e morderam o povo de modo que muitas pessoas morreram. Depois que o povo
confessou seus pecados a Moisés, o Senhor perdoou eles tendo feito uma serpente de
bronze. O bronze é um símbolo do julgamento e a serpente é um símbolo da maldição.
Quem quer que fosse mordido por uma serpente e então olhasse a serpente de bronze, era
salvo da morte. Estes versos são profecias que apontam a crucificação, em que Jesus seria
(levantado) na cruz para julgamento do pecado, para que todo aquele que nele crê não
pereça, (a morte eterna) mas tenha a vida eterna.II Cor 5 :21 Amplifica este ponto, nisso
"Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que Nele fôssemos
feitos justiça de Deus."(Pink) É interessante que o símbolo de Aesculapius que é o símbolo
da profissão médica hoje em dia, teve suas raízes da fabricação da serpente de
bronze.(Metherall) Certamente, Jesus é quem cura a todos! Jesus é conduzido ao lugar da
caveira (Latim: Calvário, Aramaico: Golgota) para ser crucificado. A atual localização do
Calvário está também em disputa. No fim da Via Dolorosa, há uma "T bifurcação ". Se
virarmos a esquerda, nós iremos a Basílica do Santo Sepulcro. Se virarmos para direita, nós
iremos ao Calvário de Gordon. A Basílica do Santo Sepulcro tem se acreditado por muito
tempo ser o local tradicional da crucificação.
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Calvário de Gordon possivelmente tem uma razão profética para ser o lugar da
crucificação. Em Gênesis 22, Abraão é testado por Deus para sacrificar Isaque no topo da
montanha. Percebendo que ele estava agindo fora da profecia, que "Deus proverá para si o
Cordeiro", Abraão chama o lugar do evento de "Jeová-Jiré", "No monte do senhor se
proverá." Se nós pegarmos isso como evento profético da morte de Jesus, então Jesus
morreu no terreno mais elevado de Jerusalém. Calvário de Gordon é o ponto mais elevado
de Jerusalém, 777 metros acima do nível do mar. (Missler: Map from Israel tour book) Hoje
em dia, no Calvário de Gordon, as cavernas na rocha estão situadas de tal maneira que dão
ao local a aparência de uma caveira.
Jesus foi então crucificado. Crucificação era uma prática que se originou com os Persas e foi
mais tarde passado para os Carthaginians e os fenícios. Os romanos aperfeiçoaram como um
método de execução o qual causava máxima dor e sofrimento em um período de tempo. Aos
crucificados incluíam escravos, provincianos e os tipos mais baixos de criminosos. Cidadãos
romanos, exceto talvez para soldados que desertavam, não eram sujeitados a esse
tratamento. (McDowell)
O local da crucificação "era escolhido propositadamente para ser fora dos muros da cidade
porque a Lei proibia tais de ser dentro dos muros da cidade... por razões sanitárias... o corpo
crucificado era as vezes deixado para apodrecer na cruz e servir como uma desonra, um
convincente aviso e dissuasivo para os que ali passavam." (Johnson) Às vezes, o subordinado
era comido quando vivo e ainda na cruz por bestas selvagens. (Lipsius)
O Procedimento da crucificação pode ser resumido conforme o seguinte. O patibulum era
colocado sobre a terra e a vitima colocada em cima dele. Os pregos, com aproximadamente
18 centímetros de comprimento e com 1 cm de diâmetro eram cravados nos pulsos. Os
pregos entrariam na proximidade do nervo mediano, causando que choques de dor fosse
irradiado por todo o braço. Era possível colocar os pregos entre os ossos de modo que
nenhuma fratura (ou ossos quebrados) ocorressem. Estudos tem mostrado que os pregos
provavelmente estiveram cravados através dos ossos pequenos do pulso, desde que pregos
na palma da mão não suportariam o peso de um corpo. Em terminologia antiga, o pulso era
considerado ser parte da mão. (Davis) Posicionado no local da crucificação estariam postes
em pé, tendo aproximadamente 2.15 metros de altura.(Edwards) No centro dos postes
estava um ordinário assento, chamado sedile ou sedulum, no qual servia como suporte para
a vítima. O patibulum era então levantado sobre os postes. Os pés eram então pregados aos
postes. Para permitir isto, os joelhos teriam que ser dobrados e girados lateralmente,
deixando numa posição muito desconfortável. O titulo era pendurado sobre a cabeça da
vitima.
