quinta-feira, 22 de agosto de 2013

AS BENÇÃOS DA SALVAÇÃO.

De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor. Fp. 2:12 LIÇÃO 09 - O CRENTE E AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃOEV.ROBÉRIO OLIVEIRA-PREGADOR CONFERÊNCISTA. INTRODUÇÃO Em sua primeira epístola, o apóstolo João ensina que o cristão não vive mais no domínio do pecado. Apesar de não estarmos isentos da presença do pecado, pois “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (I Jo 1.8); já não somos mais escravizados por ele. O apóstolo diz: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (I Jo 3.9 A.R.A.). Esta é uma das bênçãos da salvação que estaremos estudando nesta lição. I - QUE SIGNIFICA SALVAÇÃO? A palavra “salvação” significa, em primeiro lugar, “ser tirado de um perigo”, “livrar-se”, “escapar”. A Bíblia fala da salvação como libertação do perigo de uma vida sem Deus (At 26.18; Cl 1.13). A tradução da palavra grega “soterion”, de onde deriva -se a palavra “salvação”, tem o sentido de “tornar ao estado perfeito”, ou “restaurar o que a queda causou”. A salvação, portanto, é um dom de Deus (Rm 6.23) concedido por sua graça (Rm 5.15) e que se destina a todos os homens (Jo 3.16,17; Tt 2.11) . A Bíblia declara que é possível ao homem obter a sua salvação, através da fé em Cristo Jesus (Ef 2.8,9). II - OS TRÊS ASPECTOS DA SALVAÇÃO Vejamos alguns aspectos da salvação: 2.1 Justificação. Do grego “dikaiõsis”, significa “declarar justo”. É um termo que nos faz lembrar um tribunal. O homem, culpado e condenado perante Deus, pela fé em Cristo, passa a ser absolvido e declarado justo, ou seja, justificado. A justificação é, primeiramente, uma mudança de posição da parte do pecador, o qual antes era um condenado; e, agora, goza de absolvição. Antes estava sob a condenação, mas agora, participa da absolvição divina. Justificação inclui mais do que perdão dos pecados e remoção da condenação, pois, no ato da justificação, Deus coloca o ofensor na posição de justo. (At 13.39; Rm 4.25; 5.1,18,21; I Co 6.11; Gl 2.16; Tt 3.7; Tg 2.24). 2.2 Regeneração. Deriva-se do grego “palinginesia” e significa “gerar novamente” ou “nascer de novo”. É o milagre que acontece na vida daquele que recebe a Cristo, tornando-se participante da vida e da natureza divina. Através da regeneração, ou novo nascimento como também é conhecida, o homem passa a desfrutar de uma nova vida espiritual (Jo 3.1-8; Tt 3.5; II Pe 1.4; I Jo 5.11) e torna-se uma nova criatura (II Co 5.17; Cl 3.10). O Novo Testamento assim descreve a regeneração: Nascimento. Nesse sentido, Deus é quem “gerou”, e o crente é “nascido” de Deus (I Jo 5:1), “nascido do Espírito” (João 3:8), “nascido do alto” (tradução literal de João 3:3,7). Esses termos referem-se ao ato da graça criadora que faz do crente um filho de Deus. Purificação. Jesus nos salvou pela “lavagem” (literalmente, lavatório ou banho) da regeneração” (Tt 3:5). A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora, recebendo novidade de vida (Rm 6.4; Gl 2.20). Vivificação. Somos salvos não somente pela “lavagem da regeneração”, nas também pela “renovação do Espírito Santo” (Tt 3:5; Cl. 3:10; Rom. 12:2; Ef 4:23; Sl 51:10). A essência da regeneração é uma nova vida concedida por Deus, mediante Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo. Criação. Aquele que criou o homem no princípio e soprou em suas narinas o fôlego de vida (Gn 2:7), o recria pela operação do seu Espírito Santo (II Co 5:17; Ef 2:10; Gl 6:15; Ef 4:24). O resultado prático é uma transformação radical da pessoa em sua natureza, seu caráter, desejos e propósitos. Ressurreição. Assim como Deus vivificou o barro inanimado e o fez vivo para com o mundo físico, assim ele vivifica a alma do pecador e a faz viva para as realidades do mundo espiritual (Rm 6:4,5; Cl. 2:13; 3:1; Ef 2:5,6). A regeneração é “a grande mudança que Deus opera na alma quando a vivifica; quando ele a levanta da morte do pecado para a vida de justiça” (João Wesley). 