Havia diversos tipos diferentes de cruzes usadas nas crucificações. Na época de Jesus,
era mais provável que a cruz usada fosse no formato de T (ou "tau" cruz,), não a popular
cruz no formato t a qual é aceita nos dias de hoje.(Lumpkin)
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SOFRIMENTO FÍSICO NA CRUZ
Salmos 22:14-15: "Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o
meu coração é
como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas. A minha força secou-se como um
caco e a língua se
me pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte."
Tendo sofrido pelo espancamento e pelas chicotadas, Jesus sofreu de severa hipovolemia
pela perda de sangue. Os versos acima descrevem Seu estado desidratado e a perda de Sua
força.
Quando a cruz era erguida verticalmente, havia uma tremenda tensão posta sobre os pulsos,
braços e ombros, resultando num deslocamento dos ombros e juntas dos
cotovelos.(Metherall) Os braços, sendo preso para cima e para fora, prendendo a caixa
torácica numa fixa posição final inspiratória na qual dificulta extremamente o exalar, e
impossibilitava ter completa inspiração do ar. A vítima poderia apenas ter pequenas
respiradas.(Isto talvez explique o porque Jesus fez pequenas declarações enquanto estava na
cruz). Enquanto o tempo passava, os músculos, pela perda de sangue, falta de oxigênio e
posição fixa do corpo, passariam por severas cãibras e contrações espasmódicas.
ABANDONADO POR DEUS -- MORTE ESPIRITUAL
Mateus 27:46: "Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá
sabactani; isto é,
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
Com o pecado do mundo sobre Ele, Jesus sofreu a morte espiritual (separação do Pai).Isaías
59:2 diz que o pecado causa separação de Deus, e que Ele esconde Sua face de vós de modo
que Ele não ouça. O Pai teve que virar a face de Seu Filho Amado quando estava na cruz. Pela
primeira vez, Jesus não dirige a Deus como Seu Pai.(Courson)
MORTE POR CRUCIFICAÇÃO: LENTA SUFOCAÇÃO
Respiração superficial causando colapso em pequenas áreas do pulmão.
Diminuição do oxigênio e aumento de gás carbônico causando acides nos tecidos.
Líquido formado nos pulmões. Piorando a situação citada na 2ª etapa.
O coração é estressado e eventualmente para.
O lento processo do sofrimento e consequência da morte durante a crucificação pode ser
sumariado como segue:
"... aparentemente parece que o mecanismo da morte na crucificação era asfixia. A corrente
de eventos no qual conduziram finalmente a asfixia são as seguintes: Com o peso do corpo
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que está sendo suportado pelo sedulum, os braços eram puxados para cima. Causando o
intercostal e o músculo peitoral a ser esticado. Além disso, o movimento destes músculos era
oposto pelo peso do corpo. Com os músculos respiratórios esticados assim, a respiração
torna-se relativamente fixa. Enquanto dispnea desenvolve e dor nos pulsos e braços
aumentam, a vítima era forçada a levantar o corpo do sedulum, transferindo desse modo o
peso do corpo aos pés. A respiração tornam-se mais fácil, mas com o peso do corpo sendo
exercido pelos pés, a dor nos pés e pernas aumentava. Quando a dor se tornava
insuportável, a vítima repentinamente abaixava outra vez para o sedulum com o peso do
corpo puxando os pulsos e outra vez esticando os músculos intercostal. Dessa maneira, a
vítima alterna entre levantar seu corpo do sedulum a fim de respirar e repentinamente
abaixando no sedulum para aliviar a dor nos pés. Eventualmente, ele torna-se esgotado ou
fica inconsciente de modo que não poderia mais levantar seu corpo do sedulum. Nesta
posição, com os músculos respiratórios essencialmente paralisados, a vitima sufocava e
morria.(DePasquale and Burch)
Devido a defeituosa respiração, os pulmões da vitima começavam a ter colapsos em
pequenas áreas causando hipoxia e hipercarbia. Uma acides respiratória, com a falta de
compensação pelos rins devido a perda de sangue decorrentes das numerosas surras,
resultou em um aumento da pressão cardíaca, que bate mais rápido para compensar.
Acumulam líquidos nos pulmões. Sob o stress da hipoxia e acides o coração eventualmente
falha. Há diversas teorias diferentes na real causa da morte. Uma teoria declara que houve
um enchimento do pericárdio com liquido, que pôs uma pressão fatal na habilidade do
coração de bombear sangue (Lumpkin). Uma outra teoria declara que Jesus morreu de
ruptura cardíaca." (Bergsma) A real causa da morte de Jesus , entretanto, " pode ter sido por
múltiplos fatores e relacionado primeiramente a choques hipovolemicos, exaustante asfixia e
talvez aguda falha cardíaca. "(Edwards) Uma fatal arritmia cardíaca pode ter causado o
evento terminal. (Johnson, Edwards)
UMA ÚLTIMA BEBIDA DO VINAGRE
João 19:29-30: "Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois, numa cana de hissopo
uma esponja
ensopada de vinagre, e lha chegaram à boca. Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre,
disse: Está
consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espirito.
Tendo sofrido severa perda de sangue de suas numerosos espancamentos e desta forma em
um estado desidratado, Jesus, em uma das suas últimas declarações, diz "Tenho sede." Foi 2
vezes oferecido bebida a Ele na cruz. A primeira, na qual Ele recusou, era vinho veja Vinho
nos tempos de Jesusdrogado (misturado com mirra) veja também Aspéctos Médicos da
Morte de Jesus. Ele escolheu enfrentar a morte sem uma mente turvada. Edersheim escreve:
"Era uma prática de misericórdia Judaica dar aqueles conduzidos a execução uma poção de
um forte vinho veja Vinho nos tempos de Jesusmisturado com mirra para entorpecer a
consciência" (Mass Sem 2.9; Bemid. R. 10). Esta função caritativa era realizada à custa de, se
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não por, uma associação de mulheres em Jerusalém (Sanh. 43a). A poção foi oferecido a
Jesus quando Ele alcançou Gólgota. Mas tendo provado....Ele não beberia....Ele encontraria
com a Morte, mesmo no seu mais severo e violento modo, e conquistar submetendo-se ao
todo....(p.880).
A segunda bebida, a qual Ele aceita momentos antes da Sua morte, é descrita como um
vinagre de vinho - veja . É importante notar Dois pontos. A bebida foi dada em "cana da
planta de hissopo". Lembre-se que estes eventos ocorreram na festa da Páscoa. Durante esta
festa, (Êxodo 12:22) hissopo foi usado para aplicar o sangue do cordeiro da Páscoa nos
umbrais de madeira dos judeus. É interessante o final desta cana de hissopo apontando para
o sangue do cordeiro perfeito o qual era aplicado na cruz de madeira para salvação de toda a
humanidade. (Barclay) Em adicional, o vinagre é um produto da fermentação, o qual é feito
de suco de uva e fermento. A palavra literalmente significa "aquilo o qual é azedado" e é
relacionado com o termo em Hebreu para "aquilo o qual é levedado". (Holmans) Fermento
ou levedo, é um símbolo Bíblico do pecado. Quando Jesus tomou esta bebida, (i.e. a bebida
no qual era "levedada") assim sendo simbólico Dele tomando os pecados do mundo sobre
Seu corpo.
CELEBRAÇÃO DA OPOSIÇÃO GUERRA ESPIRITUAL
Salmos 22:12-13: " Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam. Abrem
contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge."