2.3 Santificação. Do grego “hagiasmos”, significa “separação do pecado” e “dedicação ao serviço de Deus”. A santificação é a vontade de Deus para os crentes (I Ts 4.3); e o seu propósito em chamá-lo para segui-lo (Jo 17.17,19; I Ts 4.7); e deve ser procurada pelo crente (I Tm 2.15; Hb 12.14). As Escrituras afirmam que o Espírito Santo é o agente da santificação (Rm 15.16; II Ts 2.1 3; I Pe 1.2; I Co 6.11). A palavra “santo” tem os seguintes sentidos: Separação. A palavra “santo” é uma palavra que descreve a natureza divina. Seu significado primordial é “separação”; portanto, a santidade representa aquilo que está em Deus, que o torna separado de tudo quanto seja mau e pecaminoso. Por isso, quando Ele deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele separa essa pessoa ou objeto do seu uso comum, e, em virtude dessa separação, a pessoa ou objeto torna-se “santo” (Nm 3.13; 8.17; I Rs 9.3,7; II Cr 7.16; Jr 1.5). Dedicação. Santificação inclui tanto a “separação de”, como “dedicação a” alguma coisa. Quando refere-se aos homens ou objetos, a palavra “santo” expressa o pensamento de que esses são usados no serviço divino e dedicados a Deus. Israel é uma nação santa, por ser dedicada ao serviço de Deus; os levitas são santos, por serem especialmente dedicados ao serviço do tabernáculo, etc (Ex 19.6; Ex 28.1-3). Purificação. A palavra “santo” inclui também a idéia de purificação. Assim como objetos inanimados no A.T. foram consagrados pela unção do azeite (Êx 40:9-11); a nação israelita foi santificada pelo sangue do sacrifício da aliança (Êx 24:8; Hb 10:29); Ele santifica os crentes para um sacerdócio espiritual (1 Pe 2:5) pela mediação do Filho (I Co 1:2,30; Ef 5:26; Hb 2:11), por meio da Palavra (Jo 17:17; 15:3), do sangue de Jesus (Hb 10:29; 13:12) e do Espírito Santo (Ro 15:16; I Cor. 6:11; I Pe 1:2). Aqueles que são declarados santos (Hb 10:10) são exortados a seguir a santidade (Hb 12:14); e, aqueles que foram purificados (1 Co 6:11) são também exortados a purificar-se a si mesmos (2 Co 7:1). Serviço. A palavra “santo” também expressa a idéia de “serviço a Deus”. Assim como Israel é descrita como “nação santa e reino de sacerdotes” (Êx 19:6), os crentes do N.T. são “santos”, isto é, um povo santo que, pelo sangue da nova aliança tornaram-se “sacerdócio real, a nação santa” para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (1 Pe 2:5,9); oferecem o sacrifício de louvor (Hb 13:15) e dedicam-se como sacrifícios vivos sobre o altar de Deus (Rom. 12:1). O apóstolo Paulo expressou perfeitamente esse aspecto da santidade quando disse acerca de Deus: “De quem eu sou, e a quem sirvo” (At 27:23). 2.4 Adoção. Do grego “huithesia”, significa literalmente “estar em lugar de filho” ou “dar a posição de filhos”. No N.T. o vocábulo descreve o ato pelo qual Deus recebe como filhos, todo aquele que aceita o Senhor Jesus como seu único e suficiente salvador. Quando a pessoa passa pela transformação espiritual conhecida como regeneração, torna-se filho de Deus e beneficiário de todos os privilégios dessa filiação. Esse termo encontra-se apenas nas epístolas paulinas (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.4-6; Ef 1.5). Devemos distinguir a diferença entre adoção e regeneração: o primeiro é um termo legal que indica conceder o privilégio de filiação; o segundo significa a transformação espiritual que torna a pessoa filho de Deus e participante da natureza divina. 