Enquanto Ele estava na cruz, trevas cobriram a terra (do meio-dia às três da tarde). Jesus,
emLucas 22:53, assocía aqueles que o prenderam com o poder das trevas. Aonde estavam as
forcas do mal enquanto Jesus estava na cruz? Os versos acima do Salmo 22 parece fora do
lugar quando primeiramente se lê. Ali não aparenta ter menção de "touros" e "leões" em
volta da cruz. Os versos, entretanto, tem um profundo significado.(Courson) Basã era uma
área ao leste do Rio Jordão a qual era famosa por sua fertilidade. O gado era criado lá o qual
cresciam a tamanhos enormes. As pessoas lá adoravam espíritos demoníacos (associados a
Baal) dentro do rebanho. Em1 Pedro 5:8, Satanás e descrito como " rugindo como leão...
procurando a quem possa tragar" Estes versos são desta forma sugestivos da atividade
espiritual de Satanás e seus demônios, celebrando enquanto Jesus estava sofrendo na cruz.
JESUS DEU SUA VIDA
João 10:17-18: " Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém
ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho
autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai."
Lucas 23:46: "Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito. E, havendo dito isso, expirou.".
O tempo médio de sofrimento antes da morte por crucificação é indicada aproximadamente
de 2 a 4 dias (Tenney), embora a casos relatados aonde a vitima viveu por 9 dias. (Lipsius) As
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causas reais da morte por crucificação eram de múltiplos fatores, um dos mais significantes
seria a severidade dos açoites. (Edwards) Jesus teve uma morte física rápida (Pilatos ficou
surpreso que Ele tinha morrido assim tão rápido.) (Marcos 15:44). Embora muitos dos sinais
físicos precedentes a morte estavam presentes, uma possibilidade é que Jesus não morreu
por fatores físicos o qual acabaria com Sua capacidade de viver, mas que Ele deu Sua vida de
acordo com Sua vontade. Sua ultima declaração, "nas tuas mãos entrego o meu espírito"
parece mostrar que a morte de Jesus ocorreu por Ele se entregando. Em João 10, Ele declara
que apenas Ele tem o poder dar Sua vida. Ele provou Seu poder sobre a morte por Sua
ressurreição. Verdadeiramente, Deus é o que tem poder sobre a vida e a morte.
MORTE POR CRUCIFICAÇÃO:
ACELERADA quebrando as pernas, de modo que a vítima não podia levantar para ter uma
boa respiração.
João 19:32-33: "Foram então os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e
ao outro que com ele fora crucificado; mas, vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não
lhe quebraram as pernas; "
CONFIRMADA por uma lança enfiada no lado direito do coração.
João 19:34: "contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e
água." Morte na crucificação era acelerada quebrando as pernas da vitima. Este
procedimento, chamado crurifratura, previne a capacidade da vitima de respirar bem. A
morte ocorreria rapidamente por asfixia. No caso de Jesus, Ele morreu rápido e não teve
Suas pernas quebradas. Jesus cumpriu um dos requerimentos proféticos do cordeiro da
Páscoa, que nenhum osso deveria ter sido quebrado.(Êxodo 12:46,João 19:36)
Para confirmar que a vitima estava morta, os romanos aplicavam uma lança atravessando o
lado direito do coração. Quando perfurado, um fluxo repentino de sangue e água saíram do
corpo de Jesus. O significado medico do sangue e água tem sido assunto de debate. Uma
teoria declara que Jesus morreu de enfarte maciço do miocárdio, no qual a um rompimento
do coração (Bergsma) no qual talvez tenha resultado na Sua queda enquanto carregava a
cruz. (Ball) Outra teoria declara que o coração de Jesus estava rodeado por fluidos do
pericárdio, o qual constringe o coração causando morte.(Davis) O stress físico da crucificação
talvez tenha produzido uma fatal arritmia cardíaca. (Johnson)
A ordem indicada "sangue e água" talvez não indique necessariamente a ordem do
aparecimento, mas antes a relativa importância de cada fluido. Neste caso, uma lança
através do lado direito do coração deixaria o fluido pleural (fluido formado nos pulmões) sair
primeiro, seguido por fluxo de sangue da parede do ventrículo direito.(Edwards) O fato
importante é que evidencias medicas suportam que Jesus teve uma morte física. Mas claro,
que a história, não termina aqui. O grandioso evento que separa Jesus de todos os outros é o
fato que Ele ressuscitou e hoje vive. Ele intercede a direita do Pai por aqueles que O
seguem.(Hebreus 7:25)
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APARÊNCIA NO CÉU
Apocalipse 5:6: " Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos, um
Cordeiro em
pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de
Deus, enviados
por toda a terra."
Pela eternidade, Jesus irá levar as marcas da Sua crucificação.Apocalipse 5:6 sugere que Ele
aparece no céu com as marcas como o Cordeiro " como havendo sido morto ". Nós sabemos
que quando Ele apareceu a Tomé que ele carregava as marcas dos pregos e da lança no seu
lado.(João 20:26-28) Vale a pena também considerar as razões do porque Ele não foi
imediatamente reconhecido depois da Sua ressurreição. Em João 21:12, é declarado que
nenhum dos discípulos "ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor" É
possível que Seu corpo ressurrecto continuasse a ter as marcas dos Seus espancamentos. "O
corpo da Sua glorificação será o corpo da Sua humilhação." (Missler)
Nós estamos preparados para encontrar com Ele? O que nós estamos fazendo com o que Ele
tem nos dado? Hoje, Ele nos encoraja a considerar o custo da cruz e aplicar em nossas
próprias vidas.
SEGUINDO A JESUS CRISTO
Lucas 9:23: " Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo,
tome cada dia
a sua cruz, e siga-me."
Quando Ele estava na terra, Jesus declarou que, " Se alguém quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lucas 9:23) Como nós vimos, nos tempos de
Jesus significou ir a sua morte, entregando e separando você de tudo que você tinha.......seus
direitos, seus amigos, seu corpo e sangue e até seus "deuses", para seguir a Ele.
Nós somos desafiados pelo exemplo de Simão, cireneu. As Escrituras mencionam ele sendo o
pai de Alexandre e Rufo.(Marcos 15:21) Rufo ("um homem eleito no Senhor ") e a mulher de
Simão ambos são mencionados por Paulo em sua carta a igreja Romana. (Romanos 16:13)
Aqui estava um homem, que de fato carregou a cruz ...e causou um impacto para Cristo na
eternidade. Que compromisso você esta disposto a fazer agora com Ele?
A Bíblia, a Palavra de Deus (II Timóteo 3:16-17), relata como Deus uma vez teve um
relacionamento pessoal com
o homem. Deus falava e relacionava com o homem, exatamente como você pode se
relacionar com seu melhor amigo. Deus criou o homem para dar a ele uma vida significante e
cheia de propósito.
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O homem escolheu seguir seu próprio caminho por ter desobedecido a Deus. (Isto aplica a
todos os homens como emRomanos 3:23). Esta desobediência, chamado pecado, causou
uma quebra no relacionamento entre homem e Deus. Se o homem eventualmente procura
um relacionamento com Deus por seus próprios esforços (religião), ele não irá achar nada,
porque o pecado quebrou a comunicação. (Isaías 59:2)
Cristianismo é a historia de Deus sacrificando Seu Filho para restaurar o relacionamento que
estava quebrado. Como indicado no texto acima, Jesus deu Sua vida para pagar pelos
pecados da humanidade e recebeu a punição pelo pecado sobre Ele. Porque Ele deu Sua vida
na cruz, qualquer um que acredite Nele terá restaurado o relacionamento pessoal com Deus.
Ele mesmo, Jesus, alegou ser o único caminho a Deus. (João 14:6) e apenas pelo
conhecimento de Deus através de Jesus Cristo o homem pode ter uma vida significante e
cheia de propósito.(João 10:10).