2.5 Glorificação. Do grego “endoxazõ” e do latim “glorificationem”, significa “ato ou efeito de glorificar”. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como salvador e Senhor de sua alma (Rm 8.17). No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. O texto de ouro de nossa glorificação encontra-se em I Jo 3.2, que diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. III - QUE SIGNIFICA AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO? As bênçãos da salvação são as dádivas que alcançamos quando aceitamos a Cristo, como Senhor e Salvador de nossas vidas. São muitas as bênçãos que recebemos em decorrência da salvação, tais como: o perdão dos pecados (At 2.38; 10.43); a certeza de vida eterna (Jo 3.16,17; Rm 6.22;); livramento da ira futura (Jo 3.36; I Ts 1.10; 5.9), etc. Porém, nesta ocasião, citaremos apenas as bênçãos da salvação descritas no capítulo três da primeira epístola de João: 3.1 “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus” (I Jo 3.1). Podemos afirmar que todos os homens são filhos de Deus por criação (Lc 3.38), assim como os anjos o são (Jó 38.7). Mas, aqueles que recebem a Cristo, tornam-se, também, filhos por adoção (Jo 1.12; Rm 8.15, 16; Gl 3.26, 27; 4.5,6). Observe a expressão do versículo 2: “Amados, agora somos filhos de Deus…”, ou seja, antes não pertencíamos à família de Deus. Ser filho de Deus é o privilégio mais sublime da nossa salvação (I Jo 3.1). Como filhos de Deus somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.16,17; Gl 4.6,7). ? O próprio Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Jesus ensinou acerca da nossa filiação com Deus (Mt 6.9, 26, 18.14; Lc 12.32). 3.2 “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.” (I Jo 3.2). O apóstolo João deixa bem claro que ser filho de Deus aqui no mundo já é um grande privilégio; mas, bênçãos maiores estão reservadas para os mesmos no futuro. Dentre elas : ” …seremos semelhantes a ele…”. Ou seja, nós receberemos um corpo glorioso e incorruptível, como o do próprio Jesus (I Ts 4.14; Fp 3.20,21). A vida cristã é um processo no qual nos tornamos cada vez mais semelhantes a Cristo (Rm 8.29), sendo que, este processo não estará completo até que adentremos à eternidade (Pv 4.18; Rm 8.18). “… porque assim como é o veremos”. Esta esperança deve estar viva em nossos corações, pois, ver a Cristo, deve ser o maior anelo do cristão (Jo 14.19; I Ts 4.13-17) 3.3 “Qualquer que permanece nele não peca… Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.” (I Jo 3.6,9). O apóstolo João ensina que, aquele que nasceu de Deus, ou seja, que passou pelo processo do novo nascimento, não pode viver na prática do pecado (I Jo 1.5-7; 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8,20). Isto porque, a nova natureza proporcionada pela presença do Espírito Santo em nós, nos dá condições de vencer o pecado, e não permite que sejamos mais dominado por ele (Rm 6.12-14). CONCLUSÃO Seria impossível descrever, neste breve esboço, todas as bênçãos da salvação. No entanto, de forma bem resumida, podemos afirmar que o homem salvo é aquele que foi justificado por Deus; passou a ter uma nova natureza, através da regeneração; tornou-se santo, ou seja, separado do pecado e consagrado a Deus; e, dessa forma, passou a ser filho de Deus e tem a esperança de, no futuro, ser semelhante a Cristo, e estar, para sempre, com Ele. REFERÊNCIAS: Bíblia de Estudo Pentecostal; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal; Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, de Myer Pearlman; Dicionário VINE e Dicionário Teológico de Claudionor Correa de Andrade.

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