A vida de Cristo de A a Z e de Gênesis a Apocalipse
Jesus “o Senhor é salvação”
Jesus Cristo é retratado no Novo Testamento como Salvador do mundo, e o nome Jesus em
si significa "Salvador". Conforme escreveu João no final de seu evangelho, "estes [sinais],
porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais vida em seu nome'. Infância
A mãe de Jesus, Maria, deitou o bebê Jesus numa manjedoura quando ele nasceu em Belém,
onde os pastores o visitaram. Jesus foi apresentado no templo, e depois Maria e José,
padrasto de Jesus, fugiram para o Egito com Jesus após a visita dos magos. Eles retomaram
posteriormente a Nazaré, onde José trabalhou como carpinteiro. Além da visita de Jesus ao
templo quando tinha doze anos, quando ele ouviu os mestres e lhes fez perguntas, nada
mais é conhecido à respeito da sua infância.
Três anos de ministério
Quando Jesus tinha cerca de 30 anos, João Batista o batizou no rio Jordão, antes de Jesus ir
para o deserto a fim de ser tentado por Satanás. Após isto, Jesus iniciou seu ministério
público, escolhendo doze apóstolos para estarem com ele. Jesus fez muitos milagres, como
transformar a água em vinho em Caná, e muitas curas, como a ressurreição da filha de Jairo.
Ele também pregou freqüentemente, como no Sermão do Monte, e contou numerosas
parábolas memoráveis, como a do bom samaritano e do filho pródigo.
A última semana
Os autores dos quatro evangelhos se concentram nos últimos sete dias da vida de Jesus. No
domingo que precedeu sua morte, Jesus entrou em Jerusalém num jumento, aplaudido pelas
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multidões. Na quinta-feira seguinte, Jesus tomou a íntima Ceia com seus discípulos, antes de
se dirigir ao jardim de Getsêmani para orar, onde Judas o traiu. Jesus foi preso, injustamente
julgado, injustamente condenado à morte, crucificado como um criminoso comum e
sepultado. Más no domingo seu túmulo foi encontrado vazio, pois ele havia ressurgido dos
mortos. Quarenta dias depois Jesus subiu ao céu, após ter aparecido ressurreto muitas
vezes, prometendo que ele voltaria um dia.
O Antigo Testamento predisse a vinda de grande e maravilhoso Rei da Linhagem da família
de Davi, o qual governaria e abençoaria o mundo inteiro. Muito antes de aparecer, esse rei
foi chamado “Messias” (hebraico), ou “Cristo” (grego). As duas palavras significam “Ungido”:
“O Ungido de Deus” para realizar a obra mundial de que falaram os profetas. “Jesus” que
significa: “O Senhor é Salvação” era seu nome pessoal. “Messias” ou “Cristo” expressavam o
ofício que ele veio exercer. Mas Jesus, apesar de ser narrada sua aparição só no Novo
Testamento, é o tema central da Bíblia. No Antigo Testamento Ele é aquele que havia de vir
para salvar o mundo, e no Novo Testamento Ele é o que veio para morrer para nos salvar e é
O que virá outra vez para trazer julgamento aos que não creram nele e levar para o Pai os
que se fizeram Seus seguidores.
Em cada Livro da Bíblia encontramos Jesus tipificado ou profetizado, como segue:
Gênesis - Ele é a semente de Eva
Êxodo - Ele livra o seu povo do Cativeiro
Levítico - Ele é o Sumo Sacerdote
Números - É o que conduz o Seu povo à Terra Prometida
Deuteronômio - Ele é a lei da nossa Salvação
Josué - Ele é o que Luta pelo Seu Povo
Juízes - Ele é O que governa
Rute - Ele é aquele que nos resgata
I e II Samuel - Ele nos unge a cabeça com óleo
I e II Reis - Ele é o que Divide
I e II Crônicas - Ele é o Senhor da Vitória
Esdras - Ele é o Restaurador
Neemias - Ele é o que reedifica os muros
Ester - Ele livra o seu povo da Destruição
Jó - É o nosso sofredor
Salmos - Ele é o Bom Pastor
Provérbios - Ele é a Sabedoria
Eclesiastes - Ele é o Pregador sem vaidades
Cantares de Salomão - Ele é o Noivo que Ama a sua Igreja (Noiva)
Isaías - Ele é o Messias que havia de vir, o servo sofredor
Jeremias - Ele é o profeta que chora
Lamentações de Jeremias - Ele é o Senhor que chora pelo seu povo
Ezequiel - Ele é o Maravilhoso Ser das Quatro Faces
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Daniel - É o quarto homem da fornalha ardente
Oséias - Ele é o que se afasta da iniquidade do Povo
Joel - Ele nos batiza com o Espírito Santo
Amós - Ele é o Grande Governador do Universo
Obadias - Ele é o Senhor que destrói os nossos inimigos
Jonas - Ele é o grande missionário que leva a Palavra de Deus ao Mundo
Miquéias - Ele é o Mensageiro Dos Pés Formosos
Naum - Ele é o Senhor que persegue os iníquos
Habacuque - Ele é o Justo
Sofonias - Ele é o Senhor de linhagem pura
Ageu - Ele é o Templo de Deus
Zacarias - Ele é o Pastor ferido, das mãos traspassadas, o Edificador do templo do Senhor
Malaquias - Ele é o Mensageiro da Aliança
No velho Testamento Ele é o que viria, no Novo Ele veio e Voltará...
Mateus - Ele é Jesus, o Messias
Marcos - Ele é Jesus, Maravilhoso
Lucas - Ele é Jesus, o Filho do Homem
João - Ele é Jesus, o Filho de Deus
Atos - Justo, Senhor de todos, Senhor que nos salva
Romanos - Ele é o Pacificador
I Coríntios - Ele é O Destruidor da Morte, Senhor da Glória, O único Fundamento, O Cordeiro
do Sacrifício
II Coríntios - Ele é a Imagem de Deus
Gálatas - Ele é o Senhor da Graça
Efésios - Ele é o Exemplo Supremo da Maturidade
Filipenses - Ele é o prêmio supremo na luta da vida
Colossenses - Ele é Deus, o Cabeça da Igreja
I e II Tessalonisenses - Ele virá outra vez!
I Timóteo - Ele é o bem aventurado e único Soberano
II Timóteo - Ele é o Juiz de Todos os Homens
Tito - Ele é o Redentor
Filemon - É o Senhor que nos Liberta
Hebreus - Jesus é a Aliança entre nós e Deus, Autor da Nossa Salvação, O Grande Sumo
Sacerdote, Autor e Consumador da nossa Fé.
Tiago - É o Senhor das Boas Obras
I e II Pedro - Ele é o Filho do Deus Vivente, A única Fonte de Verdade, O Pastor e Bispo das
Almas
I, II e III João - Ele é o Amor
Judas - É o Senhor que nos alerta
Apocalipse - Ele é a Fiel testemunha, O Alfa e o Ômega, O Leão da Tribo de Judá, O Cordeiro,
O Verbo de Deus e o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Além disso, encontramos em toda Bíblia vários títulos atribuídos a Ele,
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O Senhor da Nossa Salvação – Jesus.
AAutor
de Eterna Salvação - Hb. 5:9
Autor da vida - At. 3:15
Apóstolo da nossa confissão - Hb.3:1
Amém - Ap. 3:14
Advogado - IJo 2:1
Adão - ICo 15:45
A ressurreição e a vida - Jo.11:25
Alfa e Ômega - Ap. 1:8
Autor da Salvação - Hb.2:10
Autor e Consumador da Fé - Hb.12:2
BBom
Pastor - Jo.10:11
Braço do Senhor - Is. 51:9
CCabeça
da Igreja - Ef.1:22
Chefe - Is.55:4
Conselheiro - Is.9:6
Consolação de Israel - Lc. 2:25
Cordeiro de Deus - Jo.1:29
Cordeiro - Ap. 13:8
Criador - Jo.1:3
Cristo de Deus - Lc.9:20
DDesejado
de Todas as Nações - Ag.2:7
Deus Bendito - Rm. 9:5
Deus Forte - Is. 9:6
Deus Unigênito - Jo. 1:18
Deus - Is. 40:3
EEmanuel
- Is.7:14
Eu Sou - Jo.8:58
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FFilho
Amado - Mt.12:18
Filho de Davi - Mt.1:1
Filho de Deus - Mt. 2:15
Filho do Altíssimo - Lc.1:32
Filho do Homem - Mt. 8:20
Filho do Deus Bendito - Mc. 14:61
GGlória
do Senhor - Is. 40:5
Grande Sumo Sacerdote - Hb.4:14
Guia - Mt. 2:6
HHerdeiro
de Todas as Coisas - Hb. 1:2
Homem de dores - Is. 53:3
IImagem
de Deus - IICo. 4:4
JJesus
de Nazaré - Mt. 21:11
Jesus - Mt. 1:21
Juíz de Israel - Mq. 5:1
Justiça Nossa - Jr.23:6
Justo - At. 7:52
LLeão
da Tribo de Judá - Ap.5:5
Legislador - Is.33:22
Libertador - Rm.11:26
Lírio dos Vales - Cant. 2:1
Luz do Mundo - Jo.8:12
Luz Verdadeira - Jo.1:9
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MMediador
- ITm. 2:5
Mensageiro da Aliança - Ml.3:1
Messias, ou Ungido - Dn. 9:25
NNazareno
- Mt.2:23
Nossa Páscoa - ICo. 5:7
OO
Escolhido de Deus - Is. 42:1
O primeiro e o último - Ap. 1:17
PPão
da Vida - Jo. 6:35
Pai Eterno - Is.9:6
Pastor e Bispo das Almas - IPe. 2:25
Pedra Angular - Sl.118:22
Poderoso de Jacó - Is. 60 :16
Poderoso Salvador - Lc.1:69
Precursor - Hb.6:20
Primogênito - Ap.1:5
Príncipe da Paz - Is.9:6
Príncipe dos Pastores - IPe. 5:4
Princípio da Criação de Deus - Ap. 3:14
Profeta - Lc.24:19
QQuerido
pelos seus servos
RRaiz
de Davi - Ap. 22:16
Redentor - Jo. 19:25
Rei dos Reis - Itm. 6:15
Rei dos santos - Ap. 15:3
Rei dos Judeus - Mt.2:2
Rei dos séculos - ITm.1:17
Rei - Zc. 9:9
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Renovo - Is.4:2
Resplandescente estrela da manhã - Ap.22:16
Rocha - ICo.10:4
Rosa de Sarom - Cant. 2:1
SSalvador
- Lc.2:11
Santo de Deus - Mc.1:24
Santo de Israel - Is.41:14
Santo Servo - At. 4:27
Santo - At.3:14
Semente da Mulher - Gn.3:15
Senhor da Glória - ICo. 2:8
Senhor de Todos - At.10:36
Senhor Deus - Is.26:4
Senhor dos Senhores - ITm.6:15
Siló - Gn. 49:10
Soberano dos Reis - Ap. 1:5
Sol da Justiça - Ml. 4:2
Sol nascente - Lc. 1:68
TTestemunha
fiel - Ap. 1:5
Testemunho - Is. 55:4
Todo-Poderoso - Ap. 1:8
UÚnico
VVerbo
de Deus - Ap. 19:13
Verbo - Jo. 1:1
Verdade - Jo.1:14
Vida - Jo.14:6
Videira verdadeira - Jo.15:1
ZZeloso
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No final do curso, após o estudo de todas as matérias, você fará uma prova ÚNICA de
Conhecimentos Gerais.
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